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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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O museu vai à aldeia: desafios e possibilidades de educação museal na escola indígena

O currículo escolar trabalhado é praticamente o mesmo das escolas não indígenas.

Uma leve mudança é introduzida com a disciplina “Cultura e língua indígena”, que busca

explorar os aspectos culturais e linguísticos próprios dos indígenas Palikur. Tirando isso, as

disciplinas e as formas de trabalho em sala de aula são exatamente os mesmos da escola

não-indígena. Segundo a percepção dos professores, da gestão da escola e da comunidade,

os investimentos destinados para a educação escolar indígena são insuficientes. Há a

necessidade de reformas e adaptações nos prédios da escola, bem como de aquisição de

material bibliográfico, material didático, aquisição de equipamentos tecnológicos, energia

elétrica de qualidade, melhor sinal de internet.

Acrescente-se que não há incentivo, por parte da Secretaria Estadual de Educação,

para a formação contínua de professores e gestores da escola. Enfim, existe um acúmulo de

serviços que necessitam ser melhorados, mas os investimentos nunca chegam. Portanto, a

escola indígena do Kumenê tem desafios concretos para serem enfrentados. Esses desafios

dificultam qualquer construção de um projeto de educação que proponha outras

metodologias de aprendizagens. Ainda, as dificuldades citadas impedem a efetivação de

outros currículos pensados para garantir a aproximação com o meio científico e tecnológico

do mundo ocidental de forma eficiente e com qualidade.

À vista disso, primeiramente, deve-se ter consciência de que a educação escolar

indígena na aldeia Kumenê carece de considerável atenção para a solução das dificuldades

impostas pela falta de investimentos. Soma-se a isso, a necessidade de superação da

burocratização excessiva. Conforme sinaliza a pesquisa de campo na aldeia, essa

burocratização não garante uma maior autonomia para construção de uma educação pautada

na interculturalidade e na proposta de outros programas curriculares consonantes com uma

educação mais holística e universal.

De todo modo, aqui pretendemos apontar algumas possibilidades que podem agregar

à educação escolar na aldeia Kumenê outros olhares e outras contribuições para a

aproximação com a educação museal. Segundo sua definição conceitual:

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