Edição de Julho e Agosto 2021
Edição de Julho e Agosto 2021
Nºs 277 e 278
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Nºs 277 e 278
ENTREVISTAA cultura é a alma de um povoJosé Leão nasceu na freguesia deS. Joaninha, concelho de SantaComba Dão, no distrito de Viseu.Chegou à Suíça em 1989 fixandoresidência por um ano no Cantãode Uri.Em 1991, chega à turística cidadede Luzerne, onde permanece atéao momento presente.Cozinheiro na milionária empresaBucherer, fundada em 1888, élá que se dedica à sua maior paixão.Cozinhar.Pai de três filhos que educou comos seus principais valores de humildadee respeito, sente que asua missão foi alcançada.José Leão é ensaiador do Ranchofolclórico Terras de Portugalde Lucerne, mentor em dançalatinas e a sua alegria pela vidafazem dele um homem de mentepositiva.Os seus Pais, Tanoeiros de profissão,souberam e muito bemtransmitir-lhe os valores da nossacultura folclórica, culinária e ogosto pelo canto.O seu prato preferido é a famosasopa da pedra, a sua cor é o verdee o seu clube o Sporting.Foi campeão de atletismo em Viseuno ano 1980.Vamos então conhecer um poucomais este homem, que desbordarespeito, simpatia, alegria, entreoutras.A V MARIA DOS SANTOSMaria dos Santos: Quem é o José e quais as orientaçõesdo seu dia-a-dia?— José Leão: Sou um homem pacato, humilde comgrande força e vontade de continuar a lutar por aquiloque acredito, família e amigos, vivendo intensamente ecom alegria.M.S.: A dança de salão é pura magia quando vividacom paixão. Como e quando iniciou este amorpelo movimento associado à música?— J.L.: Desde pequeno que via e ouvia os meus paise minhas irmãs a cantar e dançar, incentivando-me, doqual ganhei gosto, intensificando-se ao longo dos anos.M.S.: O folclore chegou à sua vida por herança,ou já se integrou nele em terras helvéticas?— J.L.: O folclore entrou na minha vida quando euainda era gaiato, na minha terra formou-se um pequenogrupo de dançares do qual fazia parte, tornando-semais tarde um rancho folclórico e etnográfico.18Lusitano de Zurique - Julho/Agosto 2021 | www.cldz.euM.S.: É bem visível o toque especial de danças desalão no grupo Terras de Portugal Luzerne. Pensaque os mais tradicionais podem aceitar estadiferença com bons olhos?— J.L.: Sim, tenho essa convicção. Foi necessário
ENTREVISTAadaptar as novas gerações, gerandomais interesse a quem dança, a quemtoca e a quem canta, dessa forma podermoschegar com mais facilidade atodas a faixas etárias. É importantemanter nossas tradições, não deixandomorrer esta arte que é tão nossa.M.S.: Pensa que todos os grupose mesmo a cultura em geral,está numa fase de desassossegodevido à pandemia que nos surpreendeu?— J.L.: Sim, com certeza, a pandemiaveio desestabilizar todo o sectorcultural. Certamente será difícil paramuitos grupos erguer-se novamente.Infelizmente temos assistido ao longodos anos a falta de apoio a todo osector cultural, mas esquecem-se deque a cultura é a alma de um povo eé o que nos identifica perante outras.M.S.: Considera que esta paragemde quase dois anos definiráo movimento associativo eos respectivos grupos e secçõesque existem?— J.L.: É algo que se irá tentar perceberapós voltarmos à normalidade.M.S.: Espreita o perigo de algunsgrupos não conseguirema motivação necessária, para enfrentaremo renascer?— J.L.: Sim, não será nada fácil essenovo “renascer”. Cerca de 2 anos éum longo período para qualquer grupodesestabilizar-se. Algumas pessoasacabaram por desistir, outrasregressaram a Portugal, outras construíramfamílias e mudaram para outrosestados e outros acabaram porficar afectados pela pandemia, psicologicamentee fisicamente.M.S.: O Grupo do qual é ensaiadorRancho Folclórico Terras dePortugal Lucerne, tem datas eum plano para finalizar com ensaios2021?— J.L.: De momento não temosnenhum plano estipulado, nem datasagendadas. Aguardamos por umamelhora do quadro pandémico parapoder linear novas acções.M.S.: Que sonho tem que gostariade realizar, seja com o grupode danças de salão, seja com o R.F.T.P.L.?