Edição de Julho e Agosto 2021
Edição de Julho e Agosto 2021
Nºs 277 e 278
Edição de Julho e Agosto 2021
Nºs 277 e 278
LUSITANOdeZURIQUE[ JULHO-AGOSTO 2021 | Edição Nº. 278-279 | ANO XXVII | Director: Armindo Alves | Director-adjunto: Manuel Araújo | Publicação mensal gratuita ]NENOMorreu aos59 anos...antigo guarda-redes doBenfica e do Vitória SC,foi vítima de um ataquecardíaco.Pág. 14 e 15© Nelson Garrido/ PúblicoEDITORIALComunidadeCULTURASAÚDEFérias, vírus, vacinas e incógnitasPág.3Entrga de donativos das JaneirasPág. 8A verdadeira Saloia da MalveiraPág. 22Velhice será classificada comodoença pela OMS Pág. 40
- Page 2 and 3: LUSITANOdeZURIQUEEQUIPA EDITORIALDi
- Page 4 and 5: MOTORESChip TuningV ARMINDO ALVESO
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- Page 14 and 15: ÓBITOÀs vezes, Deus é tãoinvejo
- Page 16 and 17: CRÓNICADuas lindas e verdadeirashi
- Page 18 and 19: ENTREVISTAA cultura é a alma de um
- Page 20 and 21: AGENDAInformações MAPSQueridos le
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- Page 34 and 35: HUMOR Quem não sabe rir, não sabe
- Page 36 and 37: POESIAV EUCLIDESCAVACOAssista ao pr
- Page 38 and 39: HORÓSCOPOJulho e Agostow V - JOANA
- Page 40: “RETROCESSO CIVILIZACIONAL”ÚLT
LUSITANO
de
ZURIQUE
[ JULHO-AGOSTO 2021 | Edição Nº. 278-279 | ANO XXVII | Director: Armindo Alves | Director-adjunto: Manuel Araújo | Publicação mensal gratuita ]
NENO
Morreu aos
59 anos...
antigo guarda-redes do
Benfica e do Vitória SC,
foi vítima de um ataque
cardíaco.
Pág. 14 e 15
© Nelson Garrido/ Público
EDITORIAL
Comunidade
CULTURA
SAÚDE
Férias, vírus, vacinas e incógnitas
Pág.3
Entrga de donativos das Janeiras
Pág. 8
A verdadeira Saloia da Malveira
Pág. 22
Velhice será classificada como
doença pela OMS Pág. 40
LUSITANO
de
ZURIQUE
EQUIPA EDITORIAL
Director: Armindo Alves
Jornalista CC15 A
Director-adjunto: Manuel Araújo
Jornalista 3000 A
Email: lusitano@gmail.com
COLABORADORES
Aragonez Marques, Carlos Matos Gomes, Carmindo
de Carvalho, Costa Guimarães, Cristina F. Alves,
Daniel Bohren, Euclides Cavaco, Costa Guimarães,
Ivo Margarido, Jeremy da Costa, Joana Araújo, Joaquim
Galante, Jorge Macieira, Manuel Araújo, Maria
dos Santos, Maria José Praça, Natascha D´Amore,
Nelson Lima, Pedro Nogueira, Rosa Moreira
EDIÇÃO, COMPOSIÇÃO E PAGINAÇÃO
Manuel Araújo
Jornalista 3000 A
Tel.: (+351) 912 410 333
Email: manuel.araujo@protonmail.ch
PUBLICIDADE
Tel.: 079 222 09 14
Email: pub.lusitano@gmail.com
IMPRESSÃO
Diário do Minho - Braga
Tiragem: 3000 exemplares
Periodicidade: Mensal
Distribuição gratuita
AVISO
VIAGENS DA SUÍÇA PARA PORTUGAL
De acordo com as novas regras que norteiam o tráfego
aéreo para Portugal continental, informa-se que se
mantém a obrigatoriedade da apresentação de teste
para todos os passageiros com mais de 24 meses de
idade, que pretendam viajar por via aérea para Portugal.
Embora continue a ser aceite o já conhecido teste PCR
realizado nas 72 horas anteriores ao início da viagem,
é também aceite o teste rápido de antigénio (TRAg),
realizado nas 24 horas anteriores ao embarque, cujo
comprovativo deve indicar, obrigatoriamente, o conjunto
dos dados normalizados acordados pelo Comité
de Segurança da Saúde da União Europeia.
Os passageiros que embarquem com um comprovativo
de realização de teste rápido de antigénio (TRAg)
que não cumpra os requisitos previstos pela entidade
acima referida, deverão realizar novo teste rápido de
antigénio (TRAg) à chegada, antes de entrar em território
continental e a expensas próprias, devendo de
acordo com as novas normas, aguardar o resultado nas
instalações do aeroporto.
Formulário de entrada em território nacional:
Lista dos testes rápidos de antigénico admitidos:
https://ec.europa.eu/health/sites/default/files/preparedness_response/docs/covid-19_rat_common-list_en.pdf
https://portugalcleanandsafe.pt/pt-pt/passenger-locator-card
Formulário de entrada na Suíça:
https://swissplf.admin.ch/home
NOTA IMPORTANTE:
Os artigos assinados reflectem tão-somente a opinião
dos seus autores e não vinculam necessariamente
a direcção desta revista.
Por discordância, esta publicação
não adopta, nem respeita as normas
do novo inútil Acordo Ortográfico.
Apoio
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EDITORIAL
Vacinas “obrigatórias”
Vem aí o “passaporte de vacinação” europeu!
Armindo Alves
DIRECTOR
JORNALISTA CC15 A
Em diversos cantões as férias
de Verão já chegaram, com
isto quero referir que a maioria
dos emigrantes está de
malas feitas e com ansiedade
de poder novamente abraçar
os familiares e usufruir um
pouco do nosso país.
Infelizmente as notícias que nos
vão chegando não são as melhores,
pois a nova variante Delta do
COVID-19 está a invadir o nosso
país.
A Secretária de Estado das Comunidades
Portuguesas, Berta
Nunes vai mais longe e incentivou
os emigrantes que queiram passar
ferias de Verão em Portugal, a
vacinarem-se. Declarou também
que o certificado digital fará toda
a diferença e poderá mesmo ser
usado em restaurantes e outros
locais. Os vacinados poderão viajar
para Portugal sem fazer teste,
nem mesmo quarentena. Isto é
importante, porque fazer testes
tem custos elevados e a quarentena
impediria diversas pessoas de
sair da Suíça.
Tudo isto é muito bonito, mas
qual é o sentido destas decisões?
Pelo que me apercebo, mais tarde,
ou mais cedo, teremos que tomar
a vacina, mesmo contra a nossa
vontade, porque se não o fizermos,
seremos segregados e não
teremos a liberdade e os direitos
consignados na Declaração Universal
dos Direitos Humanos.
Na minha opinião, não faz sentido
uma pessoa saudável ser obrigada
a ser vacinada, pois, as vacinas estão
ainda numa fase experimental
e não estão devidamente testadas,
pois, os efeitos secundários são
muitos e quase desconhecidos. O
pior, é que ainda ninguém, sabe
com certeza, se as vacinas realmente
fazem o efeito anunciado.
Nenhuma vacina é 100% eficaz,
mas temos que a tomar para viver;
viajar, ir ao cinema, trabalhar, ou
mesmo para ir a um restaurante.
Os vacinados, agora têm um certificado
digital, ou uma aplicação
para o telemóvel que os identifica
como estando inoculados. Quem
sabe, se mais tarde sermos obrigados
tatuar um código de barras, ou
mesmo, ter de implantar um chip
em qualquer parte do corpo...
Eu talvez seja um pouco cabeça-
-dura, mas penso que temos de levar
este vírus a sério, mas sem ter
medo dele. Temos que o enfrentar
com respeito e se todos tomarem
as devidas precauções, a normalidade
voltará lentamente e com o
passar do tempo, teremos o bichinho
controlado tal como está o da
Gripe. É um grande desafio para
a humanidade, mas este não é um
caso único e acredito, que sairemos
desta vez também vencedores.
A prova disso, está ao olharmos
um pouco para os últimos
meses, podemos dizer que já estamos
a aprender a viver esta nova
era, esta nova „normalidade”.!
Com, ou sem vacina, protejam-se,
cuidem-se e sejam responsáveis!
Boas férias!
DEPARTAMENTO DE FUTEBOL
Tel.: 079 222 09 14
Email: armindo.alves@garage-
-mutschellen.ch
RANCHO FOLCLÓRICO
Tel.: 079 549 99 10
Email: rancho@cldz.eu
RESTAURANTE (reservas)
Tel.: 044 241 52 15
CURSO DE ALEMÃO
Tel.: 076 332 08 34
PROPRIEDADE
& ADMINISTRAÇÃO
CENTRO LUSITANO
DE ZURIQUE
Risweg, 1
8041 Zurique
Tel.: 044 241 52 15
Email: info@cldz.eu
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MOTORES
Chip Tuning
V ARMINDO ALVES
O que devemos ter em
conta quando fazemos
uma alteração electrónica
nas centralinas!
As perguntas mais fre-
quentes são:
— Na suíça é autorizado fazer alterações
na centralina do Motor?
— O que devemos fazer para circular
legalmente?
A primeira pergunta é fácil e rápida
de responder, as alterações nas centralinas
são autorizadas, se forem feitas
de acordo com a lei.
Já a segunda pergunta é mais complexa.
As alterações na electrónica do
motor devem ser sempre relatadas e
verificadas. Isso significa que a mudança
para o veículo deve ser aprovada
e registada no documento de
matrícula do veículo. O legislador diz
o seguinte sobre isso; "Todas as alterações
na electrónica do motor que
afectam o desempenho, de ruídos ou
emissões (o chamado ajuste de chip)
requerem aprovação."
O escritório Federal estradal (AS-
TRA) comissionou o DTC (Dynamic
Test Center) em Vauffelin para essas
licenças. Quem fizer estas alterações
sem a devida licença ou sem as devidas
autorizações estão sujeitas a processo
judicial (Processo criminal). O
objectivo deste regulamento é que
os veículos estejam em condições de
circulação e que mantenham a devida
segurança, após a alteração da centralina
e que cumpram todos os regulamentos
relativos ao ruído e gases do
escape.
Hoje em dia encontramos por todo
o lado as alterações electrónicas, mas
muito cuidado, porque nem todos os
programadores têm a patente devida
para efectuar esta categoria de alterações.
É muito importante a escolha
do fornecedor de afinação, tem que
ser fiável, de confiança e estar familiarizado
com a legislação aplicável
na Suíça. Têm que ter as aprovações
de tipo (Typengenehmigung) necessárias
para as afinações oferecidas e
oferecer uma garantia sobre o trabalho
realizado.
Quando alguém faz uma alteração na
centralina a garantia do fabricante do
veículo geralmente expira se a electrónica
do motor for modificada por
empresas externas. E com os veículos
modernos, os fabricantes e as autoridades
percebem isso de forma relativamente
rápida.
As empresas de reprogramação sérias
não oferecem apenas o ajuste do
chip, mas também assumem todo o
trabalho necessário para a aprovação.
Esses fornecedores são membros da
Associação de Comércio Automóvel
da Suíça (AGVS) ou da Associação de
Auto Tuning e Design da Suíça / Liechtenstein
(ATVSL).
Antes de alterar o que seja, aconselho
a informar-se primeiro, pois todas as
alterações que não sejam legais trazem
muitas dores de cabeça. As coimas
são elevadas e levam até mesmo
a apreensão do automóvel.
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MEMÓRIA
Aconselhamento e informações
para pais de
jovens entre a escola e a
vida profissional
Estimados pais
— O seu filho ou a sua filha tem dificuldades
em encontrar um posto de
apendizagem ou interrompeu a formação
profissi.onal?
— Sabe como pode apoiar o seu filho ou a
sua filha na escolha de escola e de pronssão?
— Que ofertas existem para jovens que
ainda não te1Jham uma solução para
depois da escolaridade obrigatória?
— Como funciona na Suíça o sistema
escolar e de formação profissional?
— Onse pode obter informações sobre
outras questões?
Tem estas ou outras perguntas?
Então telefone-nos.
De bom grado lhe damos apoio e. pessoalmente
ou
por telefone, as informações que procura.
Os nossos serviços são gratuitos.
Informações em português:
Maria João Ferreira
079 243 01 66
Tel. 044 242 27 27 • ferreira@sesj.ch
www.sesj.ch
Verein S.E.S.J. — Weberstr, 21 (in
Hof) - 8004 Zürich
1984 - 2021
37anos
Centro Lusitano de Zurique
Centro Lusitano de Zurique
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COMUNIDADE
Olha a Sardinha...
ARMINDO ALVES
Junho é um mês importante para
os emigrantes portugueses: começa
o Verão, os dias são maiores,
as noites são mais quentes,
e as tão desejadas férias do Verão
estão a porta.
Junho é também o mês das festas de
Santo António, São João e São Pedro,
o que é sinónimo de arraiais e, claro,
da típica sardinha no pão.
Este ano, ao contrário do que aconteceu
no ano passado, a festa dos Santos
populares do Centro Lusitano de Zurique
realizou-se pela primeira vez nas
novas instalações, no Sábado dia 26 de
Junho 2021.
Uma festa bem recebida pela comunidade
portuguesa e comunidade de
acolhimento. A música popular ouvia-se
pelas estradas de Leimbach ,
preencheu um papel muito importante,
convidando os presentes e vizinhos
para o bailarico e cantorias tradicionais.
Não faltou o assador à porta de
casa, emanando o cheiro das sardinhas
assadas na brasa, com o caldo verde e
o bom vinho tinto a acompanhar.
Às vezes não é preciso muito para
montar o arraial. Quando todos ajudam,
tudo acontece, é necessário também
alegria e boa disposição e este
ano devo dizer que São Pedro foi a
nossa maior ajuda não deixou que a
chuva arruinasse a festa.
Mais uma festa de grande satisfação,
obrigado a todos que participaram e
ajudaram a realizar e a relembrar as
nossas tradições.
Para o ano haverá mais!
