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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Educação museal, arqueologia e história do Maranhão na educação básica

Museus e Educação Patrimonial em Arqueologia no Currículo Escolar

A importância do patrimônio cultural perpassa por suas vinculações à memória que

representa não apenas um relato inócuo sobre algo ou alguém, visto que abriga em seu seio,

pontos de vista/visões do mundo que seu autor tenta dar visibilidade, inserindo-a nas

relações, nos campos de força/luta sociais, ansioso pela aceitação de seus valores como

reconhecidos e assimilados por outros (LE GOFF, 2002). As memórias são assim, os locais

propícios para o estudo do imaginário e a constante (re)formulação das identidades.

Conforme Nora (1993, p. 09), “a memória é a vida, sempre carregada por grupos vivos,

em permanente evolução, aberta à dialética da lembrança e o esquecimento, inconsciente de

suas deformações, suscetível de longas latências e repentinas revitalizações”. Sem memória,

jamais é possível formar/ forjar/construir o imaginário, do mesmo modo que o imaginário

sobre algo ou alguém é essencial para formação de memória.

Tomando por base esses princípios, a Revolução Francesa no final do século XVIII

representou o marco na constituição de monumentos direcionados à salvaguarda da

memória. Tratou-se de um movimento de conservação de bens associados à ressignificação

de identidades nacionais.

As escavações buscavam objetos com teor artístico capazes de seduzir os

interesses comerciais. Portanto, utensílios que não atendiam a este propósito

foram ignorados ou não conservados. A lógica desta metodologia considerava

apenas os objetos “valiosos”, que, sob o status de bem patrimonial, deveriam

servir apenas à contemplação, isolando a sua utilidade (ESSENBURG, 2019, p.

13).

Inicialmente, a visão focada na criação de coleções determinava a percepção do bem

cultural a partir de sua caracterização como objeto valioso. Com o avanço das teorizações,

ampliou-se a visão sobre a cultura material na contemporaneidade enquanto artefato

complexo e permeado por temporalidade, suscitando interpretações que valorizam suas

mensagens e simbolismos.

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