REVISTA RALLY 2021 alterada4
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BOAS Práticas
Revista do Rally Cocamar de Produtividade
Revista do Rally Cocamar de Produtividade n Quinta edição n Safra 2020/2021
O AGRO É
CADA VEZ MAIS
TECNOLÓGICO E
SUSTENTÁVEL
Conveniência é ter
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CONTROLA AS PRINCIPAIS DOENÇAS DA SOJA
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Uso exclusivamente agrícola. Aplique somente as doses recomendadas.
Descarte corretamente as embalagens e os restos de produtos. Incluir outros
métodos de controle do programa do Manejo Integrado de Pragas (MIP) quando
disponíveis e apropriados. Restrição temporária no Estado do Paraná na cultura
da Soja para o alvo Microsphaera diffusa. Registro MAPA: Aumenax ® nº 07720.
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Juntos pelo seu Legado.
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
3
Fairfax colabora com
projetos inovadores
da Cocamar
Parceria com a cooperativa permite desenvolver propostas de seguro agrícola que
satisfaçam as demandas dos cooperados
Aseguradora Fairfax Brasil
mantém uma parceria de
sucesso com a cooperativa
Cocamar, atuando conjuntamente
para desenvolver projetos inovadores
e auxiliar os produtores cooperados.
Desde 2017, a parceria permitiu
criar soluções customizadas
para o cultivo de grãos e de cana,
por exemplo.
“Por meio da nossa parceria, conseguimos
potencializar as ações da
cooperativa, com inovação e sustentabilidade.
A tendência é oferecermos
produtos cada vez mais
personalizados. Temos soluções
feitas sob medida com recurso global
e decisão local”, afirma Fabio Damasceno,
Diretor de Agronegócio
da Fairfax Brasil.
INICIATIVAS
Entre as iniciativas, destaca-se o
projeto da Cocamar para estimular
a renovação de canaviais com
o cultivo de soja. Para esse projeto,
a Fairfax desenvolveu um seguro
agrícola exclusivo, que contempla
o cultivo da oleaginosa em áreas de
cana. A iniciativa deu tão certo que
já superou a marca de 20 mil hectares
assegurados pela Fairfax.
Para atender as demandas dos
cooperados da Cocamar, a Fairfax
Brasil também criou um seguro
agrícola multirrisco grãos focado
em áreas de milho consorciado
com braquiária. Além de atender
as necessidades do agricultor, esse
seguro estimula práticas sustentáveis
no campo, já que culturas consorciadas
colaboram para um bom
manejo de solo. O seguro oferece
cobertura contra chuva excessiva,
geada, granizo, seca, ventos frios,
raio, incêndio, tromba d’água e ventos
fortes, podendo ser contratado
através da Cocamar Corretora de
Seguros.
Na safra 2019/20, uma área total
de cerca de 15 mil hectares de milho
safrinha consorciado com braquiária
foi assegurada pela Fairfax
Brasil. “Na unidade de negócios
agro da Fairfax, constantemente
conversamos sobre o desenvolvimento
de produtos focados em
uma agricultura sustentável, para
que possamos estimular e valorizar
mais as boas práticas de manejo”,
afirma Diego Caputo, Gerente
Comercial de Agronegócios
da Fairfax Brasil.
BENEFÍCIOS DA PARCERIA
A contratação de um seguro agrícola
protege as finanças do agricultor,
minimizando os riscos climáticos.
De acordo com André Barberá, Gerente
de Seguros da Corretora Cocamar,
a parceria entre a Fairfax e
Cocamar permite trazer mais benefícios
para a rotina da cooperativa.
“O principal ponto de destaque é
a customização dos produtos conforme
as necessidades dos nossos
cooperados”, afirma Barberá.
A Fairfax também já desenvolveu
um seguro para proteger as máquinas
agrícolas da Cocamar que
são utilizadas em demonstrações
de campo. “Destaco a autonomia
local da Fairfax em movimentar o
produto seguro para onde o clien-
Acima, o gerente da Correta de Seguros Cocamar, André Barberá, o gerente comercial de Agronegócios Diego Caputo e o comercial Gustavo Peri.
Embaixo, o gerente comercial de Agronegócios, Diego Caputo, e o diretor de Agronegócios, Fábio Damasceno
te precisa. A autonomia local é importante
porque traz agilidade ao
processo de criação de produtos
customizados”, opina Barberá. O
próximo passo da Fairfax será lançar
um seguro rural customizado
para proteger sistemas integrados,
contemplando áreas de Integração
Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.
EFICIÊNCIA
Além da customização de produtos
e inovações estimuladas pela
parceria com a Cocamar, a Fairfax
se destaca pela eficiência de
seus processos. A seguradora é
conhecida pela agilidade no atendimento,
vistorias e pagamento
de indenizações ao produtor, sem
burocracia. Independentemente
do tipo de apólice, o produtor
pode esperar um atendimento
especializado e rápido, desde a
contratação do seguro até a finalização
de um possível sinistro.
De acordo com Roberto Zuardi,
responsável pela área de sinistro
agrícola da Fairfax Brasil, não há
burocracia porque 100% das propostas
de seguro são analisadas
por equipe de subscrição própria
da Fairfax, com atuação criteriosa
e preditiva. “Quando recebemos
o aviso de encerramento de
colheita, está tudo pronto para
a indenização ser paga. O fluxo
normal do processo é muito rápido.
Temos uma rede de peritos
formada por engenheiros agrônomos
e técnicos agrícolas, uma
rede bem estruturada que conta
com 150 peritos no Brasil inteiro”,
conta Zuardi.
6 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
7
SUMÁRIO
16
A SURPRESA DE COLHER
MAIS QUE O ESPERADO
19
MÉDIAS ELEVADAS
NA REGIÃO NORTE
24
A SOJA NA RENOVAÇÃO
DOS CANAVIAIS
33
VOLTAR PARA
IMPULSIONAR A
PROPRIEDADE
37
O AVANÇO RÁPIDO
DA AGRICULTURA
DE PRECISÃO
40
IRRIGAR PARA
GARANTIR A
COLHEITA
43
O DRONE PEDE
PASSAGEM
44
AQUELE TOQUE
FEMININO
PALAVRA DO PRESIDENTE
Um projeto importante
para a Cocamar
Com a proposta de valorizar as boas práticas
agropecuárias desenvolvidas pelos produtores ligados
à Cocamar, o Rally de Produtividade é, desde a sua
primeira edição, há seis anos, apoiado pela cooperativa.
Vemos nessa inovadora realização a oportunidade
de mostrar o trabalho de produtores que investem no
fortalecimento de uma atividade sustentável, lembrando que
o mercado se mostra cada vez mais atento à originação dos
alimentos.
Por meio do Rally, cujas ações são apresentadas
semanalmente em um programa de televisão em canal
aberto de respeitável audiência no Paraná, o meio urbano
pode também conhecer melhor esse segmento que tem sido
essencial para a economia do estado e do país.
Agradecemos a todos os cooperados visitados,
parabenizando-os por suas iniciativas, estendendo nossa
gratidão também às empresas patrocinadoras que, compreendendo a
importância do projeto, juntaram-se a nós para a sua realização.
Divanir Higino
Presidente da Cocamar
Sicredi União PR/SP oferece soluções
do pré-plantio à colheita
Adversidades climáticas resultaram em quebra de produtividade nas diferentes
regiões atendidas pela cooperativa, mas volume de recebimento foi recorde
Tal qual o Rally de Produtividade, que acompanha
do pré-plantio à colheita de soja, a Sicredi União
PR/SP oferece as soluções financeiras para todo
o ciclo produtivo. E não é apenas para a soja, mas para
diversas culturas, como milho, laranja, café, cana-de-
-açúcar e pecuária.
A cooperativa é um porto seguro para os produtores,
oferecendo crédito para custeio e investimento,
seguro, consórcio, entre outras soluções que atendem
o agronegócio. Há recursos para a compra de insumos
como sementes e adubos, financiamento de veículos,
implementos, tratores, caminhões, colheitadeiras,
compra de granja, perfuração de poços, implantação
de sistema de energia fotovoltaica, construção de barragens,
entre tantos outros projetos. Tudo é acompanhado
por especialistas em agronegócios que estão à
disposição nas 110 agências. A carteira de crédito rural
ultrapassa R$ 1,52 bilhão.
E isso é possível porque a Sicredi União PR/SP está
próxima dos associados e conhece as necessidades dos
produtores. A área de crédito rural, inclusive, tem tido
simplificação e modernização de processos, facilitando
o acesso.
Um exemplo é que a cooperativa foi pioneira no sistema
Sicredi em oferecer a Cédula de Produto Rural (CPR),
uma modalidade de crédito que traz agilidade, economia
e pode ser usada para a contratação do pré-custeio
da safra de soja verão 2021-2022. Assim, os produtores
têm a possibilidade de levantar recursos para comprar
insumos à vista, o que garante desconto junto ao fornecedor,
e pagarão o título somente em maio de 2022. A
carteira de CPR já ultrapassa R$ 100 milhões.
A cooperativa também disponibilizou R$ 100 milhões
para a contratação da próxima safra de soja, com pagamento
só no ano que vem. E uma novidade é que a
Sicredi União PR/SP é credenciada para oferecer as linhas
de crédito do Banco do Agricultor Paranaense,
com recursos subsidiados pelo governo do Paraná. Dependendo
da finalidade, a taxa de juros pode ser zero.
SEGUROS E INVESTIMENTOS
Donos de empresas a céu aberto, ou seja, no campo,
os produtores contam com a Sicredi União PR/SP para
proteger seu negócio por meio da oferta de diversas
modalidades de seguro, tanto para máquinas e implementos
quanto para as atividades do agronegócio. São
mais de 6 mil apólices de seguros rural e agrícola.
Para quem quer investir os resultados da safra, a cooperativa
conta com assessores de investimentos, ajudando
os associados a identificar as finalidades do uso
dos recursos e o perfil de investidor.
O gerente de desenvolvimento agro, Vitor Pasquini,
reforça que nas agências há equipes exclusivas em
agronegócio, o que ajuda o produtor a encontrar a melhor
solução para as suas necessidades. “Atendemos
todos os portes: agricultura familiar, médios e grandes
produtores. Nossas soluções permeiam todo o ciclo
produtivo”, reforça.
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todas as fases da lavoura, de forma
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BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
Sicredi União PR/SP
11
12 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
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SAFRA 2020/21
Altas médias
mesmo em um
ano desafiador
Adversidades climáticas resultaram em quebra de produtividade nas diferentes regiões
atendidas pela cooperativa, mas volume de recebimento foi recorde
Asafra de soja do ciclo 2020/21 apresentou, no geral,
uma redução da produtividade nas regiões atendidas
pela Cocamar Cooperativa Agroindustrial, em
comparação ao período 2019/20. São mais de 90 estruturas
operacionais distribuídas pelos estados do Paraná, São
Paulo e Mato Grosso do Sul, com áreas de 900 mil hectares
de lavouras. Mesmo assim, muitos produtores tiveram uma
boa colheita e a cooperativa registrou um recebimento recorde,
superior a 1,7 milhão de toneladas.
De acordo com a área técnica, em termos gerais a média
colhida ficou em 3.073 quilos por hectare (51,2 sacas),
abaixo dos 3.246 quilos/hectare (54,1 sacas) obtidos na
temporada anterior. A ausência de precipitações no início e
no final do ciclo, e o prolongado período de umidade entre
janeiro e fevereiro, acabaram prejudicando a cultura.
Atraso
Embora o Vazio Sanitário tivesse terminado no dia 10/9,
liberando o plantio para quem inicia mais cedo, a estiagem e
as altas temperaturas mantiveram as plantadeiras guardadas
nos barracões até o início de outubro ou até por mais tempo
em algumas regiões.
Quando o Rally passou por Floresta, a 20 quilômetros de
Maringá, no dia 29 de setembro, o produtor Pedro Kimura
disse que não fosse pela estiagem já teria sua lavoura germinando.
Desta vez, ninguém havia se arriscado a semear “no
pó”, como se diz.
O engenheiro agrônomo Heide Kondo, da Unicampo, que
fica na unidade da Cocamar em Floresta, lembra que historicamente
70% das lavouras de soja são semeadas no mês
de setembro no município. A família Volponi produz em 556
hectares e quase sempre começa a semear a partir de 20 de
setembro. José Roberto, um dos três irmãos, contou que na
safra passada a falta de umidade também atrasou a semeadura.
Em Ivatuba, município vizinho, onde há também a tradição
de semear mais cedo, em paralelo à preocupação com o
atraso da semeadura os produtores tiveram a atenção despertada
para outro problema típico em todas as regiões produtoras
de soja: a alta infestação de buva, uma das ervas
daninhas de difícil controle. À frente de 97 hectares, o cooperado
Valdecir Nazari afirmou na época estar apreensivo,
“vendo o calendário correr sem poder fazer nada”. Com as
altas temperaturas e a baixa umidade do ar não era possível
nem mesmo realizar a pulverização para o controle da buva.
Desuniforme
Na avaliação do gerente técnico Rafael Furlanetto, “desuniformidade
é a palavra que resumiu o início de safra nas
regiões”. O clima, segundo ele, ditou o ritmo de desenvolvimento
das lavouras, sendo o manejo do solo o principal fator
que favorece ao produtor obter boas produtividades. “Em
anos secos como este, a soja cultivada em cima de palhada
de milho e braquiária produz em média 25% a mais que nas
14 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
CIDADES POR ONDE O RALLY PASSOU
áreas de sucessão soja/milho”.
