História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias
Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.
José Maria da SilvaPor outro lado, o museu tem organizado eventos de maneira a atrair esse públicoescolar, bem como as famílias em programações nos feriados e finais de semana. Sãoeventos como: semana dos museus, semana da criança, aniversário do Museu Sacaca,carnaval, comemoração da exposição a céu aberto, aniversário da cidade de Macapá, entreoutros. Em 2018 foi realizado um evento denominado “Domingo no Museu”, cujaprogramação era constituída de apresentações de teatro, brincadeiras infantis, contação deestórias, passeio no bosque do açaí e comercialização de iguarias. 6 Além disso, exibições defilmes também fazem parte das programações nos finais de semana. Em outras palavras, omuseu alia lazer com atividades educativas para interagir com os públicos visitantes.Os depoimentos abaixo ilustram como as pessoas locais falam sobre o museu:Um excelente local para a família conhecer a cultura amazônica amapaense.No museu, o visitante poderá andar de barco, ver a casa do ribeirinho, a casado castanheiro, as casas de diferentes etnias indígenas, a habitação da farinhade mandioca e diversas plantas medicinais.Passeio com muita natureza, restaurante com comida gostosa, ambiente deinterior, passarinhos cantando e tudo no centro da cidade. Local perfeito paraapresentar a vida interiorana às crianças, leva-las para brincar, ver peixes etartarugas, e ainda pode dar uma volta de barco. Passeio perfeito para fazercom a família toda. Levei o carrinho da minha bebê de 4 meses e não tiveproblemas com acesso.Os depoimentos têm valor importante para uma abordagem etnográfica sobre comoo público se posiciona em relação ao conteúdo que é ofertado pela instituição. Considerandoque são livres, posto que são feitos em um site na internet, 7 indica a espontaneidade dosindivíduos em expressar o que sentem, suas satisfações ou não com as visitas realizadas.6Informação disponível em: http://www.museusacaca.ap.gov.br/noticia/1304/museu-sacaca-lancaprogramacao-ldquo-domingo-no-museu-rdquo-.Acesso em: 3 jul. 2020.7Os depoimentos estão disponíveis em: https://www.tripadvisor.com.br/ ShowUserReviews-g1015728-d4427308-r751932992-Centro_de_Pesquisas_Museologicas_Sacaca_Museum-Macapa_State_of_Amapa.html#REVIEWS. Acesso em: 14 maio 2020.144
Museu Sacaca: a experiência de um museu na AmazôniaConsiderações finaisA exposição a céu aberto e o trabalho executado nas ações do Museu Sacaca sãoimportantes elementos para se pensar a questão da museologia no estado e na região, combase nos aspectos naturais e culturais. Pode-se pensar tanto nas ações museológicas, mastambém como essas mesmas incidem – replicam, reforçam, ampliam e fortalecem – asquestões sobre identidades na região, tanto mais abrangente (regional, amazônica) quantolocal (amapaense).Se por um lado existe, como afirmei antes, uma identidade que se sobrepõe – calcadana natureza e na cultura sobretudo das populações indígenas e caboclas –, há que se registrarque paralelo ao que é dominante, variadas formas sociais, culturais e de identidades vãosendo aglutinadas e renovando a variável dominante que muitas vezes se apresenta com opeso do exotismo, especialmente na perspectiva de turistas que veem a Amazônia como umagrande selva coberta de animais e povos primitivos ou selvagens – este é um olhar que aindasubsiste.O Museu Sacaca conecta às representações padronizadas sobre as populaçõestradicionais, valores locais, como as tradições negras do estado. Importante acrescentar queRaimundo Santos (Sacaca) era negro e que o Marabaixo – com monumento na área deexposição – é uma manifestação cultural das populações negras do Amapá. A bem daverdade, o Marabaixo tornou-se nos últimos anos na principal manifestação de identidade dopovo amapaense.Algumas discussões têm sido levadas a cabo por especialistas em museologia acercade museologias próprias da Amazônia (MELO; CARVALHO; MONÇÃO, 2015). Certamente, nãose pode reduzir as experiências de museologias na região a um único formato, assim como épreciso subverter o exotismo da natureza gigante e selvagem. O trabalho educativo érelevante para extrapolar informações e imagens estereotipadas sobre as populaçõestradicionais.145
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Museu Sacaca: a experiência de um museu na Amazônia
Considerações finais
A exposição a céu aberto e o trabalho executado nas ações do Museu Sacaca são
importantes elementos para se pensar a questão da museologia no estado e na região, com
base nos aspectos naturais e culturais. Pode-se pensar tanto nas ações museológicas, mas
também como essas mesmas incidem – replicam, reforçam, ampliam e fortalecem – as
questões sobre identidades na região, tanto mais abrangente (regional, amazônica) quanto
local (amapaense).
Se por um lado existe, como afirmei antes, uma identidade que se sobrepõe – calcada
na natureza e na cultura sobretudo das populações indígenas e caboclas –, há que se registrar
que paralelo ao que é dominante, variadas formas sociais, culturais e de identidades vão
sendo aglutinadas e renovando a variável dominante que muitas vezes se apresenta com o
peso do exotismo, especialmente na perspectiva de turistas que veem a Amazônia como uma
grande selva coberta de animais e povos primitivos ou selvagens – este é um olhar que ainda
subsiste.
O Museu Sacaca conecta às representações padronizadas sobre as populações
tradicionais, valores locais, como as tradições negras do estado. Importante acrescentar que
Raimundo Santos (Sacaca) era negro e que o Marabaixo – com monumento na área de
exposição – é uma manifestação cultural das populações negras do Amapá. A bem da
verdade, o Marabaixo tornou-se nos últimos anos na principal manifestação de identidade do
povo amapaense.
Algumas discussões têm sido levadas a cabo por especialistas em museologia acerca
de museologias próprias da Amazônia (MELO; CARVALHO; MONÇÃO, 2015). Certamente, não
se pode reduzir as experiências de museologias na região a um único formato, assim como é
preciso subverter o exotismo da natureza gigante e selvagem. O trabalho educativo é
relevante para extrapolar informações e imagens estereotipadas sobre as populações
tradicionais.
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