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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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José Petrúcio de F. Junior, Ana Paula C. Castro, Dinorah F. Lopes, Maria Rosimeire de Sá

Quando não se constrói um planejamento pedagógico que subsidie a visita aos espaços

culturais, os impactos na aprendizagem, de fato, são pífios.

Ao contrário de uma postura passiva e receptiva diante dos bens culturais

musealizados, a educação patrimonial valoriza a construção de conhecimentos a partir da

interação com os objetos, o que requer a mobilização de conhecimentos prévios, das

circunstâncias históricas em que os objetos estão inscritos bem como das condições políticoculturais

de produção das fontes, isso demanda a presença de um profissional apto à

condução do processo de aprendizagem, tal como destaca Antônio Joaquim Severino:

O que se quer dizer é que conhecimento se dá como construção do objeto que

se conhece, ou seja, mediante nossa capacidade de reconstituição simbólica

dos dados de nossa experiência, aprendemos os nexos pelos quais os objetos

manifestam sentido para nós, sujeitos cognoscentes. Trata-se, pois, de

redimensionar o próprio processo cognoscitivo, até porque, em nossa tradição

cultural e filosófica, estamos condicionados a entender o conhecimento como

mera representação mental. O que se deve concluir é que o conceito é uma

representação mental, mas esta não é o ponto de partida do conhecimento, e

sim o ponto de chegada, o término de um complexo processo de constituição

e reconstituição do sentido do objeto que foi dado à nossa experiência externa

e interna (SEVERINO, 2007, p. 24-25).

Severino salienta que a produção de conhecimento não prescinde das percepções que

construímos a partir da vivência ou do contato com os objetos do mundo material. Atribuímos

sentido ao mundo, a nós mesmos e aos ‘outros’ a partir de nosso campo de experiências, o que

envolve o ambiente cultural, político e econômico que nos afeta. Somos seres simbólicos, isto

é, seres de perguntas e respostas, logo nossas experiências cotidianas e os discursos que

transitam no interior delas representam filtros por meio dos quais construímos conhecimentos.

Desse modo, o mediador cultural deve ser capaz de planejar situações de

aprendizagem em que os visitantes atuem como protagonistas de seu próprio processo de

aprendizagem, porquanto “a mediação não é apenas uma facilitação, mas uma atitude de

protagonismo, que pode e deve culminar em ações de preservação amparadas pelas políticas

públicas” (FILHO; NOGUEIRA, 2020, p. 12). Em outras palavras, a mediação em espaços

culturais torna-se uma “importante ação por permitir o avanço na abordagem comunicacional

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