A desuniformidade foi tão visível que em meados de janeiro,
enquanto parte dos produtores já começava a planejar a
colheita, outros ainda estavam com a lavoura em fase inicial
de desenvolvimento. Em Primeiro de Maio e Alvorada do
Sul, por exemplo, muitos dos que se arriscaram a semear “no
pó” tiveram que repetir a operação. O gerente Gabriel Garcia
pontua que, providenciais, as chuvas ocorridas no final de
novembro criaram as esperadas condições para a semeadura,
completada em sua maioria na primeira semana de dezembro
- um atraso de 40 a 45 dias em comparação ao período
tradicional. Segundo Garcia, os replantios atingiram de 10 a
15% das áreas do município.
O cooperado Antonio Carlos Campos Banho, de Alvorada
do Sul só conseguiu semear, mesmo, na primeira quinzena
de dezembro. “O que eu plantei no dia 23 de outubro foi
perdido.” Em 60,5 hectares, ele teve que replantar três vezes.
O que ninguém esperava é que em um ano de chuvas tão
escassas, perdas ocorressem justamente por causa da umidade
excessiva ao longo de duas semanas, entre os meses de
janeiro e fevereiro. Houve abortamento de vagens que variaram
de intensidade nas regiões. Em algumas lavouras de
Maringá, Atalaia, Jussara, Cafeara e Lupionópolis, visitadas
pelo Rally, a perda foi tão grande que acabou inviabilizando
a cultura. “Passamos a roçadeira”, lamentou um produtor de
Cafeara.
Na colheita, as médias de produtividade variaram bastante,
mas em praticamente todas as regiões houve produtores
colhendo bem – e a adoção de tecnologias apropriadas,
práticas sustentáveis e a observação à risca das orientações
técnicas, fizeram a diferença.
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
15
Com a orientação técnica de Marcon,
Júnior colheu mais do que esperava
Um bom
resultado
Qensando em diversificar os negócios, o pecuarista Marcos
Daniel Peres Júnior, da região de Maringá (PR), decidiu
pela primeira vez apostar na produção de soja e o resultado
obtido com a colheita ficou acima do esperado. Na sua avaliação,
as expectativas foram superadas: “Eu ficaria contente com
a média inicialmente prevista de 150 sacas por alqueire (61,9/
hectare), principalmente por ser o primeiro ano da lavoura, mas
estamos conseguindo 180 sacas (74,3/hectare), 20% a mais”,
comentou ele durante a passagem do Rally pela região.
Para investir no cultivo da oleaginosa - e já explicando que entendia
pouco do assunto, pois sua atividade principal sempre foi a
pecuária – Júnior, de 38 anos, disse ter pesquisado bastante o mercado
antes de contratar a consultoria especializada da Cocamar, a
cargo do engenheiro agrônomo José Eduardo Marcon. “Eu cheguei
16 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
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para ele com o desafio e disse: quero produzir soja, mas vou deixar
isso sob a sua responsabilidade.”
Júnior conta que a opção pela soja não tinha plano B, não podia
dar errado. Ele havia conseguido convencer os familiares de que
valeria a pena e, para isso, sob a orientação de José Eduardo, foram
comprados todos os maquinários necessários.
O passo seguinte foi treinar os três funcionários e realizar uma
criteriosa análise de solo cujo laudo, para surpresa de ambos, demonstrou
não apenas um elevado nível de fertilidade e matéria
orgânica, como também que não seria preciso corrigir o solo com
calcário. “Por via das dúvidas, achamos por bem repetir a análise,
que confirmou tudo”, cita o produtor.
A lavoura
Na propriedade de 300 alqueires (726 hectares), o relevo foi preparado
para a mecanização e 105 alqueires (254 hectares) receberam
a soja, semeada da forma convencional, pois não houve
tempo para fazer a proteção do solo com palha. Na adubação, foram
aplicados 650 quilos de fertilizantes por alqueire, com destaque
para o fósforo, e 300 quilos de cloreto de potássio. Como o
ano começou com déficit hídrico, a lavoura recebeu uma aplicação
extra de adubo foliar e, no mais, foi feito o regular controle preventivo
de pragas e doenças.
Quando realizou os investimentos, Júnior lembra que a saca de
soja estava cotada a R$ 100,00, tendo efetuado a venda de 4 mil
sacas no mercado futuro. Agora, satisfeito por ver que a diversificação
amplia as fontes de renda e proporciona o equilíbrio financeiro
da propriedade, ele semeou milho de inverno assim que a soja vai
sendo retirada, já aumentando a área mecanizada para 150 alqueires
(363 hectares)
Mentalidade empresarial
“O Júnior sempre foi muito receptivo à adoção das melhores tecnologias
para maximizar os resultados”, afirma José Eduardo, acrescentando
que isso contribui também para que a propriedade seja
conduzida como uma empresa. Mais que um produtor rural ele é
um empresário”, ressalta.
O engenheiro agrônomo da Cocamar faz um acompanhamento
permanente da propriedade, estando sempre em contato com o
proprietário e visitando o local ao menos uma vez a cada semana.
“Meu objetivo é que a soja financie a fazenda e os resultados com
a pecuária saiam livres”, afirma Júnior, dando destaque a outro fato
que o surpreendeu. Quando ele e José Eduardo planejaram os investimentos,
o retorno estava previsto para acontecer em dois ou três
anos. No entanto, diante da forte alta na cotação da soja nos últimos
12 meses e da elevada produtividade obtida na primeira safra, todos
os investimentos realizados estão sendo pagos já neste primeiro ano.
Excelente negócio
“Vendemos o equivalente a 1,2 mil bois para implantar a soja
e, terminada a colheita, estaremos devolvendo 1,2 mil bezerros
para a pecuária. Sem dúvida, um excelente negócio”, resume o
proprietário, que atribui nota máxima à consultoria prestada por
José Eduardo.
18 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
As médias de produtividade
variaram de uma região
para outra mas em alguns
municípios, como Apucarana,
produtores conseguiram
volumes elevados, graças aos
investimentos que fizeram
em tecnologias e práticas
sustentáveis
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
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A família Suguiura
faz parte de um
grupo de produtores
que sabe o quanto
é importante adotar
tecnologias atualizadas
para maximizar os
resultados
Números expressivos na colheita
Em Apucarana, os resultados da colheita foram animadores.
A família Suguiura, reconhecida pela qualidade de suas lavouras
e as premiações que têm conquistado nos últimos
anos, colheu seus 605 hectares entre terras próprias e arrendadas
com médias iniciais ao redor de 82,6 sacas/hectare.
Conduz pessoalmente os trabalhos o casal Tiezo, 75 anos, e Keiko,
70. Para eles, uma boa colheita só é possível com investimento
nas melhores tecnologias. “A gente investe bastante”, diz dona
Keiko, para quem a safra deste ano poderia ter sido ainda melhor.
Mesmo com a média que eles vêm conseguindo, afirma: “O clima
atrapalhou um pouco”.
Os dois fazem parte de um grupo de produtores que sabe o quanto
é importante adotar tecnologias atualizadas para tentar maximizar
os resultados. Eles são assistidos pelo engenheiro agrônomo
Gustavo Emori, da Cocamar. A média geral em toda a área, este
ano, ficou por volta de 74,3 sacas/hectare.
Integrando a equipe do Rally, o engenheiro agrônomo Rafael Furlanetto,
gerente técnico da cooperativa, destacou a uniformidade e
a sanidade das lavouras, com grãos bem formados. “Os Suguiura
são uma referência do que se faz de melhor.”
20 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
Soja faz bonito no areião
Na propriedade adquirida há algum tempo em Tapejara
(PR) por uma família de Cianorte, a maior parte
das áreas apresenta teor de argila entre 8 e 12%,
mas os números obtidos no segundo ano de plantio de soja
fariam brilhar os olhos de quem está acostumado a lidar com
a cultura na terra roxa.
Em 135 alqueires, a média na colheita foi superior à média
geral colhida pelos produtores da Cocamar nesta temporada
2020/21.
“Trabalhamos com planejamento, objetivos e acompanhamento
técnico adequado”, afirma o engenheiro agrônomo Bruno Araldi,
31 anos, genro do proprietário, o empresário do segmento de
avicultura industrial, Luiz Camargo Nascimento.
Quando foi adquirida, a fazenda apresentava pastos muito
degradados e erosão em vários pontos, com baixa ocupação
animal. Além da área para agricultura, há 150 alqueires destinados
à pecuária.
Desafios
Mediante análise, Araldi deu início a um amplo programa para
correção e reestruturação do solo, trabalhando com agricultura
de precisão e foram adquiridos os maquinários. “A produção de
soja em solo arenoso impõe muitos desafios”, resume Araldi.
Consultoria
Para avançar em seus objetivos, ele e o sogro decidiram contar
também com a experiência profissional do engenheiro agrônomo
José Eduardo Marcon, da Cocamar, responsável pela prestação de
consultoria especializada a produtores de grãos da cooperativa.
Com larga experiência em solos arenosos, Marcon trazia consigo
o histórico de ter trabalhado durante anos nos municípios de Tuneiras
do Oeste e Cianorte, ou seja, conhece bem a região.
Araldi apostou na
soja para a reforma de
pastos degradados,
sob a orientação da
Cocamar
REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2019
21
Com cuidados, pandemia não é
obstáculo ao recebimento
Receber a safra em tempos de pandemia é um desafio a
mais. Na unidade de Floresta, como em todas as outras
da cooperativa, protocolos rígidos foram seguidos.
Na entrada, os cooperados passam por tapetes satinizantes,
são submetidos a aferidores de temperatura corporal e higienizam
as mãos com álcool, produto disponibilizado também
nos balcões e mesas. O uso de máscaras é exigido em todas as
dependências, inclusive de quem chega com seus caminhões
para descarregar os grãos. E há placas por todos os lugares,
reforçando a necessidade de que cuidados com a prevenção da
Covid-19 sejam observados. “Estamos sempre muito atentos”,
resume o gerente Márcio Sartori.
Ao visitar uma propriedade nas imediações de Floresta, o
Rally encontrou o cooperado Agnaldo Campagnolli de máscara,
uma cena que se tornou comum entre os produtores no campo.
Segundo Campagnolli, que cultiva 1,2 mil hectares, a colheita
neste ano foi 15% menor em comparação à anterior
(2019/20), que teve média de 63,6 sacas/hectare. “No ano
passado, no final de fevereiro, nós já tínhamos praticamente
todo o milho plantado”, citou, referindo-se ao atraso do ciclo
2020/21, consequência da falta de chuvas na época da semeadura.
No mais, as plantas sofreram com o excessivo volume
de precipitações em janeiro e, mais recentemente, um novo
período de estiagem, havendo queda de vagens.
Por causa das variações
climáticas, Campagnoli
teve uma colheita 15%
menor em comparação
ao ano passado
22 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
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OESTE PAULISTA
Uma oportunidade para crescer
Programa de Renovação Sustentável implementado desde 2019 por Cocamar e usinas evolui em
ritmo rápido no Pontal do Paranapanema, gerando oportunidades para que produtores ampliem sua
renda e tenham perspectivas de mais espaço para os filhos
Pequenos e médios produtores de soja do norte
e noroeste do Paraná não precisam mais
sonhar em comprar terras em fronteiras agrícolas
distantes, para expandir os seus negócios. A
chance de passarem de sitiantes a fazendeiros está
logo ali, no vizinho Pontal do Paranapanema. Basta
cruzar a divisa com o estado de São Paulo. Quem
diria: o extremo oeste paulista é a nova terra da promissão,
que o Rally Cocamar de Produtividade visitou
duas vezes na edição 2020/21.
Zé Português, como é conhecido o produtor
José Carlos Marques Ruiz, de Maringá, precisa
apenas de duas horas para vencer, com sua Parati,
o trecho de 140 quilômetros até Sandovalina,
a 64 de Presidente Prudente. De uma só tacada,
com seu irmão e quatro sobrinhos, ele mais que
triplicou as áreas de soja plantadas pela família.
São 205 hectares no Paraná e 496 na nova região.
“É uma oportunidade para crescer e isto não
se pode deixar escapar”, afirma.
É curioso. Os olhos brilham quando produtores
acostumados a cultivar a cobiçada terra roxa do norte
paranaense, falam do Pontal, antes mais lembrado
pelo solo arenoso e o clima quente, onde os canaviais
rivalizam com pastagens a perder de vista.
Parceria
O que acontece ali é incomum na agricultura do país:
um arranjo costurado pela cooperativa Cocamar, de
Maringá, e três usinas de cana. Juntas, elas chegaram
a um formato de parceria que, para algumas pessoas,
parecia improvável. Do lado da indústria havia o
receio de que a soja, ali chegando, concorreria no
futuro com os canaviais. Hoje, menos de dois anos
depois dos primeiros plantios, ninguém mais tem dúvida:
a soja veio para ficar, mas em harmonia com a
cana, que até abre caminho para a oleaginosa.
Assim é o Programa de Renovação Sustentável
que nasceu em 2019 do interesse da Cocamar
24 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
A soja é cultivada entre as fileiras de canaviais que, após
a saída da da oleaginosa, ocupam todo o espaço, em solo
revitalizado
em arrendar terras que são destinadas pelas usinas à necessária
reforma de canaviais a cada final e ciclo. Seu propósito é gerar
oportunidades para produtores cooperados ampliarem a renda
fazendo o que sabem em um lugar relativamente perto. A cooperativa
cuida do arrendamento e escolhe a dedo os produtores,
fornece os insumos, presta assistência técnica, recebe a produção
e disponibiliza um seguro – garantindo assim que, em caso
de frustração, os cooperados parceiros sejam ressarcidos em seus
custos. Por sua vez, como o objetivo da usina com a reforma é
restaurar a fertilidade do solo e quebrar o ciclo de pragas e doenças
da cana, as terras são entregues adubadas para o Programa e
ela ainda tem participação com um porcentual a partir de determinados
níveis de produtividade.
