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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Tadeu Lopes Machado

É a partir desse entendimento que projetamos essa reflexão sobre a educação escolar

indígena em sua interlocução dos espaços de construção de saberes dentro da aldeia e dos

demais ambientes em que ela está interligada. Estamos, portanto, problematizando os limites

e as possibilidades da educação escolar garantir um envolvimento com a educação museal.

Defendemos que, nos espaços onde não há possibilidade e oportunidade dos sujeitos

visitarem museus para aprimorarem conhecimentos globais e sua imaginação a partir do

contato com obras de arte e outros objetos musealizados, a escola pode se constituir em local

adequado para inserir em seu currículo a educação museal.

Entretanto, entendemos que para isso acontecer é necessário que a escola tenha

condições teóricas e objetivas de garantir tal intenção. Propomos nesse texto um olhar para

a educação museal, a partir de uma perspectiva de que esses espaços devem ser

democratizados. Contudo, em alguns contextos há necessidade de proposição de outras

alternativas para que esse tipo de educação chegue aos indivíduos.

Esse é o caso do contexto indígena que refletiremos nesse estudo, onde a educação

museal não se faz presente como instituição, e a escola pode ser o caminho para que os

sujeitos que dela participam possam aproximar-se dos saberes musealizados. Ao considerarse

que os indígenas reivindicam acesso aos conhecimentos das culturas não-indígenas, o

museu é um dos ambientes que concretamente possibilita adentrar nesses conhecimentos.

Buscamos aprofundar o olhar reflexivo a partir da realidade da Escola Indígena Estadual

Moisés Iaparrá, localizada na aldeia Kumenê, do povo Palikur, município de Oiapoque,

extremo norte do estado do Amapá-Brasil.

Compreendemos que, nesse local, a escola exerce um papel fundamental na estrutura

social da comunidade, e se caracteriza como uma “porta de entrada e saída”, um “espaço de

fronteira” (TASSINARI, 2001). Assim, a escola propicia um relacionamento diferenciado com

os saberes indígenas e não indígenas, acolhendo “novidades ocidentais” e reelaborando o

olhar para seus próprios saberes.

Desse modo, é importante destacar que tipo de educação os indígenas Palikur reivindicam

para sua escola na aldeia e como essa educação escolar pode se constituir na busca por

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