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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Elizabeth Sousa Abrantes, Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus

A respeito da utilização dos museus no ensino de História, a pesquisadora Circe

Bittencourt (2011, p. 354) diz que é comum os professores(as) levarem os estudantes aos

museus, em que se percorrem “as salas onde estão expostos variados objetos em vitrinas

com iluminação atrativa”. Essa atividade educativa “é sempre bem-vinda”, mas caso seja um

mero passeio, apenas com finalidade de entretenimento, pode não ser produtivo e “quem

dela participa sempre fica a indagação sobre o que efetivamente se aprende nessas visitas,

que demandam preparação e envolvimento dos docentes e da comunidade escolar”. É

importante ressaltar que:

[...] visitar museus é um exercício de cidadania, pois possibilita o contato com

temas relativos a natureza, sociedade, política, artes, religião. Leva a conhecer

espaços e tempos, próximos e distantes, estranhos e familiares, e a refletir

sobre eles; aguça a percepção por meio da linguagem dos objetos e da

iconografia, desafia o pensamento histórico com base na visualização das

mudanças históricas, permitindo repensar o cotidiano (ABUD; SILVA; ALVES,

2010, p. 136).

Nesse sentido, o modo como a visita é feita, interfere no processo de ensino

aprendizagem, já que o acervo ilustra, de modo concreto, as aulas de história, de tal modo,

as visitas denominadas de “tradicionais”, direcionadas pelo docente, baseado em um roteiro

escrito, resultavam não apenas em uma compreensão parcial do acervo, mas incentivavam o

estudante a reproduzir o que constavam nas legendas e painéis, sem a reflexão do significado

dos objetos ali presentes. Essa forma de visitar museus deixa que os “objetos permaneçam

inacessíveis”, torna-se necessário “desencadear uma ação educativa que estimule a

sensibilidade à linguagem plástica” (BITTENCOURT, 2011, p. 355).

Para evitar essa atitude que não desperta a crítica dos estudantes diante do espaço

museológico, é necessário o estímulo à reflexão, aos questionamentos, para que os

estudantes se sensibilizem quanto à sua atuação como agentes ativos e transformadores da

história, e por meio do que for narrado ou não ali no museu, saberem se posicionar de forma

crítica e reflexiva. Desse modo, o docente “deverá problematizar o espaço, os objetos, a

narrativa museal, recorrendo a perguntas do tipo: como são pensados os museus? Quais

narrativas estão presentes? Como acontece a seleção de memória que se deseja preservar?”

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