“É um ganha-ganha em que todas as partes envolvidas saem satisfeitas”,
afirma o gerente de negócios da Cocamar e coordenador
do Programa, Marco Antônio de Paula.
Continuar crescendo
Está explicado por que de 5,2 mil hectares cultivados por 19 cooperados
no projeto embrionário em 2019/20 com a presença de
uma usina, a iniciativa avançou no ciclo 2020/21 para mais de
25 mil hectares, cerca de 100 cooperados e três usinas envolvidas.
“Nenhum dos participantes do projeto piloto desistiu”, observa de
Paula. Para o período 2021/22, a expectativa do gerente é que a
área continue crescendo a passos largos. “Estamos conversando
com várias usinas, inclusive do Paraná. Quando alguma delas fica
em dúvida, convidamos para que venha ver o que está acontecendo
no Pontal, uma vitrine.”
O gerente esclarece: “Não estamos aqui só para arrendar terras,
queremos desenvolver um trabalho juntos, que traga benefícios
para todos”.
De uma região onde até pouco tempo não se plantava um único
pé de soja, a transformação que começa a ser percebida já é de
encher os olhos – e não só dos produtores. Em 2019/20 foram
originadas ali 15 mil toneladas de soja, volume que deve chegar a
70 mil neste ano. Os negócios com insumos, por sua vez, saíram
de R$ 10 milhões para R$ 40 milhões. No total, R$ 180 milhões
devem ser movimentados na safra atual. O “ganha-ganha” vale
também para a economia de cidades como Sandovalina, Teodoro
Sampaio e Narandiba, entre outras. A soja está trazendo gente que
ajuda a movimentar o comércio, postos de combustíveis, oficinas
e demanda a locação de imóveis.
O maringaense Zé Português alugou uma chácara nos arredores
de Sandovalina, onde os familiares se revezam durante a temporada
que começa com a preparação da lavoura, em setembro, e
segue até o final da colheita, em abril. “Quando viemos para cá,
levamos em conta que a nova geração da família precisa de terras
para prosseguir e o lugar não poderia ser melhor.”
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
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Formato inovador e sustentável
De acordo com o gerente executivo técnico da Cocamar,
Renato Watanabe, dos 900 mil hectares de áreas
que compõem as regiões atendidas pela Cocamar nos
estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, um terço é
formado por solos arenosos, onde a cooperativa vem difundindo
há mais de duas décadas, de forma pioneira no país, o Programa
de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), incorporando
ao processo produtivo áreas de pastagens degradadas. “A ILPF
é um modelo sustentável e inovador”, afirma.
No Pontal do Paranapanema, embora o formato seja outro,
não se perde de vista o foco na sustentabilidade e na inovação.
Os produtores exploram seus lotes apenas durante o verão e,
após a colheita da soja, as terras retornam à operação da usina
para o desdobramento das mudas de cana e o começo de um
novo ciclo que dura de cinco a sete anos.
“A preocupação da Cocamar com o Programa de Renovação
Sustentável é cumprir a sua função social de gerar mais renda aos
cooperados e, ao mesmo tempo, criar oportunidades para que eles
possam ampliar suas áreas com a participação de filhos”, afirma Watanabe.
Renato Watanabe,
gerente executivo
técnico da Cocamar
Nova geração
Para o cooperado Ademir Barbero e os filhos Renato e Edson, de
Maringá, o Pontal abre perspectiva para os filhos. São 130 hectares
no Paraná, “pouca terra”, frisa Ademir. Em São Paulo, eles
tocam 447, mais que o triplo. Segundo Renato, o desafio no início
foi preparar as terras para o plantio, “rodamos 24 horas sem parar”.
Depois, ainda desconfiados, o que eles mais queriam era ver a
soja nascer e se desenvolver. “Tudo está valendo a pena”, comenta
o irmão Edson, satisfeito com a lavoura, mesmo com aquele solo
arenoso (que apresenta apenas 10% de teor de argila) e o clima
quente. “Se não tivesse seguro, dificilmente a gente se arriscaria”,
admite.
Aos 67 anos, tudo é novo para Ademir, que lembra ter visto a
soja chegar à região de Maringá, onde, nos primeiros anos, seus
familiares plantavam o grão com matraca e colhiam no facão.
Agora a soja está chegando por suas mãos a uma nova região.
“Hoje a coisa é muito diferente, moderna. Em outros tempos, a
gente nunca que pensava em plantar no Pontal. Agora – completa
- é a esperança de um futuro melhor.”
Veja a reportagem
em vídeo
26 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
Fornecedor,
uma nova
categoria de
produtor
que já nasce
grande
Uma categoria ainda relativamente nova de produtor rural
começa a ganhar dimensão com as oportunidades
oferecidas por usinas no interior de São Paulo e outras
regiões do país.
O fornecedor, como é chamado no meio sucroenergético o arrendatário
de terras que se especializa na produção de matéria-
-prima para as usinas, vai ganhando espaço com a tendência de
essas companhias reduzirem sua operação na área agrícola para
concentrar esforços e investimentos em suas estruturas industriais.
Assim, a figura do fornecedor – que nem sempre possui terras,
mas cultiva grandes extensões com apurada visão empresarial e
as mais avançadas tecnologias – vai se tornando comum.
Sediado em Presidente Prudente (SP), o engenheiro agrônomo
Fabiano Pontes fez carreira como diretor em usinas e há três
anos, vislumbrando a oportunidade, decidiu começar o próprio
negócio: fundou a Nova Agro para produzir cana em terras arrendadas
junto a indústrias do setor. Pontes cultiva 14 mil hectares
na soma das áreas em três estados, distribuídas pelo Pontal do
Paranapanema (oeste paulista), a região de Astorga (norte do
Paraná) e ao redor de Naviraí (sul do Mato Grosso do Sul).
Segundo ele, algumas usinas começam a diminuir sua presença
na produção de matéria prima, mas devem, por questão
estratégica, preservar uma participação de 40%, cuidando de
canaviais num raio de até 40 quilômetros de distância das unidades
industriais.
Além do potencial para continuar crescendo como fornecedor
no segmento canavieiro, Pontes se deparou mais recentemente
com uma nova oportunidade para diversificar os negócios e
avançar ainda mais rápido: o programa de renovação de áreas de
cana e pastagens que vem sendo implementado pela Cocamar no
Pontal do Paranapanema.
Pontes, que já havia arrendado 1,4 mil hectares junto a uma
usina em Teodoro Sampaio, incorporou mais 1 mil hectares no
mesmo município, disponibilizado pelo programa da cooperativa.
Ele conta que, até algum tempo, tinha receio de investir na
renovação dos canaviais com soja, por ser esta uma cultura sem
tradição na região. No entanto, quando soube que a iniciativa se
encontra ancorada na Cocamar, não hesitou em participar. “Fazer
a reforma das áreas com soja é atraente, também, pela rentabilidade
que a cultura oferece no momento”, afirma.
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
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Fazenda Alegria abre as
porteiras para a ILP
Produtor José Eduardo com a esposa e filhos: oportunidade de reestruturar a propriedade ingressando em um programa altamente promissor
Com a oportunidade oferecida pelo programa de renovação
de áreas de cana e pastagens que vem sendo
implementado pela Cocamar e parceiros no Pontal do
Paranapanema, a tradicional Fazenda Alegria, localizada em
Caiuá, a 90km de Presidente Prudente, abriu suas porteiras para
um novo tempo e começa a promover a integração lavoura-
-pecuária (ILP).
Adquirida em 1954 pelo português José Jacinto Barreto Gomes,
que se dedicou no início à extração de madeira, a propriedade
de 2,4 mil hectares é especializada em cria, recria e engorda de
animais nelore, com um rebanho de 2,3 mil cabeças. Mais tarde,
na linha sucessória, as terras passaram para o seu filho, Manoel
Eduardo, no Brasil desde 1970, e depois para a terceira geração
da família, representada pelo filho dele, José Eduardo Barreto Gomes,
que tinha dez anos quando foi trazido de Portugal.
Ao saber do programa desenvolvido pela Cocamar, José Eduardo
conta que se interessou de imediato e, na manhã de 28/9,
ao lado da esposa Vanda e dos filhos Luiz Eduardo e Pedro Eduardo,
respectivamente de 18 e 16 anos, recebeu a equipe do
Rally Cocamar de Produtividade.
28 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
A visita à Fazenda Alegria, em Caiuá (SP), inaugurou a edição 2020/21 do Rally Cocamar de Produtividade
O parceiro indicado pela Cocamar para cultivar soja em 460
hectares da fazenda é o produtor e engenheiro agrônomo Saulo
Amstalden, morador em Maracaí (SP), a 171km. Ele e o irmão
Cássio arrendam 193 hectares do pai, o bancário aposentado
Sérgio, mas prestam serviços fazendo o plantio e a colheita em
mais de 2,4 mil hectares na região.
Em boa hora
Segundo José Eduardo, o programa da Cocamar chega em boa
hora. “Para nós vai ser excelente, nós vamos trazer uma tecnologia
que a pecuária não utiliza, melhorar a qualidade da nossa
terra e também o valor de mercado da propriedade”, diz, salientando
que a ILP é interessante para toda a região e deve atrair
mais proprietários de terras. Outro detalhe: as terras são arrendadas
para a Cocamar, que faz a indicação do parceiro.
O pecuarista conta que já vem realizando algumas mudanças
na propriedade e está confiante em ter, com o programa, melhor
qualidade de pastagem e, dessa forma, fazer um boi de capim
com uma idade de abate menor, de maneira a aumentar a lotação
da fazenda, podendo, já no primeiro ano da parceria, utilizar
o pasto no inverno após a colheita da soja.
Organizar a cadeia
De acordo com o coordenador do programa, Marco Antônio
de Paula, gerente de negócios da Cocamar, o potencial regional,
com pastagens degradadas, é estimado em mais de 80 mil
hectares, áreas essas que podem ser renovadas. “Talvez ainda
falte ao pecuarista entender que tem alguém organizando essa
cadeia, e quem entrar na propriedade dele vai trazer benefícios
em forma de tecnologias.” Se o pecuarista não tiver aptidão
para plantar soja, ele não precisa se preocupar com isso: tem um
parceiro para fazer bem feito, devolvendo depois a terra para ele
para obter uma produtividade muito maior de carne por hectare,
além de valorizar a propriedade.
Veja a reportagem
em vídeo
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
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30 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
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BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
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REGIÃO DE MARINGÁ
Modernizar
os negócios
e crescer
Na gestão da propriedade, objetivo é explorar todo o potencial da lavoura a partir de uma
orientação técnica especializada
Trabalhar com planejamento e gestão empresarial. Foi
com esse objetivo que há três anos e meio Marciel Pedralli,
de 54 anos, decidiu trazer a família de Cascavel
para Maringá e suceder o pai Ayres, tradicional cooperado da
Cocamar, no comando da Fazenda São Roque em Ourizona,
região de Maringá (PR).
Zootecnista, Marciel atuava há muito tempo como técnico no
segmento de produção animal e mesmo tendo pouca afinidade
com agricultura, decidiu que era hora de voltar e assumir os negócios
quando ouviu do pai o desejo de aposentar-se.
Os Pedralli têm história em Ourizona, onde chegaram em
1948 para derrubar o mato e plantar café. Além de agricultores,
eles também foram donos de uma cafeeira no município.
Ao assumir os negócios, Marciel começou a implantar um
projeto para otimizar a estrutura, adquirindo um maquinário
mais moderno e tendo o suporte de uma comprometida equipe
de funcionários.
Assistência diferenciada
“Temos que fazer mais com o mesmo e buscar o aumento da
produtividade, além de aproveitar melhor o tempo”, afirma o
produtor que, em seu trabalho, estava habituado a elaborar
detalhadas planilhas de custos. A experiência com isso foi fundamental
para reestruturar a gestão, agora profissional. Mas
como não tinha bagagem na produção de grãos e depende de
uma orientação técnica especializada, ele ingressou em um
grupo de cooperados que recebem assistência técnica diferenciada
da Cocamar.
“A lavoura precisa ter acompanhamento permanente”, ressalta
Marciel, que conta com os serviços do engenheiro agrô-
nomo José Eduardo Marcon, responsável pelo Grupo Mais, do
qual participam 16 cooperados.
A assessoria começou no ano passado e a safra de soja
2020-21 foi a primeira sob a orientação de José Eduardo.
Até então, a produtividade variava ao redor de 58 sacas por
hectare, enquanto a de milho no inverno por volta de 100
sacas/hectare.
O engenheiro agrônomo faz recomendações sobre todos os
aspectos voltados ao aumento da produtividade com rentabilidade,
como adubação adequada mediante análise, a escolha
de cultivares entre as mais indicadas e o acompanhamento
minucioso nas etapas do ciclo da lavoura. Uma das primeiras
medidas foi a correção da velocidade de plantio, de 9 para 5,5
quilômetros no máximo. E, entre os próximos passos está a
implantação da agricultura de precisão.
“O Marciel é um produtor que almeja estar em constante
evolução e não mede esforços para dotar sua lavoura com as
melhores tecnologias”, afirma José Eduardo.
Assim, Marciel segue em frente com a certeza de estar
fazendo o melhor pelos negócios da família. E, levando em
conta a qualidade e a sanidade da lavoura, repleta de vagens,
a contratação da assessoria especializada é um indicativo de
que foi a melhor decisão.
Veja a reportagem
em vídeo
32 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
O engenheiro
agrônomo José
Eduardo Marcon e o
cooperado Marciel
Pedralli
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
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Do mundo da bola
para os campos do agro
Jogador que foi ídolo no Athletico e teve passagem por outros clubes
brasileiros e do exterior é agora um próspero produtor
Ídolo do Athletico Paranaense, clube ao qual fez história como zagueiro durante oito anos, Reginaldo
Sossai é atualmente um próspero produtor de soja e milho e cooperado da Cocamar em São Jorge do
Ivaí, município do entorno de Maringá (PR).
