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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Tadeu Lopes Machado

imaterial – as pinturas, cantos e mitos” (VIDAL, 2005, p. 4). A relação que os povos indígenas

da região têm com essa instituição é muito valorosa, uma vez que é uma das referências para

o resguardo e valorização de seu patrimônio cultural. Portanto, o Museu Kuahi é uma

instituição necessária para os povos indígenas de Oiapoque, porque “dá visibilidade e

dignidade à cultura indígena” (VIDAL, 2005, p. 1-2).

Em que pese toda precariedade e desvalorização com que vem sendo mantido nos

últimos anos por parte dos poderes públicos, o Museu Kuahi continua sendo um espaço

reivindicado pelos povos indígenas do Oiapoque. Tais povos percebem que ele é um espaço

em que os moradores da região, indígenas e não indígenas, e/ou transeuntes da faixa de

fronteira Brasil-Guiana Francesa possuem acesso à história, memória e cotidiano cultural dos

quatro povos indígenas que habitam a região de Oiapoque. Reconhecemos a importância

dessa instituição e nos juntamos aos indígenas para reivindicar sua manutenção,

permanência e fortalecimento.

Contudo, apontamos nesse artigo que não é necessário termos museus apenas na

cidade. É importante levá-los para as aldeias, democratizar o acesso e permitir que essas

instituições sejam pensadas também pelos indígenas. Em se tratando especificamente do

povo Palikur, o qual nos reportamos aqui nesse texto, percebemos que a atual situação

escolar na aldeia Kumenê necessita de atenção especial das políticas públicas. Quando

chegam, os investimentos são irrisórios e insuficientes para as demandas existentes no

cotidiano escolar. Isso indica que o fomento do debate de inclusão de educação museal nesse

espaço deve estar aliado à luta e reivindicação de melhorias no campo da educação escolar

indígena da aldeia Kumenê.

Apontamos que pelo menos três elementos devem estar no início da lista das

melhorias necessárias. Primeiro, repensar e readequar o currículo escolar indígena, se

desfazendo das estruturas organizadas a partir da realidade não indígena; Em segundo lugar

apontamos como necessário o estímulo para formação contínua dos professores que

compõem o quadro docente indígena. E, para isso, é importante garantir que esses

profissionais sejam remunerados de forma digna e tenham estabilidade no serviço; Por

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