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ANUÁRIO BRASILEIRO DE LIVE MKT 2013

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HISTÓRIA DO MARKETING PROMOCIONAL NO BRASIL<br />

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mediante sorteio, vale-brinde ou concurso, a título de<br />

propaganda; estabelece normas de proteção à<br />

poupança popular e dá outras providências. Com<br />

isso, inibe uma quantidade gigantesca de iniciativas<br />

neste sentido.<br />

Outra dificuldade reside na legalização para realizar<br />

ações de incentivo. Esta ferramenta é utilizada para<br />

estimular e/ou motivar equipes internas,<br />

distribuidores e revendedores a atingirem objetivos e<br />

metas estabelecidas, oferecendo premiação e<br />

reconhecimento para as melhores performances. O<br />

movimento surgiu pela demanda.<br />

Existe no mercado um universo de empresas que<br />

precisam estar permanentemente motivando,<br />

reconhecendo e também premiando os que fazem<br />

parte da sua cadeia produtiva. Contudo, pela<br />

legislação atual brasileira, e pelos pareceres obtidos,<br />

o incentivo é legal desde que seja uma eventualidade<br />

e faça parte de uma campanha para motivar.<br />

A partir de 2005, um grupo de especialistas nesta<br />

área, liderados pelo Dr. Ricardo Albregard, iniciou<br />

uma série de encontros e debates visando à<br />

organização de um lobby em Brasília-DF, ensinando<br />

importantes lições para futuras investidas no<br />

território político da capital federal.<br />

O movimento do marketing promocional em Brasília<br />

chamou a atenção de mais gente, além de deputados e<br />

senadores. Em 2006, logo após o Deputado Federal<br />

Júlio Redecker (PSDB/RS) apresentar o Projeto de Lei<br />

sobre os aspectos trabalhista, previdenciário e<br />

tributário das quantias espontaneamente pagas pelas<br />

empresas a seus empregados a título de prêmio por<br />

desempenho, a Receita Federal e Previdência Social<br />

intensificaram as investigações em mais de mil<br />

empresas por sonegação de impostos e de<br />

contribuições previdenciárias. Essas investigações<br />

levaram ao nome do "Premium Card", cartão<br />

recarregável até então aceito para compras em mais de<br />

180 mil estabelecimentos filiados à RedeShop e que<br />

servia, também, para saques em qualquer caixa<br />

eletrônico do Banco Itaú. Em agosto de 2006, as<br />

empresas começaram a ser autuadas. 230 milhões de<br />

reais em contribuições previdenciárias deixaram de ser<br />

pagas por companhias que faziam uso de cartões de<br />

premiação para pagar bônus e remunerações variáveis<br />

aos funcionários. Isto fez com que as principais<br />

agências do mercado criassem o Comitê de Incentivo<br />

na Ampro para discutir o tema. A PriceWaterHouse<br />

Coopers foi contratada para estudar o mercado e<br />

apresentar um parecer sobre o setor.<br />

Em janeiro de 2007, o Projeto de Lei Júlio Redecker foi<br />

arquivado na Câmara dos Deputados. A Ampro reagiu e<br />

reuniu 600 executivos no fórum "Marketing de Incentivo.<br />

Uma visão legal" e apresentou um livro com os pareceres<br />

de Paulo de Barros Carvalho, Elidie Bifano, Luiz Gonzaga<br />

de Mello Belluzzo, Nelson Mannrich e Luciana Aguiar. O<br />

movimento ajudou no desarquivamento do Projeto Júlio<br />

Redecker, que ocorreu em abril de 2007. Depois da longa<br />

batalha, o projeto chegou às mãos do então presidente<br />

Luiz Inácio Lula da Silva, que, no dia 30 de junho de 2010<br />

vetou o projeto. Atualmente o setor estuda um novo<br />

texto para iniciar uma nova tramitação do projeto no<br />

Congresso Nacional.<br />

A década de 2000 marcou também a primeira<br />

interação oficial entre dirigentes de propaganda e<br />

promoção. Em 2008, pela primeira vez, a indústria da<br />

comunicação brasileira abriu espaço e deu voz para o<br />

marketing promocional. A Ampro participou do IV<br />

Congresso Brasileiro de Publicidade, e a comissão de<br />

marketing promocional, presidida por João Carlos<br />

Zicard, obteve a aprovação unânime para as quatro<br />

recomendações que apresentou:<br />

1. Certificação por competência: A Ampro considera<br />

de fundamental importância oferecer ao mercado<br />

uma chancela aceita pelos anunciantes e as agências<br />

de marketing promocional sobre a competência na<br />

sua área de atuação, e que a sua legitimidade seja<br />

conseguida por intermédio da observância rigorosa<br />

aos padrões de ética e qualidade (criativa e execução).<br />

Essa certificação básica envolve promoção e<br />

merchandising, marketing de incentivo, marketing de<br />

relacionamento e fidelidade, evento e web<br />

promotions;<br />

2. Padrão de remuneração: Um bom planejamento e<br />

uma ideia bem executada geram benefícios de venda<br />

e imagem ao cliente. A agência deve ser<br />

proporcionalmente bem remunerada pelo seu<br />

trabalho. A proposta é obter um padrão de<br />

remuneração que deve partir de 15% sobre o<br />

investimento do anunciante no projeto. Porém, o<br />

Success Fee deve ser instituído quando a agência for<br />

completamente envolvida nos processos, e será peça<br />

fundamental para o sucesso ou fracasso de uma ação;<br />

3. Concorrência: Concorrências devem ser<br />

estabelecidas para criar relacionamento duradouro<br />

entre agência e cliente. Isso representará dedicação e<br />

profundidade no planejamento. Para que esse<br />

processo seja legítimo e saudável para ambas as<br />

partes, serão estabelecidos alguns pontos como<br />

padrão de concorrência;

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