Aos 49 anos, o ex-atleta, que ficou conhecido dos torcedores como Reginaldo Cachorrão, responde pela
área comercial da empresa agrícola da família, que tem como fundador o sogro José Benedito, tradicional
produtor da região.
Foi Benedito que, durante a carreira do jogador, de 1993 a 2005, o orientou sobre onde investir suas
economias, direcionadas principalmente para a aquisição de terras.
Com isso, quando decidiu pendurar as chuteiras aos 33 anos, após uma trajetória que incluiu passagens
por outros três clubes brasileiros – São Paulo (de Rogério Ceni e Kaká), Guarani (de Luizão e Amoroso) e
Bahia - e um time chinês, o Beijin Gouan, Reginaldo já tinha definida a profissão à qual passaria a se dedicar:
a de produtor rural.
Era, na verdade, um retorno às origens, pois o ex-jogador é nascido no município, onde os pais sempre
trabalharam na atividade rural, cultivando uma pequena área.
Sossai possui 484 hectares de solos de alta qualidade conduzidos com tecnologias de ponta e alta produtividade.
Trabalhando com agricultura de precisão em toda a área, o produtor e familiares possuem um
moderno parque de maquinários John Deere.
Ao longo de sua carreira nos gramados, Reginaldo Cachorrão – apelido incorporado ao nome pela raça
e a postura firme, que impunha respeito nos adversários – contou com o apoio de alguns treinadores que,
reconhece, fizeram a diferença em sua vida.
A começar pelo primeiro deles, Zequinha, ainda nos tempos de quando começou a jogar como profissional,
no Atlético Paranavaí, onde atuou por uma temporada. Foi o mesmo Zequinha que, em 2003, o
indicaria para o futebol chinês.
O saudoso Vadão (Oswaldo Alvarez) também apreciava a firmeza do zagueiro, que foi um de seus defensores
no Athletico e no Guarani.
Por fim, não há como esquecer de Abel Braga, que no último campeonato brasileiro foi vice-campeão pelo
Internacional. Com Abel no comando do rubronegro paranaense, Reginaldo viveu os seus momentos mais
gloriosos, conquistando vários títulos importantes.
Veja a reportagem
em vídeo
34 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
Reginaldo defendeu vários
clubes brasileiros e passou
também pelo futebol chinês
antes de integrar a empresa da
família em São Jorge do Ivaí
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
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MAQUINÁRIOS
A modernidade no campo
Produtores aproveitam o bom momento do setor para investir na renovação de suas estruturas e
incorporar novas tecnologias
Operíodo de semeadura é sempre de intensa movimentação.
Na safra 2020/21, muitos produtores realizaram
a operação com o parque de maquinários e equipamentos
renovado. Diante dos bons resultados com as colheitas e as
oportunidades oferecidas pelo mercado, investimentos foram canalizados
para a incorporação de novas tecnologias. Os pátios das
concessionárias estão vazios.
Em São Jorge do Ivaí (PR), a família Damázio adquiriu plantadeiras
de última geração, adequadas ao avanço da agricultura de
precisão que implementam em suas terras. São unidades modelo
RowComander da John Deere que, por meio de sensores, fazem
o desligamento automático ao trafegar sobre linhas já semeadas.
Com isso, garantem economia de sementes e o aproveitamento
de cada metro quadrado nos talhões. Se quiser, o proprietário
pode acompanhar tudo por meio do aparelho celular.
Vale a pena
“Estamos tendo uma boa economia de sementes”, afirmou Leonardo
Damázio, que foi visitado no dia 20/10 pela equipe do Rally
Cocamar da Produtividade. Cultivando 700 hectares em companhia
do irmão Eduardo, Leonardo diz que para crescer é preciso
estar atualizado em tecnologias. “Vale a pena investir, o retorno
é garantido e geralmente vem até antes do que a gente imagina.”
Os Damázio planejam suas atividades para verticalizar a produção,
elevar os níveis de produtividade e racionalizar custos. “Comprar
mais terra ficou impraticável, está muito caro, então o caminho
é produzir mais com o que temos”, afirma Leonardo, que é engenheiro
agrônomo e tem 31 anos.
Em Ivatuba, município próximo, desta vez o produtor Ângelo
Celestino não investiu em novas máquinas, mas nos últimos
anos estruturou-se com o que havia de melhor – tratores, plantadeiras,
colheitadeira e pulverizador, todos John Deere. Bem
cuidada, a frota está impecável. “Gosto de tudo bem arrumado”,
diz Ângelo, de 85 anos, que há 21 deu os primeiros passos
no cultivo sustentável nos 193,6 hectares da Fazenda Estrela,
ao adotar um bem planejado programa de rotação de culturas.
Com isso, entra ano, sai ano, o produtor se sobressai entre as
maiores produtividades de sua região.
A sustentabilidade, aliás, é algo do qual Gladimir Perin Clemens,
de 50 anos, do mesmo município, não abre mão. São 150 hectares
onde ele faz no inverno o consórcio de milho e capim braquiária
para proteger o solo e garantir um bom plantio direto.
Sucessão
As trajetórias desses três produtores apresentam um ponto em
comum. Jovens ainda e bem preparados, Leonardo e Eduardo Damazio
sucedem ao pai José na gestão da propriedade, enquanto
Ângelo conta com a parceria do filho Sidnei e da filha Tânia na
condução da propriedade. Já Gladimir está encaminhando o filho
João Henrique, de 16, que diz gostar da atividade rural e pensa em
cursar agronomia. “Eu comecei a trabalhar aos 16 anos e estou
aqui até hoje, firme”, sorri o produtor.
36 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
Concessionária
monitora mais de
500 máquinas
Mais de 500 máquinas estão atualmente conectadas à
concessionária Cocamar John Deere, que acompanha
toda a movimentação delas, em tempo real, desde o
seu Centro de Suporte a Operações em Maringá.
Conforme explica o superintendente de concessionária, Arquimedes
Alexandrino, técnicos monitoram atentamente toda a operação
executada pelas máquinas, nas mais diferentes regiões. Para
chegar a esse estágio é preciso que seja feito antes um planejamento,
o qual começa nas colheitas de soja e milho anteriores, quando
vão ser gerados mapas de produtividade. Quase sempre os proprietários
das máquinas trabalham com taxa variável, utilizando maior
ou menor quantidade de insumos nos talhões, de acordo com as
necessidades detectadas nos mapas.
Alexandrino informa que quando o produtor procura a concessionária
para fazer uma aquisição, é procedida uma avaliação detalhada
de qual máquina e plantadeira mais se adequam às características
da propriedade. Após isso, é verificada a conectividade – as
máquinas precisam estar conectadas pela internet ao Centro de Suporte
a Operação – para que se possa extrair todas as informações
disponibilizadas pelas mesmas, como operação, consumo, rendimento
e outras, que vão se somar às informações agronômicas.
“Com todo esse banco de dados é possível tomar a melhor decisão
para o produtor ter o gerenciamento mais eficaz da propriedade e
Arquimedes com outras pessoas na sala de operação
aumentar a sua produtividade”, salienta o superintendente, mencionando
que a concessionária participa diretamente do planejamento
e das operações do produtor a campo, o que proporciona a ele mais
segurança em sua atividade.
O superintendente explica que por meio do sistema JD Link, pelo
qual a máquina é conectada ao Centro de Suporte, é possível saber,
também, entre muitas outras informações, como está o consumo de
combustível, a eficiência, a quantidade de horas trabalhadas, as horas
paradas e até mesmo detectar um problema. “Se houver um problema,
a gente pode fazer interferências remotas na máquina ou entrar
em contato com o produtor para informá-lo da situação”, diz Alexandrino,
acrescentando que, não raro, o cliente, durante uma operação,
nem sempre percebe que algo não esteja funcionando bem.
Acompanhando o crescimento da
agricultura de precisão nas regiões,
a concessionária vem registrando
expressivo aumento nas vendas de
dispositivos para a conectividade
das máquinas, que são monitoradas
remotamente da empresa em tempo real
Veja a reportagem
em vídeo
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
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MAIS DO QUE MÁQUINAS,
SOMOS AGRICULTURA
DE PRECISÃO
A John Deere conecta máquinas, tecnologia, pessoas e inteligência
para maior eficiência e rentabilidade, de forma sustentável.
OTIMIZAÇÃO DAS MÁQUINAS
Tecnologia para extrair todo o potencial
do seu equipamento.
OTIMIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES
Serviços e soluções para você gerenciar a operação
como um todo, com informações precisas sobre
equipamentos e atividades do ciclo
SUPORTE À DECISÃO AGRONÔMICA
Serviços que conectam as informações e integram
elementos agronômicos, visando a tomada de decisões
assertivas e o aumento de rentabilidade.
38 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
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IRRIGAÇÃO
O investimento que
faz chover na lavoura
Limitações ocasionadas pelo tipo do solo e as oscilações climáticas, ficaram para trás.
Com água à vontade, o objetivo é intensificar a produção e a produtividade
Márcia e o marido Peter planejaram o investimento no primeiro pivô e já fazem planos de ampliar as áreas irrigadas
Estudos apontam que para produzir um único quilo de soja
são necessários ao menos 1.500 litros de água, que constitui
90% do peso da planta. No milho, a relação é de 900 litros
de água para 1 quilo do grão. Explica-se, com esses dois exemplos,
por que a regularidade das chuvas é tão importante.
Por ser uma indústria a céu aberto, a lavoura fica à mercê das
variações do tempo e sofre com os veranicos que são recorrentes
a cada safra. No entanto, a tecnologia está a serviço do produtor e
ele pode neutralizar os efeitos de uma estiagem fazendo - literalmente
- chover em sua lavoura.
É o que o Rally Cocamar de Produtividade foi ver no início de
janeiro em Santa Fé, região de Maringá, onde o produtor Peter Elshof
e sua esposa Márcia Fabri Elshof dotaram a Fazenda Santana
de um equipamento de irrigação com pivô central, adquirido junto
a Cocamar.
Com mais de 600 metros, a estrutura atende a uma área de 120
hectares, funcionando durante a noite, quando o custo da energia
elétrica é reduzido por contar com os benefícios de um programa
mantido pelo governo do estado. A cada giro do equipamento, completado
em três noites, são despejados o equivalente a 8 litros por
metro quadrado, proporcionando a umidade que vai garantir o desenvolvimento
da cultura e a expectativa de uma boa produtividade.
Primeira safra
No caso dos Olshof, foi a primeira safra com a irrigação, que representa
mais um passo para a sustentabilidade da fazenda, onde a
soja, cultivada há mais de dez anos, é mantida com modernas tecnologias
de precisão, o que inclui o plantio de capim braquiária no
40 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
Estruturas de irrigação encontram-se em expansão nas regiões atendidas pela Cocamar
outono/inverno. A braquiária, de acordo com os especialistas, atua
na reestruturação física e biológica do solo e fornece a cobertura de
palha destinada ao plantio direto.
A proprietária Márcia, engenheira agrônoma, explica que quando
ela e o marido projetaram os investimentos na fazenda, fizeram
muitas contas antes da tomada de decisão. “Chegamos à conclusão
que a irrigação é um dos principais investimentos, pois se paga
em um tempo relativamente curto, diminui os riscos da lavoura
e aumenta a sua produtividade”. A respeito dos custos com energia
elétrica, estimados em dois sacos de soja por alqueire/ano, ela
disse que os considera bem razoáveis, pois acabam diluídos pelo
aumento da produtividade.
Otimizar
Com a irrigação, o casal tem muitos planos. Peter, engenheiro de
logística, fala em otimizar a propriedade. Sem o equipamento, eles
não conseguiam produzir milho no inverno, pois o solo é arenoso,
com teor de argila de 17% em média, o que potencializa os veranicos.
O milho vai reforçar a receita – e, se depender da umidade,
haverá estabilidade da produção – podendo-se abrir espaços para
outros cultivos.
A água é captada de um riacho nos fundos da propriedade, margeado
pela mata ciliar. Segundo Márcia, durante os estudos para a
análise da viabilidade da irrigação, observou-se que o volume de
água se manteve ao longo do ano, o que, segundo ela, pode ser
creditado à preservação daquela área verde.
O responsável pela área de irrigação da Cocamar, Alfredo Fabrão
Neto, comenta que a cooperativa está incentivando a aquisição
desses equipamentos por parte dos produtores cooperados. Fabricados
pela Lindsay, eles são considerados estratégicos em um projeto
de crescimento sustentável, viabilizando uma agricultura altamente
produtiva e adequada ao emprego de modernas tecnologias.
“No solo arenoso, principalmente, os equipamentos de irrigação
fazem toda a diferença”, afirmou.
Veja a reportagem
em vídeo
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
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PULVERIZAÇÃO
O drone pede passagem
Oferecendo muitas vantagens em relação ao modelo convencional, equipamento vai se
tornando mais popular entre os cooperados
Na safra 2020-21, produtores cooperados da Cocamar
começaram a utilizar o drone para fazer a
pulverização de fungicida na soja, sob a orientação
da Cocamar, interessada em difundir a tecnologia,. O Rally
acompanhou uma aplicação em Floresta, município da região
de Maringá, na propriedade do produtor Luiz Alberto
Palaro. Ele conta que ficou interessado depois de conhecer
as vantagens oferecidas pelo equipamento em comparação
à aplicação convencional.