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PORTUGUESES
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COMUNIDADE
Janeiras
ARMINDO ALVES
Devido à Pandemia, não
nos foi possível fazer a última
entrega da recolha
das Janeiras 2020.
Quando nos foi possível, fizemos
questão em entregar o montante estipulado
pessoalmente. Foi em Maio,
que conhecemos o Tomás, um menino
que fará seis anos em Dezembro, o
qual necessita de ajuda para melhorar
o seu dia-a-dia.
Aos dois anos e meio foi-lhe diagnosticada
uma doença muito rara que não
tem cura. Existe apenas terapias para
melhorar a sua autonomia.
O sistema de saúde português ajuda
um pouco, mas não é suficiente para
as necessidades do Tomás. Se os pais
tivessem mais ajudas, seria possível
ele ter mais horas de terapia com outros
métodos, onde a evolução poderia
ser mais rápida.
Como a doença é muito rara, os pais
vão aprendendo no dia-a-dia, a viver
com a doença do filho. Existem
poucas crianças com a síndrome do
Tomás, pois no mundo só existem
150 casos, principalmente nos Estados
Unidos.
A síndrome da duplicação MECP2,
do Tomás, consiste na produção
de células duas vezes mais, do que
numa pessoa normal. Esta doença,
afecta principalmente rapazes.
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Casa do Benfica
reabriu
COMUNIDADES
A V MARIA DOS SANTOS
Dia quarto de Junho de dois
mil e um, a casa do Benfica em
Lenzburg reabriu a sua porta,
para celebrar finalmente as
boas-vindas, aos seus sócios e
clientes habituais.
Este primeiro serão tinha
com proposta gastronómica,
camarão à descrição.
Como portugueses que somos, não
podia faltar a animação musical que
foi da total responsabilidade do músico
Abel Fava.
As mesas estavam estrategicamente
arrumadas com a distância imposta
pelas normas do Covid 19.
A decoração discreta, mas com requinte,
recebia-nos com simplicidade,
característica conhecida desta casa
do Benfica.
Pontualmente às 19h a cozinha começava
a servir um pequeno aperitivo
composto de pasta de atum, azeitonas,
pão com alho e mexilhão que entreteve
os presentes, até chegar o camarão
cozido.
Abel Fava animou e muito bem o serão
com a música portuguesa e o mais
original e bem-sucedido, foi a iniciativa
dos “discos pedidos” que conquistou
o público presente. “Você pede eu
toco”.
Uma excelente filosofia, para agarrar o
público e fazer uma noite inesquecível
deste serão.
Não se podia dançar, mas todos se deixaram
embalar pelas melodias; aquelas
que nos ajudaram a ultrapassar
a juventude com alguma rebeldia e as
mais recentes da música popular.
Houve momentos que até as cadeiras
tinham vontade de bailar.
Confesso que há muito, muito tempo
não via uma comunidade tão unida,
tão participativa, e tão animada.
Não faltaram sorrisos e gestos de
agradecimento à Casa do Benfica,
confirmo estarmos felizes e que precisávamos
deste convívio, para nos sentirmos
vivos.
Acredito, aliás, quero acreditar que as
portas fiquem abertas e que possamos
esquecer o pesadelo de tantos meses
longe das nossas tradições.
Temos uma responsabilidade acrescida;
fazer renascer a nossa cultura.
O desafio começou, temos agora que
o agarrar e desenvolver, com novas
ideias.
O grupo das 100 pessoas que estiveram
presentes neste serão, contribuíram
indiscutivelmente para que a casa
do Benfica, acredite que tem possibilidades
de continuar o trabalho que disponibilizou
quando da sua abertura.
Somos valentes e queremos estar aqui
representando as nossas cores e a nossa
cultura.
Temos tudo para acreditar que esta
pandemia, foi, é, e será um trampolim
para um novo reinício.
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RECANTOS HELVÉTICOS
Muralha
de Baden
A V MARIA DOS SANTOS
A cidade de Baden é sobejamente
conhecida, por ser a
capital das águas termais.
É nesta cidade que encontramos
as águas mais ricas em
minerais de toda a Suíça.
Os seus banhos, para além de contribuírem
para o nosso bem-estar, levam-
-nos até ao mundo dos tempos romanos
e basta fecharmos os olhos, para
que rapidamente sejamos transportados
para sensações de puro relaxamento.
As piscinas são idênticas aos banhos térmicos
que se usavam na idade média.
Prevalece, ainda hoje, a sua estrutura,
mas muito mais romantizada.
É na charmosa cidade de Baden que
encontramos a ruína, do que, há muitos
anos, foi um Castelo.
São apenas vinte e três quilómetros,
desde a cidade de Zurique, para se deslocar
até Baden e entrar na riquíssima
história desta encantadora cidade.
A subida, incluindo a escadaria, é acessível
a todos.
A vista panorâmica do seu pátio central
sobre a cidade velha é, de facto,
deslumbrante.
É muito frequente vermos turistas,
cidadãos suíços e estudantes a merendar
ou apenas com uma boa garrafa de
champanhe, deixando-se levar por um
belo entardecer.
É um lugar sonhador para quem procura
inspiração e, claro, para os mais
apaixonados e criativos, um jardim
onde a mente e a imaginação pode
voar bem alto.
Diz-se que esta muralha, outrora um
castelo, terá sido construído no século
XI e que, em 1415, sofreu uma massiva
destruição, da qual hoje podemos visitar
como uma das mais bonitas ruínas
da Suíça.
A guerra que por ali passou e devastou
quase tudo, foi entre Cristãos e Protestantes.
A conquista e a vitória, acabou por ser
dos católicos.
Para além destas muralhas, pode ainda
visitar os belos jardins, onde os aromas
invulgares se misturam.
Os parques e as suas gigantescas árvores,
proporcionam um descanso onde
recuperar a energia física, psicológica e
mental é possível para todos.
O Yoga, entre outros exercícios físicos,
fazem parte de quem por lá passa.
A Igreja Römisch Katholische (católica
romana), deve ser também uma paragem
obrigatória.
Um passeio com a sua alma gémea,
através do Limmatsteg, num dia de sol
e céu azul, pode ajudar a tomar aquela
decisão importante da sua vida.
Ou pura e simplesmente descobrir o
seu lado mais desportivo, quiçá também
o mais sentimental.
Para quem queira proporcionar às
crianças uma tarde divertida, têm o
museu Teddybear para visitar e deixar-se
embalar pela criança que ainda
existe dentro de si. A Ponte de madeira
é um dos cartões postais desta atraente
cidade.
Muito existe para visitar em Baden, e
o Grande Casino é o lugar ideal para
finalizar a sua noite.
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COMUNIDADE
Boas Férias Comunidade
A V MARIA DOS SANTOS
Estamos a duas semanas das
tão desejadas férias de Verão.
Chega assim um período de
repouso de um ano, que todos
desejamos esquecer, ou preservar
como lição de vida.
Porque sentimos e aprendemos que
tudo pode mudar, num piscar de olhos.
Sabemos que as medidas de desconfinamento
estão cada vez mais perto do
final.
Temos que ser positivos e acreditar
que faremos um passo certeiro para
podermos sair desta “jaula” sem escancarar
a porta.
Mas será que podemos acreditar que
será mesmo assim?
Poderemos abraçar os nossos? Continuaremos
a visitar os nossos idosos
através de um vidro, sem saber se lhe
podemos dar, quiçá o último abraço?
Sem dúvida que nestes últimos dois
anos passamos por todo a categoria de
experiências, seja ao nível físico, emocional
e/ou psicológico.
Tivemos tempo para reflectir, sentir
as ausência e saber que em menos de
nada, a vida se pode transformar, tanto
no bom como no menos bom.
Em Agosto, estaremos de regresso “a
casa” e queremos todos, que este retorno
entre nos eixos e padrões normais.
Que possamos voltar a frequentar as
nossas Associações, regressar aos treinos,
aos ensaios e que a nossa cultura
abrace de novo todos os projectos que
deixamos órfãos, repentinamente.
Temos estruturas para competir com
este vírus que, se teve por um determinado
momento a capacidade de alterar
todos os hábitos, hoje temos em nosso
poder as ferramentas para começar a
abrir a concha onde nos escondemos.
Apelo ao movimento associativo e
seus associados, que colaborem, participem
e façam reaparecer os eventos
com o cuidado necessário, para nos
sentirmos vivos.
Os ensaios poderão recomeçar, para
que em 2022 possamos reaparecer
mais reforçados com novas danças e,
sobretudo, mais fortes na defesa do
nosso património cultural.
Temos de dar continuidade ao trabalho
que foi feito ao longo de tantos
anos. Deixar morrer o que já foi
construído com tanto sacrifício, seria
a pior escolha.
A Diáspora precisa da nossa união e a
união faz a Diáspora.
Temos que, pouco a pouco, perder o
medo e, com muita responsabilidade,
ressurgir, quiçá no final de 2021, ou durante
o tanto desejado 2022.
A partir do dia 1 de Junho, a Suíça
abrandou as medidas de segurança.
É hora da cultura se reorganizar, para
no próximo ano brilharmos em cima
do palco e termos todos os eventos de
volta.
Não podemos, nem devemos, aceitar
o padrão da negação.
Todos sabemos que os grandes eventos
são realizados pelos nossos grupos
folclóricos, que enchem salas, onde o
convívio é do mais genuíno que existe.
Temos uma cultura que se soube afirmar,
seja na representação etnográfica,
seja na diversão.
Deixar morrer tudo, por uma imposta
pausa de um pandemia, seria triste
demais.
Hoje, e como não podia ser de outra
forma, rendo homenagem a todos os
grupos folclóricos e desejo que encontrem
o impulso necessário, para partir
para projectos que nos enchem de alegria
e bom-humor.
Tenho em vista um plano, que gostaria
de expor com os grupos folclóricos
que regressarem aos ensaios, se lhes
for possível.
Terão a minha vénia, desenhada e escrita,
para um dia mais tarde recordarmos
que o nosso grau de sucesso
depende unicamente do esforço que
fazemos para o alcançar.
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CRÓNICA
Em férias, não percamos
as nossas crianças de vista
V ARAGONEZ MARQUES
Recebi em casa, formato papel, a Revista Lusitano
de Zurique, uma atenção de Manuel
Araújo, o homem das paginações e da criatividade
visual. Abusou um pouco com aquela
foto, que não sei onde a foi buscar (julgo que
de Timor), mas, porque não minto (ou por isso
faço), acabei por gostar, até um pouco vaidoso,
pois estou muito mais gordo atualmente.
Mas foi a capa, o que me atirou para as páginas 14 e 15, onde
um soberbo tiro na justiça de Emilio Costa me fez refletir, até
porque aqui, no vosso cantinho, todos nos preocupámos este
mês com NOAH, um menino com dois anos, um bebé de fraldas
que movimentou um país na agonia da sua procura e que,
vá-se lá saber o porquê, apareceu com vida 36 horas depois, a
dez quilómetros feitos a pé desde a sua residência e que irei
contar.
Noah é um nome sul-americano, usado também no País Basco
em Espanha. Tenho uma sobrinha chamada Noa, com dois
anos, o feminino de Noah, o que ainda mais me levou, a acompanhar
esta história que todo o país viveu.
Os pais de Noah são Leandro Fans uruguaio e Rita, o nome da
minha saudosa mãe, cujo funeral não acompanhei por estar em
Foto: DR
12
Lusitano de Zurique - Julho/Agosto 2021 | www.cldz.eu
Noah e o cão Melina.
CRÓNICA
Timor e a viagem ser de três dias.
Um golpe que também me fez ver
a vida de outra forma.
Leandro e Rita, têm mais uma filha
e durante anos, numa carrinha
movida a óleo de fritar, percorreram
o mundo.
Eram diferentes.
Acreditavam numa vida livre e sustentável,
paravam em quintas de
agricultura biológica onde trabalhavam
até ter conhecimento de
outra.
Com o nascimento de Noah, desistiram
dessa vida e foram para Lisboa.
Ele, como chef de um conhecido
restaurante da capital, ela, promotora
de eventos.
Mas aquele bichinho de se poder
viver de outra forma, sem ser o de
escravos legalizados nesta vida que
todos aceitamos por subsistência,
não os convencia e pretendiam
criar os filhos no sonho de uma
vida em harmonia com a natureza.
Informados por amigos da net do
evento “ Boom Festival” que se
realiza em Idanha-a-Nova, sede
de concelho, onde encontraram
dezenas de pessoas como eles, que
acreditavam no ideal de uma vida
simples, sem luxos, que podia ser
escrita em rituais de subsistência
em vez de uma bolha capitalista
onde imperava a ganância e o estar
vivo em vez de viver.
Abandonaram os seus empregos
em Lisboa e arriscaram Proença-
-a-Nova, onde já estavam muitos
amigos de muitas nacionalidades,
vivendo mãos dados com a natureza.
Era a sua nova casa e eram felizes.
Noah, com o pai trabalhando nesse
terreno que comprou, saía às 5.30 e
ele ficava na cama, saltando com a
irmã para a cama da mãe.
Muitas vezes, Noah se levantava e
ia ter com o pai, acompanhado da
sua cadela Melina.
Mas chegou aquele dia, o menino
saiu com a cadela e o pai não estava,
tinha ido dar uma mãozinha
a um companheiro que o necessitava.
Noah resolveu procurá-lo com a
cadela e começou o susto.
As televisões noticiaram o seu desaparecimento.
Populares e GNR
começaram as buscas e o tempo
passava com a noite chegando.
Todo o País, este vosso cantinho,
se virou para orações, os noticiários
abriam com Noah, as conversas
eram sobre Noah, Portugal era
Noah.
Foram encontrados sapatos do menino,
roupas, pegadas depois de
atravessar um ribeiro. O cão apareceu
assustado a 5 Km da casa, de
Noah nada.
Todos davam o menino como desaparecido,
falávamos de um bebé.
Passou a noite, começou um novo
dia, este já com pouca esperança,
embora ninguém o quisesse admitir.
Foi com muita alegria que o bebé
Noah foi encontrado, no final do
segundo dia, assustado, sem poder
contar o que se tinha passado. Bem
de saúde, levado em aparato para o
Hospital de Castelo Branco.
