Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

silvawander2016
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30.05.2021 Views

integrado e solidário na postura, nas dinâmicas, nas relações, nas interações,no diálogo, no questionamento, na abertura e no desencadeamento de umprocesso de conscientização, alfabetização e mobilização políticaconsequente.Encontramos em Paulo Freire a identificação do pensamento pedagógicobiocêntrico, expresso nas suas palavras: “O que importa na formação docenteé a compreensão do valor dos sentimentos, das emoções, do desejo, dainsegurança a ser superada pela segurança, do medo que, ao ser ‘educado’,vai gerando a coragem” (FREIRE, 1999, p. 50).Segundo Rolando Toro, a afetividade é a base estrutural de todoconhecimento. Freire realiza na prática a vigência dessa concepção. ParaRuth Cavalcante, que conheceu e trabalhou com Freire, a afetividade é afonte de motivação do conhecimento (CAVALCANTE, 2008).No projeto pedagógico e antropológico de Freire, o homem se tornaliberto à medida que for capaz de ser autônomo, assumir a decisão pelamudança de si e da sociedade, através da educação permeada pelaafetividade, pelo diálogo, pelo questionamento, pela conscientização oriundade um processo comunitário, solidário e integrado de abordagem da realidadee do engajamento efetivo na mudança. Tudo se origina de um sentir arealidade, um pensar sobre este sentir e uma ação consequente e engajada. Ohomem é um ser inacabado, em permanente realização cognitiva e sóciohistórica,possível pela integração afetiva professor-aluno.A autonomia tem seu solo na integração afetiva de um grupo, de umcírculo de cultura, na vivência concreta do amor, da afetividade, do cuidado,da proteção e da nutrição do ser de cada um na troca dialogada, nasolidariedade, no amor incondicional, que permeia as linhas e as entrelinhasda obra Pedagogia da autonomia. Não há pensamento crítico e ética sem amobilização sensível e emocionada diante do outro na sua condição histórica.Enfim, reconhecemos um movimento afetivo que atravessa a teoria eprática pedagógica de Paulo Freire em Pedagogia da autonomia (DALLAVECCHIA, 2007). Esta obra, em mais de trinta subtítulos, destaca densadiversidade de dimensões do afeto e suas expressões com o desdobramentoético e estético decorrente da experiência cara a cara (DUSSEL, 1977) com oeducando, no processo educativo.Referências: CAPRA. Fritjof. As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável. São Paulo:Ed. Cultrix Amana-Key, 2002; CAVALCANTE, Ruth. A educação biocêntrica: dialogando no círculo

de cultura. Disponível em: <http://www.pensamentobiocentrico.com.br>. Ed. 10, 2008; DALLAVECCHIA, Agostinho. Educação e afetividade em Paulo Freire: pedagogia da autonomia. Disponívelem: <http://www.pensamentobiocentrico.com.br>. Ed. 6, 2007; E Freire continua. Ed. 7, 2007; DALLAVECCHIA, Agostinho. A afetividade e a estrutura teórica unificada de Fritjof Capra. Disponível em:<http://www.pensamentobiocentrico.com.br>. Ed. 4, 2005; FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia:saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1999; TORO, Rolando. Afetividade.Apostila da escola de formação. International Biocentric Foundation; Toro, Rolando. Biodanza. SãoPaulo: Editora Olavobrás/EPB, 2002.

integrado e solidário na postura, nas dinâmicas, nas relações, nas interações,

no diálogo, no questionamento, na abertura e no desencadeamento de um

processo de conscientização, alfabetização e mobilização política

consequente.

Encontramos em Paulo Freire a identificação do pensamento pedagógico

biocêntrico, expresso nas suas palavras: “O que importa na formação docente

é a compreensão do valor dos sentimentos, das emoções, do desejo, da

insegurança a ser superada pela segurança, do medo que, ao ser ‘educado’,

vai gerando a coragem” (FREIRE, 1999, p. 50).

Segundo Rolando Toro, a afetividade é a base estrutural de todo

conhecimento. Freire realiza na prática a vigência dessa concepção. Para

Ruth Cavalcante, que conheceu e trabalhou com Freire, a afetividade é a

fonte de motivação do conhecimento (CAVALCANTE, 2008).

No projeto pedagógico e antropológico de Freire, o homem se torna

liberto à medida que for capaz de ser autônomo, assumir a decisão pela

mudança de si e da sociedade, através da educação permeada pela

afetividade, pelo diálogo, pelo questionamento, pela conscientização oriunda

de um processo comunitário, solidário e integrado de abordagem da realidade

e do engajamento efetivo na mudança. Tudo se origina de um sentir a

realidade, um pensar sobre este sentir e uma ação consequente e engajada. O

homem é um ser inacabado, em permanente realização cognitiva e sóciohistórica,

possível pela integração afetiva professor-aluno.

A autonomia tem seu solo na integração afetiva de um grupo, de um

círculo de cultura, na vivência concreta do amor, da afetividade, do cuidado,

da proteção e da nutrição do ser de cada um na troca dialogada, na

solidariedade, no amor incondicional, que permeia as linhas e as entrelinhas

da obra Pedagogia da autonomia. Não há pensamento crítico e ética sem a

mobilização sensível e emocionada diante do outro na sua condição histórica.

Enfim, reconhecemos um movimento afetivo que atravessa a teoria e

prática pedagógica de Paulo Freire em Pedagogia da autonomia (DALLA

VECCHIA, 2007). Esta obra, em mais de trinta subtítulos, destaca densa

diversidade de dimensões do afeto e suas expressões com o desdobramento

ético e estético decorrente da experiência cara a cara (DUSSEL, 1977) com o

educando, no processo educativo.

Referências: CAPRA. Fritjof. As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável. São Paulo:

Ed. Cultrix Amana-Key, 2002; CAVALCANTE, Ruth. A educação biocêntrica: dialogando no círculo

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