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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Dayse Marinho Martins

No Maranhão, além das zonas sambaquieiras, esses sítios lacustres são conhecidos

como estearias pela quantidade de esteios situados nos lagos indicando habitações. As

estearias caracterizam sítios arqueológicos formados por troncos de árvores fixados no fundo

do leito de rios e lagos da Baixada Maranhense, entre o início da era cristã e o ano 1200 d.C.

Os referidos sítios estão localizados em uma área de 52 mil km, a oeste e a sul da ilha de São

Luís – MA, nas bacias hidrográficas do rio Turiaçu, na cidade de Santa Helena; e na bacia dos

rios Pindaré e Mearim, na cidade de Penalva (NAVARRO, 2018b). Raimundo Lopes foi pioneiro

no estudo das estearias ao empreender análises entre as décadas de 10 e 30 do século XX

Funari (2003) e Navarro (2018a) afirmam que a cultura material caracterizada por

objetos cerâmicos encontrados nos sítios durante o período de estiagem evidencia que as

estearias constituíam moradias de populações indígenas na região. Prous (2003),

Martin(1996) e Navarro et al (2017), consideram os sítios de estearias, como espaços ainda

pouco estudados na Arqueologia das terras baixas da América do Sul. Ao mesmo tempo,

apontam o potencial desses sítios para obtenção de artefatos em ótimas condições de

preservação.

No cerne desse contexto, em termos de abordagem sobre patrimônio no currículo

escolar, o Maranhão se destaca por possuir um acervo arquitetônico valorizado em âmbito

mundial e um diversificado patrimônio cultural. Mas, ainda realiza de forma restrita a

inclusão de aspectos arqueológicos no currículo da Educação Básica. O período précolombiano

ainda é concebido apenas como objeto de curiosidade. Contudo, a cultura

material da região atua como importante fonte de informação sobre a formação da memória,

dos valores e cultura local. Auxiliam, ainda, na reflexão de como a população atual se

relaciona com as marcas deixadas pelos antepassados.

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