30.05.2021 Views

Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

TRABALHADOR/FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Silvia Maria Manfredi

Para os trabalhadores, sujeitos que vivem do trabalho, este representa

uma fonte de construção de identidade pessoal, social e profissional. Paulo

Freire (1967), desde suas primeiras obras, valoriza o trabalho humano como

sendo a expressão da relação homem/natureza, homem/homem e da produção

de cultura e história. É pelo trabalho que os homens se constroem como

sujeitos da história e da cultura.

O trabalho, como atividade, é uma práxis social concreta e historicamente

determinada, que se constitui, em nível epistemológico, numa relação

dialética entre sujeito/objeto.

Não somos sujeitos porque temos a consciência de ser, nem tão somente

porque usamos a razão. Somos sujeitos pela individualização psíquica,

pelo acesso à diferença entre nós e os outros, “ego e alter”, o que não se

caracteriza por uma sabedoria inata, mas uma maturação, um processo

psicológico. Nossa capacidade de nos distinguirmos dos outros e de nos

relacionarmos com os outros é o que nos funda. Isso se processa por

meio da linguagem, da razão, da autoconsciência. O sujeito é pela sua

irreduzível singularidade e por sua individualização psíquica, o

inconfundível autor de sua história. (Martini, 1997, p. 173)

Assim, o “eu” (identidade pessoal) de cada ser humano se constrói numa

identidade coletiva (nós). A humanização implica, então, ideias,

pensamentos, reflexões, pesquisas, ciências, artes (pensamentos), afetos,

vontades, paixões, sentimentos (emoções), bem como atividades, práticas,

ações econômicas, políticas, cognitivas (realizações) no interior de

determinadas relações sociais e de relações com o meio ambiente e cultural.

São essas relações que tecem nossas experiências pessoais e coletivas. As

aprendizagens vão acontecendo pelas reações que tenho ao que vejo, faço,

sinto em relação ao que os outros e eu mesmo fazemos, dizemos, sentimos:

ao que a escola ensina; ao que as igrejas professam ao que os(as)

trabalhadores(as) sofrem, aos medos que sentimos. E a partir da reação que

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!