História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias
Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.
José Petrúcio de F. Junior, Ana Paula C. Castro, Dinorah F. Lopes, Maria Rosimeire de Sápromoção da cidadania; III - o cumprimento da função social; IV - a valorizaçãoe preservação do patrimônio cultural e ambiental; V – a universalidade doacesso, o respeito e a valorização à diversidade cultural; VI - o intercâmbioinstitucional (BRASIL, 2009).Outro aspecto a ser pensado versa sobre a documentação de registro de tais espaçosculturais, cujas orientações se encontram arroladas no manual intitulado Subsídios para acriação de museus municipais, elaborado por iniciativa do Ministério da Cultura em parceriacom o Instituto de Museus e Centros Culturais, pelos professores: Mário de Souza Chagas eJosé do Nascimento Júnior, a saber:1. decreto, lei, portaria, ata ou outro diploma legal que registre a criação domuseu; 2. Documento que defina seu estatuto jurídico e sua naturezaadministrativa; 3. regimento interno, no qual serão estabelecidos: propósitos,objetivos, política institucional, papel e composição da diretoria, assim comoformas de manutenção; 4. organograma; 5. Plano Museológico (compreendidocomo ferramenta básica de planejamento estratégico, de sentido global eintegrador, indispensável para a identificação da missão da instituição museale para a definição, o ordenamento e a priorização dos objetivos e ações decada uma de suas áreas de funcionamento); 6. local de instalação do museu,seja ele virtual ou físico, permanente ou temporário, nômade ou enraizado noterritório, ou mesmo reunindo e combinando diferentes possibilidades; 7.plano de ocupação dos espaços (salas de exposição, reserva técnica, salasadministrativas, espaço de ação educativa e cultural, espaços de serviços,espaços de circulação, sala de segurança, outros espaços); e,8. quando for ocaso, identificação de percursos e roteiros no território de atuação do museu(CHAGAS; NASCIMENTO JUNIOR, 2009, p.14).O conhecimento e análise de tal documentação são imprescindíveis ao direcionamentodas propostas educacionais a serem construídas para estes espaços, uma vez que taisdocumentos oferecem diretrizes importantes sobre o papel e as especificidades dos museusfamiliares ou não. Trata-se, a nosso ver, do ponto de partida para a elaboração de projetos deintervenção. No tocante ao nosso projeto de extensão, a tese de Welbert Feitosa Pinheiro,intitulada Garimpeiro de memórias: práticas educativas de Ozildo Albano – Piauí (1952-1989),veicula e discute grande parte de tal documentação, logo representa uma importante imersãoaos propósitos sociais do museu Ozildo Albano.218
Uma experiência interinstitucional no âmbito do PIBEX: a UFPI e o museu ‘Ozildo Albano’No âmbito de nosso projeto de extensão, as primeiras incursões na literaturaespecializada ocorreram por meio da compreensão da noção da educação em museus, talcomo abordada pelo pesquisador Francisco Régis Lopes Ramos em ‘A danação do objeto: omuseu no ensino de história’, para quem “Museus são fontes de saber, abre as vias para afruição cognitiva, pois ele mesmo torna-se responsável pelo ato de responder à provocaçãocolocada” (2004, p. 27).Em seguida, para fundamentação teórico-metodológica das situações deaprendizagem e projetos de intervenção, utilizamos a perspectiva da chamada ‘educaçãohistórica’ apresentada pelas pesquisadoras: Helena Pinto (2012), Maria Auxiliadora Schmidt(2009), Márcia Elisa Teté Ramos (2012) e Isabel Barca (2012). Essa vertente de investigaçãoexplora a atitude investigativa do docente, o qual assume o perfil de ‘professor investigadorsocial’, porquanto se interessa pela forma como os estudantes constroem conceitos históricose desenvolve situações de aprendizagem que visam reelaborar e complexificar a forma comoeles atribuem sentido ao passado. A exploração e análise de ideias prévias dos alunos e doconsequente processo de conceptualização, em aula, situa-se num ambiente de aula construtivista,que, em Portugal, se convencionou designar “aula oficina” (BARCA, 2012). Nessesentido, Isabel Barca propõe:[...] ligar a teoria à prática, isto é, não apresentar apenas propostas prescritivasnão testadas em estudos empíricos, mas sim criar, implementar e analisarsituações de aprendizagem reais, em contextos concretos, e disseminarresultados que possam ser ajustados a outros ambientes educativos [...] ousaseafirmar que os objetivos do ensino da História podem e devem constituiruma ponte gradual, e não um fosso, entre o que os alunos aprendem e o queos historiadores e filósofos da História pensam e produzem. Só assim aeducação histórica estará apta a responder às exigências do pensamentocientífico numa perspectiva de desenvolvimento humano sustentado. A atitudeinvestigativa, portanto, tem de estar solidamente ancorada numa reflexãoepistemológica sobre o conhecimento histórico e social (BARCA, 2012, p. 37-38).Ademais, a concepção de educação histórica, idealizada por Barca, foi levada emconsideração, neste projeto, tanto para a as reflexões ligadas à atividade mediadora a ser219
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Uma experiência interinstitucional no âmbito do PIBEX: a UFPI e o museu ‘Ozildo Albano’
No âmbito de nosso projeto de extensão, as primeiras incursões na literatura
especializada ocorreram por meio da compreensão da noção da educação em museus, tal
como abordada pelo pesquisador Francisco Régis Lopes Ramos em ‘A danação do objeto: o
museu no ensino de história’, para quem “Museus são fontes de saber, abre as vias para a
fruição cognitiva, pois ele mesmo torna-se responsável pelo ato de responder à provocação
colocada” (2004, p. 27).
Em seguida, para fundamentação teórico-metodológica das situações de
aprendizagem e projetos de intervenção, utilizamos a perspectiva da chamada ‘educação
histórica’ apresentada pelas pesquisadoras: Helena Pinto (2012), Maria Auxiliadora Schmidt
(2009), Márcia Elisa Teté Ramos (2012) e Isabel Barca (2012). Essa vertente de investigação
explora a atitude investigativa do docente, o qual assume o perfil de ‘professor investigador
social’, porquanto se interessa pela forma como os estudantes constroem conceitos históricos
e desenvolve situações de aprendizagem que visam reelaborar e complexificar a forma como
eles atribuem sentido ao passado. A exploração e análise de ideias prévias dos alunos e do
consequente processo de conceptualização, em aula, situa-se num ambiente de aula construtivista,
que, em Portugal, se convencionou designar “aula oficina” (BARCA, 2012). Nesse
sentido, Isabel Barca propõe:
[...] ligar a teoria à prática, isto é, não apresentar apenas propostas prescritivas
não testadas em estudos empíricos, mas sim criar, implementar e analisar
situações de aprendizagem reais, em contextos concretos, e disseminar
resultados que possam ser ajustados a outros ambientes educativos [...] ousase
afirmar que os objetivos do ensino da História podem e devem constituir
uma ponte gradual, e não um fosso, entre o que os alunos aprendem e o que
os historiadores e filósofos da História pensam e produzem. Só assim a
educação histórica estará apta a responder às exigências do pensamento
científico numa perspectiva de desenvolvimento humano sustentado. A atitude
investigativa, portanto, tem de estar solidamente ancorada numa reflexão
epistemológica sobre o conhecimento histórico e social (BARCA, 2012, p. 37-
38).
Ademais, a concepção de educação histórica, idealizada por Barca, foi levada em
consideração, neste projeto, tanto para a as reflexões ligadas à atividade mediadora a ser
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