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Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

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meditações profundas em que os homens, numa forma só aparente de sair

do mundo, dele “afastando-se” para “admirá-lo” em sua globalidade com

ele, por isto, continuam. Daí que estas formas de recolhimento só sejam

verdadeiras quando os homens nela se encontram “molhados” de

realidade e não quando, significando um desprezo ao mundo sejam

maneiras de fugir dele, numa espécie de “esquizofrenia histórica”.

(Freire, 1975, p. 92)

Daí o apelo a reagir criadoramente à arrogância daqueles sistemas que

fazem calar.

O que a humanidade não pode exigir de mim é a minha submissão à

arrogância e ao destempero de quem me desrespeita. O que a humildade

exige de mim, quando não posso reagir à altura da afronta, é enfrentá-la

com dignidade. A dignidade do meu silêncio e do meu olhar que

transmitem o meu protesto possível. (Freire, 1996, p. 121-122)

Esse silêncio é invadido violentamente pelas avaliações obrigatórias e

universais dirigidas pelos sistemas.

Os sistemas de avaliação pedagógicas de alunos e de professores vêm se

assumindo cada vez mais como discursos verticais, de cima para baixo,

mas insistindo em passar por democráticos. A questão que se coloca para

nós, enquanto professores e alunos críticos e amorosos da liberdade, não

é, naturalmente, ficar contra a avaliação de resto necessária, mas resistir

aos métodos silenciadores com que ela vem sendo às vezes realizada. A

questão que se coloca a nós é lutar a favor da compreensão e da prática da

avaliação enquanto instrumento de apreciação do que fazer de sujeitos

críticos a serviço, por isso mesmo, da libertação e não da domesticação.

Avaliação em que se estimule a falar a como caminho de falar com.

No processo da fala e da escuta a disciplina do silêncio a ser assumido

com rigor e há seu tempo pelos sujeitos que falam e escutam é um

“sinequa” da comunicação dialógica. (Freire, 1996, p. 116)

Além do mais, grandes obras da humanidade no campo da literatura, da

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