Como seria possível? “Ao menino e
ao borracho mete Jesus a mão por
baixo”? Ou algo mais se passou?
Agora cabe à Judiciária apurar factos
e a família em lençóis difíceis
depois de tanto sofrimento.
Depois deste assunto, que terminou
bem no que toca à criança, resolvi
pesquisar os desaparecimentos em
Portugal.
Em 2020 houve 1011 desaparecimentos,
quase 3 menores por dia.
Destes números 10% não são encontrados,
como Cláudia da pedrada
no charco de Emílio Costa.
Baralham-nos com pedofilias, pais
que querem adoptar, mas ninguém
fala do tráfico de orgãos.
Pensem e olho nos putos nestas fé-
rias.
Encontro de Noah com os pais depois de descoberto.
© Pedro Sérgio
Noah
Foto: DR
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13
ÓBITO
Às vezes, Deus é tão
invejoso...
Neno, o palhaço
que nos fazia bem!
DR
Deus, guarda-redes do Céu,
deste cá um peru do qual só
te redimes se lhe confiares a
baliza do Céu.
COSTA GUIMARÃES (*)
Deus roubou-o de nós no dia de
Portugal e da abertura do Campeonato
Europeu de Futebol
(que esperou por ele um ano,
para assinalar a sua partida).
Terá ainda escutado a voz vibrante
de Andrea Bocelli, no majestoso
Estádio Olímpico, a cantar
“Nessun dorma” (Que ninguém
durma), porque na “aurora vencerei”?
14
Lusitano de Zurique - Julho/Agosto 2021 | www.cldz.eu
A sua alegria e o permanente sorriso,
o seu enorme sentido ético e o saber
estar bem com a vida, a enorme facilidade
em comunicar e saber fazer
amigos, o seu gosto pelo canto e pelos
temas do Júlio Iglesias, a sua esmerada
educação e a sua permanente elegância
ficam na nossa memória. Era
assim, o Neno, do qual fui Capelão
Militar no Regimento de Artilharia
de Costa (Oeiras), quando ele era cozinheiro
na Bateria da Parede.
Este Regimento era único: tinha várias
companhias (Bateria na artilharia)
dispersas por Alcabideche, Parede,
Oeiras, Paço d’Arcos, Fonte da Telha,
Trafaria, Albarquel e Outão — indo
desde Cascais, foz do Tejo, até ao
estuário do Sado. O Comandante da
Bateria, o Capitão Morais, de Chaves,
era um bom garfo e quando lhe pedia
uns petiscos, o Neno respondia com
qualidade. Depois, vinha o sossego,
abraçado à sua guitarra, deliciando os
camaradas que não estavam de serviço,
com as músicas de Roberto Carlos
e de Júlio Iglésias. Tinha deixado o
Barreirense, onde se formou e assinado
pelo Benfica, o que lhe conferia
algumas regalias no serviço (treinos e
jogos). Por isso, me espantava a sua
estrondosa simplicidade e humildade.
Numa entrevista a O Observador, em
2017, ele definia-se assim: “eu era o palhaço
dentro do balneário” (cf. www.
encurtador.com.br/tzJ01/).
D. Jorge Ortiga, numa bela mensagem
que te escreveu recordou uma “uma
música italiana que diz que a vida é
somente o primeiro tempo. Esta é a
mensagem que ouso deixar. O primeiro
tempo da vida de Neno terminou.
Teve triunfos, metas alcançadas, derrotas,
assobios, talvez alguns cartões
vermelhos, lágrimas, alegrias e tristezas.
Este tempo terminou. Entrou no
segundo tempo da vida. Aí continua a
jogar num ambiente marcado somente
pelo amor de Deus que lhe testemunha
gratidão e recompensa pelas
jogadas maravilhosas de amor fraterno
e pelas defesas fenomenais dos interesses
de todos quantos necessitavam
da sua música, sorrisos e palavras
amáveis que dirigia a idosos, crianças
e a quem dele necessitava. Esta certeza
de que continua a jogar na segunda
parte da sua vida é serenidade para a
sua esposa, filha, neta e demais familiares.
Não se trata de uma ilusão. Ele
continua a participar do jogo da vida
da família e dos amigos. Agora, com a
certeza de que as derrotas passaram,
que não tem adversários a criticar e
que continuará a torcer por todos e,
particularmente, pelas causas de uma
sociedade que tendo adversários não
deve ter inimigos. Cada um, no lugar
da equipa que ocupa, trabalha pelos
bons resultados de uma Humanidade
EFEMÉRIDE
Juramento de Bandeira 1º turno de 1984 em OEIRAS.
Melhores alunos das diversas Baterias, entre eles destaca-se o
Neno Barros (guarda redes do Benfica, do Victória SC e cantor , e
no pouco tempo que esteve no RAC um grande amigo) 1.º a contar
da esquerda.
Com os seus ídolos; Júlio Iglésias e Eusébio
unida e fraterna, na igualdade e inclusão
de todos, sem racismo ou interesses
mesquinhos que deturpam o jogo
da vida”.
Mas ele foi muito mais para mim,
desde que o conheci como cozinheiro
da Segunda Bateria do Regimento
de Artilharia de Costa, na Parede, em
1983 e 1984.
Mais tarde, como jornalista, encontramo-nos
tantas vezes, quando fazia
os relatos dos jogos do Vitória para o
jornal O Comércio do Porto e recordávamos
esses momentos no RAC.
Quando entrava na sala de imprensa,
vinha sempre ao meu encontro,
dar-me um abraço apertadinho. Os
camaradas de profissão ficavam com
algum constrangimento e ele explicava-lhes.
“não leveis a mal, mas o Guimarães
é o meu capelão”.
Sim, o melhor do Adelino Barros (era
o nome do nosso Cabo em Oeiras) é a
sua disponibilidade total que colocava
a sua voz ao serviço de causas solidárias,
sempre que era chamado por
qualquer associação cultural recreativa
ou IPSS de Guimarães. O Neno é
um grande farol.
Deus gostou tanto dele, da sua vida,
do seu testemunho de alegria e dádiva
aos outros que não teve a paciência
que se espera de Deus. Levou-o
mais cedo. Sem dor ou sofrimento.
Já estava com inveja de nós, da nossa
alegria.
Ó Neno, já disse e escrevi hoje a Deus,
na minha página do Facebook: Deus,
hoje, não ficaste bem na fotografia.
Era tão bom ter o Neno connosco e
tu roubaste-o de nós. És um invejoso,
às vezes. Desta vez foste. Recebe um
abraço eterno, como aqueles que me
davas na sala de imprensa do teu Vitória
Sport Clube.
Positivo, alegre, afirmativo, solidário.
Que mais podíamos pedir-te, como
portugueses!?
Sim. A vida do Neno não foi em vão.
Ele não passou a vida a dormir... na
forma. Deixou-nos uma pesada herança:
todos, tu, eu, nós, vós, temos
uma sociedade nova para construir,
nas freguesias, nas empresas, na política,
nos serviços sociais e no desporto,
com destaque para o Futebol.
No tempo da informação vertiginosa
— em que astros brilham durante
um momento e desaparecem — quero
acreditar que a memória do Neno
não passará facilmente, sobretudo
pelas belíssimas jogadas de solidariedade
e atenção aos outros semeadas
em todos os momentos da sua vida.
Grita bem alto para que
aconteça a aurora de um
mundo melhor. Eu sei que
foste meu amigo e eu também
fui teu: amigos para
sempre!
Neno. Até já!
És um grande emblema
DR - imagens do Facebook do Neno Barros
do Nosso Vitória Sport Clube. Não
digo mais nada. Pode parecer que estou
a falar de mim.
Nesta hora, és tu o craque deste encontro.
Foi tão bom, tão bom, tão
bom, ter-te connosco.
Deus também foi invejoso, com a tua
esposa dele e a sua filha emigrada em
Inglaterra: levou-o-para seres Tu, só
Tu, a apreciar este homem, com H
maiúsculo. Pela primeira vez, Te digo:
não devias ter feito isto. Não devias,
mesmo. Vê lá se Te redimes desta asneirola.
Às vezes, também erras. Como eu,
como nós. Desta vez, deste cá um
frango, que nem Te digo. “Foi um
peru” — para usar a linguagem da
bola. Afinal, até parece que não és
omnisciente. Desculpa lá o reparo.
Mas não podia deixar de Te dizer isso
sobre o meu cozinheiro, na bateria
da Parede, no RAC. Não sei se vou
esquecer este “frango” tão cedo. Há
erros e erros e este foi
grave. Deus, só te redimes
se lhe confiares
a baliza do Céu.
(*) Jornalista,
ex-Capelão Militar
e ex-Director do Jornal
Correio do Minho
Lusitano de Zurique - Julho/Agosto 2021 | www.cldz.eu
15
CRÓNICA
Duas lindas e verdadeiras
histórias de supermercados
© horjaraul
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COSTA GUIMARÃES (*)
1
Foram
os dois namorados
ou similares ao
supermercado.
Efectuadas as compras desejadas, ele
disse-lhe:
— vamos pagar ali nas caixas automáticas;
Mas ela foi clara no recado:
— aí não, nunca, porque estás a contribuir
para que quatro ou cinco rapazes
e raparigas das caixas deixem de
ter um posto de trabalho, ajuda para
os seus estudos e realizar os seus sonhos.
Eu estava na fila para as caixas, ouvi
e pensei comigo: que bem pensa esta
rapariga de cabelo rapado nos parietais
(das orelhas até meio da cabeça).
Ele escutou, com a sua t-shirt de basquetebol
e ela com um top onde se
viam várias tatuagens estilho “metálico”
em várias partes do corpo, sem
desprimor. Sem desprimor, sim, porque
estas observações “boomers” (de
cotas), normalmente, caem-nos em
casa.
Atrevi-se um pouco e dei os parabéns
os parabéns à tatuada “metálica”.
— muito bem, menina, é assim
que estas empresas aumentam os
seus lucros, à custa da diminuição
de trabalhadores e automação de
procedimentos. E depois os gestores
recebem milhões d eprémios de
gestão.
A miúda respondeu:
— Olhe, amigo, eu sei muito bem
como tudo se faz. Eu trabalhei aqui
na secção de legumes, hortaliças e
fruta. Com a chegada das balanças,
os clientes são convidados a pesar e
a tirar o tiquete com o preço. Como
este processo teve adesão das pessoas,
sempre apressadas, postas
umas semanas depois, fui despedida.
Comigo foram mais quatro camaradas.
Sobraram os que repõem
os frutos, os legumes e as hortaliças
porque ainda não inventaram uma
forma dos clientes o fazerem. Eles
— os crânios da gestão — não precisavam
de nós. Os clientes acabaram
a fazer o nosso trabalho, como
este marmanjo aconselhava!
E ela, agarrou o namorado (ou similiar)
pelo braço elá se foi para a fila das
caixas manuais mais o companheiro
de compras que não quis ripostar e
fazer figura triste na minha frente.
Ele não encaixou a lição mas eu também
mastiguei em seco: afinal, somos
nós que ajudamos a construir um
mundo melhor ou pior, ou péssimo,
com os nossos gestos.
É tempo de perceber que é urgente
parar de disparar tiros nos nossos
próprios pés.
É mais que tempo. Com coragem!
Porque temos de ser nós a pesar a
manga que queremos levar para casa?
Porque temos de ser nós a ver quanto
custam as cebolas que enfiámos num
saco? Porque temos de ser nós a substituir
quem nos pode colocar as bananas
na balança?
Porque somos uns bananas.
2
Uns dias depois, fui
a um supermercado
mais pequeno — também
com caixas de pagamento impessoal.
Estacionei a carroça e sou abordado
de imediato por uma idosa.
16
Lusitano de Zurique - Julho/Agosto 2021 | www.cldz.eu
— Dê-me um eurinho, se faz favor.
Olhei a senhora de alto abaixo, desde
os seus óculos já embaciados pela
máscara de protecção, a sua simplicidade
no vestir e pensei com os meus
botões: — é mais uma artista!
Uma jovem que vi entrar num jipão
BMW não a quis ouvir e deitou-lhe
um normal ar de desprezo. Afinal, ela
paga impostos para que o estado dê
o mínimo de Rendimento a todos os
portugueses.
Doeu-me. Voltei atrás e quis ouvir a
sua história. Foi um impulso irrefectido.
— Esta senhora podia ser a minha
mãe, a quem pudesse ter acontecido
alguma desgraça.
E perguntei:
— para que quer um eurinho, minha
senhora?! Um eurinho, hoje, não dá
para quase nada?
— Olhe menino, eu recebi a minha
reforminha de pouco mais de 200
eurinhos, levantei o dinheiro e meti
as notas num avental e não sei que
diacho aconteceu: ou as perdi, ou
alguém mas tirou quando vim aqui
ao Líder fazer umas comprinhas.
Sabe. Menino, eu nunca dei para
a Segurança Social, mas esse santo
que foi o Antoino Guterres deu-nos
alguma coisa para não morrermos
de fominha.
A senhora estava desesperada. Acreditei
na sua História. Dei-lhe o que
tinha naquela altura, aquilo que daria
a minha Mãe.
A senhora, ajoelhou-se, beijou-me as
mãos.
Levantei-a e gritei: mãe! Vai comprar
a tua comidinha, mas não os gastes
mal gasto, Arminda.
— Como sabe que me chamo Arminda,
se eu nem lhe disse o meu nome?
Meti-me na minha carrocinha para
regressar a casa. Ela tinha o rosto da
minha Mãe, por isso, lhe chamei Arminda.
Olhei pelo retrovisor e vi a
menina do jipão BMW, após colocar
as compras na mala do bólide, entregar-lhe
uma nota de vinte euros.
Só pode ter estado a escutar a nossa
conversa.
É bom ouvir. Escutar é melhor. Agir é
óptimo. A menina do jipão BMW não
teve de ir para África para ser uma
grande mulher.
Podemos ser grandes, com os que estão
próximos de nós e, às vezes, tão
semelhantes aos nossos... com tatuagens
ou sem elas.
