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REVISTA<br />
2° TRI <strong>2021</strong> - EDIÇÃO <strong>122</strong><br />
QUAL SERÁ O COMBUSTÍVEL<br />
DO FUTURO?
NESTA EDIÇÃO<br />
04<br />
EDITORIAL<br />
É hora de focarmos<br />
no futuro<br />
12<br />
FIQUE ATENTO<br />
Inmetro torna-se<br />
Autoridade Certificadora<br />
26<br />
AÇÃO SOCIAL<br />
<strong>Recap</strong> reafirma<br />
compromisso social<br />
06<br />
PERFIL<br />
CNC aumenta projeção<br />
de crescimento do PIB<br />
16<br />
CAPA<br />
Eletrificação ou<br />
biocombustíveis<br />
30<br />
ARTIGO<br />
Menos empregos e<br />
preços mais altos?<br />
10<br />
REVENDA<br />
Agência coloca<br />
regras em discussão<br />
22<br />
GIRO<br />
Edição da ExpoPostos<br />
é remarcada<br />
EXPEDIENTE<br />
RECAP - Sindicato do Comércio<br />
Varejista de Derivados de<br />
Petróleo de Campinas e Região.<br />
SP COMBUSTÍVEIS<br />
Associação dos Revendedores<br />
do Comércio Varejista de<br />
Derivados de Petróleo e Afins<br />
no Estado de São Paulo.<br />
www.recap.org.br<br />
Rua José Augusto César, 233<br />
Jd. Chapadão, Campinas-SP<br />
CEP: 13070-062<br />
Fone/Fax: (19) 3284-2450<br />
DIRETOR RESPONSÁVEL<br />
Flávio Campos<br />
EDITORES<br />
Caio Augusto<br />
Flávio Lamas<br />
REPORTAGENS<br />
Gláucia Franchini<br />
Rosemeire Guidoni<br />
DESIGN GRÁFICO<br />
Daniele Constantino<br />
Gláucia Franchini<br />
DEPARTAMENTO COMERCIAL<br />
José Maria dos Santos<br />
(11) 98724-9650<br />
revistarecap@gmail.com<br />
IMPRESSÃO<br />
Lince - Gráfica e Editora<br />
TIRAGEM<br />
10.000 exemplares<br />
As opiniões dos artigos assinados e<br />
informações dos anúncios não são<br />
responsabilidade da <strong>Revista</strong> <strong>Recap</strong>.<br />
Fechamento: 29 de junho de <strong>2021</strong>.
Editorial<br />
É HORA DE TODOS NÓS<br />
FOCARMOS NO FUTURO<br />
Flavio Martini de Souza Campos<br />
Presidente do <strong>Recap</strong><br />
Chegamos ao 2° semestre<br />
de <strong>2021</strong> e embora ainda não<br />
seja seguro tirar as máscaras,<br />
as expectativas para o futuro<br />
começam a melhorar, mesmo<br />
que lentamente.<br />
Isso é mostrado na análise<br />
da Confederação Nacional do<br />
Comércio (CNC). Nós aproveitamos<br />
esses dados e detalhamos<br />
a análise com o autor da<br />
pesquisa e economista, Fábio<br />
Bentes, na editoria perfil desta<br />
edição da <strong>Revista</strong> <strong>Recap</strong>.<br />
Com previsão mais otimista<br />
para a economia, diante do<br />
aumento na projeção do PIB<br />
nacional, também aproveitamos<br />
para falar do futuro dos<br />
veículos, com foco nos combustíveis<br />
mais sustentáveis.<br />
Para muitos, a única saída<br />
seria o carro elétrico, mas em<br />
nossa reportagem de capa,<br />
mostramos que há alternativas<br />
que estão em discussão<br />
no Brasil, considerando a<br />
nossa matriz energética, com<br />
os biocombustíveis. Em uma<br />
live, o Governo Federal sinalizou<br />
para isso e nós ouvimos<br />
especialistas para debater o<br />
assunto.<br />
Nesta edição, trazemos os<br />
temas que estão sendo discutidos<br />
pela Agência Nacional<br />
do Petróleo e que impactam<br />
diretamente nosso setor, como<br />
os postos multimarcas,<br />
fidelidade de bandeira, liberação<br />
dos TRRs comercializarem<br />
gasolina e etanol, bem<br />
como a possibilidade dos<br />
postos venderem combustíveis<br />
através de delivery e a<br />
discussão sobre a divulgação<br />
dos preços em duas casas<br />
decimais.<br />
Todos esses pontos são<br />
detalhados na reportagem e<br />
aproveito para ressaltar que<br />
em paralelo ao trabalho de<br />
divulgação das informações,<br />
o <strong>Recap</strong>, no final de junho,<br />
criou uma pesquisa para ouvir<br />
a revenda sobre os tópicos,<br />
para entender o posicionamento<br />
dos revendedores<br />
diante das propostas.<br />
O sindicato reafirma seu<br />
compromisso de defender os<br />
legítimos interesses de sua<br />
categoria. É necessário debate<br />
e posionamento firme. É<br />
isso que estamos fazendo<br />
junto à Federação, com contribuições<br />
e considerações relevantes<br />
para o setor, com<br />
atenção aos itens que estão<br />
em pauta.<br />
Outra atuação é a voltada à<br />
sociedade. Neste ano, apoiamos<br />
ações sociais como a<br />
Campanha do Agasalho <strong>2021</strong>,<br />
na qual, postos de combustíveis<br />
se tornaram pontos de<br />
arrecadação de doações.<br />
Fazer parte disso nos gratifica<br />
e é algo que faz parte de<br />
nossa história. Pelo quarto<br />
ano, somos apoiadores do<br />
Junho Vermelho que incentiva<br />
e conscientiza sobre a importância<br />
da doação de sangue.<br />
Agradeço a todos os associados<br />
que estão conosco nestas<br />
causas tão importantes.<br />
Chegamos à metade de<br />
<strong>2021</strong> e deixo meus parabéns<br />
aos revendedores pela resiliência<br />
e pela forma como estão<br />
se reinventando. A pandemia<br />
da Covid-19, infelizmente,<br />
ainda aflinge nosso país, nossas<br />
famílias, amigos e a nós<br />
mesmos.<br />
Apesar dos desafios, temos<br />
que mirar o futuro e nos cuidar<br />
no presente. Meu apelo<br />
para que mantenham os protocolos<br />
e medidas de prevenção,<br />
com foco na vacinação.<br />
Trata-se da nossa esperança<br />
para salvar vidas e também<br />
os nossos negócios!<br />
04 RECAP
Perfil<br />
CNC AUMENTA PROJEÇÃO DE<br />
CRESCIMENTO DO PIB<br />
Fabio Bentes, economista da CNC. Graduado em Ciências Econômicas<br />
pela Universidade Cândido Mendes, com mestrado em Economia pelo<br />
IBMEC e em Economia e Econometria pela University Essex (Reino Unido)<br />
06 RECAP
Nesta edição, trazemos<br />
uma entrevista com o economista<br />
da Confederação Nacional<br />
do Comércio de Bens,<br />
Serviços e Turismo (CNC), Fabio<br />
Bentes, realizada no dia<br />
15 de junho pela reportagem<br />
da <strong>Revista</strong> <strong>Recap</strong>. Ele traz<br />
perspectivas econômicas com<br />
dados que demonstram uma<br />
recuperação, mesmo diante<br />
de tantos desafios.<br />
A projeção tem como base<br />
o resultado positivo divulgado<br />
no começo de junho pelo<br />
IBGE, que mostrou um crescimento<br />
de 1,2% do PIB brasileiro<br />
no primeiro trimestre de<br />
<strong>2021</strong>, no comparativo com os<br />
três meses anteriores, sendo<br />
o maior avanço para um primeiro<br />
trimestre desde 2011,<br />
quando houve registro de<br />
aumento de 1,4%. Confira!<br />
Vamos aproveitar a pesquisa<br />
feita pelo senhor e apresentada<br />
no Painel da Confederação<br />
que traz uma nova<br />
previsão econômica para<br />
o Brasil: “CNC aumenta<br />
para 3,8% projeção de crescimento<br />
do PIB em <strong>2021</strong>”. A<br />
que se deve isso?<br />
Sabemos que o ano de<br />
2020 foi extremamente atípico<br />
para a economia brasileira<br />
e global. No Brasil houve<br />
um recuo de cerca de 4%<br />
no Produto Interno Bruto.<br />
Tamanha queda produziu<br />
um efeito estatístico de 3,6%<br />
na economia brasileira. Ou<br />
seja, caso a economia mantivesse<br />
o nível de produção do<br />
último trimestre de 2020, a<br />
recuperação da segunda metade<br />
de 2020 já seria suficiente<br />
para garantir um avanço<br />
natural do PIB.<br />
Além do efeito estatístico, o<br />
comércio e o consumo têm<br />
surpreendido positivamente<br />
e com o avanço da vacinação,<br />
a economia tende a se aproximar<br />
da normalidade ao longo<br />
do segundo semestre deste<br />
ano.<br />
Qual sua avaliação sobre o<br />
primeiro semestre deste<br />
ano? A vacinação começou,<br />
