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Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

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Freire relaciona transformação com “posturas revolucionárias” (p. 88).

No livro A educação na cidade (1991), a concepção de mudança é

aplicada ao contexto escolar. “Mudar a cara da escola que, no nosso caso, é

darmos ao esforço de fazer uma escola popular (1999, p. 36). “Mudar

significa democratizar, superar o clientelismo autoritário na escola” (p. 74).

Ao referir-se ao modo como as mudanças podem acontecer, sentencia que

“não se muda a cara da escola por portaria” (p. 25). Também menciona as

dificuldades para mudar o que está estabelecido (p. 130). Transformação –

Um dos entraves que as administrações progressistas precisam enfrentar é a

máquina burocrática instalada pelos gestores conservadores. “A uma

administração como a do PT se impõe uma transformação radical da máquina

burocrática. [...] essa burocracia perversa aniquila e emudece” (p. 34). Em

1989 Freire fala da sua inquietude em relação à realidade do Brasil rico e do

povo pobre. “Não creio que ninguém, com um mínimo de sensibilidade, neste

país [...] possa viver em paz com uma realidade tão cruenta e injusta quanto

esta” (p. 57 ). Para ele, esta é a realidade a ser mudada e radicalmente

transformada.

Em Política e educação (1993) a transformação do presente é conectada

aos sonhos (p. 69) e à democracia: “A democracia demanda estruturas

democratizantes e não estruturas inibidoras da presença participativa da

sociedade civil no comando da res-pública” (p. 75).

Em Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos

(2000), Freire destaca o quanto a educação é fundamental para mudar o País.

“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a

sociedade muda” (p. 66). Nesta obra registra sua profunda indignação em

relação à morte do índio Galdino por jovens de classe alta de Brasília: “Não é

possível refazer este país, democratizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes

brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho,

inviabilizando o amor” (p. 66).

Pedro Demo (2000), em Ironias da educação: mudança e contos sobre

mudança, transformar é entendido como termo forte. “Implica, no mínimo,

passar para o outro lado” (p. 59), portanto, é mais que discurso, é uma

prática. Destaca transformação social são “aqueles processos de mudança que

primam pela profundidade estrutural e histórica” (p. 59). Critica a falta de

cuidado com o uso da expressão ‘transformação social’ no discurso

pedagógico. Defende que “educação transformadora somente poderia ser

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