É preciso coragem para levantar-se e
falar, mas também é preciso coragem
para sentar-se e ouvir — disse Winston
Churchill e não é que estou completamente
de acordo?
CRÓNICA
(*) Jornalista, Ex-Capelão Militar e
ex-Director do Jornal Correio do Minho
Ghttps://www.facebook.com/transportes.fernandes
Lusitano de Zurique - Julho/Agosto 2021 | www.cldz.eu
17
ENTREVISTA
A cultura é a alma de um povo
José Leão nasceu na freguesia de
S. Joaninha, concelho de Santa
Comba Dão, no distrito de Viseu.
Chegou à Suíça em 1989 fixando
residência por um ano no Cantão
de Uri.
Em 1991, chega à turística cidade
de Luzerne, onde permanece até
ao momento presente.
Cozinheiro na milionária empresa
Bucherer, fundada em 1888, é
lá que se dedica à sua maior paixão.
Cozinhar.
Pai de três filhos que educou com
os seus principais valores de humildade
e respeito, sente que a
sua missão foi alcançada.
José Leão é ensaiador do Rancho
folclórico Terras de Portugal
de Lucerne, mentor em dança
latinas e a sua alegria pela vida
fazem dele um homem de mente
positiva.
Os seus Pais, Tanoeiros de profissão,
souberam e muito bem
transmitir-lhe os valores da nossa
cultura folclórica, culinária e o
gosto pelo canto.
O seu prato preferido é a famosa
sopa da pedra, a sua cor é o verde
e o seu clube o Sporting.
Foi campeão de atletismo em Viseu
no ano 1980.
Vamos então conhecer um pouco
mais este homem, que desborda
respeito, simpatia, alegria, entre
outras.
A V MARIA DOS SANTOS
Maria dos Santos: Quem é o José e quais as orientações
do seu dia-a-dia?
— José Leão: Sou um homem pacato, humilde com
grande força e vontade de continuar a lutar por aquilo
que acredito, família e amigos, vivendo intensamente e
com alegria.
M.S.: A dança de salão é pura magia quando vivida
com paixão. Como e quando iniciou este amor
pelo movimento associado à música?
— J.L.: Desde pequeno que via e ouvia os meus pais
e minhas irmãs a cantar e dançar, incentivando-me, do
qual ganhei gosto, intensificando-se ao longo dos anos.
M.S.: O folclore chegou à sua vida por herança,
ou já se integrou nele em terras helvéticas?
— J.L.: O folclore entrou na minha vida quando eu
ainda era gaiato, na minha terra formou-se um pequeno
grupo de dançares do qual fazia parte, tornando-se
mais tarde um rancho folclórico e etnográfico.
18
Lusitano de Zurique - Julho/Agosto 2021 | www.cldz.eu
M.S.: É bem visível o toque especial de danças de
salão no grupo Terras de Portugal Luzerne. Pensa
que os mais tradicionais podem aceitar esta
diferença com bons olhos?
— J.L.: Sim, tenho essa convicção. Foi necessário
ENTREVISTA
adaptar as novas gerações, gerando
mais interesse a quem dança, a quem
toca e a quem canta, dessa forma podermos
chegar com mais facilidade a
todas a faixas etárias. É importante
manter nossas tradições, não deixando
morrer esta arte que é tão nossa.
M.S.: Pensa que todos os grupos
e mesmo a cultura em geral,
está numa fase de desassossego
devido à pandemia que nos surpreendeu?
— J.L.: Sim, com certeza, a pandemia
veio desestabilizar todo o sector
cultural. Certamente será difícil para
muitos grupos erguer-se novamente.
Infelizmente temos assistido ao longo
dos anos a falta de apoio a todo o
sector cultural, mas esquecem-se de
que a cultura é a alma de um povo e
é o que nos identifica perante outras.
M.S.: Considera que esta paragem
de quase dois anos definirá
o movimento associativo e
os respectivos grupos e secções
que existem?
— J.L.: É algo que se irá tentar perceber
após voltarmos à normalidade.
M.S.: Espreita o perigo de alguns
grupos não conseguirem
a motivação necessária, para enfrentarem
o renascer?
— J.L.: Sim, não será nada fácil esse
novo “renascer”. Cerca de 2 anos é
um longo período para qualquer grupo
desestabilizar-se. Algumas pessoas
acabaram por desistir, outras
regressaram a Portugal, outras construíram
famílias e mudaram para outros
estados e outros acabaram por
ficar afectados pela pandemia, psicologicamente
e fisicamente.
M.S.: O Grupo do qual é ensaiador
Rancho Folclórico Terras de
Portugal Lucerne, tem datas e
um plano para finalizar com ensaios
2021?
— J.L.: De momento não temos
nenhum plano estipulado, nem datas
agendadas. Aguardamos por uma
melhora do quadro pandémico para
poder linear novas acções.
M.S.: Que sonho tem que gostaria
de realizar, seja com o grupo
de danças de salão, seja com o R.
F.T.P.L.?
— J.L.: Tendo em consideração o
cenário actual, o meu grande sonho é
que tudo voltasse à normalidade para
podermos pisar de novo os palcos.
Tenho também como sonho, manter
esta tradição nas gerações mais novas
e no crescimento de ambos os grupos,
sendo uma referência.
M.S.: Que mensagem deixa para
a nossa cultura, em especial
a folclórica?
— J.L.: Que não desanimem, vivemos
um período muito complicado,
mas brevemente tudo irá voltar
à normalidade. Folclore é tradição,
família, amizade, alegria, costumes,
é a alma de um povo. Temos que ter
muita força porque só colectivamente
podemos vencer e seguir em frente.
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Lusitano de Zurique - Julho/Agosto 2021 | www.cldz.eu
19
AGENDA
Informações MAPS
Queridos leitores.
O Conselho Federal decidiu novas
medidas de desconfinamento e com
isso acontecem mais eventos no setor
cultural e de lazer. No entanto, é importante
que você siga as medidas de
proteção contra o coronavírus. Mantenha
uma distância de pelo menos
1,5 m de pessoas fora de sua casa, lave
as mãos regularmente e, se necessário,
use uma máscara de proteção
em espaços públicos. Você pode encontrar
uma visão geral das medidas
atuais em vários idiomas em www.
stadt-zuerich.ch/coronavirus. Por favor,
informe-se antes de ir para um
evento. Apesar de tudo, a equipe da
MAPS deseja a você muita diversão!
2.7.2021
EXPOSIÇÃO SOBRE
PINTURA DE CAVER-
NAS (ATÉ 11.07.)
Arte e pinturas rupestres são as formas
artísticas mais antigas do mundo.
No "Museum Rietberg" você
pode ver a exposição "Kunst der
Vorzeit" até 11.07. Maravilhe-se com
a arte rupestre de vários desertos,
montanhas ou cavernas. Ter-dom
10:00-17:00. Qua 10:00-20:00. Entrada
livre com N/F-Ausweis ou KulturLegi
(em vez de CHF 18.-).
Museum Rietberg. Gablerstr. 15.
Tram 7 bis "Museum Rietberg".
http://www.rietberg.ch
3.7.2021
CONVERSA SOBRE
FAMÍLIA E CARREI-
RA
Três mulheres falam sobre o equilíbrio
entre família e carreira e compartilham
seus sucessos e desafios.
Veja aqui e participe da discussão.
13:30. Participação gratuita.
Karl der Grosse. Kirchgasse 14.
Tram 4/15 bis "Helmhaus".
http://www.karldergrosse.ch
4.7.2021
APRESENTAÇÃO
DE
TEATRO
O "sogar theater" apresenta o festival
de teatro "The Legend of Amine
& Amanda" em três noites no mês
de julho. A peça é sobre dois donos
de bares que tratam todos os clientes
igualmente. Uma canção autoral
será cantada e haverá "Hörnli und
Ghackets" para todos. 17:00. O escritório
da MAPS sorteia 2×2 entradas
para a apresentação de hoje ou
do dia 07.07. É só ligar para: 044 415
65 89 ou escrever um e-mail para:
maps@aoz.ch.
Sogar theater. Josefstr. 106.
Tram 3/4/13 oder Bus 32 bis "Limmatplatz".
http://www.sogar.ch
6.7.2021
INFORMAÇÕES PARA
OS PAIS
Você tem perguntas sobre o jardim
de infância, escola ou atividades de
lazer para seus filhos? No "Infocafé"
da "Caritas" você receberá informações
sobre a vida escolar cotidiana
e ofertas na vizinhança em diferentes
línguas todas as terças e quintas-feiras
(exceto durante as férias
escolares). Ter 14:30-16:30 no "GZ
Leimbach". Qui 15:30-17:30 no "GZ
Grünau". Participação gratuita.
GZ Leimbach. Leimbachstr. 200.
Bus 70 bis "Sihlweidstrasse".
GZ Grünau. Grünauring 18. Tram 6
oder Bus 78 bis "Grünaustrasse".
http://www.caritas-zuerich.ch
7.7.2021
APRESENTAÇÃO
DE
DANÇA
Desfrute hoje de uma apresentação
um pouco diferente. Na apresentação
"NIEMANDSLAND" não há
palco e não há intérpretes, porque
o público também se torna parte da
peça. No teatro, você pode se mover
livremente entre sons e ruídos.
20:00. O escritório da MAPS sorteia
2×2 entradas para a apresentação de
hoje, de amanhã e do dia 09.07. É só
ligar para: 044 415 65 89 ou escrever
um e-mail: maps@aoz.ch.
Gessnerallee Zürich. Gessnerallee 8.
Tram 3/14 oder Bus 31 bis "Sihlpost".
http://www.gessnerallee.ch
7.7.2021
CONVERSAS
SOBRE
RELACIONAMENTOS
A "IG Binational" organiza um evento
informativo para pessoas em reunião
familiar, seus parentes e casais
binacionais. O tema de hoje são os
diferentes valores e visões culturais
na educação das crianças. Inscriçnoes
em tpzh@ig-binacional.ch.
19:30 Participação gratuita.
Karl der Grosse. Kirchgasse 14.
Tram 4/15 bis "Helmhaus".
http://www.ig-binational.ch
9.7.2021
SALA DE JOGOS PARA
CRIANÇAS
Na sala de jogos do "GZ Seebach" as
crianças podem construir, deslizar,
escalar e brincar. Venha com seus filhos
(0-7 anos) e troque idéias com
outros pais. Ter/qua/qui 14:00-17:00.
Sex 15:00-17:00. Entrada livre, contribuição
espontânea.
GZ Seebach, Saalobergeschoss. Hertensteinstr.
20.
Tram 14 oder Bus 40/75/742/768 bis
"Seebach".
http://www.gz-zh.ch/gz-seebach
10.7.2021
ASSAR E COZINHAR
JUNTOS
No "GZ Wollishofen" você pode assar
e cozinhar junto com outras pessoas.
Você prepara pratos doces, salgados
ou apimentados e pode levar
as receitas para casa. Inscrições com
sandra.hauser@gz-zh.ch ou 079 552
40 96. 10:00-12:00. Com KulturLegi
CHF 5.- (ao invés de CHF 10.-).
GZ Wollishofen. Erligatterweg 53.
Bus 66 bis "Neubühl".
http://www.gz-zh.ch/gz-wollishofen
11.7.2021
FINAL DA EUROCOPA
2021
Assista hoje à final do campeonato
europeu em Zurique. Vários bares
e pubs estão oferecendo "Public
Viewing" em pequena escala. Por
exemplo, você pode assistir ao jogo
no "Frau Gerolds Garten" e deliciar-se
com um hambúrguer ou um
drink. As reservas não são possíveis
e o número de assentos é limitado.
Portanto, venha o mais cedo possível.
21:00. Entrada livre.
20
Lusitano de Zurique - Julho/Agosto 2021 | www.cldz.eu
JUL/AGO
2021
Frau Gerolds Garten. Geroldstr. 23.
Tram 4/8 oder Bus 33/72/83 bis "Schiffbau"
oder S-Bahn bis "Hardbrücke".
http://www.fraugerold.ch
8.7.2021
CONCERTO
Aproveite hoje o concerto da cantora
e compositora Junes. Ele toca uma
mistura de pop melancólico e jazz.
19:00. Entrada livre.
Mehrspur, Bar. Förrlibuckstr. 109.
Tram 4 bis “Toni-Areal” oder Tram 8
bis “Fischerweg”.
http://www.mehrspur.ch
14.7.2021
NOITE DE CHUR-
RASCO
Hoje ao final da tarde vamos aquecer
o grelhador no centro comunitário
"GZ Bachwiesen". Traga as suas salsichas,
a sua carne, peixe ou legumes
e passe o serão com outras pessoas.
Há bebidas na cafetaria. Inscrições:
b.pina@bluewin.ch. 18:00-21:00.
Participação gratuita.
GZ Bachwiesen. Bachwiesenstr. 40.
Bus 67/80 bis "Untermoosstrasse".
http://www.gz-zh.ch/gz-bachwiesen
16.7.2021
16.7.2021
BAR DE VERÃO
Todas as quartas e sextas-feiras à
noite no "GZ Riesbach" realiza-se
o "Summerbar": há música, vários
jogos como pingpong ou petanca e
também óptimas bebidas. 18:00-
23:00. Entrada livre.
GZ Riesbach. Seefeldstr. 109.
Tram 2/4 oder Bus 912/916 bis "Feldeggstrasse".
http://www.gz-zh.ch/gz-riesbach
17.7.2021
CONCERTO
O "Offene Bühne Zürich" é um
ponto de encontro para músicos de
improvisação, um local onde podem
mostrar as suas capacidades e talento
em diversas bandas. Desfrute destes
concertos únicos ou então participe.
Inscrições para músicos: open.
stage.zurich@gmail.com. 19:00. Entrada
livre.
Werkstatt für improvisierte Musik.
Magnusstr. 5.
Tram 8 oder Bus 31 bis "Bäckeranlage".
http://www.wimmusic.ch/programm
20.7.2021
FITNESS GRATUITO
Treine a sua força e resistência nas
instalações desportivas "Zürifit
Brunau" junto do "Freestyle-Park
Allmend". Pode utilizar bancos, degraus
e o seu próprio peso corporal
para os exercícios. Uma placa informativa
com imagens explica-lhe os
exercícios. Entrada livre.