mas junto dela novas variantes<br />
que fizeram o Brasil<br />
registrar recordes de mortes<br />
por Covid-19. Qual o impacto<br />
disso na economia?<br />
FABIO BENTES<br />
Com todos os problemas<br />
impostos pela pandemia, a e-<br />
conomia brasileira tem reagido<br />
de forma supreendentemente<br />
positiva. O crescimento<br />
de 1,2% do PIB no primeiro<br />
trimestre veio acima do esperado.<br />
Infelizmente, não estamos<br />
livres de novos choques negativos,<br />
mas o governo tem se<br />
mostrado atento aos impactos<br />
sobre o setor produtivo.<br />
Medidas como a flexibilização<br />
da jornada de trabalho, o fortalecimento<br />
do PRONAMPE e<br />
a retomada do auxílio emergencial<br />
têm permitido amortecer<br />
os choques negativos<br />
na medida do possível. O auxílio<br />
emergencial, retomado<br />
em abril, será prorrogado até<br />
outubro e isso ajudará atravessarmos<br />
esse momento<br />
ainda difícil até que a economia<br />
consiga caminhar com as<br />
próprias pernas.<br />
Para o segundo semestre,<br />
quais expectativas em relação<br />
ao comércio? Os senhores<br />
têm um balanço do impacto<br />
no setor desse mais<br />
de um ano de pandemia? O<br />
que os números mostram?<br />
A tendência é que o segundo<br />
semestre apresente um<br />
quadro mais positivo, especialmente<br />
por conta do avanço<br />
da vacinação.<br />
Embora o comércio eletrônico<br />
tenha avançado bastante<br />
em 2020, o setor ainda tem<br />
um alto grau de dependência<br />
em relação ao consumo presencial.<br />
No setor de serviços o<br />
quadro é mais complexo e a<br />
cobertura da vacinação é<br />
ainda mais relevante. Estamos<br />
apostando em avanços<br />
de 3,9% no comércio e de<br />
4,6% nos serviços neste ano.<br />
Nesse mais de um ano de<br />
pandemia, todos tiveram<br />
que se adaptar e se reinventar.<br />
Como o senhor vê<br />
isso no comércio? O que<br />
mudou?<br />
07 RECAP
Perfil<br />
Empresários e consumidores<br />
tiveram que se adaptar.<br />
Com o “abre e fecha” frequente<br />
nas lojas físicas, o e-<br />
commerce passou a ser a boia<br />
de salvação de muitos comerciantes.<br />
Somente no ano passado,<br />
as vendas online subiram<br />
37%, já descontada a inflação.<br />
Pelo lado do consumidor o<br />
conceito de essencialidade foi<br />
redefinido. O consumo em<br />
supermercados e drogarias<br />
passou a ser mais frequente<br />
do que antes da pandemia.<br />
Além disso, as vendas de materiais<br />
de construção (+20%) e<br />
de artigos de uso pessoal e<br />
doméstico (+6%) já são maiores<br />
do que no pré-pandemia.<br />
No caso do setor de combustíveis,<br />
os postos, como<br />
serviços essenciais, continuaram<br />
funcionando, mas<br />
sentiram fortemente o impacto<br />
da pandemia, devido<br />
diversos fatores como as<br />
restrições de circulação e o<br />
home office.<br />
Quais são as expectativas<br />
para esse segmento?<br />
As vendas de combustíveis<br />
ainda se encontram 10% a-<br />
baixo do nível de fevereiro de<br />
2020. Mesmo sendo considerados<br />
atividades essenciais,<br />
os postos de combustíveis<br />
ainda sofrem perda de 10%<br />
em relação a fevereiro do ano<br />
Mesmo sendo considerados<br />
atividades essenciais, os postos de<br />
combustíveis ainda sofrem perda<br />
de 10% em relação a fevereiro do<br />
ano passado. É um dos setores<br />
que mais tem sofrido no comércio.<br />
passado.<br />
É um dos setores que mais<br />
tem sofrido no comércio. O<br />
motivo é simples, a circulação<br />
de consumidores ainda não<br />
voltou ao normal e o consumo<br />
tende a se recuperar ao<br />
longo da segunda metade de<br />
2020 com o avanço da vacinação.<br />
Ainda sobre o setor de<br />
combustíveis, <strong>2021</strong> começou<br />
com um aumento dos<br />
preços, por conta de diversas<br />
variáveis, como dólar,<br />
petróleo, diesel, a safra do<br />
etanol. O que esperar para<br />
este segundo semestre?<br />
Pelo lado da taxa de câmbio,<br />
a notícia tem sido boa. O<br />
dólar vem perdendo força<br />
nos últimos meses e hoje encontra-se<br />
no menor patamar<br />
desde o início da pandemia.<br />
Isso tem ajudado a tirar um<br />
pouco de pressão dos preços<br />
nas bombas.<br />
Por outro lado, a cotação<br />
do petróleo tem se recuperado<br />
no mercado internacional<br />
com a cotação voltando a encostar<br />
os US$70 barril.<br />
De qualquer forma, como<br />
a vacinação tem avançado<br />
lentamente nas economias e-<br />
mergentes, a tendência é que<br />
os preços não disparem no<br />
curto prazo.<br />
A demanda por gasolina e<br />
etanol no Brasil despencou<br />
durante o mês de março, impactada<br />
principalmente pelas<br />
restrições de mobilidade<br />
por todo o país, em especial<br />
no estado de São Paulo, devido<br />
à pandemia de Covid-19.<br />
Já o diesel, que teve parte dos<br />
impostos zerados recentemente,<br />
tem sido pressionado<br />
pela forte demanda do setor<br />
agropecuário impedindo uma<br />
queda mais substancial nos<br />
preços finais.<br />
Neste começo de ano, a carga<br />
tributária esteve em evidência<br />
em diversas discussões,<br />
com destaque para a<br />
questão do diesel. Como o<br />
senhor avalia esse aspecto<br />
08 RECAP
FABIO BENTES<br />
dos impostos no Brasil?<br />
Esse é um dos temas mais<br />
complexos. Ninguém em sã<br />
consciência duvida que vivemos<br />
um manicômio tributário.<br />
Mas o consenso termina<br />
por aí.<br />
O Governo Federal e o Congresso<br />
acordaram recentemente<br />
que a tramitação da<br />
reforma tributária ocorrerá<br />
de forma fatiada iniciando-se<br />
pelos pontos nos quais há<br />
consenso entre os três principais<br />
projetos e propostas a-<br />
presentados até o momento.<br />
O Ministério da Economia deseja<br />
acelerar o processo da<br />
reforma prevendo sua aprovação<br />
para o mês de outubro<br />
de <strong>2021</strong>.<br />
As dificuldades na qualificação<br />
do debate sobre o tema<br />
iniciam-se de um fato comum<br />
a todas as proposições<br />
ora apresentadas, a carência<br />
de memórias de cálculo que<br />
justifiquem tecnicamente as<br />
modificações propostas no<br />
sistema tributário brasileiro.<br />
Como convencer a sociedade<br />
quanto aos desdobramentos<br />
de um novo sistema tributário<br />
sobre setores e estratos<br />
específicos de empresas, se<br />
tais proposições não se encontram<br />
acompanhadas das<br />
estimativas relativas aos impactos<br />
sobre custos e preços<br />
no setor produtivo? A proximidade<br />
do calendário eleitoral<br />
prejudica o timming para<br />
discutirmos o tema de forma<br />
apropriada.<br />
Deixamos um espaço para<br />
que o senhor faça suas<br />
considerações finais, com<br />
base nos assuntos aqui tratados.<br />
A expectativa da CNC é de<br />
que, no segundo trimestre<br />
deste ano o PIB se mantenha<br />
estável, na medida em que, a<br />
adoção de medidas restritivas<br />
implementadas em abril tende<br />
a prejudicar o consumo<br />
das famílias, principal agregado<br />
sob a ótica da demanda.<br />
Para o transcorrer de <strong>2021</strong>,<br />
quatro fatores podem dificultar<br />
um crescimento mais<br />
vigoroso da economia: um<br />
eventual recrudescimento da<br />
pandemia diante do aumento<br />
recente no número de casos<br />
e da lentidão no processo de<br />
imunização da população; inflação<br />
elevada; desemprego<br />
em alta; e o risco de uma<br />
crise hídrica diante do nível<br />
historicamente baixo dos reservatórios<br />
das hidrelétricas.<br />
Apesar desses riscos, os<br />
resultados acima do esperado<br />
