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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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José Maria da Silva

Lima, que antes ficava sediado nas mesmas dependências do Museu Waldemiro Gomes,

passou a funcionar no prédio da antiga intendência (no centro da cidade).

Em que pese o Amapá figurar com um número acentuado de museus, alguns

funcionam precariamente e um (Museu Joaquim Caetano da Silva) está há muitos anos

fechado para reforma. Isto evidencia não apenas o descaso do governo, mas também o

desinteresse por implantar e manter uma política pública de cultura que privilegie a

museologia do estado, bem como a valorização da memória das populações locais – o que

Santos (s/d) defende a criação de museus como políticas de memória.

Amazônia: natureza e sociedade

Desde o período das grandes navegações, a Amazônia tem sido sistematicamente

objeto de curiosidade, fascínio e interesse no mundo. Segundo Gondim (1994), no final da Idade

Média, escritores na Europa especulavam sobre um lugar que seria o paraíso terrestre e que

fomentou o interesse nas expedições de navegadores pelo Novo Mundo. Parte significativa da

literatura de viagem acrescenta mais tempero no fascínio pelas terras das mulheres amazonas.

Essa mesma fascinação permeia as narrativas de escritores brasileiros na primeira

metade do século XX, como Euclides da Cunha, Alberto Rangel e Alfredo Ladislau, que ora

veem a região como paraíso, ora como inferno dada a imensidão de suas terras, florestas e

rios, bem como os perigos para desbravá-la (SILVA, 2017a). Se num tempo longínquo a

curiosidade pela Amazônia era movida pela busca do éden, no decorrer dos séculos o fascínio

é motivado por interesses econômicos, que têm fomentado diferentes ciclos de exploração

de commodities na região (LOUREIRO, 2009).

Nas últimas décadas, a região tem sido objeto de disputas: de um lado, estão

empresas mineradoras, garimpeiros, fazendeiros e o agronegócio para exploração de suas

terras, com aval do estado; de outro, estão populações tradicionais e ambientalistas que

defendem a floresta, os rios e o direito das populações às terras tradicionalmente ocupadas.

A inserção da Amazônia nos mercados nacional e internacional como produtora unicamente

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