Vazão
Executada por uma empresa prestadora selecionada pela
Cocamar, a pulverização cobre 1 hectare a cada 6 minutos
em média, demandando uma vazão de apenas 8 litros de
42 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
Palaro foi um dos primeiros a pulverizar a soja com a nova tecnologia e diz ter ficado satisfeito
água, volume 17 vezes menor que os 136 litros gastos na
aplicação com máquina. O investimento é de R$ 188 por
alqueire (R$ 77,6 na medida em hectare).
Como o drone opera a uma altura de 2 metros da lavoura,
as minúsculas gotículas do fungicida não se dispersam,
concentrando-se nas folhas das plantas e sequer chegam ao
chão. Da mesma forma, não há risco de haver deriva.
Além de gastar bem menos água no processo, o produtor economiza
com o óleo diesel que seria consumido pelo trator ou o autopropelido,
Outra vantagem é que o serviço pode ser feito logo após
um período de chuvas, em que não é possível entrar com maquinário.
Sem esquecer ainda que com essa alternativa de pulverização,
não há amassamento de plantas pelos rodados do trator, o
que geralmente causa uma perda de 3% em média.
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
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PRODUTORAS
Capricho feminino
Em São Sebastião da Amoreira e Abatiá, norte do estado, mulheres de perfis diferentes se
destacam à frente dos negócios
Para apoiar a família, Amanda trocou a carreira de esteticista pela de produtora rural e afirma estar realizada
da mulher é onde ela quiser.” A frase da
jovem cooperada Amanda Piteri Alcântara, 28
“Lugar
anos, de São Sebastião da Amoreira, região de
Londrina (PR), resume a sua determinação em participar ativamente
da gestão de uma fazenda de 169 hectares, ao lado
do irmão Allan, de 32, do pai Ivan Alves Alcântara e da mãe
Sandra Marli Piteri.
Mãe de Valentina, de sete anos, Amanda menciona ter ouvido
de algumas pessoas não acostumadas ao trabalho feminino
que lugar de mulher não é na agricultura. Engano: se sabe
que atualmente, segundo dados oficiais, 36% das propriedades
rurais do país já são comandadas por mulheres. Elas estão
presentes também, em número cada vez maior, em funções
técnicas como agronomia, zootecnia e medicina-veterinária.
Sucessão
Para a própria Amanda, até alguns anos, era improvável que
viesse a ser uma sucessora no negócio da família. Na universidade,
chegou a fazer o curso para seguir a carreira de esteticista.
Porém, como a família reside em Londrina e a fazenda
precisava ser administrada tal qual uma empresa, houve uma
44 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
reviravolta em seus planos: a sucessão foi o caminho natural
e o pai, de 80 anos, deu todo o apoio e incentivo.
Amanda lembra que uma de suas primeiras atitudes ao
participar da gestão do negócio familiar foi reorganizar o
barracão onde ficam guardados os maquinários. Dispensou
o que não servia mais e deixou as ferramentas e peças à
mão, cada qual em seu lugar.
A estrutura de máquinas se encontra desatualizada, mas,
aos poucos, com o equilíbrio financeiro da propriedade, a
ideia é começar a investir na sua modernização. Para a colheita
ainda é preciso contar com prestadores de serviços.
A produtora fez curso de tratorista e diz querer aprender de
tudo “para saber como é feito e poder exigir”.
As principais decisões ainda são tomadas em conjunto e
há três anos Amanda incorporou de vez à sua vida a rotina
de produtora rural. No início, diz ter ficado receosa e hoje,
mais habituada à experiência, se sente feliz e afirma que até
prefere o ambiente da fazenda a estar na cidade.
A 750 metros de altitude em média, a propriedade com
80% de teor de solos argilosos apresenta condições adequadas
para a produção de sementes, tanto que a totalidade
das lavouras de soja está voltada a esse objetivo. No inverno,
as terras são ocupadas por milho.
A produtora fez a sua terceira safra de verão e em seu dia
a dia a jovem tem a companhia diária do funcionário Francisco
Batista, que reside na fazenda há 18 anos, e a orientação
técnica prestada pela Cocamar, por meio do engenheiro
agrônomo Felipe Sutil. É ele, por exemplo, quem faz
a regulagem da plantadeira e ajuda na escolha dos insumos,
na seleção das variedades mais adequadas e acompanha no
controle de pragas e doenças.
Na cooperativa
“Nos sentimos muito satisfeitos com o atendimento e a
participação na Cocamar”, afirma a produtora. É na unidade
da cooperativa em São Sebastião da Amoreira, sob a gerência
de Claudinei Donizete Marcondes, que ela adquire os
produtos de que precisa e comercializa a safra. A Cocamar é
também um modelo de participação feminina, com mais de
15% do quadro de associados formado por mulheres.
Veja a reportagem
em vídeo
Rose cuida
pessoalmente
de cada
detalhe da
fazenda
O desafio de produzir
em relevo ondulado
Cultivar uma região de relevo ondulado não é para qualquer
produtor. As limitações do terreno restringem a operação com
máquinas e é preciso saber fazer isso sem danificar o solo, para
não desencadear a erosão.
Os altos e baixos na paisagem são uma característica em Abatiá,
município do norte do estado, a 124 quilômetros de Londrina,
o que não impede o trabalho do casal José Carneiro, de 75
anos, e Rosângela Rodrigues de Jesus, a Rose, de 50. Cuidando
pessoalmente de cada detalhe da fazenda, eles cultivam 1,2 mil
hectares de lavouras de grãos – soja no verão e milho no inverno
– e há também 363 hectares de pastagens, onde estão alojadas
530 matrizes nelore.
O Rally Cocamar de Produtividade foi até lá para conhecer a
fazenda e também o dia a dia da produtora Rose, que está nessa
lida desde 2002. Casados em 1998, eles têm uma filha de 18
anos e residem em Cornélio Procópio, a 56 quilômetros. Todos
os dias se deslocam até a propriedade, onde chegam cedo e só
retornam à noite.
Com graduação em comércio exterior, Rose diz se realizar
mesmo é no campo, onde participa das decisões e está à frente
de uma equipe de dez funcionários. “A gente sabe o quanto é
mais difícil um relevo como esse, mas, na medida do possível,
estamos dando conta do recado”, afirma a produtora.
A soja eles cultivam desde 2002 e são assistidos nessa lavoura
pelo engenheiro agrônomo Douglas Cibotto, da unidade da
Cocamar em Nova Fátima. “Nosso maior desafio é justamente
cultivar o relevo acidentado”, diz Rose, lembrando que nem todas
as máquinas e implementos se adaptam às condições oferecidas
pelo terreno.
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
45
NOROESTE PARANAENSE
Integração é tendência na
região de Nova Londrina
46 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
Com o apoio da cooperativa,
produtores investem em
oportunidades e parcerias
para crescer
Aintegração lavoura-pecuária-floresta (ILPF)
é uma tendência na região de Nova Londrina
(PR). Com a presença da Cocamar, que
em 2018 absorveu as estruturas da Copagra, parcerias
entre agricultores e pecuaristas, para alavancarem
seus negócios, começam a se tornar mais comuns.
Juscelino Félix Farina faz integração há dois anos
e, nesse período, investiu na ampliação da área de 29
para 121 hectares, parte delas com o colega Oscar da
Silva. Tradicional pecuarista, Farina lembra que, atento
ao avanço da soja na região, deu início ele próprio à
atividade agrícola há cinco anos, investindo no cultivo
da oleaginosa. Na primeira safra, por causa da estiagem,
a produção foi pequena, apenas 16,9 sacas por hectare;
na segunda, no entanto, após proteger o solo com
capim braquiária, a média evoluiu para 41,3 sacas/hectare.
A Cocamar é também uma parceira do produtor:
além de oferecer insumos e fazer a comercialização, a
unidade local da cooperativa presta orientação técnica,
por meio do engenheiro agrônomo Willian Fogassi.
“Com a integração eu melhorei a condição do solo e, consequentemente,
as pastagens”, afirma Farina, salientando
que esse é o caminho mais viável para sua região, onde predomina
o arenito e grande parte das pastagens é degradada.
“Os pecuaristas estão enxergando isso e puxando conversa
sobre integração”, afirma o produtor, destacando que o gado
precisa de comida boa e um ambiente mais confortável. Outro
ponto que, a seu ver, gera mais confiança na atividade é o
fato de a Cocamar, por meio da sua corretora, disponibilizar
um seguro adequado às condições da região. “No primeiro
ano eu deixei de fazer seguro e tive que vender algumas novilhas
para pagar as contas”, recorda-se.
Outro fato a considerar é que a ILPF valoriza o capital,
no caso a propriedade. E, nas áreas de pastos
recuperados, a ocupação média acaba ficando em 2,5
cabeças por hectare, bem acima de 1 cabeça do sistema
tradicional, onde falta comida.
O gerente técnico da Cocamar, Emerson Nunes,
que responde por Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
(ILPF), áreas de renovação e diversificação,
explica que os formatos integrados são uma oportunidade
para que os produtores tenham mais rentabilidade
em seus negócios. “A implantação de um projeto
assim exige acompanhamento técnico especializado
e também que o produtor siga todas as orientações
para que os resultados sejam os esperados”, afirma. Os
interessados devem entrar em contato com a unidade
da Cocamar.
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
47
Thiago (o segundo a partir da esquerda); auxiliando a família na gestão
Em Querência, uma nova fronteira
No extremo noroeste paranaense, às margens do Rio
Paraná, o extenso município de Querência do Norte,
com mais de 900 mil quilômetros quadrados de
território, se destaca principalmente pela exuberância de sua
natureza. Tradicional produtor de arroz irrigado, é a principal
referência no cultivo desse cereal no estado.
A pecuária, com mais de 60 mil hectares em pastagens, e a
mandioca, que se estende por 3,5 mil, também são importantes
na economia, mas de duas décadas para cá a soja tem avançado
rapidamente na região. Segundo estimativas da Cocamar,
baseada em dados municipais, a oleaginosa já ocupa aproximadamente
20 mil hectares. O município é um retrato da transformação
econômica por que vem passando o arenito caiuá e
mesmo com reduzido teor de argila – ao redor de 15% -, seu
solo não dificulta a expansão da soja, que ocorre sob a adoção
de práticas sustentáveis e sem interferir no meio ambiente.
É o que se pode ver na Fazenda Santa Fé, de 2,4 mil hectares,
adquirida em 2003 pela família Peres, de Terra Boa. A exemplo
dos Peres, 80% dos produtores do grão no município vieram de
outras regiões do Paraná em busca de terras mais baratas para
adquirir ou arrendar, fazendo de Querência do Norte e imediações
uma nova fronteira agrícola.
O engenheiro agrônomo Rubens Adriano da Silva, da unidade local
da Cocamar, explica que as terras de Querência do Norte têm
acompanhado, de alguma forma, a valorização que se observou nos
imóveis rurais neste e nos últimos anos, como efeito da boa fase do
agronegócio. No entanto, quando se compara com outras regiões
do estado, ainda são relativamente acessíveis, havendo muitas oportunidades.
“Todas as semanas somos contatados por produtores de
outras regiões, interessados em comprar ou arrendar terras por aqui”,
afirma. Com a venda de um hectare em Maringá, a 205 quilômetros,
é possível adquirir pelo menos três hectares no município.
Na Santa Fé, 1,137 hectares são destinados aos cultivos de soja e
milho, respectivamente nos períodos de verão e inverno, há 193 de
pastagens e 1,210 de áreas de RPPN (Reserva Particular do Patrimônio
Natural), mantida para preservar a diversidade biológica.
O Rally foi recebido pelo engenheiro agrônomo Thiago Peres,
24 anos, filho de Valter Peres, o Valtinho, um dos sócios da propriedade.
Em companhia do administrador Paulo Mello, de 48,
Thiago supervisionava a semeadura da soja, já na reta final. Ele
confirma que não há receio em cultivar o solo arenoso, desde
que, entre outras medidas, pensando na sustentabilidade, se faça
a devida proteção da superfície com palha, para o plantio direto,
e sejam seguidas as recomendações agronômicas. Em 2019,
segundo Thiago, a palhada fez a diferença durante um período
de estiagem ao manter por mais tempo a umidade e reduzir os
efeitos da falta de chuvas. Quem não se precaveu, teve perdas.
O jovem, que se graduou há dois anos, diz que “iniciar a carreira
de agrônomo com um trabalho assim é gratificante, pois a
fazenda, com suas características, oferece um importante aprendizado”.
O desafio é incorporar tecnologias para o constante aumento
da produtividade. A média da soja, nos últimos anos, tem
ficado ao redor de 58 sacas por hectare e, no milho, 90 sacas.
Trabalhando há dez anos na propriedade, o administrador Paulo confirma
que a região, com sua topografia plana, apresenta grande potencial
para o desenvolvimento de uma moderna atividade agropecuária,
sem impactar no meio ambiente. As extensas e exuberantes áreas
verdes, dentre as quais as que margeiam o Rio Paraná, emoldurando
a fazenda, são povoadas por variadas espécies de aves, mamíferos e
répteis, o que torna o local ainda mais bonito e interessante. Para apoiar
os produtores, a Cocamar conta com uma ampla estrutura de recebimento
de grãos em Querência do Norte, além de uma unidade de
atendimento e comercialização de insumos agropecuários.
Veja a reportagem
em vídeo
48 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
Pai e filho cuidando
do negócio familiar
Dos quatro filhos do produtor rural Rui Uehara, que é médico-veterinário
em Cianorte, três optaram por outras
profissões na cidade. A expectativa recaiu sobre Igor, atualmente
com 27 anos, que em 2015 formou-se engenheiro agrônomo
pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).
“Assim que completei o curso, retornei para casa com o objetivo de
ajudar os negócios da família a crescerem”, afirma Igor. O pai nem imaginava
o quanto o filho seria importante para trazer mais renda a uma
das propriedades, focada até então na recria e engorda de fêmeas.
