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Edição de Julho e Agosto 2021

Edição de Julho e Agosto 2021 Nºs 277 e 278

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Nºs 277 e 278

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EFEMÉRIDE

Juramento de Bandeira 1º turno de 1984 em OEIRAS.

Melhores alunos das diversas Baterias, entre eles destaca-se o

Neno Barros (guarda redes do Benfica, do Victória SC e cantor , e

no pouco tempo que esteve no RAC um grande amigo) 1.º a contar

da esquerda.

Com os seus ídolos; Júlio Iglésias e Eusébio

unida e fraterna, na igualdade e inclusão

de todos, sem racismo ou interesses

mesquinhos que deturpam o jogo

da vida”.

Mas ele foi muito mais para mim,

desde que o conheci como cozinheiro

da Segunda Bateria do Regimento

de Artilharia de Costa, na Parede, em

1983 e 1984.

Mais tarde, como jornalista, encontramo-nos

tantas vezes, quando fazia

os relatos dos jogos do Vitória para o

jornal O Comércio do Porto e recordávamos

esses momentos no RAC.

Quando entrava na sala de imprensa,

vinha sempre ao meu encontro,

dar-me um abraço apertadinho. Os

camaradas de profissão ficavam com

algum constrangimento e ele explicava-lhes.

“não leveis a mal, mas o Guimarães

é o meu capelão”.

Sim, o melhor do Adelino Barros (era

o nome do nosso Cabo em Oeiras) é a

sua disponibilidade total que colocava

a sua voz ao serviço de causas solidárias,

sempre que era chamado por

qualquer associação cultural recreativa

ou IPSS de Guimarães. O Neno é

um grande farol.

Deus gostou tanto dele, da sua vida,

do seu testemunho de alegria e dádiva

aos outros que não teve a paciência

que se espera de Deus. Levou-o

mais cedo. Sem dor ou sofrimento.

Já estava com inveja de nós, da nossa

alegria.

Ó Neno, já disse e escrevi hoje a Deus,

na minha página do Facebook: Deus,

hoje, não ficaste bem na fotografia.

Era tão bom ter o Neno connosco e

tu roubaste-o de nós. És um invejoso,

às vezes. Desta vez foste. Recebe um

abraço eterno, como aqueles que me

davas na sala de imprensa do teu Vitória

Sport Clube.

Positivo, alegre, afirmativo, solidário.

Que mais podíamos pedir-te, como

portugueses!?

Sim. A vida do Neno não foi em vão.

Ele não passou a vida a dormir... na

forma. Deixou-nos uma pesada herança:

todos, tu, eu, nós, vós, temos

uma sociedade nova para construir,

nas freguesias, nas empresas, na política,

nos serviços sociais e no desporto,

com destaque para o Futebol.

No tempo da informação vertiginosa

— em que astros brilham durante

um momento e desaparecem — quero

acreditar que a memória do Neno

não passará facilmente, sobretudo

pelas belíssimas jogadas de solidariedade

e atenção aos outros semeadas

em todos os momentos da sua vida.

Grita bem alto para que

aconteça a aurora de um

mundo melhor. Eu sei que

foste meu amigo e eu também

fui teu: amigos para

sempre!

Neno. Até já!

És um grande emblema

DR - imagens do Facebook do Neno Barros

do Nosso Vitória Sport Clube. Não

digo mais nada. Pode parecer que estou

a falar de mim.

Nesta hora, és tu o craque deste encontro.

Foi tão bom, tão bom, tão

bom, ter-te connosco.

Deus também foi invejoso, com a tua

esposa dele e a sua filha emigrada em

Inglaterra: levou-o-para seres Tu, só

Tu, a apreciar este homem, com H

maiúsculo. Pela primeira vez, Te digo:

não devias ter feito isto. Não devias,

mesmo. Vê lá se Te redimes desta asneirola.

Às vezes, também erras. Como eu,

como nós. Desta vez, deste cá um

frango, que nem Te digo. “Foi um

peru” — para usar a linguagem da

bola. Afinal, até parece que não és

omnisciente. Desculpa lá o reparo.

Mas não podia deixar de Te dizer isso

sobre o meu cozinheiro, na bateria

da Parede, no RAC. Não sei se vou

esquecer este “frango” tão cedo. Há

erros e erros e este foi

grave. Deus, só te redimes

se lhe confiares

a baliza do Céu.

(*) Jornalista,

ex-Capelão Militar

e ex-Director do Jornal

Correio do Minho

Lusitano de Zurique - Julho/Agosto 2021 | www.cldz.eu

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