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Edição de Julho e Agosto 2021

Edição de Julho e Agosto 2021 Nºs 277 e 278

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Nºs 277 e 278

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CRÓNICA

Timor e a viagem ser de três dias.

Um golpe que também me fez ver

a vida de outra forma.

Leandro e Rita, têm mais uma filha

e durante anos, numa carrinha

movida a óleo de fritar, percorreram

o mundo.

Eram diferentes.

Acreditavam numa vida livre e sustentável,

paravam em quintas de

agricultura biológica onde trabalhavam

até ter conhecimento de

outra.

Com o nascimento de Noah, desistiram

dessa vida e foram para Lisboa.

Ele, como chef de um conhecido

restaurante da capital, ela, promotora

de eventos.

Mas aquele bichinho de se poder

viver de outra forma, sem ser o de

escravos legalizados nesta vida que

todos aceitamos por subsistência,

não os convencia e pretendiam

criar os filhos no sonho de uma

vida em harmonia com a natureza.

Informados por amigos da net do

evento “ Boom Festival” que se

realiza em Idanha-a-Nova, sede

de concelho, onde encontraram

dezenas de pessoas como eles, que

acreditavam no ideal de uma vida

simples, sem luxos, que podia ser

escrita em rituais de subsistência

em vez de uma bolha capitalista

onde imperava a ganância e o estar

vivo em vez de viver.

Abandonaram os seus empregos

em Lisboa e arriscaram Proença-

-a-Nova, onde já estavam muitos

amigos de muitas nacionalidades,

vivendo mãos dados com a natureza.

Era a sua nova casa e eram felizes.

Noah, com o pai trabalhando nesse

terreno que comprou, saía às 5.30 e

ele ficava na cama, saltando com a

irmã para a cama da mãe.

Muitas vezes, Noah se levantava e

ia ter com o pai, acompanhado da

sua cadela Melina.

Mas chegou aquele dia, o menino

saiu com a cadela e o pai não estava,

tinha ido dar uma mãozinha

a um companheiro que o necessitava.

Noah resolveu procurá-lo com a

cadela e começou o susto.

As televisões noticiaram o seu desaparecimento.

Populares e GNR

começaram as buscas e o tempo

passava com a noite chegando.

Todo o País, este vosso cantinho,

se virou para orações, os noticiários

abriam com Noah, as conversas

eram sobre Noah, Portugal era

Noah.

Foram encontrados sapatos do menino,

roupas, pegadas depois de

atravessar um ribeiro. O cão apareceu

assustado a 5 Km da casa, de

Noah nada.

Todos davam o menino como desaparecido,

falávamos de um bebé.

Passou a noite, começou um novo

dia, este já com pouca esperança,

embora ninguém o quisesse admitir.

Foi com muita alegria que o bebé

Noah foi encontrado, no final do

segundo dia, assustado, sem poder

contar o que se tinha passado. Bem

de saúde, levado em aparato para o

Hospital de Castelo Branco.

Como seria possível? “Ao menino e

ao borracho mete Jesus a mão por

baixo”? Ou algo mais se passou?

Agora cabe à Judiciária apurar factos

e a família em lençóis difíceis

depois de tanto sofrimento.

Depois deste assunto, que terminou

bem no que toca à criança, resolvi

pesquisar os desaparecimentos em

Portugal.

Em 2020 houve 1011 desaparecimentos,

quase 3 menores por dia.

Destes números 10% não são encontrados,

como Cláudia da pedrada

no charco de Emílio Costa.

Baralham-nos com pedofilias, pais

que querem adoptar, mas ninguém

fala do tráfico de orgãos.

Pensem e olho nos putos nestas fé-

rias.

Encontro de Noah com os pais depois de descoberto.

© Pedro Sérgio

Noah

Foto: DR

Lusitano de Zurique - Julho/Agosto 2021 | www.cldz.eu

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