nas Contas Nacionais e<br />
cenário potencialmente mais<br />
positivo da vacinação no segundo<br />
semestre levaram a<br />
entidade a corrigir as projeções<br />
para o PIB de <strong>2021</strong> de<br />
+3,2% para +3,8%.<br />
09 RECAP
Revenda<br />
AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO COLOCA<br />
REGRAS DO SETOR EM DISCUSSÃO<br />
Em 21 de maio, a agência reguladora iniciou uma consulta pública com<br />
propostas de mudança na Resolução 41/2013; confira o que está em<br />
discussão.<br />
A Agência Nacional do Petróleo<br />
(ANP) iniciou, em 21 de<br />
maio, uma consulta pública<br />
(com prazo de 45 dias) para<br />
avaliar a opinião do mercado<br />
sobre temas relativos à operação<br />
de postos de combustíveis<br />
e que, caso aprovados,<br />
também interferem nas atividades<br />
das distribuidoras e<br />
TRRs (transportadores, revendedores,<br />
retalhistas).<br />
Em discussão, estão alguns<br />
temas mais sensíveis, como<br />
venda de combustíveis por<br />
delivery e a possibilidade dos<br />
postos bandeirados comercializarem<br />
produtos de outra<br />
distribuidora, desde que estejam<br />
em bombas segregadas e<br />
identificadas.<br />
A minuta completa da proposta<br />
de alteração da Resolução<br />
41/2013 pode ser encontrada<br />
na página da ANP (QR-<br />
Code ao lado).<br />
A audiência pública para<br />
debater as sugestões recebidas<br />
pelos agentes do mercado<br />
está marcada para ocorrer<br />
em 7 de <strong>julho</strong>.<br />
REVENDA FAZ CONSIDERAÇÕES SOBRE AS PROPOSTAS<br />
Diante das discussões, são<br />
necessárias algumas ponderações<br />
e também entender<br />
como a revenda vê cada um<br />
dos pontos propostos. Neste<br />
sentido, o <strong>Recap</strong> realizou uma<br />
pesquisa para ouvir os revendedores<br />
e traz algumas ressalvas.<br />
Para Paulo Miranda, presidente<br />
da Fecombustíveis, a<br />
proposta de abertura do setor<br />
está sendo iniciada no elo<br />
errado. “A revenda é o elo<br />
mais competitivo da cadeia. A<br />
abertura deveria começar no<br />
ponto em que não há competição,<br />
ou seja, no refino”.<br />
Na avaliação dele, as mudanças,<br />
se aprovadas, podem<br />
gerar consequências prejudiciais,<br />
como concorrência entre<br />
postos e TRRs, insegurança<br />
e desconfiança por parte<br />
de consumidores, além de<br />
piora no relacionamento, já<br />
frágil, com as bandeiras.<br />
Delivery<br />
A proposta é controversa.<br />
Se aprovada, possibilita que o<br />
posto comercialize etanol e<br />
gasolina fora das instalações,<br />
respeitando os limites do município<br />
em que a revenda está<br />
localizada:<br />
- o veículo deverá ter um único<br />
tipo de produto no tanque.<br />
Caso transporte os dois, precisará<br />
segregar com capacidade<br />
máxima de 2 mil litros;<br />
- vendas devem ser feitas antecipadamente,<br />
por plataforma<br />
eletrônica, que possa ser<br />
fiscalizada pela ANP;<br />
-abastecimento em locais que<br />
possam causar o descumprimento<br />
de regras de trânsito<br />
será proibido;<br />
- a permissão para operação<br />
depende da assinatura de um<br />
10 RECAP
termo de compromisso com<br />
a ANP e da apresentação de<br />
vários documentos, como estudo<br />
de análise de gestão de<br />
riscos, RNTRC, ANTT e Licença<br />
de Operação do veículo.<br />
A proposta é vista com pé<br />
atrás pelo setor. Afinal, como<br />
a Agência vai fiscalizar todos<br />
os veículos e entregas, garantindo<br />
segurança e qualidade?<br />
Além disso, a ANP sugere<br />
que os TRRS possam comercializar<br />
gasolina e etanol. Mas,<br />
se o objetivo é a maior concorrência,<br />
por que as revendas<br />
não poderão comercializar<br />
diesel?<br />
Trata-se de uma mudança<br />
que envolve a análise de vários<br />
aspectos, como a responsabilidade<br />
ambiental, concorrência,<br />
segurança e questões<br />
trabalhistas.<br />
Fidelidade à bandeira<br />
Outra proposta é flexibilizar<br />
a tutela regulatória de fidelidade<br />
à bandeira. Assim, se o<br />
posto quiser permanecer embandeirado,<br />
deve manter a<br />
imagem da distribuidora em<br />
destaque (testeira, totens e<br />
em toda a comunicação), de<br />
forma que o consumidor possa<br />
idenificar a marca. Assim, o<br />
combustível comercializado,<br />
obviamente, deve ser fornecido<br />
pelo distribuidor com o<br />
qual o posto mantém contrato<br />
e ostenta a marca.<br />
No entanto, a proposta é<br />
de que o posto possa instalar<br />
até duas bombas para comercializar<br />
combustíveis de<br />
outras marcas (desde que<br />
interligadas a tanques exclusivos<br />
e específicos e com alteração<br />
na ficha cadastral da<br />
ANP). Os equipamentos terão<br />
que ser sinalizados, para que<br />
o consumidor identifique que<br />
o produto é fornecido por<br />
empresa diferente da marca<br />
ostentada pelo posto.<br />
Embora a mudança possa<br />
melhorar a negociação do<br />
posto com a bandeira, há o<br />
risco de aumentar os problemas<br />
de relacionamento entre<br />
os elos, além de poder afetar<br />
contratos e desequilibrar a<br />
concorrência. Outro possível<br />
reflexo é o aumento de questionamentos<br />
feitos por consumidores<br />
e Procons, que poderão<br />
interpretar que a sinalização<br />
é insuficiente.<br />
Ressalta-se ainda que seria<br />
importante que a Agência<br />
Nacional do Petróleo inserisse<br />
um artigo nas Resoluções<br />
que regulam os elos envolvidos<br />
nas cadeia de combustíveis<br />
para que as distribuidoras<br />
passem a ter isonomia de<br />
tratamento em sua política de<br />
preços.<br />
Duas casas decimais<br />
ANP também propõe que<br />
os preços dos combustíveis<br />
sejam expressos em duas casas<br />
decimais (painel e bombas),<br />
ao invés de três (como é<br />
atualmente).<br />
A ressalva é que essa exibição<br />
em duas casas decimais<br />
seja válida também para o refino<br />
e a distribuição.<br />
11 RECAP
Fique atento<br />
INMETRO TORNA-SE AUTORIDADE<br />
CERTIFICADORA DE PRIMEIRO NÍVEL<br />
Assim, Instituto avança na assinatura digital de bombas de combustível<br />
O Inmetro se tornou Autoridade<br />
Certificadora (AC) de<br />
1º Nível na Infraestrutura de<br />
Chaves Públicas Brasileiras<br />
(ICP-Brasil). A certificação foi<br />
entregue em cerimônia na sede<br />
do Instituto, em Brasília,<br />
no dia 10 de junho.<br />
Com isso, será possível, pela<br />
primeira vez, fazer a certificação<br />
digital de objetos, o que<br />
deve revolucionar a forma de<br />
fiscalização e de controle desses<br />
produtos. Com a certificação,<br />
o Inmetro poderá estabelecer<br />
regras para credenciar<br />
AC de 2º nível, que emitirão<br />
certificados digitais.<br />
O primeiro objeto contemplado<br />
serão as bombas medidoras<br />
de combustível, com<br />
expectativa de que os projetos<br />
pilotos comecem em setembro.<br />
As informações foram<br />
divulgadas pelo Ministério<br />
da Economia, com previsão<br />
de que futuramente, a solução<br />
seja expandida para outros<br />
instrumentos de medição<br />
(como balanças, medidores<br />
de velocidade, dispositivos<br />
de internet das coisas...).<br />
Além de facilitar a fiscalização,<br />
foi destacado que a assinatura<br />
digital tem apelo<br />
com consumidor pois, permitirá<br />
que ele confira a quantidade<br />
de combustível enquanto<br />
abastece, pelo celular.<br />
“A certificação digital de<br />
objetos é uma iniciativa inédita,<br />
que vai levar para outro<br />
patamar as atividades de controle<br />
de objetos metrológicos.<br />
Trata-se de um importante<br />
