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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Museu Memorial da Balaiada: a educação museal e a preservação da memória...

“instituição permanente, sem finalidade lucrativa, a serviço da sociedade e de seu

desenvolvimento”. Por ser um “espaço de produção de conhecimentos abertos ao público,

sua função é adquirir, conservar, pesquisar, comunicar e exibir evidencias materiais do

homem e de seu ambiente para fins de pesquisa, educação e lazer”. Dessa forma, “o papel

social dos museus é definido, na atualidade, por sua função educativa” (ABUD; SILVA; ALVES,

2010, p. 127, grifo dos autores).

Segundo as autoras Pilar Almeida e Albertina Mitjáns Martinéz (2014, p. 722),

atualmente, os museus são instituições vistas como ambientes de constante “diálogo para

significação e ressignificação do patrimônio cultural de grupos sociais”. E faz parte desse

processo a chamada musealização que, para Guilherme Lopes Vieira, é apresentada “como o

movimento dotado de reflexão em que o produto humano (artefato ou mentefato), utilizado

e expressado em suas diversas atividades, passa a fazer parte da coleção de um espaço

institucionalizado, que é denominado museu”. Ainda segundo este autor, na “museologia,

este processo ressignifica o produto humano atribuindo-lhe um novo estatuto, tornando-o

‘objeto de museu’ ou ‘musealia’”. Dessa maneira, o “item da cultura material, se torna único,

eleito por sua condição simbólica, como o representante de sua categoria. Através dele, seria

possível reconstituir contextos sociais, econômicos, políticos, culturais, religiosos, etc.”

(VIEIRA, 2017, p. 141). Esse autor afirma que os museus históricos:

[...] pela definição moderna, possuem reminiscências do passado que estão

expostas no presente. Nesse sentido, são fontes históricas que devem ser

exploradas através de sua potencialidade discursiva de criar narrativas

históricas que procuram dar sentido ao passado. O questionamento sobre esse

objeto tem que ser problematizado na chave que posiciona o presente como

um dos fatores de construção do passado, na medida em que os sujeitos do

presente resgatam os eventos que aconteceram, através de suas expectativas

no presente. São arenas de disputas e devido ao seu aspecto simbólico,

promotor de memórias, é válido apontar que são: “lugares de memória 2 ” [...]

2

Pierre Nora (1993, p. 21-22) diz que os “Lugares de Memória” são lugares, “com efeito nos três

sentidos da palavra, material, simbólico e funcional”, esses três aspectos coexistem sempre. É

material, dado seu conteúdo demográfico; funcional por hipótese, porque garante simultaneamente a

cristalização da lembrança e sua transmissão; mas “simbólica por definição visto que caracteriza por

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