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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Tadeu Lopes Machado

A Educação Museal coloca em perspectiva a ciência, a memória e o patrimônio

cultural enquanto produtos da humanidade, ao mesmo tempo em que

contribui para que os sujeitos, em relação, produzam novos conhecimentos e

práticas mediatizados pelos objetos, saberes e fazeres. Possui também

estrutura e organização próprias, que podem relacionar-se com outras

realidades que não a específica dos museus, de acordo com os objetivos

traçados no seu planejamento. São ações fundamentalmente baseadas no

diálogo. Isso inclui o reconhecimento do patrimônio musealizado, sua

apropriação e a reflexão sobre sua história, sua composição e sua legitimidade

diante dos diversos grupos culturais que compõem a sociedade. Neste

contexto, a Educação Museal é uma peça no complexo funcionamento da

educação geral dos indivíduos na sociedade (COSTA et al., 2018. p. 74. Grifo

Nosso).

Desse modo, a educação museal pode ser pensada como uma oportunidade de

ampliar e melhorar a educação escolar na aldeia, tendo em vista seu potencial histórico,

crítico, dialógico e valorativo. Para isso, são necessários esforços na construção de outras

perspectivas nos rumos da educação indígena. Perspectivas que garantam o seu

aprimoramento e se consolidem como um bem para os povos indígenas.

O primeiro movimento que entendemos necessário para o estabelecimento de uma

educação museal na escola indígena do Kumenê é a reorganização de sua plataforma

curricular. O que existe atualmente é uma proposta engessada, advinda da Secretaria de

Educação, que garante os conteúdos mínimos de aprendizagem para cada ano ou período

letivo. Como já frisamos linhas atrás, é uma grade pautada principalmente pela realidade da

escola não indígena, com a mesma carga horária e com os mesmos princípios pedagógicos.

Em que pese haver duas disciplinas denominadas “Língua Materna” e “Cultura

Indígena”, ofertadas para alunos a partir do 6º ano do Ensino Fundamental, com carga horária

irrisória no calendário escolar, as demais disciplinas não ofertam muita conexão com o

mundo indígena. Principalmente porque são ofertadas por professores não indígenas, que

muitas vezes podem não ter a compreensão profunda da realidade dos povos indígenas de

Oiapoque. Contudo, voltamos a defender que os indígenas do Kumenê reivindicam em sua

escola um sistema de aprendizagem que também garanta o ensino com qualidade do mundo

dos brancos.

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