Zürifit Brunau. Moosgutstr. 11.
Tram 5/10/13 oder Bus 89 bis "Saalsporthalle".
http://www.sportamt.ch/zuerifit
21.7.2021
CRIAR UMA CAÇA
AO TESOURO
Precisa de ideias para as férias de
Verão? Com a App "Action Bound"
pode criar a sua própria caça ao tesouro
ou uma visita guiada instrutiva,
que depois poderá partilhar com
os seus amigos ou familiares, passando
uma interessante e divertida tarde
em conjunto. Informações sobre
a criação da sua aventura disponíveis
no site. Gratuito.
http://www.actionbound.com/
22.7.2021
CENTRO DE APREN-
DIZAGEM DA CARI-
TAS
Tem dúvidas sobre o trabalho e a
formação em Zurique? No evento
"Lernen, um zu arbeiten" pode ver
as suas perguntas esclarecidas em
diversas línguas sobre temas como
o sistema de ensino suíço, a entrada
no mundo profissional e possíveis
áreas de trabalho. Mais informações
e inscrição até 13.07. em www.caritas-zuerich.ch/infobildung
ou 044
366 68 90. 14:00-16:00. Participação
gratuita.
Stadt Zürich Laufbahnzentrum.
Konradstr. 58.
Tram 4/6/13 bis "Museum für Gestaltung".
http://www.caritas-zuerich.ch
18.7.2021
PASSEIO EM RÜS-
CHLIKON
O “Park im Grüene” é um encantador
destino de passeio para toda a
família. Enquanto as crianças brincam
no campo relvado ou no parque
infantil, os pais podem dar um agradável
passeio pelo parque ou descontrair
numa das espreguiçadeiras.
Seg-dom 08:00-18:30. Entrada livre.
Mais informações sobre as actividades:
www.parkimgruene.ch.
Park im Grüene. Alsenstrasse 40,
Rüschlikon.
Bus 165 ab “Bürkliplatz” bis “Rüschlikon,
Park im Grüene”.
23.7.2021
VISTA PANORÂMICA
DE ZURIQUE
A catedral Grossmünster é o símbolo
de Zurique e marcou a história da
cidade. Suba os 187 degraus até chegar
à "Karlsturm" e desfrute de uma
fascinante vista sobre Zurique. Horário
de Verão: seg-sáb 10:00-17:30.
Dom 12:30-17:30. Entrada: adultos
CHF 5.-, crianças e jovens dos 6 aos
16 anos CHF 2.-.
Grossmünster. Grossmünsterplatz.
Tram 4/10/14 bis "Helmhaus".
http://www.grossmuenster.ch
31.7.2021
VISITAS GUIADAS
PELA CIDADE
Diariamente a associação "Free
Walk" oferece diversas visitas guiadas
gratuitas por Zurique, interessantes
e divertidos passeios com
muitas e valiosas informações. Visitas
em alemão ou inglês, em muitos
dias também em espanhol. Por
exemplo, a visita ao centro de Zurique
começa todos os sábados e
domingos às 11:00 na Paradeplatz.
Ponto de encontro: frente ao banco
"Credit Suisse". As visitas têm a duração
de 90 minutos. Participação
gratuita, contribuição espontânea.
Credit Suisse. Paradeplatz 8.
Tram 2/7/8/9/10/11/13 bis "Paradeplatz".
http://www.freewalk.ch/zurich/
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21
RETRATOS CONTADOS...
Diário de uma avó e de um neto
Alice
Vieira
V NELSON MATEUS (*) - (**)
Nélson
Mateus
uerida Avó,
Nos últimos anos muito se tem ouvido,
e escrito, sobre a “Saloia da Malveira”.
Mas hoje apetece-me falar da verdadeira “Saloia da Malveira”,
a que partiu há 25 anos.
Lembro-me perfeitamente de ver a Beatriz Costa a
contar histórias da sua vida na televisão. As gerações
mais novas não fazem ideia de quem foi Beatriz Costa,
mas os mais velhos recordam perfeitamente esta figura
que não deve ser esquecida.
Ficará para sempre conhecida como a “Menina da Franja”,
uma moda à qual aderiu para se estrear no cinema,
(e à qual também as tuas tias te fizeram aderir, mesmo
que então não tivesses voto na matéria )
Beatriz da Conceição (seu nome de batismo) deu os
primeiros passos no mundo artístico no teatro de revista,
quando subiu ao palco do teatro Éden (sim, o hotel
Éden nos Restauradores, antes de ser convertido em
hotel foi um magnifico Cineteatro). Beatriz da Conceição
sonhava conquistar os palcos. Um ano depois o
fundador do Parque Mayer dava-lhe o nome artístico
de Beatriz Costa, e ela estreia-se no Rio de Janeiro, recebendo
os aplausos do público. Aparece pela primeira
vez no cinema em 1927. Tudo isto há quase um século.
A década de 1930 foi para Beatriz Costa a década do
reconhecimento e da consagração. Para além de muitos
outros trabalhos, foi nos filmes “A Canção de Lisboa”
e “A Aldeia da Roupa Branca” que fez os papéis da sua
vida. São muitos os que ainda têm bem presentes na
A verdadeira
memória as eternas costureira Alice e lavadeira Gracinda.
Personagens não muito diferentes da Beatriz nascida em
Mafra, trazida ainda em criança pela mãe para Lisboa, e
que só aprendeu a ler e a escrever aos 13 anos.
A partir daí, a busca pelo conhecimento nunca mais teve
fim. Em 1960 terminou a carreira de representação e começou
a dedicar-se à sua alfabetização e a escrever autobiografias,
com a ajuda de nomes como Almada Negreiros
e Aquilino Ribeiro.
Recordo-me de a ver (na TV) a falar do facto de ter optado
por viver no Hotel Tivoli (onde veio a morrer a 15 de
abril 1996) e do seu desejo de ser
sepultada no cemitério da Malveira.
Em Mafra, para além de um
Auditório Municipal com o seu
nome, existe ainda o Museu da
“Diva Saloia”, onde está exposto
o legado que a atriz Beatriz Costa
doou ao povo da Malveira.
Foi vontade de Beatriz Costa
que muitos dos objetos de que
se fazia rodear no seu quarto, no
Hotel Tivoli, em Lisboa, fossem
doados ao povo da Malveira. Foi
inaugurado pela atriz no dia 10
de agosto de 1993. Este espólio
está hoje na Casa de Cultura
da Malveira. Foi conferida uma
nova dinâmica à presente exposição
ilustrativa, sob o título
Beatriz Costa: a diva saloia.
Quando for levar-te à Ericeira,
podemos parar em Mafra para
irmos espreitar este testemunho
do amor de Beatriz Costa pelas
suas gentes. Uma vez que até foste
sua amiga, irás gostar de ver
alguns objetos pessoais, recordações
de viagens, ofertas de amigos e admiradores de todas
as esferas, com especial destaque para as suas coleções
de bonecas e burrinhos, assim como por uma substancial
parte documental (fotografias, cartas, recortes da imprensa,
entre outros.
Agora fiquei com imensa vontade de ir à Malveira comer
umas trouxas.
Mete na agenda.
Agora que estamos desconfinados ninguém nos agarra.
Mas sempre com muito cuidado, claro!
Bjs
22
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Saloia da Malveira
CULTURA
V ALICE VIEIRA (*) - (***)
uerido neto
Para mim, saloia da
Malveira só há uma, a
Beatriz Costa e mais nenhuma.
A primeira vez que vi a Beatriz Costa,
eu tinha seis anos e ela entrava numa
revista do Parque Mayer. Eu adorava
vê-la, batia muitas
palmas, saltava na
cadeira a rir—mas
do que eu gostava
mais era quando a
revista acabava, a
cortina caía, e ela
aparecia de lado,
por detrás da
cortina, com um
penteado igual
ao meu, a acenar
com a mão e a dizer
“adeus, meninos,
até amanhã!”
Até porque eu
pensava que aquele
“adeus, meninos”
era para nós,
a miudagem que
assistia ao espectáculo.
Depois ela desapareceu
dos palcos
e eu nunca
mais me lembrei
dela.
Até um dia, princípio
dos anos 70,
em que eu estava nos Armazéns do
Chiado com a minha filha pequenina.
A Catarina nem era muito de birras
mas, naquele dia, embicou que queria
que eu lhe comprasse uma boneca
que estava numa das lojas. Eu disse-
-lhe que não, tentei sairmos daquela
loja, mas ela não arredava pé, berrava,
berrava, que queria a boneca. Eu
já não sabia o que fazer da minha via
quando, de repente, vejo aparecer a
Beatriz Costa, ali a fazer compras.
Chega-se junto de nós e disse:
“Coitadinha da menina! Quer aquela
boneca, quer? Então eu dou-lhe a
boneca!”
Eu ainda disse que não, que ela tinha
de aprender que não podia ter tudo o
que queria, mas ela não desistia:
“Coitadinha da menina! Como te chamas?
Catarina? O´Catarininha, anda
comigo que eu dou-te a boneca!”
E lá foram as duas.
A minha filha ainda hoje tem essa boneca.
E, algum tempo depois, o jornal
mandou-me fazer uma entrevista à
Beatriz Costa. Fui ao Hotel Tivoli, e
lá ficámos na conversa uma data de
tempo, como duas velhas amigas.
E não, não foi ela que optou por viver
no Hotel Tivoli, como dizes. Um
grande amigo dela, uma pessoa muito
conhecida, de que não vou dizer o
nome mas a quem ela sempre chamou,
mesmo durante as nossas conversas,
o “Sr. Almirante” ( e não, não era o
Almirante Américo Tomás! Nem para
isso ele tinha jeito..,)—que lhe pagou
a estadia naquele hotel, com tudo incluído,
como se fosse mesmo a sua
casa, até ao fim da sua vida.
O quarto não era muito grande e por
isso, de vez em quando, uma das sobrinhas
dela ia lá buscar uma data de
coisas--livros, joias, prendas que lhe
ofereciam, para o quarto ficar com
um pouco mais de espaço. Tudo isso
deve estar hoje no Museu.
Às vezes apareciam pessoas lá no hotel
para a verem. Mas o empregado
da recepção sabia muito bem aquelas
com quem ela queria estar, e aquelas
com quem não queria. E às vezes ela
podia ser muito malcriada para aqueles
de quem ela não gostava e que
(*) Os autores escrevem segundo o Acordo Ortográfico
(**) Jornalista - (***) Jornalista e Escritora
www.retratoscontados.pt
interrompiam a sua leitura, ou o seu
descanso.
Eu tinha sempre entrada mas, mesmo
assim, antes de sair do jornal e ir passar
o resto da tarde com ela, ligava-
-lhe primeiro. Sentávamo-nos sempre
ao fundo do bar, donde se podia ver o
salão inteiro.
Fiz-lhe muitas entrevistas, nem sei
quantas. E ela fazia sempre uma coisa
que mais ninguém fazia (e que eu
aprendi com ela): ligava-me para o
jornal a dizer que tinha gostado muito,
e escrevia um cartão ao director a
dizer que aquela tinha sido uma grande
entrevista e que a pessoa que a tinha
feito era uma grande jornalista.
Lia muito (lia todos os meus livros
e dava-me a sua opinião) e escrevia
muito bem. Era muito amiga do Jorge
Amado e da Zélia Gattai (amigos que
herdei dela), e dava-se com grandes
escritores, pintores, etc )
Até que em 1975 decidiu escrever um
livro de memórias :“Sem Papas na
Língua”, a que se seguiram mais quatro
: “Quando os Vascos eram Santanas”
(1977) ,“Mulheres sem Fronteiras”
(1981), “Nos Cornos da Vida”
(1984), e “Eles e Eu “ (1990)
Nunca se esqueceu do dia dos meus
anos, nem do dia dos anos do meu
marido e dos meus filhos. Escrevia-
-nos muitos postais donde quer que
estivesse—e no dia do casamento do
meu filho mandou-lhe uma lindíssima
colcha de crochet.
Pronto, aí tens a história da verdadeira,
da única, da genuína Saloia da
Malveira.
Já sabes quendo serás vacinado?
Bjs
https://bit.ly/3dvDigl
https://bit.ly/3dvi3Li
https://bit.ly/3tyuFXN
info@retratoscontados.pt
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23
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Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH
Katholische Mission der Portugiesischsprechenden
Fellenbergstrasse 291,
Postfach 217
8047 Zürich
Tel.: 044 242 06 40 7 - 044 242 06 45
Email: mclp.zh@gmail.com
Horário de atendimento:
segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h
24
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Legalização da canábis em Portugal:
OPINIÃO
Um Parlamento
cristalizado em 2001
LAURA RAMOS
O Parlamento Português debateu a 9
de Junho, em plenário, a legalização do
uso pessoal de canábis, proposta por
dois partidos, Bloco de Esquerda e Iniciativa
Liberal. Num debate aceso, que
durou quase duas horas, foram precisos
apenas alguns minutos para perceber
que o discurso dos grupos parlamentares
pouco ou nada mudou desde a última
vez que se discutiu este tema, em
2018. Aliás, pode mesmo afirmar-se que
a maioria dos deputados cristalizou o
seu discurso em 2001, referindo até à
exaustão o "exemplo da descriminalização"
das drogas e do quanto Portugal
foi "inovador" e "pioneiro" nas políticas
de redução de danos, sem se dar
conta que 20 anos passaram e, afinal,
continua tudo na mesma. Os projectos
de lei baixaram às Comissões e serão
discutidos na especialidade durante
pelo menos 60 dias.
Num país onde os relatórios do SICAD
- Serviço de Intervenção nos Comportamentos
Aditivos e nas Dependências
- revelam que todos os anos a principal
causa de morte por overdose nos jovens
com menos de 24 anos é o álcool, o tom
do debate foi, mais uma vez, paternalista,
baseado em mitos e desinformação.
