História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias
Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.
Adriana Zierer, Natasha Nickolly A. Sampaio Mateus, Reinilda de Oliveira Santosrepresentados considerando-se apenas uma de suas dimensões: a de guardar objetosantigos”. As expressões do dia a dia, como “‘Isso é uma peça de museu’ ou ‘Aqui estáparecendo um museu: cheio de coisa velhas’, apontam para o entendimento de que ainstituição é um espaço ‘embolorado’, em que se guardam objetos ‘inúteis’”, os quais foram“retirados de circulação e substituídos por peças novas e mais eficientes em relação aoaspecto tecnológico”. Assim, o ensino de História baseado no que “uma instituiçãomuseológica oferece à sociedade começa com o reconhecimento dessas representaçõesacerca dos museus, da memória e da História”. Portanto, deve-se reconhecer, “questionar ereconstruir significados e representações do senso comum são procedimentos pedagógicoscoerentes com os objetivos e princípios há muito debatidos no âmbito da teoria dametodologia do ensino de História”.Na perspectiva apontada por Franco (1990, p. 18), o museu “é um produto de umarealidade, que procurará acima de tudo evidenciar toda sua problemática, quem sabe assim,contribuindo para soluções de seus problemas imediatos”. E para que “possamos modificara concepção atual de museu, precisamos ter como ponto de partida as necessidades de nossasociedade, pois o museu só tem razão de existir se estiver a serviço de uma comunidade”(FRANCO, 2005, p. 132).Desse modo, sabe-se da grande necessidade de materiais informacionais acerca dahistória e cultura africana e afro-brasileira diante da exigência colocada pela Lei 10.639/2003,que pela primeira vez na história do país tornava obrigatório o enfrentamento escolar daquestão das relações étnico-raciais em todas as suas implicações curriculares e cotidianas.Assim, o Museu Afrodigital do Maranhão oferece importante contribuição, na medida em quepossui artefatos de grande potencial para serem utilizados pelos professores da educaçãobásica. Por meio das galerias de fotografias e vídeos desse museu, os estudantes podemapreciar temas oferecidos nos conteúdos de disciplinas, bem como questionar práticassociais presentes no cotidiano do ambiente escolar, marcado muitas vezes por exclusão epreconceitos. Dentro desta perspectiva, a utilização do MAD/MA como instrumentopedagógico visa, entre outros aspectos, ampliar as funções sociais desse museu.196
O Museu Afrodigital do Maranhão como recurso didático no processo de ensino...Os museus, através de suas diversas funções sociais, devem acompanhar asconstantes transformações vividas pela sociedade, assentando-se nessas próprias mudançaspara deter um papel socialmente ativo na vida moderna. Neste sentido, o MAD/MA criou, noano de 2017, o projeto intitulado Museu Afrodigital da UFMA como instrumentometodológico: uma experiência em escolas públicas de ensino médio do Maranhão,financiado pela Fundação de Amparo e Pesquisa do Estado do Maranhão-FAPEMA. Esteprojeto teve como objetivo desenvolver e ampliar a atuação do museu, levando seu acervo aalgumas escolas públicas de ensino médio do estado. Almejando, com isso, valorizar a culturaafro-brasileira, problematizar questões étnico-raciais, como combate ao racismo, pluralidadecultural, cultura popular, culturas e religiosidades afro-brasileiras, identidade cultural eoutros.O projeto partiu do pressuposto de que há uma necessidade de ampliar a atuação doMAD/MA como instrumento metodológico para combater o racismo e problematizar questõesétnico-raciais e culturais nas escolas, com o apoio da linguagem digital, além de fortalecer,ampliar e divulgar seu acervo, inserindo-o em atividades do ambiente escolar. As atividadesdo MAD/MA indicam que a associação entre tecnologia e construção de memória coletiva,são importantes instrumentos de formação da identidade, cidadania e combate ao racismo.As ações do projeto foram materializadas por pesquisadores, professores e estudantesvinculados ao museu com a utilização de recursos teóricos e metodológicos; no campoteórico foi realizado revisão bibliográfica com autores das áreas de educação, de museologia,da história e das ciências sociais, que discutem instrumentos metodológicos para trabalhartemas transversais em sala de aula. O MAD/MA se constituiu a partir da perspectiva de que atecnologia é um importante instrumento de linguagem, como tal possibilita novasmodalidades textuais, tornando-se importante aliado no combate ao racismo, a preservaçãoda memória e de identidade nacional afro. Para evidenciar essa potencial função social, oprojeto utilizou o acervo como instrumento metodológico nas salas de aulas.O projeto foi pensando para ser implantado em dez (10) escolas e dividido em etapas,o primeiro momento seria uma visita a cada uma das escolas escolhidas, e o segundo seria197
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Os museus, através de suas diversas funções sociais, devem acompanhar as
constantes transformações vividas pela sociedade, assentando-se nessas próprias mudanças
para deter um papel socialmente ativo na vida moderna. Neste sentido, o MAD/MA criou, no
ano de 2017, o projeto intitulado Museu Afrodigital da UFMA como instrumento
metodológico: uma experiência em escolas públicas de ensino médio do Maranhão,
financiado pela Fundação de Amparo e Pesquisa do Estado do Maranhão-FAPEMA. Este
projeto teve como objetivo desenvolver e ampliar a atuação do museu, levando seu acervo a
algumas escolas públicas de ensino médio do estado. Almejando, com isso, valorizar a cultura
afro-brasileira, problematizar questões étnico-raciais, como combate ao racismo, pluralidade
cultural, cultura popular, culturas e religiosidades afro-brasileiras, identidade cultural e
outros.
O projeto partiu do pressuposto de que há uma necessidade de ampliar a atuação do
MAD/MA como instrumento metodológico para combater o racismo e problematizar questões
étnico-raciais e culturais nas escolas, com o apoio da linguagem digital, além de fortalecer,
ampliar e divulgar seu acervo, inserindo-o em atividades do ambiente escolar. As atividades
do MAD/MA indicam que a associação entre tecnologia e construção de memória coletiva,
são importantes instrumentos de formação da identidade, cidadania e combate ao racismo.
As ações do projeto foram materializadas por pesquisadores, professores e estudantes
vinculados ao museu com a utilização de recursos teóricos e metodológicos; no campo
teórico foi realizado revisão bibliográfica com autores das áreas de educação, de museologia,
da história e das ciências sociais, que discutem instrumentos metodológicos para trabalhar
temas transversais em sala de aula. O MAD/MA se constituiu a partir da perspectiva de que a
tecnologia é um importante instrumento de linguagem, como tal possibilita novas
modalidades textuais, tornando-se importante aliado no combate ao racismo, a preservação
da memória e de identidade nacional afro. Para evidenciar essa potencial função social, o
projeto utilizou o acervo como instrumento metodológico nas salas de aulas.
O projeto foi pensando para ser implantado em dez (10) escolas e dividido em etapas,
o primeiro momento seria uma visita a cada uma das escolas escolhidas, e o segundo seria
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