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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Educação museal, arqueologia e história do Maranhão na educação básica

coletavam mariscos. Instalavam-se geralmente em baías entre vários ambiente

complementares que forneciam alimentos específicos e recursos em água,

madeiras e rochas diferentes (PROUSS, 2006 p. 33).

Os sambaquis podem ser encontrados ao longo do litoral nordestino e não constituem

aspectos distantes da realidade maranhense. O geógrafo maranhense Raimundo Lopes, foi

quem localizou o primeiro sambaqui no litoral do Maranhão em 1919, no município de São

José de Ribamar, próximo a São Luís (MARQUES, 1970).

Os sambaquis do Pindaí e da Maiobinha por nós estudados ficam ambos no

interior da Ilha do Maranhão. O da Maiobinha na zona das cabeceiras desse rio

e a 8,5 Km da costa livre, a 10 km do alcance da maré no vale do rio e a 3,5 Km

da vila do Anil. O do Pindaí, no vale do Rio São João, tem características

análogas; são, pois sambaquis mistos de superposição normal, de vestígios

arqueológicos a antigo banco ou concha natural (LOPES, 1970 p. 22).

Mesmo com o pioneirismo de Raimundo Lopes na descoberta dos sambaquis

maranhenses, as pesquisas só foram iniciadas por Mário Simões do Museu Paraense Emílio

Goeldi na década de 1970. Ao todo foram cadastradas 11 áreas de sambaquis sendo oito na

Ilha distribuídas entre São Luís, São José de Ribamar e Paço do Lumiar e três no município

de Tutóia no interior do Estado. Os sítios encontram-se destruídos pela ação do mar e

exploração de cal, mas neles foi possível encontrar restos de cerâmica e artefato líticos (LIMA,

1989).

Outro estudo de destaque no que se refere a esse tema pode ser encontrado na obra

de Prouss (2003). O autor situa as populações em aldeias instaladas nas encostas suaves e

nos cursos d’água. Assinala ainda, a ocorrência de instrumentos de pedra lascada e restos

alimentares. Sobre a tradição rupestre, o autor realiza uma descrição técnica ressaltando a

submersão dos sítios durante as enchentes.

Na ocasião, Prouss faz referência aos ceramistas do Maranhão nos sítios preservados

em lagoas pouco profundas com numerosos vestígios de cerâmicas e esculturas. O autor

classifica esses sítios como vestígios da ligação entre o Nordeste e Amazônia e ressalta a

importância de estudos para compreensão desse processo.

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