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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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O museu vai à aldeia: desafios e possibilidades de educação museal na escola indígena

superação de ausências, como a dos conhecimentos museais. Tecemos uma perspectiva de

educação escolar indígena crítica, que, além de dialogar com a construção de uma escola pautada

na qualidade do ensino, na necessidade de infraestrutura adequada, na qualificação de

professores, também se estrutura por um perfil pedagógico intercultural de fato. Um perfil

estruturado em uma educação que dê suporte para seus sujeitos acessarem outros

conhecimentos, que seja importante para sua vida e que esteja pautada nas suas reivindicações

enquanto cidadãos de direito.

Contudo, em contexto intercultural indígena, é importante também considerar que a

educação escolar requer um aprimoramento constante para a valorização dos seus

patrimônios culturais. Isso significa entender que o projeto de escola na aldeia deve estar

sempre comprometido em atender a necessidade de considerar a cultura indígena como um

bem. Nessa perspectiva, há de se pensar a cultura indígena como uma referência para a

prática pedagógica e como um compromisso político com o passado, o presente e o futuro

dos povos indígenas.

Considerando que muito do que foi preservado como memória histórica de nossos

povos foi pensado e/ou ressignificado pelos grupos dominantes, os quais, em muitos casos

criavam estratégias para que a história das populações subalternizadas fosse apagada da

memória social brasileira (SOUZA; ARAÚJO; CARNEIRO, 2013), entendemos, uma vez mais,

ser urgente e necessário a apropriação da educação museal como ferramenta do

conhecimento histórico, por parte da escola indígena.

Educação escolar indígena intercultural: os saberes que se entrecruzam

A educação escolar indígena é um dos elementos que se consolidou no cotidiano da

maioria dos povos indígenas do Brasil como fruto de suas reivindicações. Nesses termos, o

Movimento Indígena surgido a partir da década de 1970 garantiu a organização da luta tendo

como um dos eixos centrais a pauta da educação escolar, com garantia de uma educação

específica, diferenciada e de qualidade. Tal reivindicação se garantiu como direito a partir da

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