passo para oferecer à sociedade<br />
uma ferramenta adequada<br />
para superar desafios<br />
da economia 4.0. Queremos<br />
usar as novas tecnologias e<br />
contar com a participação dos<br />
consumidores e usuários para<br />
atuar de maneira cada vez<br />
mais inteligente e efetiva, porque<br />
é isso que a sociedade<br />
espera de nós e é isso que<br />
queremos entregar”, disse o<br />
presidente do Inmetro, Marcos<br />
Heleno Guerson de Oliveira<br />
Junior.<br />
12 RECAP
BOMBAS DEVERÃO TER ASSINATURA DIGITAL<br />
A PARTIR DE JULHO DE 2022<br />
A Portaria 264/<strong>2021</strong>, publicada<br />
no dia 16 de junho pelo<br />
Inmetro estabeleceu que, a<br />
partir de 01 de <strong>julho</strong> de 2022,<br />
todas as bombas de combustíveis<br />
que sejam fabricadas no<br />
Brasil deverão conter a<br />
assinatura digital das medições.<br />
Além disso, também foram<br />
estabelecidos requisitos complementares<br />
de software e<br />
hardware para os instrumentos,<br />
além daquilo que já estava<br />
previsto na Portaria anterior<br />
de nº 559/2016.<br />
“Foi preciso estender esse<br />
prazo para adequação dos fabricantes,<br />
por mais que a indústria<br />
já estivesse se movimentando.<br />
Além disso, o<br />
Inmetro se tornou autoridade<br />
certificadora (AC) de primeiro<br />
nível, o que também culminou<br />
em pequenos ajustes no<br />
regulamento, fazendo com<br />
que os fabricantes necessitem<br />
de um pouco mais de<br />
tempo”, explicou Bruno Couto,<br />
chefe da da Dimel (Divisão<br />
de Gestão Técnica da Diretoria<br />
de Metrologia Legal do<br />
Inmetro.<br />
O prazo para os fabricantes<br />
comercializarem bombas de<br />
modelo aprovado de acordo<br />
com o regulamento anterior é<br />
30 de junho de 2022. Porém,<br />
os fabricantes poderão vender<br />
bombas novas antes desse<br />
prazo, conforme sua capacidade.<br />
13 RECAP
Fique atento<br />
ANP DIVULGA MANUAL PARA ENVIO DA<br />
DECLARAÇÃO DE POSIÇÃO GEOGRÁFICA<br />
A Agência Nacional do Petróleo<br />
divulgou, em 11 de junho,<br />
um manual do usuário<br />
para ajudar a coleta e envio<br />
de dados de posição geográfica<br />
(latitude e longitude) pelos<br />
postos de combustíveis<br />
autorizados.<br />
Diferente da metodologia<br />
anterior, em que os dados e-<br />
ram capturados durante a-<br />
ções de fiscalização e visitas<br />
dos fiscais da ANP, agora os<br />
postos poderão encaminhar<br />
os dados de latitude e longitude<br />
de maneira virtual e voluntária,<br />
através do aplicativo<br />
ODK collect.<br />
O manual para uso do app<br />
apresenta o passo a passo<br />
para instalação, configuração,<br />
preenchimento e envio das<br />
informações. O aplicativo pode<br />
ser obtido de gratuitamente<br />
e funciona em celular com<br />
sistema Android.<br />
ODK collect não requer envio<br />
de documentos físicos à<br />
ANP, nem pelo SRD (Sistema<br />
de Registro de Documentos).<br />
Essa iniciativa faz parte das<br />
ações da Agência para ampliar<br />
a obtenção de informações<br />
para seu banco de dados.<br />
Acesse o manual!<br />
RECAP MANTÉM PARCERIA EM CURSOS<br />
ONLINE NESTE 2° SEMESTRE<br />
Para este segundo semestre,<br />
o <strong>Recap</strong> já tem no cronograma<br />
de cursos voltados à<br />
revenda de combustíveis, treinamentos<br />
importantes: o de<br />
"Técnico em Lubrificação", em<br />
agosto e o de "Formação de<br />
Frentistas" que será realizado<br />
no mês de novembro.<br />
Por questão de segurança<br />
de todos os participantes,<br />
ambos serão realizados de<br />
forma online, como destaca o<br />
gerente executivo do sindicato,<br />
Caio Augusto. "Desde o<br />
início da pandemia apostamos<br />
neste modelo para atender<br />
as necessidades dos postos<br />
revendedores, com total<br />
segurança. Felizmente, tem<br />
dado certo, com feedbacks<br />
muito positivos de quem participa.<br />
Como a pandemia ainda<br />
é uma realidade, resolvemos<br />
manter os cursos via<br />
internet, junto ao nosso parceiro<br />
Marcelo Borja que tem<br />
grande habilidade nestes treinamentos<br />
virtuais".<br />
14 RECAP
Essa parceria, inclusive, oferece<br />
descontos exclusivos para<br />
os associados <strong>Recap</strong>.<br />
No primeiro semestre desse<br />
ano, o especialista em postos<br />
de serviços, Marcelo Borja<br />
já ministrou outros dois cursos<br />
em parceria com o sindicato<br />
nesta mesma modalidade<br />
virtual: em março houve<br />
o treinamento de "Formação<br />
de Gerentes" e em junho de<br />
"Gestão de Lojas".<br />
"Tenho paixão por esse<br />
negócio chamado posto de<br />
serviços", destaca Borja que<br />
tem experiência de mais de<br />
20 anos no setor.<br />
SOBRE OS CURSOS DO 2° SEMESTRE<br />
"O curso de maior sucesso<br />
do <strong>Recap</strong> até hoje, é o nosso<br />
Formação de Técnico em Lubrificação<br />
para Postos", conta<br />
Marcelo Borja. Esse treinamento<br />
acontecerá via aplicativo<br />
Zoom entre os dias 16 a 20<br />
de agosto.<br />
Já o de Formação de Frentistas<br />
será entre os dias 09 e 18<br />
de novembro, voltada para o<br />
time de pista dos postos.<br />
"Uma experiência única com<br />
destaque para o conhecimento<br />
de produtos e de técnicas<br />
de vendas".<br />
Além das aulas virtuais, em<br />
todos cursos, são formados<br />
grupos via WhatsApp, nos<br />
quais os participantes podem<br />
tirar dúvidas, com mentoria<br />
para os participantes. Mais informações<br />
e inscrição, pelo<br />
site do <strong>Recap</strong>.<br />
RECAP<br />
PODCAST<br />
O <strong>Recap</strong> Podcast se tornou um importante<br />
canal de informação, com dicas,<br />
orientações e exposição de tendências<br />
para a revenda de combustíveis. Pioneiro<br />
entre os sindicatos da categoria no país,<br />
traz grandes nomes para debater diversos<br />
assuntos. Em junho, um dos destaques<br />
foi o tema "Combustíveis do Futuro"<br />
que também é abordado na reportagem<br />
de capa desta edição. (Página 16).<br />
15 RECAP
Capa<br />
ELETRIFICAÇÃO OU BIOCOMBUSTÍVEIS: QUAL A<br />
SOLUÇÃO PARA O COMBUSTÍVEL DO FUTURO?<br />
16 RECAP
Diante da necessidade de reduzir emissões<br />
veiculares, a tendência mundial é de que os<br />
combustíveis fósseis deem espaço para fontes<br />
mais limpas de energia. No Brasil, biocombustíveis<br />
tendem a ser priorizados.<br />
17 RECAP
Capa<br />
Para combater o aquecimento<br />
global, o uso de combustíveis<br />
fósseis, no mundo,<br />
parece ter os dias contados.<br />
Cada vez mais os países assumem<br />
compromissos prevendo<br />
o uso de fontes de e-<br />
nergia limpa. No entanto, enquanto<br />
a maior parte das soluções<br />
inclui a eletrificação<br />
veicular e o hidrogênio, no<br />
Brasil os biocombustíveis são<br />
bastante relevantes.<br />
Essa é a visão de José Mauro<br />
Coelho, secretário de Petróleo,<br />
Gás Natural e Biocombustíveis<br />
do Ministério de<br />
Minas e Energia. Ele falou da<br />
importância dos biocombus-<br />
tíveis nacionais durante conferência<br />
online de apresentação<br />
do Programa Combustível<br />
do Futuro, que foi aprovado<br />
em abril pelo Conselho<br />
Nacional de Política Energética<br />
(publicado em 17 de maio<br />
no DOU), com estratégias<br />
para reduzir emissões e fomentar<br />
o uso de energias renováveis<br />
no país.<br />
“O combustível do futuro,<br />
na verdade, terá vários eixos<br />
temáticos, pois é um programa<br />
bastante abrangente, que<br />
inclui motores à combustão<br />
interna, ciclo diesel, captura e<br />
armazenamento de carbono<br />
em biocombustíveis e hidrogênio,<br />