— J.L.: Tendo em consideração ocenário actual, o meu grande sonho éque tudo voltasse à normalidade parapodermos pisar de novo os palcos.Tenho também como sonho, manteresta tradição nas gerações mais novase no crescimento de ambos os grupos,sendo uma referência.M.S.: Que mensagem deixa paraa nossa cultura, em especiala folclórica?— J.L.: Que não desanimem, vivemosum período muito complicado,mas brevemente tudo irá voltarà normalidade. Folclore é tradição,família, amizade, alegria, costumes,é a alma de um povo. Temos que termuita força porque só colectivamentepodemos vencer e seguir em frente.SOLUÇÕES DE CRÉDITO– NOVO CRÉDITO– AUMENTO DE CAPITAL– TRANSFERÊNCIA DE BANCOConcretize o seu sonho.Escolha a melhor opção!– PESSOAL– HABITAÇÃO (Compra ou renovação)– AUTOMÓVEL– PROJECTOS VÁRIOS– INVESTIMENTOSagência félixKalkbreitestr. 40CH-8003 ZürichTel. 044 450 82 22info@agenciafelix.chwww.agenciafelix.chfacebook.com/reiseburofelixO seu objetivo está a um passo de se tornar real. Os empréstimos são calculados eadaptados em base ás suas capacidades financeiras, com as mais baixas taxas dejuro, para que possa usufruir do seu dinheiro sem percalços.Trabalhamos com prestigiadas Instituições bancárias na Suiça. Oferecemos aosnossos clientes todo o aconselhamento necessário e procuramos sempre a melhoroferta. Tratamos de todo o processo com total profissionalismo e sigilo absoluto.A concessão de um credito é proibida se levar a um endividamento excessivo (art. 3).Lusitano de Zurique - Julho/Agosto 2021 | www.cldz.eu19
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ENTREVISTA
A cultura é a alma de um povo
José Leão nasceu na freguesia de
S. Joaninha, concelho de Santa
Comba Dão, no distrito de Viseu.
Chegou à Suíça em 1989 fixando
residência por um ano no Cantão
de Uri.
Em 1991, chega à turística cidade
de Luzerne, onde permanece até
ao momento presente.
Cozinheiro na milionária empresa
Bucherer, fundada em 1888, é
lá que se dedica à sua maior paixão.
Cozinhar.
Pai de três filhos que educou com
os seus principais valores de humildade
e respeito, sente que a
sua missão foi alcançada.
José Leão é ensaiador do Rancho
folclórico Terras de Portugal
de Lucerne, mentor em dança
latinas e a sua alegria pela vida
fazem dele um homem de mente
positiva.
Os seus Pais, Tanoeiros de profissão,
souberam e muito bem
transmitir-lhe os valores da nossa
cultura folclórica, culinária e o
gosto pelo canto.
O seu prato preferido é a famosa
sopa da pedra, a sua cor é o verde
e o seu clube o Sporting.
Foi campeão de atletismo em Viseu
no ano 1980.
Vamos então conhecer um pouco
mais este homem, que desborda
respeito, simpatia, alegria, entre
outras.
A V MARIA DOS SANTOS
Maria dos Santos: Quem é o José e quais as orientações
do seu dia-a-dia?
— José Leão: Sou um homem pacato, humilde com
grande força e vontade de continuar a lutar por aquilo
que acredito, família e amigos, vivendo intensamente e
com alegria.
M.S.: A dança de salão é pura magia quando vivida
com paixão. Como e quando iniciou este amor
pelo movimento associado à música?
— J.L.: Desde pequeno que via e ouvia os meus pais
e minhas irmãs a cantar e dançar, incentivando-me, do
qual ganhei gosto, intensificando-se ao longo dos anos.
M.S.: O folclore chegou à sua vida por herança,
ou já se integrou nele em terras helvéticas?
— J.L.: O folclore entrou na minha vida quando eu
ainda era gaiato, na minha terra formou-se um pequeno
grupo de dançares do qual fazia parte, tornando-se
mais tarde um rancho folclórico e etnográfico.
18
Lusitano de Zurique - Julho/Agosto 2021 | www.cldz.eu
M.S.: É bem visível o toque especial de danças de
salão no grupo Terras de Portugal Luzerne. Pensa
que os mais tradicionais podem aceitar esta
diferença com bons olhos?
— J.L.: Sim, tenho essa convicção. Foi necessário