Ao ouvir falar em integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF),
Igor interessou-se e em 2017, a convite da Cocamar, participou
de várias viagens para conhecer o sistema na prática. Primeiro,
a Fazenda Santa Brígida em Ipameri (GO) – a principal referência
nesse assunto no país. Depois, algumas propriedades no oeste
paulista e, por último, a Unidade de Difusão de Tecnologias
(UDT) da cooperativa em Iporã e também a região de Altônia, as
duas últimas no extremo noroeste paranaense.
Após analisar detalhadamente a integração e fazer muitos cálculos,
Igor não teve dúvidas de que valeria a pena e contou com
a concordância do pai em introduzir a soja na propriedade de 128
hectares. “Já era uma atividade lucrativa, com taxa de ocupação de
250 cabeças por ano em média”, explica. A soja entrou para turbinar
a lucratividade e, ao mesmo tempo, reformar os pastos a um
baixo custo durante o verão, aliviando o confinamento no inverno.
Pastagem de qualidade
Com a integração, a pecuária que ocupava a propriedade durante
todo o ano, ficou restrita ao período de maio até o final de setembro.
Por sua vez, o plantio de capim braquiária passou a ofertar uma
forragem volumosa e de qualidade, possibilitando ao gado ganhar
peso mesmo durante os meses frios. Em seguida, a pastagem é
dessecada para o plantio direto da soja.
O resultado atendeu às expectativas. “Produzimos soja no verão
e mantemos a pecuária no inverno”, comenta Igor, salientando que
a decisão de fazer integração lavoura-pecuária (ILP) foi acertada.
Ele deixa claro: a soja é um negócio conduzido de maneira empresarial,
para dar retorno.
Hoje, Igor e o pai dizem que nem imaginam retornar ao modelo
anterior. Com a ILP, o negócio ficou dinâmico e bem mais
interessante sob o ponto de vista financeiro e a propriedade passou
a contar com uma estrutura de maquinários próprios para a
mecanização. Eles compraram uma plantadeira, um pulverizador,
O engenheiro
agrônomo
Igor Uehara
um segundo trator e construíram um barracão para guardar as
máquinas e os insumos. Só para a colheita dependem de prestadores
de serviços.
O solo também demandou investimentos, à base de nutrientes
e micronutrientes, enxofre e outros, conforme menciona o
engenheiro agrônomo da unidade local da Cocamar, Wagner Decleva,
responsável pela assistência técnica aos Uehara. Ele faz
recomendações em relação às variedades de soja mais adequadas
e também os insumos, ficando atento ao melhor momento para
o controle de pragas e doenças.
Apoio essencial
Igor comenta que procura estar sempre bem informado sobre as
atividades que realiza e também a respeito das novas tecnologias,
mas considera essencial o apoio do engenheiro agrônomo da cooperativa,
pela qualidade do serviço prestado e também porque
informações importantes e situações novas sobre o seu negócio
podem surgir a cada momento. “Sozinho, a gente não consegue
acompanhar tudo.”
É na cooperativa que pai e filho adquirem seus insumos e comercializam
a produção. A família possui propriedades em outros
municípios, focadas principalmente em pecuária, sendo participante
do Programa de Produção de Carne Precoce que começou a ser
implementado este ano pela Cocamar.
Sobre seus planos, Igor diz que um deles é ampliar a produtividade
das lavouras e, no futuro, expandir as áreas cultivadas, absorvendo
terras da região, como arrendatário.
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
49
SOLO
Cocamar e Embrapa
implementam o SuperSolo
Iniciativa tem a finalidade de fazer um diagnóstico completo do solo
em várias regiões no norte e noroeste do Paraná
Amostras são analisadas em
propriedades nas regiões noroeste
e norte do estado, como esta em
Arapongas
50 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
ORally esteve no mês de novembro em duas propriedades
no município de Arapongas (PR), acompanhado do
pesquisador Henrique Debiasi, da Embrapa Soja, e do
gerente técnico da Cocamar, Rafael Furlanetto.
Na primeira, com área de 130 hectares, há 21 anos os proprietários
fazem plantio direto e há três aprimoraram o sistema para
torná-lo mais sustentável e garantir mais produtividade, adotando
no inverno o consórcio milho e braquiária recomendado pela Cocamar.
O administrador Paulo Staffen, que trabalha ali há 31 anos,
disse estar satisfeito com o que a braquiária tem proporcionado ao
solo. No primeiro ano de consórcio com o milho, lembrou Staffen,
o capim concorreu com a cultura de inverno, o que já era esperado,
mas nas duas safras seguintes, diante das boas condições de
solo, contribuiu para um aumento de produtividade do cereal, sem
falar dos efeitos positivos disso sobre a cultura no verão.
A equipe de técnicos que acompanhou o Rally analisou as plantas,
observando o bom desenvolvimento das raízes, e coletou amostras
para fazer um diagnóstico rápido de estrutura de solo, que permite
saber, por exemplo, sobre como está sendo a infiltração de água.
Saúde do solo
O pesquisador da Embrapa, Henrique Debiasi, mostrou que o
solo coletado se desprendeu com facilidade, em torrões pequenos,
possibilitando a infiltração da água da chuva. “Essa é uma
propriedade que se pode considerar sustentável”, disse, uma vez
que o investimento é feito pensando, principalmente, na saúde do
solo. Com a boa infiltração, ocorre também o armazenamento de
água – condição para que as plantas, ao desenvolver raízes mais
profundas, suportem por mais tempo uma estiagem.
Contraponto
O mesmo diagnóstico foi efetuado em outra propriedade no mesmo
município, onde a soja havia sido semeada em solo sem qualquer
tipo de cobertura. Desta vez, se observou que as raízes das
plantas não se desenvolvem devido à compactação, comprovada
pela coleta de amostras, que resultou em torrões grandes e compactos.
Furlanetto explicou que embora houvesse ainda umidade
na camada inferior, as raízes não conseguiam acessá-la, diferente
do que se viu na propriedade anterior.
“Nas duas propriedades foram utilizados, possivelmente, os
mesmos insumos, havendo o mesmo investimento. Inclusive o
solo argiloso apresenta características semelhantes. No entanto,
os resultados com certeza vão ser muito desiguais”, comentou o
gerente técnico da Cocamar.
Cocamar e Embrapa realizaram o SuperSolo pelo segundo ano seguido,
na safra de verão passada. Trata-se de um levantamento das
características dos solos em diferentes regiões de atuação da cooperativa,
no norte e noroeste do Paraná. No ciclo 2018/19 foram visitadas
24 propriedades rurais e no anterior (2019/20), mais 25, não
havendo continuidade em 2020/21 devido a pandemia.
De acordo com Henrique Debiasi, “a agricultura é a arte de reduzir
as perdas, pois os materiais, como sementes, já chegam com
todo o seu potencial produtivo. Por isso, quanto melhor o produtor
manejar o seu solo e empregar adequadamente os recursos,
menos ele irá perder em produtividade”.
Nesse contexto, a forma como o solo é manejado acaba sendo
decisiva e não vai adiantar investir apenas em adubação química,
deixando de lado os aspectos físico e biológico. Se o solo estiver
compactado – o que é comum na realidade da agricultura paranaense
– as raízes vão se aprofundar cerca de 20cm, enquanto que
em solo não compactado o sistema radicular pode alcançar o dobro
em profundidade, assegurando um ambiente mais favorável
às plantas ao reduzir os efeitos de veranicos.
O pesquisador chamou atenção para o fato de o produtor observar
alguns quesitos básicos e elementares para o sucesso do
seu negócio, entre os quais uma análise de solo – o que lhe permitirá
fazer a reposição de nutrientes de acordo com as necessidades
detectadas. “Uma análise de solo custa muito barato diante do
resultado que ela vai trazer na colheita”, afirmou Debiasi, mencionando
que além dos insumos comuns – adubos, sementes, fertilizantes
e defensivos – o produtor também deve levar em conta
outros “insumos”, que dependem dele, como uma boa cobertura
do solo, o mínimo revolvimento do mesmo, enriquecê-lo com
matéria orgânica, proporcionar que as raízes se desenvolvam e
também uma diversidade biológica, com práticas, entre as quais,
a rotação de culturas.
“O principal fator para a viabilidade de uma cultura é a água,
quanto mais água, maior a uniformidade da lavoura”, ressaltou o
pesquisador, lembrando que uma visão aérea de um campo geralmente
permite ver muitas falhas. Segundo ele, a capacidade
de infiltração de água aumenta com a diversificação, sendo o capim
braquiária mais factível para a realidade regional, cultivado
em consórcio com o milho de inverno ou de forma solteira. Além
dos benefícios trazidos pelo seu enraizamento, que rompe a compactação,
oxigena o solo, abre canais para a infiltração de água e
cicla nutrientes de camadas mais profundas, a braquiária vai inibir
o desenvolvimento de ervas de difícil controle, como a buva e o
amargoso. “Os resultados do consórcio milho x braquiária atingem
o seu ápice no terceiro ano.”
Veja a reportagem
em vídeo
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
51
Em Tamarana, um guardião do solo
O gerente de Desenvolvimento Agro da Sicredi União PR/SP, Vítor Pasquini, que acompanhou o Rally em várias viagens, dialoga com o produtor Carlos
Alexandre, pioneiro na adoção da braquiária para cobertura do solo em seu município
Em Nova Londrina, a 140km de Maringá,
o cooperado Antonio Carmo
Pacífico é um exemplo do que a Cocamar,
interessada no desenvolvimento regional,
pretende para aquela região de solos arenosos,
onde a pecuária extensiva e as culturas de cana
de mandioca são dominantes na paisagem.
Com propriedade de 130,6 hectares em Tamarana,
município do entorno de Londrina, o
cooperado Celso Alexandre, de 76 anos, apresenta
um histórico de práticas sustentáveis e
de pioneirismo na sua região. Depois de, por
muito tempo, ter se dedicado à atividade leiteira,
Alexandre redirecionou os negócios para
a produção de grãos.
Segundo o engenheiro agrônomo Vinícius
Arantes, da unidade local da Cocamar, as
experiências desenvolvidas pelo cooperado
servem de modelo. Alexandre foi o primeiro
a fazer o plantio de capim braquiária com o
fim específico de proteger o solo. “Antes eu
plantava aveia branca. Não remunerava, mas
sobrava a palha”, diz.
Com a braquiária, o produtor viu que a vantagem,
além da intensa palhada na superfície,
está no agressivo enraizamento do capim, que
rompe a compactação e, entre vários outros
benefícios, abre canais para a infiltração de
água. Ele faz, também, o consórcio milho x
braquiária, tudo para garantir, sempre, um
bom sistema de plantio direto.
Para cuidar bem do solo, outra prática usual
na propriedade é a rotação e culturas. Mas Alexandre
não termina aí: pretendendo modernizar
e garantir mais sustentabilidade aos seus
negócios, demonstrando visão de futuro, ele
começa a fazer agricultura de precisão. Para
isso, investiu em maquinários John Deere.
Com a esposa Suzane também cooperada,
Celso Alexandre conta ser 100% Cocamar e,
por meio da orientação que recebe do agrônomo
Vinícius Arantes, ele procura evoluir
na produtividade de suas lavouras. Em 116
hectares, suas médias no verão e inverno são,
respectivamente, de 62 sacas de soja e 62 de
trigo. A cooperativa atua desde 2010 em Tamarana
e, segundo Alexandre, a cooperativa
“veio para dar assistência aos produtores”.
52 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
Entre outros benefícios, a braquiária inibe a buva
Cuidar do solo e, ao mesmo tempo, impedir o desenvolvimento de
ervas de difícil controle, como a buva. É assim, apostando na sustentabilidade,
que um jovem produtor de grãos de Maringá (PR)
vem conduzindo a sua lavoura. Diferente de outros produtores, para os
quais a praga se tornou um pesadelo, Cleber Veroneze mantém os seus
campos praticamente livres da mesma.
Um estudo divulgado pela Basf aponta que durante um ciclo de 24
meses, cerca de 150 mil sementes podem ser emitidas pela buva, das
quais ao menos 80% viáveis, causando forte impacto na produtividade
da soja se não for controlada de forma adequada.
Consórcio milho x braquiária
Há anos, o manejo das ervas é realizado de uma maneira relativamente
simples por meio do consórcio milho de inverno x braquiária, sob a
orientação da Cocamar. Entre outros benefícios, a braquiária produz uma
espessa massa verde sobre o solo que, depois de dessecada para o plantio
direto da soja, forma um cobertor que protege a superfície e inibe o
surgimento de ervas. Segundo Veroneze, foram necessários cinco anos
de consórcio milho x braquiária para chegar à situação atual de relativa
tranquilidade, sendo que o investimento sai barato, não mais que 10%
em comparação aos custos do controle químico.
Controle químico
Além disso, considerando que a buva é uma cultura de inverno, o controle
químico da mesma deve começar durante o consórcio milho x
braquiária, utilizando atrazina - um dos herbicidas mais recomendados
- na pré-emergência da lavoura.
Veroneze faz também uma saudável rotação em 25% de suas áreas
com uma mistura de sementes que beneficia o solo e praticamente impede
a disseminação da buva e demais ervas, composta por aveia branca,
aveia preta, nabo pé-de-pato, nabo forrageiro e centeio.
Aumento de produtividade
“Eu aplico calcário e faço a adubação na área de rotação pensando no
sistema”, explica o produtor, informando que na safra passada conseguiu
colher 7,8 sacas a mais por hectare (19 na medida por alqueire)
na área que havia sido rotacionada em comparação à média da propriedade.
A prática, diz Veroneze, custa cerca de 50% no comparativo com
o tratamento químico.