que tem relação com<br />
diesel e nafta verde”, afirmou.<br />
Pietro Mendes, diretor de<br />
biocombustíveis do Ministério<br />
também participou da live<br />
e disse que as soluções nacionais<br />
(etanol e biodiesel), serão<br />
valorizadas na proposta. “No<br />
mundo, a tendência é a mobilidade<br />
via eletrificação. Mas,<br />
entendemos que cada país<br />
vai fazer sua opção. Carro flex<br />
não era tendência da indústria<br />
global, mas foi uma escolha<br />
nacional, única no mundo,<br />
que trouxe uma excelente<br />
solução. Precisamos aproveitar<br />
e valorizar o que o Brasil<br />
tem de expertise e tecnologia”.<br />
BIOCOMBUSTÍVEIS SÃO SOLUÇÃO RÁPIDA<br />
“Biocombustíveis são uma<br />
excelente solução para reduzir<br />
as emissões de gases de<br />
efeito estufa, pois já estão disponíveis<br />
no mercado”, opinou<br />
Renato Romio, Chefe da Divisão<br />
de Motores e Veículos do<br />
IMT (Instituto Mauá de Tecnologia).<br />
“Os carros elétricos, ao<br />
contrário, ainda demandam<br />
desenvolvimento e precisam<br />
chegar ao consumidor", além<br />
da infraestrutura de recarga.<br />
Apesar de acreditar que o<br />
futuro vai ser elétrico, Romio<br />
destaca que estamos longe<br />
disso. “Podemos dizer que os<br />
biocombustíveis são uma solução<br />
mais rápida nesse momento,<br />
porém é preciso que<br />
esses produtos sejam produzidos<br />
de forma sustentável”.<br />
O especialista também ressalta<br />
o histórico nacional com<br />
combustíveis renováveis.<br />
“Nos anos 80, 96% da frota<br />
de veícuculos leves era movida<br />
a etanol e não era flex, era<br />
somente etanol. Temos experiência<br />
nisso e é isso que diferencia<br />
o Brasil da Europa. A<br />
Europa não tem opção, não<br />
tem onde plantar, então a alternativa<br />
acaba sendo o<br />
elétrico”.<br />
Romio comenta alguns<br />
paradoxos da mobilidade<br />
elétrica, como o fornecimento<br />
de energia por usinas que,<br />
muitas vezes, usam fontes de<br />
fósseis para geração e produção<br />
de energia, o que aumenta<br />
ainda mais as emissões.<br />
Renato Romio, Chefe da Divisão de<br />
Motores e Veículos do IMT.<br />
(crédito André Ribeiro / Agência Petrobras)<br />
18 RECAP
Camilo Adas, Presidente da SAE Brasil<br />
“Ainda existe uma dúvida,<br />
se carro elétrico do futuro será<br />
somente à bateria ou se u-<br />
tilizará célula de combustível,<br />
que pode ser alimentada por<br />
hidrogênio. Mas, nesse caso,<br />
caímos em outro problema: é<br />
necessário ter infraestrutu-ra,<br />
o que também é uma coisa<br />
demorada. O Brasil não precisa<br />
disso. Quando a tecnologia<br />
do carro elétrico estiver madura,<br />
naturalmente entrará<br />
aqui. Deveríamos focar no<br />
biocombustível, que também<br />
pode ser aliado à parte elétrica<br />
para melhorar eficiência,<br />
em um veículo híbrido flex<br />
fuel", finaliza Romio.<br />
Quebra-cabeças<br />
O engenheiro Camilo Adas,<br />
que é presidente da SAE Brasil<br />
(Associação dos Engenheiros<br />
Automotivos), concorda<br />
que o país tem uma matriz<br />
sustentável desde a década<br />
de 80, quando foi criado o<br />
Proálcool. “Então, é um pouco<br />
difícil definir uma tendência<br />
de eletrificação muito rápida<br />
para o Brasil, se temos os motores<br />
a etanol, outros motores<br />
bem mais amigáveis ao<br />
meio ambiente”.<br />
Porém, para ele, isso cria<br />
outro problema, do ponto de<br />
vista da indústria automotiva.<br />
“O volume de vendas no Bra-<br />
sil não propicia escala. Se partirmos<br />
para uma solução diferente,<br />
poderemos ter dificuldades<br />
com as exportações”.<br />
Segundo ele, países desenvolvidos,<br />
que geram tecnologia,<br />
estão se baseando nas<br />
características de seus próprios<br />
mercados para tomar<br />
decisões estratégicas. “Europa,<br />
especialmente, está se baseando<br />
na eletrificação, pois<br />
não tem gás em abundância.<br />
China e Estados Unidos caminham<br />
nesse sentido. Sobram<br />
Índia e Brasil, que não são líderes<br />
em tecnologia nem em<br />
consumo de veículos”.<br />
Para Camilo Adas, a eletrificação<br />
é uma tendência<br />
para o Brasil. “Estamos vivendo<br />
um momento de intensas<br />
mudanças tecnológicas, impulsionadas<br />
pelo meio ambiente.<br />
O debate é necessário.<br />
Desenvolvemos a eletrificação,<br />
biocombustíveis, hidrogênio,<br />
aproveitamos a e-<br />
nergia dos ventos, das marés<br />
e da biomassa. Agora, para<br />
integrar tudo, temos um verdadeiro<br />
quebra-cabeças”.
Capa<br />
DIESEL VERDE SERÁ A SOLUÇÃO<br />
PARA VEÍCULOS PESADOS<br />
No caso dos veículos pesados,<br />
o enfoque é um pouco<br />
diferente. Apesar de o Brasil<br />
ter o biodiesel, o produto vem<br />
causando problemas para toda<br />
a cadeia. Como ele se degrada<br />
facilmente, misturas a-<br />
cima de 10% são vistas pelo<br />
mercado com pé atrás.<br />
Nos postos, o reflexo da<br />
degradação é a formação de<br />
borras que causam travamento<br />
do bloco medidor de<br />
bombas e a necessidade de<br />
intensificar procedimentos de<br />
manutenção, o que leva ao<br />
aumento de custos.<br />
Para veículos que usam diesel,<br />
o problema é semelhante<br />
com entupimento de bicos injetores.<br />
Além disso, com a fase<br />
P8 do Proconve (Programa<br />
de Controle da Poluição do Ar<br />
por Veículos Automotores),<br />
prevista para 2022, especialistas<br />
alertam que veículos que<br />
usam a mistura não conseguirão<br />
atender aos limites de<br />
emissões mais rígidos.<br />
Por essa razão, a Fecombustíveis<br />
divulgou um posicionamento<br />
conjunto contra o<br />
aumento compulsório do<br />
teor de biodiesel ao diesel<br />
fóssil.<br />
Como alternativa ao biodiesel,<br />
especialistas acreditam<br />
que o diesel verde (HVO) será<br />
a melhor solução.<br />
A resolução da ANP com as<br />
especificações do novo produto<br />
foi publicada em 17 de<br />
maio, com diesel verde definido<br />
como “biocombustível<br />
composto por hidrocarbonetos<br />
parafínicos destinado a<br />
veículos dotados de motores<br />
do ciclo diesel”, produzido a<br />
partir das rotas:<br />
I – hidrotratamento de óleo<br />
vegetal e animal;<br />
II – gás de síntese proveniente<br />
de biomassa;<br />
III – fermentação do caldo de<br />
cana-de-açúcar;<br />
IV – oligomerização de álcool<br />
elico (etanol) ou isobulico.<br />
20 RECAP
Posicionamento<br />
Em maio, a Fecombustíveis<br />
divulgou nota manifestando<br />
preocupação quanto a evolução<br />
de teor de biodiesel na<br />
mistura de óleo diesel, "em<br />
função dos sérios problemas<br />
de qualidade", impacto ambiental,<br />
além do reflexo nos<br />
custos do transporte de cargas<br />
e de passageiros, que impacta<br />
nos preços.<br />
"A continuidade do sucesso<br />
deste programa (Programa<br />
Brasileiro de Biodiesel) depende<br />
da manutenção destas<br />
premissas em um mercado a-<br />
berto, com diversidade de<br />
fornecedores, matéria-prima,<br />
e produtos, a fim de estimular<br />
a concorrência e oferecer, para<br />
os consumidores e para<br />
sociedade, produtos com melhor<br />
qualidade, menor impacto<br />
ao meio ambiente, melhor<br />
nível de serviço e menores<br />
preços".<br />
Sobre o aumento compulsório<br />
de biocombustíveis na<br />
mistura do diesel, ressalta<br />
que só "deve ser estipulado<br />
mediante uma análise ampla<br />
e critérios fundamentados,<br />
garantindo viabilidade técnica<br />
e segurança não só para produtores<br />
de biodiesel como<br />
para os usuários quanto a<br />
sua adoção".<br />
A Federação, junto a entidades<br />