A canábis continua a ser o esqueleto
dentro do armário, responsável pelas famosas
"psicoses", que os deputados não
se cansam de invocar, apesar de assentes
numa total ausência de evidência e de
informação actualizada à luz da ciência.
Também não se compreende como é
possível continuar a invocar o exemplo
da descriminalização de 2001, quando
sabemos que todos os dias são detidas
pessoas em Portugal por terem duas ou
três plantas em casa. Estas pessoas, que
obviamente cultivam para seu consumo
próprio para não ter de recorrer às redes
criminosas, continuam a ser presas,
acusadas de tráfico de estupefacientes e
constituídas arguidas perante um tribunal
que as obriga a um termo de identidade
e residência, com apresentações
semanais numa esquadra da polícia, e
a pagar multas pesadas. Como se justificam
todos estes custos para o Estado
com operações policiais e processos em
tribunais? Recorde-se que, dos 9353 processos
de contra-ordenação por consumo
de drogas e indivíduos indiciados em
2019, 7711 foram por posse de canábis,
632 por cocaína, 332 por heroína, 89 por
ecstasy e 33 por outras drogas (dados do
relatório do SICAD, 2019, pág. 16). De
salientar que do total de indivíduos indiciados,
90% tinham um "perfil de consumo
não toxicodependente".
Afinal, que descriminalização foi esta?
Talvez tenha sido para "inglês ver" ou
então para se citar à boca cheia em comissões
ou debates parlamentares. Sim,
fomos pioneiros e inovadores em 2001,
quando passámos a tratar as pessoas dependentes
de drogas como "doentes".
Mas em 2021 continuamos a criminalizar
e a humilhar os adultos que optam
por utilizar canábis, quando sabemos
que não há, nem nunca houve, overdoses
associadas a esta planta, e mesmo depois
de a ONU e a OMS terem reconhecido
o seu potencial terapêutico.
Em Portugal, falta um debate sério sobre
este tema, com pessoas que realmente
percebam do que estão a falar. Mais 20
anos poderão passar, que os deputados
do Parlamento Português continuarão
cristalizados em 2001, invocando o incrível
"exemplo internacional em termos
de políticas de drogas", provando apenas
que as aparências iludem e que da teoria
à prática vai uma grande distância.
Canadá:
Mercado legal ultrapassa
mercado
ilícito
LAURA RAMOS
A diferença entre os mercados
legal e ilegal de canábis
no Canadá continua a aumentar,
segundo os dados
mais recentes do Statistics
Canada, tendo o mercado legal
ultrapassado o ilícito no
terceiro trimestre de 2020,
noticiou o Marijuana Business
Daily. No final de 2020,
quase 6,2 milhões de pessoas
com 15 anos ou mais, ou 20
por cento dos canadianos
nessa faixa etária, relataram
ter usado canábis nos últimos
três meses.
Os gastos das famílias com
produtos de canábis para
uso adulto em canais regulamentados
aumentaram
para 918 milhões de dólares
canadianos (622 milhões de
euros) em 2020, mais 138 milhões
de euros do que o valor
estimado gasto com canábis
ilícita no mesmo período. A
despesa com canábis recreativa
legal ultrapassou, assim,
as transações do mercado
negro, tendo beneficiado da
abertura de lojas especializadas
e da venda a retalho dos
produtos relacionados com
canábis em 2020, após a legalização
total.
Leia estes e outros artigos em
WWW.CANNAREPORTER.EU
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POSTAL DO DIA
Uma longa madrugada
LUÍS OSÓRIO
1.
No final do seu último discurso
no congresso do Chega, André
Ventura ameaçou limpar
o país.
Prender dirigentes políticos.
Perseguir quem não for
sério.
Despoluir o país da esquerda.
Ao longo do congresso disse
mais.
“Um bandido é um bandido e
não temos medo de o dizer”
E fez mais.
Ajoelhou-se em palco e fez uma saudação
fascista – dizendo que não é
uma saudação fascista.
E recebeu Salvini com centenas de
pessoas em apoteose – o mesmo Salvini
que irá a julgamento no seu país
por ter recusado ajuda a quase 200
seres humanos sedentos e esfomeados
às portas de Lampeduza – homens,
mulheres e crianças que ficaram
à mercê do mar durante quase
um mês.
2.
E citou Francisco Sá Carneiro
(imagine-se)
E Nossa Senhora de Fátima.
E tornou a falar da prisão perpétua,
da esterilização, dos bandidos a
quem se recusa a pedir desculpa mesmo
depois de saber que, afinal, não
eram bandidos, mesmo depois de ser
condenado pelo tribunal.
E o que ele ameaçou.
E gritou.
E o que ele prometeu.
Limpeza.
Ajuste de contas.
Justiça.
Revolução.
Tudo isso e muito mais quando atingir
o poder.
“Porque no próximo congresso espero
poder dirigir-me aos militantes
fazendo parte de um governo”.
3.
Se tal acontecesse, se um dia ele for
poder, também eu serei perseguido.
Os textos que escreveria deixariam
de ser possíveis.
O movimento seria implacável.
Primeiro uma limitação às liberdades,
depois mais limitações, depois
uma revisão constitucional, depois o
controle das Forças Armadas, umas
escaramuças, uns interrogatórios, a
limpeza.
E ninguém poderá dizer que não sabia.
Ninguém poderá dizer que Ventura
escondeu dos portugueses o que deseja,
ninguém poderá proclamar que
escondeu ao que ia.
Porque ele diz todos os dias ao que vai.
4.
André Ventura está longe de ser
parvo. Não o podemos ou devemos
desvalorizar. Não tanto
por aquilo que diz, mas por
aquilo que naturalmente
é. Se o olharmos vemos
que nada lhe assenta
bem. O fato não parece
à sua medida, a
cara é baça, o sorriso
desafia permanentemente.
Ele não acredita
em nada do que
diz (poderia dizer o
contrário com igual
convicção), mas é o
que os seus votantes esperam
que seja.
Não parece de lugar nenhum.
E se o que veste não lhe assenta,
ou se a sua cara é baça, é por ser um
homem que veio rebentar com o
que existe para construir um mundo
novo sem gananciosos, corruptos,
bem-vestidos ou caras bem-postas.
É este o seu principal trunfo.
5.
André Ventura fala para os desenraizados.
Como todos os ditadores
e populistas antes dele. Fala para os
que acham já não ter nada a perder.
Para os que estão desiludidos com
tudo (a começar com a sua própria
vida). Para os ressentidos para quem
a culpa está sempre nos outros. Para
os que só se sentem vivos se estiverem
a despejar desejos de vingança.
Para os que atiram a primeira pedra.
Para os que acham ser especiais e diferentes
da escumalha que nos trouxe
até aqui. Para os que acreditam
que tudo seria fácil de resolver, como
tantas e tantas vezes tenho ouvido
proclamar.
6.
André Ventura não será nunca poder.
Mas se o for, se os portugueses lhe
oferecerem tal possibilidade, por absurdo
que possa parecer, será uma
longa madrugada, um longo Inverno.
26
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CRÓNICA
A indústria de falsificações
do Estado Novo
PACHECO PEREIRA (*)
Numa altura em que a direita
radical tenta recuperar o conjunto
da sua história no século
XX, ou seja, os 48 anos
em que governou Portugal
em ditadura, porque precisa
de reforçar a sua legitimidade
limpando-se do seu passado,
para demonizar à vontade
o dos “outros”, vale a pena
olhar para o que foi esse período
negro da nossa vida
colectiva. Ou pensam que foi
a esquerda que governou de
1926 a 1974? Como se diz em
português plebeu, lata para
dizerem isso têm.
Uma das técnicas é dizer que o regime
da ditadura – a que não chamam
assim, como é obvio – foi “indefensável”.
De passagem, como se come um
peão no xadrez, brevemente e sem
consequências na economia do discurso,
para depois não dizerem uma
linha, uma palavra, um “mas”, mesmo
de circunstância, sem mencionar a ditadura,
as prisões e a repressão, a censura,
e os milhares de mortos da guerra
colonial durante a módica quantia
de 48 anos. Terra de leite e MEL, com
um pequeno problema, que é “indefensável
no plano político”, mas nem
sequer se diz porquê, porque estragava
o resto, o que é “defensável”. O que
está implícito é que em muitas outras
matérias é “defensável”. Foi isto que
fez um académico numa intervenção
estritamente política e com muito
pouco de académico, Nuno Palma,
no MEL. No sentido weberiano percebe-se
bem de mais o mecanismo da
empatia com aquilo que é eufemisticamente
classificado apenas como o
Estado Novo. E desafio o Polígrafo
a desmentir-me.O problema do contexto
é iludido e, neste caso, o contexto
é tudo. Não faltam exemplos do
contexto que, esse sim, falta aqui. Só
(Números falsos do Avante!, de O Jovem, da FPLN, e um
comunicado com falsas biografias de candidatos da oposição)
a Censura tinha uma história longa e
exemplar para contar, mas não havia
só Censura, havia falsificações, fake
news, com a publicação pela Legião
Portuguesa e pela PIDE de documentos
falsos, disfarçados de verdadeiros.
Era uma prática muito comum, que
abrangia panfletos com assinaturas
falsas, exemplares falsos de jornais
clandestinos e cartazes com imagens
manipuladas, de que os que aqui reproduzo
são meros exemplos. Desde
Salazar, mentindo publicamente sobre
o assassinato de Delgado, ao legionário
da esquina, a falsidade era o
corrente. A falsidade, a calúnia e a difamação
como instrumento de ataque
aos opositores.
Dos exemplares que reproduzo acima
um é particularmente repulsivo,
a “biografia” de Mário Sottomayor
Cardia. Cardia é acusado de roubar
dinheiro nos vestiários da Cidade
Universitária para ir cear ao restaurante
Mónaco, de onde saía embriagado,
e de ter sido protegido pela
PIDE por ter participado num atentado
à bomba. Tenho a certeza, mas
tenho mesmo a certeza, que haverá
quem leia isto hoje e pense: “Se calhar
era mesmo verdade.” Hoje, em 2021,
porque quando este papel imundo foi
feito quem o lia percebia que a PIDE
ou a Legião estava a fazer o seu trabalho
sujo. Do modo como as coisas
estão, era mais inócuo lê-lo em 1969
do que hoje.A coisa repugna-me em
particular, porque Sottomayor Cardia
foi nesta altura preso e espancado
pela PIDE, provocando-lhe um deslocamento
de retina. Cardia era um
homem tão franzino, como corajoso,
e a violência contra ele é por si só uma
“marca de água” da brutalidade da ditadura
“indefensável”. Aliás, a mesma
propensão dos valentes polícias e pides
para baterem em homens de constituição
frágil provou-a Urbano Tavares
Rodrigues. E, em bom rigor, muitas e
muitas centenas de comunistas, anarquistas,
oposicionistas, ou inocentes
apanhados por engano, como os primeiros
acusados do atentado a Salazar
que, como é óbvio, “confessaram”.
Eu, aos do MEL, do Observador, dos
novos think tanks e da galáxia comunicacional
cada vez mais vasta, percebo-os
bem de mais. Esmagados pela
ditadura férrea do PS, do PCP e do
BE, e pela inoperância da “direita fofinha”,
ou seja, o PSD, o que os irrita é
não poderem assumir uma inocência
que a sombra dos 48 anos de governo
da direita em ditadura lhes tira. Mas
em conclave estão cada vez mais à
vontade para louvar essa direita não
fofinha que nos protegeu do comunismo
durante quase todo o século XX.
Eles pensam que são muito corajosos
combatentes contra o ditador António
Costa, mas são apenas lampeiros.
Grandes palavras tem o português. E
ouçam-se as palmas – aliás, o padrão
das palmas no MEL é idêntico em todos
os oradores, de Ventura a Sérgio
Sousa Pinto –, que são o retrato da audiência
na sala, do que quer e do que
lhe interessa. E esse padrão é muito
mais sinistro do que tudo o resto.
Não se ponham a pau…
(*)Historiador - in Público
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27
AGRICULTURA
Tem terrenos florestais
abandonados?
Arrendamento forçado de prédios rústicos entrou em vigor a 1 de Julho
A CIENTISTA AGRICOLA (*)
O regime jurídico do arrendamento
forçado de prédios rústicos entrou
em vigor a 1 de Julho de 2021. Diz
o Governo que “em face deste contexto
actual, de planeamento e de
medidas de apoio aos proprietários,
não se justifica (…) a permanência
de propriedades sem gestão ou
sem a sua adaptação ao risco de
incêndio”, sendo fundamental dotar
o Estado de mecanismos que “permitam
substituir-se ao proprietário
em acções de execução substitutiva,
face à inércia daquele, tornando
efectivos os instrumentos que
existem e, se necessário, adoptando
novas medidas que responsabilizem
os proprietários rurais pela gestão
das suas propriedades”.
Segundo o Decreto-Lei n.º
28
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52/2021, o arrendamento forçado
e disponibilização de prédios na
bolsa de terras recai sobre prédios
rústicos objecto de operação integrada
de gestão da paisagem. Os
prédios rústicos e os prédios mistos
sem dono conhecido e que não estejam
a ser utilizados para fins agrícolas,
florestais, silvo-pastoris ou de
conservação da natureza, podem ser
disponibilizados na bolsa nacional
de terras.
No diploma, o Executivo realça que
o seu programa “prevê medidas concretas
para promover o aumento da
área florestal gerida, a reconversão
e a densificação da área existente
para espécies mais adaptadas ao território,
tendo em vista a prevenção
de riscos, em especial de incêndios,
a criação de incentivos económicos
para projectos de sumidouro florestal
e outras actividades no domínio
silvícola e agroflorestal que promovam
o sequestro de carbono e, assim,
a promoção da adaptação dos
territórios às alterações climáticas”.
E acrescenta que, durante décadas,
em áreas significativas do território
nacional, sobretudo naquelas em
que predomina a pequena propriedade,
o despovoamento e o desaparecimento
das actividades agrícolas
tradicionais deram origem a um
progressivo alargamento do uso florestal,
muito dele espontâneo e não
gerido, que redundou na existência
de extensas áreas contínuas de povoamentos
florestais em monocultura,
com grande concentração de
combustível em sub-coberto e forte
exposição ao perigo de incêndio.