Planejar
“Se ficar uma única planta de buva por metro quadrado, o produtor de
soja vai ter uma perda de produtividade de 10 a 20%”, pontua o engenheiro
agrônomo Rafael Franciscatti, representante técnico de vendas
(RTV) da Basf, uma das principais patrocinadoras do Rally. “A gente vê
produtores fazendo várias aplicações e correndo atrás de um manejo adequado,
mas perdendo o tempo das aplicações”, cita. “É imprescindível
planejar o manejo da buva, que precisa ser controlada durante o inverno
com uma dose robusta de herbicida, como a atrazina, além de uma boa
cobertura de solo, caso da braquiária.’
Controlar antes da semeadura da soja
Segundo Franciscatti, a buva vem apresentando resistência a quatro mecanismos
de ação. Por isso, “o produtor precisa sair do tradicional e buscar
novas maneiras de controlar a erva, fazendo isso antes da semeadura da
soja. Após a emergência da soja, o manejo é impraticável”.
Veroneze no meio
da roça, apontando
para área sem buva
Veja a
reportagem
em vídeo
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
53
CARNE PRECOCE
Mais renda ao cooperado
Iniciativa tem a finalidade de fazer um diagnóstico completo do solo em
várias regiões no norte e noroeste do Paraná
Veja a reportagem
em vídeo
Gérson Bortoli foi um dos primeiros a investir em integração lavoura-pecuária na região de Umuarama
ORally Cocamar de Produtividade esteve em Umuarama
(PR), onde visitou o cooperado Gérson Bórtoli,
um dos participantes do Programa de Produção de
Carne Precoce Premium lançado em setembro de 2020 pela
Cocamar.
Desde 2003 o produtor trabalha com o sistema de integração
lavoura-pecuária. Graças a esse formato inovador, no qual
é assessorado pela cooperativa, ele se destaca na região por
suas altas médias de produtividade de soja, mesmo cultivando
solos arenosos, ficando sempre entre os primeiros colocados
nos concursos realizados pela Cocamar, competindo inclusive
com produtores da terra roxa. São 423,5 hectares com a
oleaginosa, onde a média tem se situado ao redor de 66 sacas
por hectare.
Na pecuária, o rebanho é formado por animais de cruzamento
industrial de nelore e angus, terminados precocemente e
que asseguram ao mercado uma carne de qualidade especial
por sua maciez e sabor. O produtor faz o ciclo completo – cria,
54 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
recria e engorda – e tem investido na
precocidade. São animais de até 22
meses e com 20 arrobas em média,
abatidos no Frigorífico Argus, de São
José dos Pinhais, parceiro da Cocamar.
Segundo Gérson, a pecuária vinha
sendo a parte frágil da integração lavoura-pecuária,
pois os produtores ficavam
sujeitos aos preços oferecidos
pelos frigoríficos e não recebiam nenhuma
compensação pela qualidade
diferenciada da carne. “Era um sonho
do pecuarista ter todo o suporte da
cooperativa, pois não havia segurança
na ponta final.” Com o programa, ele
diz que se sente estimulado a investir
cada vez mais na qualidade da carne,
lembrando que animal bom é aquele
que apresenta precocidade e também
genética e bom acabamento.
O cooperado diz que, até o momento,
só tem motivos para satisfação.
Enquanto nos frigoríficos o aproveitamento
de carcaça era de 54% em
média, no programa desenvolvido pela
Cocamar esse índice subiu para 57%,
o que se converte em melhor remuneração.
Cada ponto percentual representa
R$ 5,00 a mais por arroba.
Assim, um animal com 20 arrobas de
peso resultará em um ganho adicional
de R$ 100.
De acordo com o médico-veterinário
Ricardo Reghini, que presta assistência
ao produtor, o objetivo do programa é
padronizar os rebanhos, trabalhar apenas
com animais de idade inferior a 24
meses, avaliados pela dentição, com
gordura uniforme e na faixa de peso de
19 a 22 arrobas. “A Cocamar garante
orientação técnica qualificada para que
os pecuaristas se especializem na produção
de animais precoces, incluindo
nutrição e sanidade, sempre atrelando
isso ao fornecimento de insumos”, explica.
De acordo com a Cocamar, em
2021 o programa ganha velocidade e a
previsão é abater 8 mil animais.
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
55
Um reconhecimento à qualidade
O produtor Epaminondas de Camargo (o segundo a partir da direita) com técnicos da cooperativa e equipe
Desde janeiro participando do Programa de Carne
Precoce Premium da Cocamar, o produtor Epaminondas
de Camargo, vinculado à unidade da cooperativa
em Nova Fátima, região de Londrina, recebeu em
março um reconhecimento pelo melhor lote de animais do
trimestre.
O troféu entregue ao proprietário na Fazenda Santa Lúcia
em Congoinhas pelo médico-veterinário da Cocamar, Luiz
Henrique Garcia Abreu, atestou que os animais atenderam
integralmente aos critérios exigidos pelo programa. Eram
100% F1 angus com gordura uniforme, todos “dente de
leite” (super precoces), pesando entre 18 e 22 arrobas e,
desde janeiro, já foram fornecidos 300 exemplares.
O Rally acompanhou a visita do médico-veterinário, que
coincidiu com o embarque de mais 22 unidades para abate
no Frigorífico Argus. Diversificado em seus negócios, Epaminondas
de Camargo é também produtor de café em Nova
Fátima e cultiva soja em integração com pecuária na fazenda
em Congoinhas.
É na Fazenda Santa Lúcia, de 500 alqueires (1.250 hecta-
56 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
res), que Camargo faz a engorda de animais trazidos de uma
outra propriedade, naquele mesmo município, sendo essa última
especializada em cria. Além de fazer o melhoramento
da raça angus, Camargo também é produtor de gado nelore e
compra bezerros para engorda, possuindo uma grande estrutura
de confinamento.
Integração
Somando as duas áreas, são cerca de 6 mil animais, dos quais
1,5 mil alojados na Santa Lúcia. Já na soja, a média de produtividade
obtida na safra 2020/21, que acabou de ser colhida,
foi de 190 sacas por alqueire (78,5/hectare), uma
das melhores da região. A lavoura é cultivada em palha de
capim braquiária e, no inverno, para fazer rotação, parte das
terras são destinadas ao plantio de milho e trigo - incluindo
a variedade branqueadora que tem o incentivo da Cocamar.
De acordo com Camargo, que tem 84 anos e durante grande
parte de sua vida foi empresário do ramo de concessionária
de veículos em São Paulo, tendo adquirido as fazendas no
Paraná durante a década de 1980, alguns fatores explicam
seu sucesso na atividade rural. “Eu sempre procurei me inspirar
em pessoas bem sucedidas”, diz ele, que soube também,
com seu empreendedorismo, montar uma equipe qualificada.
“Os méritos são de todos”, afirma. Para ele, é preciso gostar
do que se faz e “quem se preocupa apenas com o lado financeiro
não dá certo na vida”.
Profissionalismo
Há mais de 20 anos prestando serviços a Camargo, o médico-veterinário
Alexandre Gatti conta que proprietário “é
caprichoso e receptivo a inovações, sempre interessado em
aprimorar a qualidade de seus rebanhos e também as tecnologias
de produção”. Os animais permanecem por dez meses
a pasto antes da terminação, no confinamento, que tem a
duração de cerca de 100 dias, onde são alimentados com
silagem de grão úmido, farelo de soja e um premix.
Sobre participar do Programa de Carne Precoce Premium
da Cocamar, Camargo diz ter sido uma decisão acertada, pois
a cooperativa trabalha com transparência “e paga realmente
quanto o boi vale”. Enquanto, por exemplo, a média de rendimento
de carcaça para animais do padrão que ele fornece
geralmente vinha sendo de 54% no mercado, no programa
da Cocamar o percentual pode chegar a 56%.
Exigências
Regularidade, pelo menos um lote abatido a cada 60 dias:
essa é uma das exigências do programa, conforme explica
o médico-veterinário Luiz Henrique Garcia Abreu, da cooperativa.
Além disso, o pecuarista interessado em participar
precisa estar adequado em relação a idade, faixa de peso,
acabamento de carcaça e trabalhar com as raças angus e/
ou nelore.
“Nosso foco é trabalhar com animais da raça angus, um
mercado de qualidade em crescimento, que vem ganhando
espaço entre os consumidores. Os pecuaristas dispostos a
investir em qualidade estão aumentando sua rentabilidade
através do programa, recebendo um bônus sobre o valor da
arroba dos animais abatidos”, detalha Abreu. A carne é colocada
em segmentos de mercado pelo próprio Frigorífico
Argus, identificada com um selo do programa da Cocamar.
Veja a reportagem
em vídeo
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
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58 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
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BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
59
REGIÃO DE LONDRINA
Uma safra bem planejada
é mais segura e rentável
Captar recursos em condições competitivas para comprar os insumos à vista, além de
travar custos com a venda antecipada, é parte de uma estratégia em que o produtor
busca ter previsibilidade com duas safras de antecedência
Mais do que ser produtor rural, é preciso trabalhar
com mentalidade empresarial. Considerando o
volume de recursos demandados a cada safra e a
quantidade de decisões que precisam ser tomadas, o planejamento
e a adoção de medidas estratégicas são essenciais
para o sucesso na atividade. “Temos que tentar enxergar
um pouco mais adiante”, afirma o cooperado Marcelo Carlos
de Oliveira, vinculado à unidade da Cocamar em Ibiporã,
município da região de Londrina.
À frente de 2 mil hectares, esse produtor de grãos adota
um modelo de trabalho que lhe permite mais previsibilidade
e segurança não apenas em relação à safra em andamento,
mas também os cultivos de milho e trigo no inverno
e até mesmo o próximo ciclo de soja, a ser semeado no
último trimestre do ano. Se por um lado quando o Rally
visitou o produtor em Jataizinho as lavouras da temporada
2020/21 estavam ainda em fase de enchimento de grãos,
de outro ele já tinha planejada a safra de verão 2021/22.
Cooperativista, Marcelo explica que costuma captar recursos
junto a Sicredi União PR/SP para fazer a aquisição
de insumos à vista e, na Cocamar, realiza ao mesmo tempo
a venda antecipada de uma parcela da produção, de maneira
a travar os custos, para se proteger. “É um modelo
que tem dado certo. Nos últimos dez anos, a gente teve
mais acertos do que erros”, afirma o produtor. Depois de os
custos travados, a estratégica é, com tranquilidade, ficar
atento ao mercado para aproveitar oportunidades e garantir
uma boa média de preços.
Trabalhar com os pés no chão, para Marcelo, inclui manter
a lavoura segurada, sob acompanhamento técnico permanente
e, a cada ano, realizar ajustes finos para o crescimento
sustentável da produtividade. Nos últimos três anos
suas médias têm ficado ao redor de 65 sacas por hectare,
mas com os cuidados que adota e os investimentos em tecnologias,
o próximo passo é chegar a 80 sacas por hectare.
“Investir em novos padrões tecnológicos para o aumento
da produtividade é garantir mais lucro”, afirma o produtor.
Para o gerente da unidade da Cocamar em Ibiporã, Washington
Ono, “Marcelo é um modelo de produtor que se
destaca pela forma altamente profissional com que conduz
os negócios”. Suas médias estão bem acima do padrão regional
de 53,7 sacas/hectare e, com planejamento, adota
estratégias para ser o mais assertivo possível nas decisões.
“É um estrategista”, conclui.
O gerente Agro da Sicredi União PR/SP no município,
Heitor Masteline, comenta que a cooperativa disponibiliza
recursos a taxas competitivas em diversas modalidades
para custeio, possibilitando que os produtores de uma forma
geral possam, a exemplo de Marcelo, planejar melhor a
sua atividade.
Veja a reportagem
em vídeo
60 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
O produtor Marcelo Carlos de Oliveira
faz o planejamento com duas safras de
antecedência
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
61
Intenso abortamento de
vagens inviabiliza lavouras
Ninguém ainda tem uma explicação plausível para o
que aconteceu com algumas lavouras de soja nas
regiões norte e noroeste do Paraná. Se por um lado
as expectativas para os produtores em geral eram de uma
boa produtividade, de outro, para uma parcela deles, o ano
não deixou boas lembranças.
De longe, a lavoura era de encher os olhos: as plantas
cresceram bem e tudo parecia estar em ordem. No entanto,
examinando mais à miúde, observou-se um abortamento de
vagens tão acentuado que as perdas inviabilizaram economicamente
a cultura.
“Em alguns casos, compensou roçar e já fazer o plantio de
milho de inverno no lugar”, afirmou o gerente técnico da Cocamar,
Rafael Furlanetto, durante visita no mês de fevereiro
a Lupionópolis e Cafeara, municípios do norte paranaense
onde a soja foi bastante afetada.
Em Lupionópolis, dos 121 hectares (50 alqueires) cultivados
por um produtor, metade foi perdida. A maior parte
das vagens caiu e as que permaneceram estavam mal formadas,
não raro apresentando podridão.
“Num ano de preços bons como esse, uma perda assim na
fase final de ciclo é de doer”, afirmou o produtor, tentando
entender o que teria causado o problema. Curiosamente, em
uma área vizinha, semeada no mesmo dia, o abortamento
não foi tão intenso. O produtor, que lida com soja há 15
anos, tem alcançado médias de produtividade, ao redor de
72 sacas/hectare.
De acordo com Furlanetto, a pesquisa oficial não tem uma
explicação, só se sabe que o período de 15 dias de chuvas
provocou um forte estresse nas plantas, mas ele comenta
que isto não teria relação com o trato cultural adotado e
tampouco com os cultivares utilizados pelos produtores,
pois em regiões bem próximas as lavouras estavam bem.
“A pesquisa está em busca de respostas”, citou o gerente
técnico. Ao mesmo tempo em que as plantas descartaram
vagens, começaram a emitir novas folhas e flores – ou seja,
um quadro de anormalidade.