subscritas (que representam<br />
mais de 200 mil empresas<br />
produtoras, distribuidoras,<br />
importadoras, revendedoras,<br />
transportadoras e indústrias<br />
relacionadas ao diesel)<br />
reiterou o "compromisso<br />
com a preservação ambiental<br />
e o apoio à diversificação da<br />
matriz de combustíveis renováveis<br />
através do enquadramento<br />
regulatório de biocombustíveis<br />
avançados no mercado<br />
nacional, em benefício<br />
da sociedade, do meio ambiente,<br />
dos diversos segmentos<br />
econômicos e do consumidor",<br />
finaliza.<br />
21 RECAP
Giro em Notícias<br />
Proibida a venda de etanol<br />
entre distribuidoras<br />
Em 27 de maio, a Diretoria da ANP aprovou<br />
a resolução que proíbe definitivamente a<br />
venda de etanol hidratado entre distribuidoras<br />
autorizadas. O novo regulamento altera o<br />
artigo 30 da Resolução ANP nº 58/2014, que<br />
permitia esse tipo de comercialização, mas,<br />
em seu parágrafo único, autorizava a Diretoria<br />
Colegiada, por meio de Despacho publicado<br />
no DOU, a vedar esse tipo de operação,<br />
o que vinha ocorrendo desde 2017.<br />
De acordo com informações da assessoria<br />
de imprensa, a motivação da ANP para proibir<br />
esse tipo de comércio se baseia em estudos<br />
de mercado que apontaram o aumento das<br />
vendas de etanol hidratado entre distribuidoras,<br />
com o objetivo de obter vantagem concorrencial<br />
por meio de inadimplência e sonegação<br />
de ICMS.<br />
Com a proibição, o órgão regulador verificou<br />
que houve mudança nos agentes destinatários<br />
desse tipo de operação, resultando na<br />
redução drástica do volume comercializado e<br />
de agentes que fazem essa operação.<br />
15° edição da ExpoPostos<br />
é remarcada<br />
A organização da ExpoPostos informou no<br />
início de junho que, diante da continuidade<br />
da pandemia da Covid‐19, a 15ª edição do<br />
evento" ExpoPostos & Conveniência" foi remarcada<br />
para 2022 e irá ocorrer entre os dias<br />
08 e 10 de março, no São Paulo Expo.<br />
A expectativa é que até lá, possa ocorrer<br />
com maior segurança, de forma presencial e<br />
sem riscos à saúde.<br />
No site www.expoposto.com.br há mais informações<br />
e novidades do setor!<br />
Consulta e audiência sobre<br />
segunda reincidência<br />
Também em 27 de maio, a Agência Nacional<br />
do Petróleo aprovou a realização de consulta<br />
e audiência públicas sobre a revisão do<br />
conceito de segunda reincidência (Resolução<br />
8/2012) referentes às penas aos agentes econômicos<br />
que atuam no abastecimento.<br />
A intenção é discutir o período que deve<br />
ser considerado para o agravamento de pena<br />
das multas que são aplicadas quando existem<br />
antecedentes, além de regras para a aplicação<br />
das penas de suspensão e de revogação<br />
decorrentes da constatação da reincidência e<br />
da segunda reincidência.<br />
Segundo a Resolução ANP 8/2012, a reincidência<br />
acontece quando o infrator pratica nova<br />
infração prevista na Lei nº 9.847/ 1999 (Lei<br />
das Penalidades), depois de já ter sido condenado<br />
definitivamente no âmbito administrativo.<br />
Já a segunda reincidência é caracterizada<br />
quando a nova conduta infracional é precedida<br />
de duas condenações definitivas.<br />
O objetivo é a desburocratização, reduzindo<br />
empecilhos e entraves ao adequado desenvolvimento<br />
das atividades reguladas. As<br />
principais alterações sugeridas são:<br />
- definição de novo conceito;<br />
- limitação temporal para a caracterização da<br />
reincidência;<br />
- tratamento equivalente nos casos de existência<br />
de antecedentes e de reincidência, em<br />
relação aos critérios de desconsideração das<br />
infrações anteriores;<br />
- estabelecimento de critérios para aplicação<br />
das penas de suspensão e de revogação;<br />
- revogação do artigo 9º da Resolução ANP nº<br />
64/2014, que trata dos critérios para aplicação<br />
da pena de perdimento.<br />
A consulta pública terá duração de 45 dias<br />
e depois será realizada a audiência pública.<br />
22 RECAP
IPO da Raízen é um dos maiores<br />
da história da B3<br />
No dia 02 de junho, a Raízen protocolou o<br />
pedido de oferta pública inicial de ações (IPO,<br />
na sigla em inglês) na Comissão de Valores Mobiliários<br />
(CVM). A movimentação pode ficar entre<br />
R$ 10 bilhões e R$ 13 bilhões, segundo nota<br />
divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo.<br />
A oferta será de ações preferenciais, sem<br />
direito a voto, mas com preferência no pagamento<br />
de dividendos.<br />
A intenção é buscar investidores interessados<br />
no tema de sustentabilidade, principalmente<br />
ao mostrar a presença da companhia no setor<br />
de biocombustíveis. “Nós nos consideramos<br />
um líder mundial em biocombustíveis e uma<br />
referência global em sustentabilidade, na vanguarda<br />
de importantes tendências internacionais<br />
em transição energética desenvolvendo<br />
soluções com baixa emissão de carbono”, informou<br />
a companhia no formulário de referência,<br />
atualizado com o protocolo da oferta.<br />
Operadores de "tags" de pedágio<br />
miram frotas<br />
Prazo para retificação da ECF<br />
termina em <strong>julho</strong><br />
Termina em 12 de <strong>julho</strong> o prazo para pessoas<br />
jurídicas retificarem informações prestadas<br />
na Escrituração Contábil Fiscal (ECF). A<br />
Receita Federal vem notificando casos em<br />
que foram identificadas divergências entre a<br />
Escrituração e movimentações bancárias.<br />
O alerta é para que as empresas possam<br />
revisar e corrigir as informações prestadas de<br />
forma espontânea, sem a aplicação de multa.<br />
A Receita Federal cruza os dados informados<br />
na ECF com os que são repassados<br />
pelas instituições financeiras.<br />
Reportagem do jornal Valor Econômico no<br />
mês de junho apontou uma nova tendência.<br />
As companhias de pagamento automático<br />
que utilizam as “tags” de pedágios (adesivos<br />
colados nos vidros dos automóveis) estão<br />
ampliando esforços a fim de abocanhar fatias<br />
cada vez maiores dos mercados de veículos<br />
pesados e também das áreas corporativas,<br />
com as frotas de veículos.<br />
Segundo a notícia, mesmo na crise, esses<br />
ramos se mostraram resilientes, citando alguns<br />
exemplos: a FleetCor, dona da Sem<br />
Parar, criou a Sem Parar Empresas, enquanto<br />
que a ConectCar passou a oferecer um serviço<br />
de vale-pedágio a caminhoneiros.<br />
23 RECAP
Giro em Notícias<br />
Cade aprova compra da Linx<br />
pela Stone<br />
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica<br />
(Cade) aprovou em 16 de junho, a<br />
compra da Linx pela Stone. A informação foi<br />
divulgada pelo jornal O Globo.<br />
A operação de R$ 6,7 bilhões aconteceu no<br />
fim do ano passado. Segundo a reportagem,<br />
os conselheiros seguiram o entendimento da<br />
Superintendência-Geral do Cade (SG) que, em<br />
parecer, não observou restrições para a operação,<br />
nem ameaça para a concorrência ou<br />
concentração de mercado.<br />
A Linx é desenvolvedora de software de<br />
gestão para o varejo e a Stone oferece serviços<br />
de pagamento, como maquininhas de<br />
cartão.<br />
A reportagem trouxe posições contrárias a<br />
esta transação de empresas concorrentes<br />
argumentando que a atuação conjunta poderia<br />
ferir a concorrência no mercado. A Cielo<br />
(mercado de maquininhas) disse que Stone<br />
poderia usar a posição dominante no mercado<br />
de software da Linx para “alavancar” suas<br />
operações, além de dizer que a Stone poderia<br />
