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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Decolonialismo e feminismo a partir da musealização da Dama de Cao

Com relação a concepção expográfica presente no Museo Cao, ele aborda uma

narrativa da história da ocupação Mochica e seus contextos culturais. Este é dividido em sete

salas, sendo a última onde se encontra o corpo mumificado da Dama de Cao com seus

respectivos tesouros fúnebres. Considerado o ponto ápice da exposição, em que o visitante

entra em contato direto com os restos mortais da Dama de Cao. Conforme Silva e Melo (2020),

o museu também conta em sua estrutura com diversos laboratórios de pesquisa, conservação,

auditório e escritórios administrativos, auxiliando nas pesquisas envolvidas na região.

Outrossim, há de se destacar que a sua implementação trouxe uma mudança grande

no fluxo de turismo local, o que propiciou o “desenvolvimento” cultural, turístico e

econômico do povoado de Magdalena de Cao em seu entorno, cerca de 4km de distância.

Claro que se deve lembrar que todos estes processos de aumento de fluxos turísticos acabam

por gerar impactos negativos, logo não se quer aqui fazer uma leitura desenvolvimentista

sem constar que existem críticas a este processo.

O que se quer apontar em especifico é que existiram ações diversas para com este

povoado, que após o advento da Dama de Cao foi moldado para proporcionar uma “[...]

melhor experiência turística [...]”. De fato, foram realizadas diversas representações

arqueológicas da cultura Mochica, além de capacitações de guias locais, de qualificação

hoteleira, comercial e artesanal, como a valorização de uma bebida local chamada, segundo

Jordán (2017), de “añejo de Cao” ou “chicha de año”.

Neste processo de remodelação ou adequação cultural do povoado de Magdalena de

Cao, há de se destacar alguns pontos que se consolidaram em uma perspectiva de

monumentalização para com a valorização patrimonial e a simbologias Mochicas e da Dama

de Cao, tais como: a implementação de uma Casa da Cultura, as composições artísticas na

Praça de Armas, com a escultura da Dama de Cao, diversas placas indicativas/instrutivas e

uma série de retratos ampliados de anciãs (Boulevard das Novas Damas de Cao), dispostos

no muro de uma escola primária (Figuras 3 e 4).

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