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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Diogo Jorge de Melo, Renata Croner Giquel da Silva

estruturações de pensamentos decoloniais e das questões de gênero, principalmente na

Museologia.

Assim, há de se ter em foco que se vive em uma sociedade construída a partir de bases

machistas, patriarcais e raciais, que se estruturaram, por exemplo, a partir do crivo de

dominações étnico-raciais e de gênero, como das mulheres. Processo que cerceou

comportamentos e construiu corpos dominados, impondo-os diversos pesares sociais, que

os estudos feministas e de gênero apontam historicamente. Conforme, Costa, Schimdt (2004;

Friedan (1983) e Gonçalves (2006) e nestes termos, têm-se a violência doméstica, a cultura do

estrupo, a má remuneração trabalhista, a destinação à uma vida doméstica, uma dupla

jornada de trabalho, dentre muitos outros aspectos.

Entende-se que a colonialidade (QUIJANO, 2002; 2005) vem formando “corpos dóceis”

femininos, como diria Michel Foucault (2014) e que as mulheres neste contexto histórico de

dominação foram e ainda se encontram fadadas a não ocuparem lugares de poder e prestígio.

Uma realidade que vem se transformando positivamente ao longo das últimas décadas. A

exemplificar este processo que Melo e Adriano (2019) demonstraram a dificuldade das

mulheres se manterem em espaços de poderes, demonstrando diversas conotações sexistas

e preconceituosas, em um sentido de desmerecimento, sofrido por elas, quando conseguem

alcançar espaço de poder e prestígio como a presidência de um país.

Nesse sentido, acredita-se que a descoberta arqueológica da Dama de Cao é capaz de

se opor simbolicamente a esta dominação, o que mostra que existiram outras possibilidades

de realidades do ser mulher ao longo da história da humanidade. A Dama de Cao é um

exemplo tácito desta ocorrência na América Latina pré-colonial evidenciando que uma mulher

ocupou um lugar de poder e prestígio social, político e religioso. Como se depreende de Silva

e Melo (2020; 2019), esse achado pode ser entendido como a descoberta de um grande legado

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