(*) Agricultura e Mar
ESPECTÁCULO
“Coisas Simples
de Zezé Fernandes”
Disse um dia Charles Chaplin: “A simplicidade não é uma coisa simples”.
Simplesmente notável!
Capa do novo trabalho já à venda
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Rumo a
Sintra e ao
Porto – 02
ANTÓNIO MANUEL RIBEIRO
Começámos a publicar as memórias
que estão na origem das 23 canções
que vamos apresentar a 24 de Julho
no Centro Cultural Olga Cadaval,
em Sintra, e no dia 31 de Julho na
Casa da Música do Porto.
É a estreia dos concertos PERSONA À
FLOR DA PELE, que inclui no alinhamento
21 canções editadas, um clássico e
um inédito. Vamos à primeira.
02. (VIVO) NA FRONTEIRA
(Letra: António Manuel Ribeiro; Música:
Renato Gomes & António Manuel
Ribeiro)
Há 40 anos, e durante muito tempo, os
singles que eram extraídos como avanços
dos LPs (álbuns de vinil) tinham
amiúde um lado B inédito. Antecipando
a estreia do disco grande, esse lado B era
uma canção ‘secundária’, mas muitas vezes
uma preciosidade para melómanos.
Não foi por acaso que a escolhi para integrar
a colectânea “Eternamente” (1999).
Em 2005, o grupo parisiense de luso-descendentes
Pat Kay & The Gajos editou
uma versão no disco “Montmartre”.
Como tínhamos um recruta na peluda
(Renato Gomes) fui ‘autenticamente
obrigado’ pelo Nuno Rodrigues (produtor)
a safar o solo – e correu muito bem.
Era urgente fazer sair o single guardando
as oito pérolas do “À Flor da Pele”.
Ingressos à venda nos locais e em:
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Férias
CULTURA
Palavras Cruzadas
V PAULO FREIXINHO
Horizontais:
1. Verão. 4. Calor muito forte. 11. Filho de burro e
égua ou de cavalo e burra. 12. Malhadouro. 13. Querido.
15. Pessoa que está a banhos em praia. 17. Terceira
nota musical. 18. Aguardente de cereais. 19.
Fímbria. 20. Tântalo (s. q.). 21. Bário (s. q.). 22. Cetáceo
afim do golfinho. 23. Cento e um em numeração
romana. 24. A parte interior e mais dura do lenho das
árvores. 26. Combinar ou ajustar sob palavra. 30. Autores
(abrev.). 32. Temperatura ou outras condições
atmosféricas de uma região. 33. Agitação das ondas
do mar. 37. Deslocar-se no ar. 38. Idade. 39. Ligação
(fig.). 41. Campeonato profissional norte-americano
de basquetebol. 43. Espuma do mar. 44. Crómio (s.
q.). 45. Preposição que designa posse. 46. Caminhava
para lá. 47. Batráquio. 48. Observava. 50. Fileiras.
51. Grande desordem. 53. Atmosfera. 54. Argolas. 55.
Meter em mala. 60. Prefixo (afastamento). 61. Prazer
que se sente com o que é fresco. 64. Onda dos
rios. 67. Suspiro. 68. Óxido de cálcio. 69. Aumenta
a velocidade. 70. Quando faz calor é tempo dela (mas
cuidado com o sol).
Verticais:
1. Não obstante. 2. Transpirar. 3.
Ínsula. 4. Menciona. 5. Altar. 6.
Sódio (s. q.). 7. Tomba. 8. A unidade.
9. Grande extensão de água
cercada de terra. 10. Protela. 12.
Passar o verão em sítio fresco, veranear.
14. Dez mais um. 16. Sufixo
Internet (Holanda). 17. Oceano.
21. Verão (em mirandês). 22.
Que não é imaginário. 23. Estrato.
24. Pequeno crustáceo decápode.
25. Antigos navios de vela, de
guerra ou mercantes. 27. Computador
Pessoal. 28. Início do crepúsculo
matutino. 29. Atilho. 31.
Estrela que nos dá luz e calor. 34.
Cilindro. 35. Planta trepadeira.
36. Vaga. 40. Tornar volumoso ou
balofo. 42. Lindo. 43. Expressão.
44. Pequena habitação ou moradia
para recreio, no campo ou nas
praias. 46. Que tem a cor da camurça.
49. É inconstante. 51. Enrubescer.
52. Ente. 56. Dar mios.
57. Procedia. 58. Grande caixa
com tampa plana. 59. Alguma.
60. Centésima parte do hectare.
62. Crença. 63. Onda nos estádios.
65. Antes de Cristo (abrev.).
66. A ti.
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milhões de palavras. Paulo Freixinho
nasceu em Lisboa, em 1968, e vive
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31
NEUROCIÊNCIA
A doença
antes
de a sentirmos
V NELSON S. LIMA (*)
Todos já demos conta que
a economia "mexe" com as
pessoas também no campo da
saúde. Estamos tão dependentes
do trabalho (onde ganhamos
dinheiro) e do consumo
(onde gastamos dinheiro) que
qualquer perturbação no seu
equilíbrio pode causar medos,
desânimo, stress, desgaste e,
como consequência, doenças
que, muitas vezes, podem ser
graves.
Paralelamente também às crises pessoais
de natureza financeira (perda de
emprego, salários e reformas baixas,
descapitalização de empresas e de famílias,
etc.) convivemos também com
uma outra crise, em simultâneo: a da
mudança generalizada e rápida que
está a ocorrer em muitos sectores da
sociedade.
Isto conduz a cada vez mais casos de
"crises de adaptação" (mudança de
estilo de vida, mudança de "status",
mudança de emprego, desemprego,
emigração forçada, etc.). Atrevo-me
a dizer que mais de 80% das doenças
orgânicas têm uma ou mais causas
psicológicas (fixei este número num
congresso médico).
Se a medicina levar a sério que cada
doença tem um doente com uma vida
por detrás de uma queixa física acreditarei
então que o estudo das doenças
(etiologia) e a sua prevenção terão um
maior sucesso.
Lembro-me de ter lido Norman Cousins,
jornalista e activista, esta observação
muito a propósito:
"É o respeito do médico pela alma
humana que determina o valor da sua
ciência".
(*) Professor de Neurociência
- https://bit.ly/3jlGc6P
Pensar e falar sem medo
V NELSON S. LIMA
É tempo de cultivar o
pensamento!
Imagine que você vivia no ano
1600 e tinha percebido que a Terra
não era o centro do Universo.
Sabe o que lhe aconteceria? Por-
-lhe-iam uma máscara de ferro
para não poder falar e, por fim,
seria queimado até à morte. Ora
aconteceu isso mesmo ao italiano
Giordano Bruno. A Igreja
Católica, que se assumia como
detentora de toda a verdade,
condenou-o à morte por heresia.
Agora, imagine que vivia em 1633 e
tivesse dito a mesma coisa. Seria levado
ao Tribunal da Inquisição da Igreja
Católica e condenado a ir para uma
masmorra donde só sairia se assinasse
um documento a negar o que você
havia proferido. Pois foi o que aconteceu
a Galileu.
O problema, meus amigos, é que ainda
hoje vivemos muitas vezes com
medo de exprimirmos as nossas teorias,
os nossos conhecimentos, as
nossas ideologias, as nossas crenças e
até os nossos pensamentos criativos
e ousados.
Ainda vigora muita inquisição um
pouco por toda a sociedade: em muitas
famílias, nas escolas, na administração
pública, na política e até na
ciência.
Quando poderemos ser livres pensadores?
32
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MEMÓRIA
Morreu o Neno
Fiquei triste!
MARIA JOSÉ PRAÇA
Era sobrinho de uma Colega, Amiga que também
partiu cedo...
Através dela os meus Alunos convidaram-no e o
Neno acedeu e visitou-nos.
Respondeu a perguntas, deu autógrafos, ofereceu
bolas e arbitrou um jogo que engendrou com os
miúdos para lhes explicar as regras...
Os garotos ficaram felizes e hoje, ao ouvirem a
notícia, hão-de sorrir para o Céu!
A Vida é isto,
é o momento
”O problema para mim não existe...
Existe a solução.
Porque a vida é isto, é o momento.
Eu tenho que viver, eu tenho que ser feliz...
Eu vim ao mundo para ser feliz.
Nós todos viemos para ser felizes.”
NENO
O Neno.
Quem Era (aquela que
eu amo) – Neno
ANTONIO MANUEL RIBEIRO ( UHF)
Passaram quatro dias sobre o desaparecimento
físico de um companheiro da arte musical (Luís
Duarte) e eis que outra notícia chega sobre a morte
súbita de um homem que juntou à alegria de jogar
futebol a vontade de subir aos palcos e cantar.
Tudo está (e bem) a ser dito sobre este coração grande
com um sorriso do tamanho do sol nascente. Deixo-vos a
minha pequena estória com o Neno.
A meio da década de ’90, estávamos nós na multinacional
discográfica BMG, recebi uma chamada do Pedro Oliveira
(director de marketing) a pedir-me que escrevesse
uma canção original para o Neno – ia gravar finalmente
um disco.
Sabia do apreço que ele tinha por Júlio Iglésias (que também
foi guarda-redes do Real Madrid) a quem se chegou
a juntar em palco no estádio do Bessa e mais tarde no
estádio da Maia. Pensei no ambiente romântico que se
pretendia e escrevi a canção “Quem Era (aquela que eu
amo)”. Enviei a maqueta para o Ramon Galarza, que fez a
orquestração e produziu o CD do estúdio TCHA TCHA
TCHA.
Um dia, o Neno ligou-me para me agradecer e combinou-
-se uma viagem musical a Cabo Verde, que acabou por
não acontecer. Há meia dúzia de anos voltámos a estar
juntos num espectáculo colectivo de apoio a uma corporação
de bombeiros do Norte, necessitados de todas as
ajudas para suprirem os meios que as chamas reduzem a
cinzas. O abraço e o sorriso eram a revelação humana de
um viajante que honrou a vida. Palmas para o homem que
voou entre os postes e deu voz à canção.
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33
HUMOR Quem não sabe rir, não sabe viver”
Autoridade
Um policia vai a uma propriedade
e diz ao dono, um velho
agricultor:
– “Preciso inspecionar sua
propriedade. Há uma denúncia
de plantação de canábis.”
O agricultor diz: – “Ok, mas
não vá àquele campo ali.” E
aponta para uma determinada
área.
O Polícia diz indignado: – “O
senhor sabe que tenho o poder
da autoridade comigo?” E
tira do bolso um crachá mostrando
ao agricultor: – “Este
crachá dá-me a autoridade de
ir onde quero…. e entrar em
qualquer propriedade. Não
preciso pedir ou responder a
nenhuma pergunta. Está claro?
Fiz-me entender?”
O agricultor, muito educado
pede desculpa e volta para o
que estava a fazer.
Poucos minutos depois, ouve
uma gritaria e vê o agente de
autoridade a correr apavorado
para salvar e sua própria
vida perseguido pelo Marcelo,
o maior touro da quinta.
A cada passo o touro vai chegando
mais perto do agente,
que parece que será apanhado
antes de conseguir alcançar
um lugar seguro.
O agricultor larga as ferramentas,
corre para a cerca
e grita com toda a força dos
seus pulmões:
O crachá, mostra-lhe o crachá!
Não discuta com
burros
O burro disse ao tigre:
- A erva é azul “.
O tigre respondeu:
- Não, a erva é verde “.
A discussão aqueceu, e os
dois decidiram submetê-lo a
uma arbitragem, e para isso
concorreram perante o leão,
o Rei da Selva.
Já antes de chegar à clareira
da floresta, onde o leão estava
sentado no seu trono, o burro
começou a gritar:
- Sua Alteza, é verdade que a
erva é azul?”.
O leão respondeu:
- Certo, a erva é azul “.
O burro apressou-se e continuou:
- O tigre discorda de mim e
contradiz-me e isso incomoda,
por favor, castigue-o “.
O rei então declarou:
- O tigre será punido com 5
anos de silêncio “.
O burro pulou alegremente e
seguiu seu caminho, contente
e repetindo:
- A erva é azul “...
O tigre aceitou sua punição,
mas antes perguntou ao leão:
- Vossa Majestade, por que
me castigou?, afinal a erva é
verde “.
O leão respondeu:
- Na verdade, a erva é verde “.
O tigre perguntou:
- Então, por que você me
pune?”.
O leão respondeu:
- Isso não tem nada a ver
com a pergunta de se a erva
é azul ou verde. O castigo
acontece porque não é possível
que uma criatura corajosa
e inteligente como você perca
tempo discutindo com um
burro, e ainda por cima, venha-me
incomodar com essa
pergunta “.
A pior perda de tempo é discutir
com o tolo e fã que não
se importa com a verdade ou
realidade, mas apenas com a
vitória de suas crenças e ilusões.
Jamais perca tempo em discussões
que não fazem sentido...
Há pessoas que por muitas
evidências e provas que lhes
apresentamos, não estão na
capacidade de compreender,
e outras estão cegas pelo ego,
ódio e ressentimento, e a única
coisa que desejam, é ter razão,
mesmo que não tenham.
Quando a ignorância grita, a
inteligência cala. A sua paz e
tranquilidade valem mais.
DA SUÍÇA PARA PORTUGAL
PORTUGAL SEMPRE
NO NOSSO CORAÇÃO
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DE TRANSFERÊNCIAS:
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Online ou por correio, os seus recursos ficam disponíveis
com rapidez na conta do Banco Santander Totta.
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Através do Site da Postfinance ou do seu Banco na Suíça utilize
a opção: “ordem de pagamento com o boletim vermelho”.
Preencher todos os campos conforme o vale de correio vermelho
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Não esquecer:
conta do Banco Santander Totta (30-175563-2)
IBAN, nome e morada do beneficiário
Novo endereço
Correio
Utilizando o Impresso (Vale de correio vermelho)
Boletim/Vale vermelho requisitado através dos escritórios
de representação de Genebra ou Zurique e entregue com
a Ordem de Pagamento ao seu Banco na Suíça
(preferencialmente no PostFinance) para concretizar
o pagamento.