acessar “informações sensíveis” dos concorrentes.<br />
A Totvs (mercado de softwares) disse<br />
que a operação aumentaria as barreiras de<br />
entrada para novas empresas e causaria prejuízos<br />
às concorrentes.<br />
A notícia detalha que, apesar dos argumentos<br />
contrários, o conselheiro Sérgio<br />
Ravagnani analisou que a rivalidade que existe<br />
nos dois mercados seria suficiente para impedir<br />
que a operação estimulasse um fechamento<br />
no mercado e prejudicasse os concorrentes.<br />
Ao fim do parecer, o Cade destacou<br />
que tem instrumentos para acompanhar a<br />
implementação, ressaltando que poderá “endereçar<br />
eventuais danos à concorrência” possivelmente<br />
causados pela operação.<br />
Petrobras anuncia oferta<br />
de 37,5% da BR<br />
Uma reportagem do jornal O Globo<br />
destacou o anuncio que foi feito pela Petrobras<br />
no dia 17 de junho, aos acionistas e<br />
ao mercado, de que protocolou na Comissão<br />
de Valores Mobiliários, o pedido de oferta<br />
pública secundária (follow on) para que ocorra<br />
a venda de ações ordinárias de emissão dos<br />
papéis da Petrobras Distribuidora (BR).<br />
Atualmente, a estatal é detentora de 37,5%<br />
do capital social desta distribuidora, que é a<br />
maior do Brasil.<br />
A notícia informou ainda que, tendo como<br />
base o prospecto, serão ofertados 436,8<br />
milhões de papéis, que poderão le-vantar<br />
cerca de R$ 11,5 bilhões, tendo como base a<br />
cotação de R$ 26,42 que foi registrada no<br />
fechamento do dia 16 de junho.<br />
Foi explicado na reportagem que o preço<br />
por ação será fixado depois que ocorrer a<br />
conclusão do procedimento de coleta de intenções<br />
de investimento junto aos investidores<br />
institucionais.<br />
Foi trazido um breve histórico referente a<br />
este assunto, no qual se ressaltou que no ano<br />
de 2019, a Petrobras já vendeu uma fatia de<br />
33,7% na BR Distribuidora. Essa venda, aliás,<br />
acabou gerando pouco mais de R$ 9 bilhões<br />
para a companhia.<br />
Foi destacado também que as vendas das<br />
ações da BR Distribuidora estão dentro de<br />
parte do plano de desinvestimento da Petrobras,<br />
que tem uma estimativa de atingir entre<br />
US$ 25 bilhões e US$ 35 bilhões até o ano de<br />
2025.<br />
Além dessas ações que estão ocorrendo<br />
junto à distribuidora BR, o jornal O Globo<br />
destacou que a estatal tem a pretensão de<br />
vender sua participação na Gaspetro e em<br />
refinarias do país.<br />
24 RECAP
Cosan eleva a aposta<br />
em lubrificantes<br />
Reportagem do jornal Valor Econômico<br />
do ínicio de junho noticiou que a Raízen (Joint<br />
venture entre Cosan e Shell nas áreas de<br />
distribuição de combustíveis, açúcar e álcool e<br />
bioenergia) informou que fará a compra da<br />
operação de lubrificantes da Shell no Brasil,<br />
em um movimento que irá ampliar de maneira<br />
expressiva a presença de um dos maiores<br />
conglomerados brasileiros nesse negócio.<br />
Segundo a notícia, "com duas operações independentes,<br />
cujas estratégias e sócios são diferentes,<br />
a Cosan estará posicionada para crescer<br />
no mercado doméstico via Raízen, ao<br />
mesmo tempo em que busca avançar o plano<br />
de internacionalização da Moove".<br />
G7 frustra expectativas e<br />
ignora metas de elétricos<br />
Reportagem da Automotive Businees<br />
sobre a 46ª reunião de cúpula do G7 que<br />
terminou em 12 de junho (primeira presencial<br />
na pandemia) apontou que, diferente do<br />
que se esperava, os líderes das sete principais<br />
economias do mundo (Reino Unido, Japão,<br />
França, Canadá, EUA, Alemanha e Itália)<br />
preferiram não oficializar a meta conjunta para<br />
que, até 2030, pelo menos 50% dos novos<br />
carros vendidos sejam elétricos ou híbridos.<br />
Apesar disso, o assunto recebeu atenção,<br />
com líderes reafirmando o compromisso<br />
desses cortes de emissões para limitar em<br />
até 1,5 °C o aumento na temperatura global<br />
em comparação com a era pré-industrial.<br />
25 RECAP
Ação Social<br />
RECAP REAFIRMA COMPROMISSO SOCIAL<br />
COM APOIO A DIVERSAS AÇÕES<br />
Há anos o sindicato apoia e promove ações voltadas à socidade. Neste<br />
ano, novas parcerias foram firmadas e outras mantidas, com a<br />
mobilização dos postos de combustíveis.<br />
Por mais um ano, o <strong>Recap</strong><br />
é destaque em ações sociais<br />
em sua área de atuação, contando<br />
com a revenda para a<br />
divulgação e a realização de<br />
importantes campanhas.<br />
Pelo quarto ano consecutivo,<br />
o sindicato apoia o Junho<br />
Vermelho do Hemocentro da<br />
Unicamp, que tem como<br />
objetivo manter os estoques<br />
de sangue, incentivando doadores<br />
e conscientizando sobre<br />
a importância da doação,<br />
com o destaque de que "o<br />
sangue é o combustível essencial<br />
para a vida".<br />
Além desta parceria já consolidada,<br />
neste ano, o sindicato<br />
está apoiando ações sociais<br />
de prefeitura de Campinas<br />
com a coscientização de<br />
CAMPANHA DO AGASALHO <strong>2021</strong><br />
Neste ano, a campanha do<br />
Agasalho de Campinas ganhou<br />
mais opções de pontos<br />
para doações, com ainda<br />
mais facilidade e comodidade.<br />
Ao todo, 28 postos de<br />
combustíveis da cidade se<br />
tornaram locais de arrecadação<br />
de roupas de frio. Esses<br />
estabelecimentos estão em<br />
pontos estratégicos e quem<br />
for doar, nem precisa sair do<br />
carro!<br />
Essa ação se dá através de<br />
parceria feita entre a prefeitura<br />
e o <strong>Recap</strong>. A secretária municipal<br />
de Assistência Social,<br />
Pessoa com Deficiência e Direitos<br />
Humanos de Campinas,<br />
Vandecleya Moro, destaca<br />
a importância dessa mobilização.<br />
"O apoio do <strong>Recap</strong> à<br />
Campanha do Agasalho <strong>2021</strong><br />
foi um excelente reforço nessa<br />
ação solidária. Primeiro<br />
porque amplia de modo significativo<br />
os postos de coleta<br />
mas, mais que isso, porque<br />
chega a pontos da cidade<br />
onde não tínhamos muitas<br />
opções de arrecadação de<br />
doações. Então gostaria de a-<br />
gradecer aos postos por esse<br />
compromisso tão cívico e tão<br />
fraterno."<br />
O presidente do <strong>Recap</strong>, Flá-<br />
importantes temas como o<br />
combate ao abuso e exploração<br />
sexual de crianças e adolescentes<br />
e a violência contra<br />
idosos (Maio Laranja e Junho<br />
Violeta, respectivamente).<br />
A Campanha do Agasalho<br />
também ganhou o reforço<br />
dos postos de combustíveis<br />
como pontos de arrecadação<br />
das doações. Confira!<br />
26 RECAP
vio Campos, reforça o papel<br />
social da entidade. “O sindicato<br />
atua há anos em diversas<br />
ações voltadas à sociedade.<br />
Esse é um compromisso<br />
que assumimos e contamos<br />
com os postos em causas importantes<br />
como a Campanha<br />
do Agasalho".<br />
O sindicato chegou a receber<br />
um reconhecimento da<br />
prefeitura pelo apoio nas diversas<br />
ações sociais da cidade.<br />
O certificado foi recebido<br />
pelo diretor do <strong>Recap</strong>, Rafael<br />
Gouveia, representando a entidade.<br />
"É gratificante poder<br />
ajudar. No caso da Campanha<br />
do Agasalho, nós nos disponibilizamos,<br />
afinal os postos<br />
de combustíveis são serviços<br />
essenciais e estão nas<br />
principais ruas e avenidas da<br />
cidade, o que facilita para<br />
quem for doar, principalmente<br />
neste período de pandemia."<br />
A Campanha do Agasalho<br />
<strong>2021</strong>, inclusive, tem um apelo<br />
relacionado à situação da Covid-19,<br />
