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ALFABETIZAÇÃO

Liana da Silva Borges

O verbete “alfabetização” é relevante se considerarmos que o pensamento

pedagógico e social de Paulo Freire tem suas bases assentadas nas primeiras

experiências realizadas entre os anos de 1957 e 1964, pois suas reflexões

sobre o ato educativo e sobre o mundo, de acordo com Paulo Rosas, seu

parceiro e amigo de SESI e do Movimento de Cultura Popular (MCP), o

próprio Freire disse que estes espaços foram dois polos de influência na

germinação de suas ideias.

No que tange ao MCP, Freire, em Cartas a Cristina, destaca os seguintes

pontos que “ancoram uma compreensão crítica da educação” (FREIRE, 1994,

p. 163):

• A alfabetização é um ato de conhecimento, de criação e não de

memorização mecânica.

• Os(as) alfabetizandos(as) são sujeitos do e no processo de alfabetização.

• A alfabetização deve partir do universo vocabular, pois deste retiram-se

os temas.

• Compreender a cultura enquanto criação humana, pois homens e

mulheres podem mudar através de suas ações.

• O diálogo é o caminho norteador da práxis alfabetizadora.

• Leitura e escrita não se dicotomizam, ao contrário, se complementam e,

se combinadas, o processo de aprendizagem fará parceria com a riqueza

da oralidade dos(as) alfabetizandos(as).

No ano de 1958, Juscelino Kubitscheck convocou, através de seu ministro

da Educação, Clovis Salgado, o II Congresso Nacional de Alfabetização de

Adultos e de Adolescentes, para avaliar a Campanha de Educação de Adultos

e Adolescentes (CEAA), organizada por Lourenço Filho.

Em um dos relatórios que fora apresentado neste II Congresso, Freire já

assinalava que um trabalho educativo só poderia ser feito se suas orientações

se voltassem para a democracia, “se o processo de alfabetização de adultos

não fosse sobre – verticalmente – ou para – assistencialmente – o homem,

mas com o homem, com os educandos e com a realidade” (FREIRE, 2006, p.

124).

Sem sombra de dúvida, as intervenções de Freire passam a demarcar,

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