Dicionario-Paulo-Freire-versao-1
somente os oprimidos, por sua condição de ser menos, estão diante daexclusiva possibilidade de ser mais. Esse é o tema pedagógico que Freirepropõe como preocupação ineludível de sua época e como crucial desafioeducativo. Também é o tema que constituirá originalidade e rupturaepistemológica na teologia da libertação. A pedagogia, como a teologia,efetua sua própria páscoa. “Morre” como ação para a dominação e renascecom os oprimidos como ação para a libertação. “A verdadeira páscoa não éverbalização comemorativa, mas práxis, compromisso histórico. A páscoa dasimples verbalização é ‘morte’ sem ressurreição. Somente na autenticidade dapráxis histórica, a páscoa é morrer para viver”, dirá Freire referindo-se àmissão das igrejas na América Latina.Referências: FREIRE, P. Educación como práctica de la libertad. México: siglo XXI, 1981;FREIRE, P. Pedagogía del oprimido. México: Siglo XXI, 1981; FREIRE, P. Misión educativa de lasiglesias en América Latina. Bogotá: Editorial América Latina, 1975.
PEDAGOGIA(S)Danilo R. StreckPedagogia, palavra derivada do grego pais (criança) e ago (conduzir),significa a condução de crianças. O conceito hoje abrange todas as faixasetárias e todos os contextos em que se realizam processos de ensinoaprendizagem.A Pedagogia tornou-se também um campo de estudos,integrando a grade de cursos universitários. Os profissionais formados nessescursos são os pedagogos, que atuam em vários campos: escolas de educaçãoinfantil, séries iniciais em escolas, assessoria pedagógica em empresas etrabalho em ONGs voltadas à educação.Paulo Freire, no sentido da formação profissional, não é um pedagogo.Ele se formou como advogado e posteriormente se doutorou na área daEducação com a tese Educação e atualidade brasileira. Foi professor dePortuguês e assessorou o setor de educação do SESI. O trabalho em educaçãopelo qual se tornou conhecido estava voltado para a educação de adultos,motivo pelo qual nos anos 1970 se passou a discutir se a sua obra não seriamais propriamente uma andragogia (do grego andrós, que significa adulto).Na obra de Paulo Freire o termo pedagogia aparece no título de váriasobras, desde o clássico Pedagogia do oprimido (1970) até a Pedagogia daautonomia (1996). A qualificação da pedagogia – da esperança, do conflito,da revolução, do diálogo – indica que para ele não existe uma únicapedagogia. Existem pedagogias que correspondem a determinadasintencionalidades formativas e se utilizam de instrumental metodológicodiverso. Essas pedagogias estão assentadas em matrizes ideológicas distintas,o que as posiciona em lugares diferentes ou mesmo antagônicos na dinâmicasocial. É nesse sentido que se pode compreender que em sua obra todas aspedagogias são um desdobramento ou, na expressão que Freire gostava deusar, alongamentos da Pedagogia do oprimido. Esta não ficou no passadocomo um corpo fixo, mas se movimenta e recria na história. Freire se refere aisso na Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia dooprimido: “Talvez, porém, deva deixar claro aos leitores e leitoras que, aoreportar-me à Pedagogia do oprimido e falar hoje das tramas vividas nos ano70, não estou assumindo uma posição saudosista. Na verdade, o meu
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somente os oprimidos, por sua condição de ser menos, estão diante da
exclusiva possibilidade de ser mais. Esse é o tema pedagógico que Freire
propõe como preocupação ineludível de sua época e como crucial desafio
educativo. Também é o tema que constituirá originalidade e ruptura
epistemológica na teologia da libertação. A pedagogia, como a teologia,
efetua sua própria páscoa. “Morre” como ação para a dominação e renasce
com os oprimidos como ação para a libertação. “A verdadeira páscoa não é
verbalização comemorativa, mas práxis, compromisso histórico. A páscoa da
simples verbalização é ‘morte’ sem ressurreição. Somente na autenticidade da
práxis histórica, a páscoa é morrer para viver”, dirá Freire referindo-se à
missão das igrejas na América Latina.
Referências: FREIRE, P. Educación como práctica de la libertad. México: siglo XXI, 1981;
FREIRE, P. Pedagogía del oprimido. México: Siglo XXI, 1981; FREIRE, P. Misión educativa de las
iglesias en América Latina. Bogotá: Editorial América Latina, 1975.