Uma família que planta 145 hectares (60 alqueires) na
vizinha Cafeara, também não sabia o que pensar a respeito.
“Fizemos tudo no maior capricho, dentro do calendário,
confiantes em uma boa safra, mas o resultado infelizmente é
De longe, lavouras
eram de encher
os olhos, mas
apresentavam
poucas vagens e
algumas, ainda,
mal-formadas
esse aí”, lamentou um dos produtores. Percorrendo a lavoura,
o abortamento era visível e os grãos não se desenvolveram
nas vagens que haviam ficado nos pés.
Responsável pelas unidades operacionais da Cocamar em
Lupionópolis e Centenário do Sul, o gerente Gélison Tiago
Alves informou que numa área de 8 mil hectares na soma
dos dois municípios, cerca de 30% das lavouras apresentaram
comprometimentos causados por abortamento de vagens
em maior ou menor grau. “Sem outra alternativa, só
restou aos produtores acionarem o seguro”, acrescentou Alves.
Situações parecidas foram registradas também em outras
regiões do estado.
62 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
Os Favale crescem produzindo grãos
Afamília Favale é referência em Cambé e outros municípios
do entorno de Londrina, onde há décadas produz grãos –
soja no verão e milho no inverno.
Os irmãos Odair, Luzia e Sérgio têm na equipe o apoio de Ronaldo
(filho do primeiro) e Luis Fernando (do terceiro) para cuidar
de seus 1,2 mil hectares no Paraná e outros 1,2 mil no Pontal
do Paranapanema, oeste paulista, onde participam do programa
de renovação de áreas de canaviais conduzido pela Cocamar em
parceria com três usinas. Enquanto os homens vão a campo, para
lidar com máquinas e lavouras, Luzia se encarrega dos papéis e
serviços bancários.
Sempre investindo em tecnologias para obter os melhores resultados,
os Favale possuem modernos maquinários, contam com
um bom assessoramento técnico prestado pela cooperativa e, planejando
os negócios, suas terras são conduzidas com agricultura
de precisão.
Historicamente as médias de produtividade da família têm variado
entre 65 e 70 sacas de soja por hectare. Eles são orientados
pelo engenheiro agrônomo da cooperativa, Gustavo Martins.
Os irmãos fazem venda futura, travam custos da produção, tudo
está segurado e eles mantêm 26% de áreas de preservação permanente
em suas terras, acima do percentual obrigatório de 20%.
Quando fala da história de sua família, Odair se emociona. Os
Favale são oriundos do interior paulista e por muito tempo, liderados
pelo pai Moacir, cultivaram café em uma pequena propriedade.
Quando da geada de 1975, erradicaram o cafezal e passaram a
lidar com grãos. Para isso, Odair comprou um pequeno trator, que
possui até hoje. Empreendedores, eles têm conseguido prosperar
na atividade e vêm expandindo suas terras.
No 2020/21, de uma só tacada, dobraram a área que cultivam
ao participar no programa de renovação de canaviais no Pontal do
Paranapanema. A convite da Cocamar, eles assumiram terras em
vários municípios daquela região.
Odair Favale não gosta muito de comentar sobre o histórico do
cooperativismo na região norte do estado, mas quando o assunto
é a Cocamar, ele só tem elogios. “A Cocamar trabalha com transparência
e estamos muito satisfeitos pela maneira como a cooperativa
é administrada e a forma como trata os seus cooperados”,
afirma o produtor.
Peixes - Uma de suas alegrias é a sede da fazenda em Cambé,
onde possui lâminas d’água que abrigam 38 espécies diferentes de
peixes, servindo de lazer aos finais de semana.
Veja a reportagem
em vídeo
Odair e Luzia com o gerente da unidade da
Cocamar em Cambé, Claudemir Menegon, e o
engenheiro agrônomo Gustavo Martins
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
63
Uma família produtiva e diversificada
Família de Jaguapitã conta com o apoio técnico da Cocamar
Os Tchopko são uma família de origem ucraniana que há
décadas se estabeleceu em Jaguapitã (PR) para plantar
café. Atualmente eles cultivam soja e milho, produzem
frangos de corte e mantêm bovinos em confinamento.
Algumas tradições daquele país do leste europeu são preservadas
na cultura da família, de geração a geração. Entre elas,
a cruz ortodoxa russa fincada em um ponto da propriedade,
a celebração do Natal Ucraniano em 7 de janeiro e costumes
gastronômicos que tornam indispensáveis o pirogue - um tipo
de pastel cozido - e o holubtsi - iguaria preparada com couve
fresca e recheio.
Há quatro anos, com a perda de Jorge, o pai, assumiram a
gestão dos negócios os irmãos Michael (33 anos, formado em
administração de empresas) e Vítor (24, graduado em agronomia),
sendo que as principais decisões são tomadas com a
participação da mãe Roselaine. Há outras três filhas que já há
algum tempo migraram para centros urbanos.
Registrando ao redor de 58 sacas por hectare nos últimos
anos, Michael conta que eles vêm adotando novas práticas e
tecnologias para elevar essa média e, para isso, contam com
o apoio técnico prestado pela unidade local da Cocamar. No
milho, plantado no inverno, a média é de 100 sacas/hectare.
Cooperativistas, os Tchopko participam também da cooperativa
de crédito Sicredi, que possui agência na cidade. “São
uma família bem estruturada e diversificada em seus negócios,
que procura seguir as orientações técnicas na lavoura”, observa
o gerente da unidade da Cocamar, José Conti. Segundo ele, os
irmãos Michael e Vítor representam, ainda, um modelo bem
conduzido de sucessão na propriedade.
Produzindo grãos em 77 hectares de terras próprias e 242
arrendados, a família possui quatro barracões de frango com 90
mil aves e um confinamento com 23 animais angus. De acordo
com Michael, a diversificação é importante para o equilíbrio
financeiro da propriedade.
Veja a reportagem
em vídeo
64 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
Soja e pecuária garantem
a liquidez nos negócios
Sistema integrado garante o equilíbrio financeiro da propriedade em Sabáudia
Oprodutor Edécio David Zerbetto possui 84 alqueires
em Sabáudia, norte do Paraná, dos quais 34
mantidos com a oleaginosa. Ele lembra que a lavoura
começou a ser praticada em 2005 (em integração
com a pecuária) e hoje é uma atividade consolidada e indispensável
para o equilíbrio financeiro da propriedade.
Quando Zerbetto – que reside em Londrina - começou
a fazer integração lavoura-pecuária, utilizou primeiramente
aveia para palhada. Hoje é tudo braquiária, espécie bem
mais vantajosa, entre outros aspectos, por causa do seu
profundo enraizamento. Sem falar do volume de massa alimentar
e da quantidade de palha que deixa na superfície.
Produzindo em média 250 cabeças por ano de animais angus,
Zerbetto está deixando de fazer o ciclo completo – cria,
recria e engorda – para se dedicar mais a essas duas últimas
etapas. Os animais entram com 230 a 250 quilos de peso
vivo, em média, e são finalizados aos 450 a 470 quilos.
O produtor lembra que de um ano para cá, a reposição de
bezerros ficou bem mais cara, saltando de R$ 1,7 mil para
os atuais R$ 3,2 mil a cabeça.
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
65
PRODUTORES VISITADOS – RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE (2020/2021)
PRIMEIRA SEMANA DO RALLY
Teodoro Sampaio – SP – 28/09
- Fabiano Fontes
Caiuá – SP – 28/09
- José Eduardo Barreto Gomes
- Saulo Amstalden
Floresta – PR – 29/09
- Pedro Kimura
- José Roberto Volponi
Ivatuba – PR – 29/09
- Valdecir Nazari
- Zelindo Bortot
SEGUNDA SEMANA DO RALLY
Paiçandu - PR – 05/10
– Lourival Pupulim
– Sandro Irineu R. Matheus
Doutor Camargo - PR – 05/10
– Adilson Davanço
– Sebastião Mori
– Otássio Munhoz
São Jorge do Ivaí - PR – 05/10
– Almir Sala
– Antonio Bizeti
– Armando Pauro
– José Carlos Nicodemo
Floraí - PR – 05/10
– Carlos Barragan
– Fábio Canerme
Ourizona – PR – 05/10
– Osmar Volpato
– José Armando Mulati
– Marciel Pedrali
– Benedito Petenuci
Maringá – PR – 06/10
– Cleber Veronezi
TERCEIRA SEMANA DO RALLY
São Sebastião da Amoreira
(Londrina) – PR – 13/10
Cristiano Albanez Veiga
Sérgio Ishikawa
Moisés
Rodrigo Moura
Cianorte (PR) – 13/10
Luiz Henrique Pedroni
Roberto Carlos Palaro
Edgar Brazoloto
José Palaro
QUARTA SEMANA DO RALLY
São Jorge do Ivaí (PR) – 20/10
Leonardo Damázio
Reginaldo Sossai
Ivatuba (PR) – 21/10
Gladimir Perin Clemers
Ângelo Celestino
QUINTA SEMANA DO RALLY
Abatiá (PR) – 27/10
Rosângela Rodrigues
São Sebastião da Amoreira (PR) –
27/10
Amanda Piteri Alcântara
Nova Londrina (PR) – 28/10
Juscelino Felix Farina
Oscar da Silva
Pacífico
SEXTA SEMANA DO RALLY
Querência do Norte (PR) – 03/11
Thiago Peres
Paulo Mello
Tamarana (PR) – 04/11
Celso Alexandre
Márcio Peres
SÉTIMA SEMANA
Ivatuba (PR) – 10.11.20
Tânia Celestino
Cianorte (PR) – 11.11.20
Igor Ryuji Uehara
OITAVA SEMANA
Arapongas (PR) – 17.11.20
Paulo Staffen
Henrique Debiasi
NONA SEMANA
Bandeirantes (PR) – 23.11.20
Marco Antônio Gandolfo
Paiçandu (PR) – 26.11.20
Valdemar Ferrarezi
João Bologuesi
Ivatuba (PR) – 26.11.20:
Victor Palaro
Apucarana (PR) – 26.11.20
Welington Niyama
Paulo Cortinove
DÉCIMA SEMANA
Floresta (PR) – 01.12.20
João Dolphine
Luiz Tadeu Jordão
DÉCIMA PRIMEIRA SEMANA
Umuarama (PR) – 08.12.20
Gerson Bortoli
DÉCIMA SEGUNDA SEMANA:
Maringá (PR) – 15.12.20
Edio Favoretto
DÉCIMA TERCEIRA SEMANA:
Santa Fé (PR) – 06.01.21
Márcia Fabri
Peter Elshof
DÉCIMA QUARTA SEMANA:
Floresta (PR) – 12.01.21
Luiz Alberto Palaro
Alvorada do Sul (PR) – 13.01.21
Paulo José Santos
Primeiro de Maio (PR) – 13.01.21
Antônio Carlos Campos Banhos
DÉCIMA QUINTA SEMANA:
Doutor Camargo (PR) – 20.01.21
Luiz Totti
DÉCIMA SEXTA SEMANA:
Ibiporã (PR) – 27.01.21
Marcelo Carlos de Oliveira
DÉCIMA SÉTIMA SEMANA:
São Jorge do Ivaí – 02.02.21
Reginaldo Sossai
Ourizona – 02.02.21
Marciel Pedralli
Lupionópolis – 04.02.21
Luiz Rogério Augusto
Cafeara – 04.02.21
Eddis Lazaretti
Edenilson Lazaretti
DÉCIMA OITAVA SEMANA:
Cambé (PR) – 09.02.21
Odair Favali
Luzia Favali
Jaguapitã (PR) – 09.02.21
Michael Tchopko
Vítor Tchopko
Londrina (PR) – 09.02.21
Carla Sonoda
Vítor Pasquini
DÉCIMA NONA SEMANA:
Apucarana (PR) – 18.02.21
Keiko Suguiura
Tiezo Suguiura
Sabáudia (PR) – 18.02.21
David Zerbetto
Edécio Zerbetto
VIGÉSIMA SEMANA:
Maringá (PR) – 23.02.21
Renato Barbero
José Carlos Marques Ruiz
VIGÉSIMA PRIMEIRA SEMANA:
Mandaguaçu/Lupionópolis (PR) –
02.03.21
VIGÉSIMA SEGUNDA SEMANA
Maringá (PR) – 05.03.21
VIGÉSIMA TERCEIRA SEMANA:
Itambé (PR) – 13.03.21
Agnaldo Campagnolli
Presidente Castelo Branco (PR) –
13.03.21
José Rogério Volpato
VIGÉSIMA QUARTA SEMANA:
Mandaguari (PR) – 16.03.21
Marcos Daniel Peres Júnior
Tapejara (PR) – 17.03.21
Bruno Araldi
VIGÉSIMA SEXTA SEMANA:
Congoinhas (PR) – 29.03.21
Epaminondas Camargo
Nova Fátima (PR) – 29.03.21
Alexandre Gatti
TEMAS ABORDADOS
Práticas agropecuárias sustentáveis Gestão familiar compartilhada Gestão feminina
Manejo do solo
Tecnologias para o aumento
da produtividade
Integração Lavoura-
Pecuária-Floresta (ILPF)
91 produtores visitados
7.807 quilômetros percorridos
48 municípios nos estados do
Paraná e São Paulo
24
reportagens exclusivas exibidas no programa
semanal RIC Rural (aos domingos às 9h) para
todo o estado do Paraná
Intensa divulgação nas mídias sociais voltadas aos cooperados da Cocamar e
também no Jornal de Serviço Cocamar (versões impressa e digital)
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21
67
PATROCINADORES MASTERS
PATROCINADORES INSTITUCIONAIS
APOIO
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