fazendo referência à<br />
necessidade das pessoas ainda<br />
manterem os protocolos<br />
de saúde e prevenção, como<br />
o distaciamento social. Assim,<br />
o mote da ação neste ano é<br />
"Sua roupa pode abraçar por<br />
você".<br />
Serviço<br />
O período de arrecadação<br />
vai até o dia 31 de <strong>julho</strong>, podendo<br />
ser doados agasalhos,<br />
cobertores e roupas de frio<br />
em bom estado de conservação.<br />
Um pedido especial é<br />
para as roupas masculinas,<br />
que geralmente têm um número<br />
menor de doações.<br />
A lista completa dos postos<br />
de combustíveis participantes<br />
está disponível no portal do<br />
<strong>Recap</strong>. Acesse!<br />
27 RECAP
Ação Social<br />
MAIO LARANJA: COMBATE AO ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL DE<br />
CRIANÇAS E ADOLESCENTES<br />
JUNHO VIOLETA: CONSCIENTIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA<br />
CONTRA A PESSOA IDOSA<br />
Nesta ação, o <strong>Recap</strong> realizou a<br />
impressão de mil exemplares<br />
do material de divulgação, a fim<br />
de promover mais conscientização<br />
da população sobre a<br />
violência contra os idosos. A<br />
campanha também é promovida<br />
pela Secretaria Municipal de<br />
Na campanha do Maio Laranja,<br />
o <strong>Recap</strong> além de contar<br />
com o apoio da revenda para<br />
divulgação da ação, auxiliou à<br />
prefeitura de Campinas na impressão<br />
da cartilha para conscientização<br />
sobre o abuso e a<br />
exploração sexual de crianças e<br />
adolescentes.<br />
Entre os pontos de alerta<br />
contidos neste documento que<br />
é voltado à toda sociedade estão:<br />
a mudança no comportamento<br />
das crianças; casos em<br />
que o agressor acaba manipulando<br />
a vítima, com destaque<br />
para a importância dos<br />
adultos terem conversas sobre<br />
este assunto dentro das<br />
famílias. Um dos pontos ressaltados<br />
é que "os vestígios<br />
mais óbvios da violência sexual<br />
em crianças/ adolescentes<br />
são questões físicas como<br />
marcas de agressão, doenças<br />
sexualmente transmissíveis e<br />
gravidez".<br />
Denúncias podem ser feitas<br />
pelo "Disque Direitos Humanos",<br />
através do número 100.<br />
A cartilha está disponível<br />
pelo QR-Code ao lado.<br />
Assistência Social, Pessoa<br />
com Deficiência e Direitos Humanos<br />
de Campinas.<br />
"O Junho Violeta tem se<br />
firmado como uma referência<br />
nos trabalhos de promoção<br />
da cidadania. Grande parte<br />
dos casos de violência ocorrem<br />
nas casas e temos de articular<br />
os serviços de proteção<br />
e amparo aos idosos para<br />
cultivar qualidade de vida e<br />
dignidade para essa população",<br />
resaltou Vandecleya Moro,<br />
que é a secretária responsável<br />
pela pasta.<br />
28 RECAP
PELO 4° ANO CONSECUTIVO, RECAP APOIA<br />
JUNHO VERMELHO E INCENTIVA DOAÇÃO DE SANGUE<br />
Neste ano, campanha contou com novidades, com corrida e caminhada<br />
para promoção da saúde e incentivo aos doadores.<br />
O Junho Vermelho do Hemocentro<br />
da Unicamp foi lançado<br />
antes mesmo deste mês<br />
começar. Isso porque, neste<br />
ano, a ação contou com uma<br />
novidade: a 1° Corrida e Caminhada:<br />
Movimente-se Sangue<br />
Salva, realizada de forma<br />
virtual pelos 500 inscritos nas<br />
atividades, com o objetivo de<br />
fomentar a divulgação sobre<br />
a necessidade da doação de<br />
sangue, além da promoção<br />
de hábitos mais saudáveis,<br />
com a prática de exercícios.<br />
O <strong>Recap</strong>, pelo quarto ano<br />
consecutivo, é um dos apoiadores<br />
desta importante campanha<br />
e como apoiador oficial,<br />
se mantém atuante na<br />
divulgação das peças publicitárias<br />
e junto à imprensa, a-<br />
fim de mobilizar à sociedade<br />
para a doação.<br />
A parceria ocorre durante<br />
todo o ano, com postos de<br />
combustíveis auxiliando nas<br />
ações. Em junho, a campanha<br />
é reforçada, com uma mobilização<br />
ainda maior pois, tratase<br />
de um período crítico nos<br />
bancos de sangue: com o frio<br />
as pessoas saem menos de<br />
casa e o impacto é direto nas<br />
doações. Além disso, a pandemia<br />
tem reflexos expressivos,<br />
o que traz o alerta, afinal,<br />
o sangue é o combustível essencial<br />
para a vida!<br />
Acesse as informações!<br />
25 RECAP
Artigo<br />
MENOS EMPREGOS E<br />
PREÇOS MAIS ALTOS?<br />
Em março, o presidente Jair<br />
Bolsonaro zerou, por dois<br />
meses, as alíquotas do PIS/<br />
Cofins incidentes sobre o<br />
óleo diesel para compensar<br />
as altas de preços devido à<br />
elevação do preço internacional<br />
do petróleo. Com o fim da<br />
isenção, os preços do diesel<br />
voltaram a subir. Para piorar,<br />
quase fizemos a barbaridade<br />
de encarecer produtos, eliminar<br />
empregos, reduzir a competitividade<br />
da indústria brasileira<br />
e ainda diminuir a arrecadação<br />
de impostos.<br />
Para impedir que o país<br />
passe por uma nova crise fiscal,<br />
a Lei de Responsabilidade<br />
Fiscal define, corretamente,<br />
que qualquer medida que reduza<br />
receitas ou eleve gastos<br />
- como a adotada por Bolsonaro<br />
- deve especificar a fonte<br />
dos recursos que a bancarão.<br />
Aí, começam os erros.<br />
Para compensar a perda de<br />
R$ 1,4 bilhão em arrecadação<br />
com a isenção temporária do<br />
PIS/Cofins sobre o óleo diesel,<br />
o governo propôs acabar<br />
com o REIQ (Regime Especial<br />
da Indústria Química), criado<br />
em 2013 para reduzir a discrepância<br />
tributária entre o<br />
Brasil e seus principais concorrentes<br />
no setor: China e<br />
EUA.<br />
A MP enviada ao Congresso<br />
erroneamente supunha<br />
que que o aumento da alíquota<br />
não impactaria a quantidade<br />
produzida no país,<br />
contrariando qualquer teoria<br />
econômica e o bom senso. A<br />
partir desta premissa equivocada,<br />
ela sugeria que a<br />
arrecadação cresceria R$ 1,4<br />
bilhão.<br />
De acordo com estimativa<br />
da FGV, a compensação tributária<br />
proposta pelo governo<br />
colocaria em risco 85 mil<br />
vagas de emprego, reduziria<br />
a produção da indústria brasileira<br />
em R$ 11,5 bilhões e a<br />
arrecadação do governo federal,<br />
estados e municípios<br />
em R$ 1,7 bilhão. Isso mesmo,<br />
o governo arrecadaria<br />
menos com o aumento da<br />
carga tributária devido à<br />
redução da produção.<br />
A eliminação do REIQ causaria<br />
ainda aumento dos preços<br />
de venda dos produtos<br />
químicos para as muitas indústrias<br />
que os utilizam como<br />
insumos, o que elevaria<br />
os preços pagos por consumidores<br />
em milhares de produtos,<br />
em um momento em<br />
que a inflação já está alta.<br />
Por ora, a Câmara dos<br />
Deputados resolveu manter<br />
o REIQ até 1/1/2025. Ainda<br />
bem.<br />
A solução para um Brasil<br />
com produtos mais baratos,<br />
mais empregos e mais riqueza<br />
é muito simples: menos<br />
impostos para a economia<br />
como um todo. Isto só será<br />
possível com uma redução<br />
significativa dos gastos públicos.<br />
Fora isso, compensar<br />
redução de tributos em um<br />
setor com aumentos em outro<br />
manterá nosso cobertor<br />
sempre curto. Assim, os brasileiros<br />
serão eternamente<br />
penalizados com menos empregos<br />
e produtos mais caros<br />
devido à gastança dos<br />
governantes.<br />
Ricardo Amorim, autor do<br />
bestseller "Depois da Tempestade",<br />
apresentador do Manhattan<br />
Connection, economista mais influente<br />
do Brasil segundo a Forbes<br />
e Influenciador nº 1 no LinkedIn.<br />
30 RECAP