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Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

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sistema, mas sim deverá estar comprometida com a mudança. Para o

educador,

[...] as resistências – a orgânica e/ou a cultural – são manhas necessárias

à sobrevivência física e cultural dos oprimidos. O sincretismo religioso

afro-brasileiro expressa a resistência ou a manha com que a cultura

africana escrava se defendia do poder hegemônico do colonizador branco

[...] Não é na resignação mas na rebeldia em face das injustiças que nos

afirmamos. (Freire, 2000a, p. 87)

Assim, a concepção de resistência em Freire se aproxima mais da

proposta de que existe uma relação de conflito entre as idéias dominantes,

cuja hegemonia não tem como ser total, e as ideias contra-hegemônicas, que

surgem como oposição e que são criadas através da luta política e cultural.

Assim, a resistência deixa de ser um movimento só de reação de autodefesa e

passa a ser uma ação ou política ofensiva. As resistências são práticas que

“contrariam alguns aspectos da ‘visão de mundo’ dominante” (MCNALLY

apud WOOD; FOSTER, 1999, p. 45). Por isso, “reconhecer que o sistema atual

não inclui a todos (sic) não basta. É necessário precisamente, por causa deste

reconhecimento, lutar contra ele e não assumir a posição fatalista forjada pelo

próprio sistema e de acordo com o qual não há que fazer, a realidade é assim

mesma” (200b, p. 123).

Referências: FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 22.

ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996; REIRE, Paulo. Pedagogia da

autonomia. Saberes necessários à prática educativa. 15. ed. São Paulo: Paz e

Terra, 2000a.; FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação. Cartas pedagógicas

e outros escritos. 6. ed. São Paulo: Ed. UNESP, 2000b; FREIRE, Paulo.

Pedagogia do oprimido. 41. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005; FREIRE,

Paulo; GUIMARÃES, Sérgio. Aprendendo com a própria história. Rio de

Janeiro: Paz e Terra, 1987; AMIN, Samir; HOURTART, François.

Mundialización de lãs resistências- estado de luchas 2004. Colômbia:

Ed.Desde Abajo, 2004; WOOD, Ellen Meiksins; FOSTER, John Bellamy

(Orgs.). Em defesa da história: marxismo e pós-modernismo. Rio de Janeiro:

Jorge Zahar, 1999.

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