História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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10.08.2021 Views

Diogo Jorge de Melo, Renata Croner Giquel da Silvaum planejamento de desenvolvimento de estruturas para a recepção do turismo nacional einternacional, abrigando e conservando os vestígios arqueológicos ali encontrados.Neste processo, também foi proposta a adequação do complexo arqueológico de ElBrujo ao projeto da Rota Moche 4 . Composta de um plano de ações que articularam entidadespúblicas e privadas, no âmbito patrimonial/museal, turístico e econômico em um sentido dereafirmação das identidades locais. Sabe-se que a abertura do Complexo Arqueológico de ElBrujo ao turismo se deu no dia 12 de maio de 2006. Este é considerado o momento da plenaefetivação de processo de patrimonialização e musealização, que se iniciou na década de 1990e que possibilitou a estruturação do Museo Cao, aberto ao público em abril de 2009. Umprojeto da arquiteta Claudia Ucelli, que buscou dialogar com a paisagem local, tentando nãoobstruir a vista, paisagem, da Huaca Cao Viejo (Figura 2).Figura 2 - Museo Cao e Huaca Cao Viejo ao fundo, projeto arquitetônico de Claudia UcelliFonte: https://es.wikipedia.org/wiki/Museo_Cao. S.d.4Circuito turístico também denominado de a “nova Machu-Pichu” e que engloba as cercanias dascidades de Trujillo e Chiclayo e seus sítios e achados arqueológicos, que ganharam destaque a partirda década de 1990, principalmente os da cultura Mochica.174

Decolonialismo e feminismo a partir da musealização da Dama de CaoCom relação a concepção expográfica presente no Museo Cao, ele aborda umanarrativa da história da ocupação Mochica e seus contextos culturais. Este é dividido em setesalas, sendo a última onde se encontra o corpo mumificado da Dama de Cao com seusrespectivos tesouros fúnebres. Considerado o ponto ápice da exposição, em que o visitanteentra em contato direto com os restos mortais da Dama de Cao. Conforme Silva e Melo (2020),o museu também conta em sua estrutura com diversos laboratórios de pesquisa, conservação,auditório e escritórios administrativos, auxiliando nas pesquisas envolvidas na região.Outrossim, há de se destacar que a sua implementação trouxe uma mudança grandeno fluxo de turismo local, o que propiciou o “desenvolvimento” cultural, turístico eeconômico do povoado de Magdalena de Cao em seu entorno, cerca de 4km de distância.Claro que se deve lembrar que todos estes processos de aumento de fluxos turísticos acabampor gerar impactos negativos, logo não se quer aqui fazer uma leitura desenvolvimentistasem constar que existem críticas a este processo.O que se quer apontar em especifico é que existiram ações diversas para com estepovoado, que após o advento da Dama de Cao foi moldado para proporcionar uma “[...]melhor experiência turística [...]”. De fato, foram realizadas diversas representaçõesarqueológicas da cultura Mochica, além de capacitações de guias locais, de qualificaçãohoteleira, comercial e artesanal, como a valorização de uma bebida local chamada, segundoJordán (2017), de “añejo de Cao” ou “chicha de año”.Neste processo de remodelação ou adequação cultural do povoado de Magdalena deCao, há de se destacar alguns pontos que se consolidaram em uma perspectiva demonumentalização para com a valorização patrimonial e a simbologias Mochicas e da Damade Cao, tais como: a implementação de uma Casa da Cultura, as composições artísticas naPraça de Armas, com a escultura da Dama de Cao, diversas placas indicativas/instrutivas euma série de retratos ampliados de anciãs (Boulevard das Novas Damas de Cao), dispostosno muro de uma escola primária (Figuras 3 e 4).175

Diogo Jorge de Melo, Renata Croner Giquel da Silva

um planejamento de desenvolvimento de estruturas para a recepção do turismo nacional e

internacional, abrigando e conservando os vestígios arqueológicos ali encontrados.

Neste processo, também foi proposta a adequação do complexo arqueológico de El

Brujo ao projeto da Rota Moche 4 . Composta de um plano de ações que articularam entidades

públicas e privadas, no âmbito patrimonial/museal, turístico e econômico em um sentido de

reafirmação das identidades locais. Sabe-se que a abertura do Complexo Arqueológico de El

Brujo ao turismo se deu no dia 12 de maio de 2006. Este é considerado o momento da plena

efetivação de processo de patrimonialização e musealização, que se iniciou na década de 1990

e que possibilitou a estruturação do Museo Cao, aberto ao público em abril de 2009. Um

projeto da arquiteta Claudia Ucelli, que buscou dialogar com a paisagem local, tentando não

obstruir a vista, paisagem, da Huaca Cao Viejo (Figura 2).

Figura 2 - Museo Cao e Huaca Cao Viejo ao fundo, projeto arquitetônico de Claudia Ucelli

Fonte: https://es.wikipedia.org/wiki/Museo_Cao. S.d.

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Circuito turístico também denominado de a “nova Machu-Pichu” e que engloba as cercanias das

cidades de Trujillo e Chiclayo e seus sítios e achados arqueológicos, que ganharam destaque a partir

da década de 1990, principalmente os da cultura Mochica.

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