Boletim vermelho
(fornecido pelos escritórios de representação
de Genebra ou Zurique)
+
Ordem de pagamento
(fornecido pelo seu banco suíço ou Postfinance)
+
Envelope
(fornecido pelo seu banco suíço ou Postfinance)
Envio por correio para o seu banco suíço
ou Postfinance
Pelas regras em vigor é obrigatória a identificação do ordenante, IBAN e morada
do beneficiário realizando-se a transferência para débito em conta. Interdita
a utilização de numerários (cash).
A utilização do ST (Serviço Transferências) apesar de permitir custos reduzidos não
dispensa a consulta do preçário em santandertotta.pt, com as condições de cada
entidade bancária na Suíça e em Portugal.
Escritório de Representação de Genebra
Rue de Genève 134, C.P. 156 | 1226 Thônex - Genève | Tel. 022 348 47 64
Escritório de Representação de Zurique
Badenerstrasse 382, Postfach 687 | 8040 Zürich | Tel. 043 243 81 21
Baslerstrasse, 117 - 8048
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Julho/Agosto 2021
Feriados e Datas Comemorativas
04 DOM Dia Mundial do Naturismo
05 SEG Dia do Bikini
07 QUA Dia Mundial do Chocolate
09 SEX Dia Mundial pelo Desarmamento
10 SÁB Dia Mundial da Pizza
11 DOM Dia Mundial da População
13 TER Dia Mundial do Rock
14 QUA Dia Mundial da Liberdade de Pensamento
15 QUI Dia Mundial das Competências dos Jovens
16 SEX Dia Mundial da Cobra
17 SÁB Dia Mundial da Justiça Internacional
18 DOM Dia Internacional Nelson Mandela
20 TER Dia do Amigo
22 QUI Dia Mundial do Cérebro
23 SEX Dia do Alfaiate e da Modista
24 SÁB Dia dos Primos
26 SEG Dia Mundial dos Avós
26 SEG Dia do Esperanto
28 QUA Dia Mundial da Conservação da Natureza
28 QUA Dia Mundial da Hepatite
29 QUI Dia Internacional do Tigre
30 SEX Dia Internacional do Amigo
30 SEX Dia do Administrador de Sistemas
31 SÁB Dia Mundial do Vigilante da Natureza
AGOSTO
05 QUI Dia da Ostra
06 SEX Dia Internacional da Cerveja
06 SEX Dia de Hiroshima
08 DOM Dia Mundial do Gato
09 SEG Dia Internacional dos Povos Indígenas
11 QUA Dia de Brincar na Areia
12 QUI Dia Internacional da Juventude
12 QUI Dia do Filho do Meio
13 SEX Dia Mundial do Canhoto
17 TER Dia do Gato Preto
19 QUI Dia Mundial da Fotografia
19 QUI Dia Mundial Humanitário
20 SEX Dia Mundial do Mosquito
21 SÁB Dia Internacional do Animal Abandonado
24 TER Dia Internacional da Música Estranha
24 TER Dia do Artista
25 QUA Dia da Tomatina
26 QUI Dia Internacional da Igualdade Feminina
26 QUI Dia do Cão
29 DOM Dia Internacional Contra Testes Nucleares
30 SEG Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos
Forçados
PASSATEMPO
Datas comemorativas
Baptista Soares
(Endireita)
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POESIA
V EUCLIDES
CAVACO
Assista ao programa em
directo todas as terças e
sextas-feiras em:
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Amor a Portugal
Inspirado na Ceia dos Cardeais
Sublime... É meu amor a Portugal
Perene, firme e sincero
Como outro não há igual.
Amor… Eterno amor de verdade
Que a ausência da minha Pátria
Transforma em tanta saudade.
Amor pátrio... Delicado
Que minha alma inebria
Com tanto sabor a fado
Que canta quando está triste
E chora de alegria.
Amor… Que é transparente
Numa lágrima furtiva
De quem longe a Pátria sente
Ou na linguagem de quem
Sabe o que é estar ausente.
Amor… Que é quase divino
De brumas misteriosas
Que dá essência a quem crê
Dum jardim que se não vê
O perfume de mil rosas.
Neste meu querer
Por te querer tanto Pátria minha
Com doçura
Canto para ti esta poesia
Com palavras de ternura
Que mitigo em nostalgia !…
Pátria é a Língua
Portuguesa
Pátria é mais que a Bandeira
E do que o solo conceito
Pátria transpõe a fronteira
Quando a levamos no peito.
Pátria somos todos nós
P’lo mundo em qualquer local
Quando erguemos nossa voz
Evocando Portugal...
Pátria é sempre que se entoa
Nosso Hino e nos orgulhamos
É como afirmou Pessoa
A Língua que nós falamos.
Pátria é o refulgir
De sã portugalidade
Mas Pátria é também sentir
A dimensão da saudade.
Pátria é o recitar
As estrofes de Camões
Pátria é o exaltar
Dela manifestações.
Pátria é essa mensagem
Nos nossos heróis contida
Que tiveram a coragem
De por Ela dar a vida…
Pátria é sempre emoção
Quando alguém seu nome diz
Pátria é mais que acepção
Do que define um país.
Pátria é quem firme a sente
Vibrar com muita nobreza
Pátria implicitamente
É A LÍNGUA PORTUGUESA !…
V CARMINDO
DE CARVALHO
Pintor da treta
Sou um pintor da treta!
Do papel
Faço tela!
Da caneta
Faço pincel!
Pego em palavras
E pinto quadros
Impregnados
De flores
E cheiros.
Às vezes em farpas
Aguçadas
E setas
Envenenadas
À tela arrancadas
Ora à esquerda
Ora à direita
Lançadas
Cavalgam espinhosos cactos.
E o sangue
Viscoso escorre.
Às esquinas
Cães esfomeados.
Nas curvas
Vampiros
Engelhados
Esperam.
Aliados
Aos cobradores
De impostos
Começam a grande farra.
A pele
A carne
Nada escapa.
Pelas ossadas
Esperam já abutres
Coiotes
Hienas
E outras
Feras.
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CULTURA
Ais-de-chuva dos meus Olhos
Da pedreira dos meus olhos
Largam-se campos de cores
Ventanias de corais
Falésias de ondas com brilho
Sangue a jorros de cristais
Sinfonias rarefeitas
De flores caídas aos ais!
Ais-de-chuva dos meus olhos
Ais-de-vozes de saudades
Ais- de- balanços estrelados
Ais-de-postigos selados
Ais-de-fermentos de frutos
Ais-de-infernos e de céus
Ais-de-pimenta e açafrão
Ais-de-gengibre e mostarda
Ais-de-cantos d'arroz doce e mousse de chocolate
Com uns pingos d'água ardente
Que o meu peito é d'olhar quente
É d'olhos que rasam d'água
Que regam lírios da terra
Mascarando sua mágoa ...
V MARIA
JOSÉ PRAÇA
Sobre a Música
“Se eu não fosse físico, provavelmente
seria músico.
Muitas vezes penso na música.
Vivo meus devaneios na música.
Vejo minha vida em termos de
música.
Não sei dizer se teria feito alguma
trabalho criativo de importância
na música, mas eu sei que
o meu violino extrai a maior alegria
da vida.”
ALBERT EINSTEIN
Só mesmo para os meus
fãs “a sério”. Promoção!
“Pack” de quatro CD´s, só 25 euros *, inclui:
- os cd’s “Sou do Minho” (2006), “20 anos a encantar
Portugal” (2011), “Canções & Ilusões” (2014) e “É
porreiro este país” (2019)
- os mp3 dos cd’s “O vinho da
nação” (1999) e “A dança do
lenço” (2003)
Esta é uma oportunidade para
terem todos os meus registos.
Estão quase todos a esgotar.
Aproveite.
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HORÓSCOPO
Julho e Agosto
w V - JOANA ARAÚJO (*)
Carneiro
Reflita sobre como você tem se comunicado
e se expressado. O momento actual
pede que reavalie seus pontos de vista,
suas fontes de interesse e de estudo e
que se comunique estando mais atento
à sua sensibilidade e voz interior. É também
uma fase importante para o contacto
com os familiares e para um convívio
mais afectuoso.
Touro
Neste mês, o seu planeta regente Vênus,
muda o movimento, passando a actuar no
sector de recursos e potenciais, estimulando
as suas habilidades e a valorização
dos seus talentos. É um momento interessante
para negócios e finanças, onde
você deve agir com inteligência.
Gémeos
Neste mês, o planeta do amor e dos relacionamentos,
Vênus, passa a actuar
em seu signo, o que evidencia o carisma
emocional do signo Gémeos e significa
uma nova etapa de desenvolvimento
afectivo em seus relacionamentos. É o
momento de você se questionar sobre
como está agindo emocionalmente nas
suas relações.
Caranguejo
Este mês representa um limiar ao signo
Caranguejo que estão encerrando uma
etapa de desenvolvimento, indicando
que novas energias e situações começam
a se apresentar. Mas é ainda um período
em que você deve reflectir muito sobre a
sua conduta emocional e sobre os acontecimentos
relacionados aos últimos
meses. É uma fase de importantes ensinamentos.
Leão
Este mês é importante para o signo Leão
cultivarem as suas amizades e o relacionamento
com grupos, se sentindo parte
de uma comunidade e fazendo o que
lhe cabe. É uma etapa importante para
reflectir sobre como você está se comunicando
com as pessoas. É um momento
que evidencia também os projectos relacionados
ao seu futuro desenvolvimento.
Virgem
O ingresso do planeta Vênus no sector de
carreira do signo Virgem representa benefícios
profissionais associados as suas
relações. É um momento em que poderá
contar com apoios vindo de chefias ou
colegas de trabalho. E é uma fase também
importante para o seu desenvolvimento
emocional.
Balança
Neste mês, o seu planeta regente, Vênus,
muda o movimento sendo um período
importante para você ampliar os seus horizontes
emocionais e encarar as relações
e a vida afectiva sobre um aspecto mais
abrangente. É um momento de oportunidade
de contactar com pessoas que estavam
distantes e esses contactos favorecem
a percepção das verdades que regem
o coração do signo Balança.
Escorpião
Este é um momento de importantes
transformações emocionais ao signo Escorpião
e também em questões relacionadas
a negócios. É uma fase oportuna
para repensar o que é valioso para você
e se desapegar de velhos padrões. E para
compreender o que deve ser eliminado e
curado.
Sagitário
O ingresso do planeta Vênus no sector de
relacionamentos do signo Sagitário favorece
as alianças, parcerias e associações,
sendo um momento benéfico para haver
um entendimento maior em seus relacionamentos.
É uma fase que dá oportunidade
de contactar com diferentes tipos
de pessoas, sendo que com cada uma
delas há um aprendizado importante a
desenvolver.
Capricórnio
As relações e contactos de trabalho estão
favorecidos com o novo movimento do
planeta Vênus no sector de trabalho do
signo Capricórnio. É também uma fase
de ajustes e de aprimoramento emocional
nas relações. Questione-se sobre a
saúde dos seus relacionamentos.
Aquário
O novo movimento de Vênus favorece a
vida afectiva do signo Aquário, que vem
passando por importantes reavaliações.
É um momento em que você percebe
uma capacidade maior de colaboração,
de contacto e de entendimento. Os projectos
criativos e recreativos também estão
favorecidos. É hora de agir com mais
leveza.
Peixes
Benefícios no lar, na vida familiar e em
relação a imóveis são uma tendência deste
mês, em que temos o novo movimento
do planeta Vênus no sector privado e
íntimo no signo Peixes. É o momento de
você olhar mais para dentro e repensar
como estão os seus vínculos familiares. É
uma fase também importante para você
se centrar mais.
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“RETROCESSO CIVILIZACIONAL”
ÚLTIMA
Velhice será classificada
como doença pela OMS
A
iniciativa de incluir a velhice
na Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde (CID),
mantida pela Organização Mundial
de Saúde (OMS), vem provocando
forte reacção de sectores ligados ao
envelhecimento, preocupados com
o risco de se mascarar problemas
de saúde reais para a terceira idade,
aumentar o preconceito contra
idosos e interferir no tratamento e
pesquisa de enfermidades e na colecta
de dados epidemiológicos.
A CID existe desde 1900 e vigora a sua
décima edição, mas a CID 11 já foi elaborada
e está em fase de ajustes. É nela
que entrará o código MG2A, que se refere
à velhice. A nova versão passa a valer
em Janeiro de 2022 e tem o prazo de três
anos para ser implementada.
O epidemiologista Alexandre Kalache, do
Centro Internacional de Longevidade, e
também presidente da Aliança Global de
Centros Internacionais da Longevidade,
usa a sua rede de contactos para barrar a
iniciativa. A Federação Internacional do
Envelhecimento (IFA), a Associação Internacional
de Gerontologia e Geriatria
e a HelpAge International também questionam
a OMS sobre o assunto.
O presidente da Academia Nacional de
Medicina, Rubens Belfort, aponta possíveis
complicações na vida de pessoas com
mais de 60 anos, como o cálculo do valor
de um seguro de vida:
— O novo código é simplista e só atrapalha.
Se vai fazer seguro de vida e tem 66
anos, perguntarão se tem doença, e sim,
terá: velhice. E o paciente que morre poderá
receber o diagnóstico de... “velhice”.
O líder da equipe de classificação de terminologias
e padrões da OMS, Robert
Jakob, diz que a inclusão de velhice não
significa torná-la uma doença e sim uma
condição. Ele classifica a discussão como
um “mal-entendido”:
— O rótulo “velhice” substitui “senilidade”,
usado na CID-10. A decisão resultou
de discussões que apontavam para a conotação
cada vez mais negativa de “senilidade”
nos últimos 30 anos.
Segundo o professor português, Nelson
S. Lima, Investigador, membro da BGS
Sociedade Britânica de Geriatria, acredita
que esta decisão, caso fosse adoptada,
seria um “retrocesso civilizacional”. Afirma
ainda, que esta medida “não tem sustentação
científica, é caricata” e “acabará
por ser retirada”.
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