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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Uma experiência interinstitucional no âmbito do PIBEX: a UFPI e o museu ‘Ozildo Albano’

valores e critérios éticos, definir conveniências múltiplas e seus efeitos, reconhecer

erros e insuficiências, propor e repropor direções. Pode haver educação que não

tenha como eixo a formação crítica? Estou seguro que não. A capacidade crítica é,

precisamente, a capacidade de separar, distinguir, circunscrever, levantar diferenças

e avalia-las, situar e articular os inúmeros fenômenos que se entrelaçam na

complexidade da vida de todos os dias e nas transformações mais profundas de

tempo rápido ou lento. É com a formação crítica que os museus deveriam se

comprometer a trabalhar [...] (MENESES, 2000, p. 94-95).

Logo, a contribuição dos museus para o Ensino de História ganha relevância quando

este espaço é visto como um ambiente relacional, porquanto os artefatos dialogam com os

sujeitos e seus conhecimentos prévios, mas não só isso: as exposições museais constroem

um passado possível e inteligível a diferentes audiências e tendem a ampliar suas

perspectivas sobre o passado ao entender como as sociedades forjaram seus modos de agir,

pensar e existir.

Para Matos (2014), o museu é capaz de produzir saberes, ou seja, essa instituição

instiga o educando a exercer um papel ativo na construção de representações sobre o

passado, indispensáveis à compreensão do presente, já que nos permite indagar sobre as

demandas sociais que estiveram por trás da materialidade da vida social em diferentes

épocas. A pesquisadora entende que tal ‘esforço reflexivo’ é o que possibilita a concepção do

museu como espaço educativo:

[...] com o intuito de tornar a narrativa das exposições museológicas mais

compreensível e receptiva para o visitante, os museus constituem seu próprio

Núcleo de Educação, que faz o papel de mediador entre o público e as

exposições, com o objetivo final de cumprir sua proposta museológica. Tendo

em vista existir, por detrás das obras, uma narrativa construída a partir de

conceitos, teorias, valores e pressupostos, é necessário um esforço reflexivo

para que seja estabelecido não apenas o diálogo com o visitante, e sim,

principalmente, a compreensão da concepção do museu por meio dos objetos.

E a ação educativa cumpre este papel de decodificação da exposição (MATOS,

2014, p. 94-5).

Ao entrar em um museu, o público se torna efetivamente sujeito da elaboração de uma

narrativa histórica, na qual estão impressas suas vivências, crenças, condições e limitações

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