Dicionario-Paulo-Freire-versao-1
as estruturas a serem transformadas” (FREIRE, 2003, p. 122).Para recriar o método Paulo Freire no trabalho popular é necessário,então, que os que trabalham junto dos oprimidos, nos espaços formais ou nãoformais, assumam os pressupostos que permitem construir o caminho e ojeito de fazer, buscando a máxima coerência possível entre a prática realizadae a teoria que lhe confere sentido.Os principais pressupostos para a recriação do método, conforme Freire(1984, 1995, 2003), são: a) comunhão efetiva de quem trabalha junto dopovo, com o povo, o que requer a tomada de posição na luta de classes e afirmeza na convicção da “vocação ontológica dos seres humanos para sermais”; b) ter clareza de que o trabalho popular emerge das contradições dasociedade capitalista e deve se alicerçar nas “situações limites”, vivenciadaspelo povo, que necessitam ser superadas; c) não enganar, não manipular, nãoconvencer, mas trabalhar na perspectiva da ampliação da leitura crítica demundo – conscientização –, que deve “preceder a leitura da palavra”,reconhecendo o protagonismo dos sujeitos populares no processo deconstrução dos “inéditos viáveis”, de sua libertação; d) reconhecer que“ninguém se liberta sozinho”, daí a importância da organização popular ou da“união para a libertação”; e) ter na relação prática-teoria – práxis – o eixodinamizador do trabalho popular; f) assumir a politicidade do ato educativo:ação cultural para a libertação, ou seja, para a transformação; g) superar adicotomia entre formação técnico-científica e formação humanista, colocandoa tecnologia e a ciência a serviço da humanização; h) vivenciar o diálogocomo elemento construtor da comunhão entre os oprimidos e deles com quemcom eles trabalha e como ação dialógica que “tem por objetivo proporcionarque os oprimidos, reconhecendo o porquê e o como de sua ‘aderência’,exerçam o ato de sua adesão à práxis verdadeira de transformação darealidade injusta” (FREIRE, 2003, p. 175).A partir desses pressupostos, que alguns leitores de Freire entendemcomo princípios, a proposição geral da metodologia de Paulo Freire, notrabalho junto com os oprimidos, ganha a possibilidade de recriação em cadarealidade específica. A proposição, realizada e vivida por Freire, implica trêsmomentos centrais, que exigem rigorosidade e alegria: a leitura da realidade(investigação), que deve ser codificada em Temas ou Palavras Geradoras; adescodificação (oral e escrita), que requer a problematização para aampliação da compreensão crítica das “situações limites”; e a síntese cultural,
como a possibilidade de organização da nova compreensão da realidade e daproposição da ação em direção a construção dos “inéditos viáveis”, datransformação.Nascido de um trabalho de alfabetização de jovens e adultos, organizadoem forma de “círculos de cultura”, o chamado “Método Paulo Freire”resultou em inúmeras experiências, também em escolas, que continuam sendorealizadas no Brasil e “no mundo”.Referências: FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 37. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003;FREIRE, Paulo. A sombra desta mangueira. São Paulo: Olho d’Água, 1995; FREIRE, Paulo. Açãocultural para a liberdade. 7. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1984; FEITOSA, Sonia Couto Souza. MétodoPaulo Freire: princípios e práticas de uma concepção popular de educação. Dissertação de mestrado.São Paulo: Faculdade de Educação da USP, 1999; HURTADO, Carlos Nuñez. Educar paratransformar, transformar para educar. Rio de Janeiro: Vozes, 1993.
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as estruturas a serem transformadas” (FREIRE, 2003, p. 122).
Para recriar o método Paulo Freire no trabalho popular é necessário,
então, que os que trabalham junto dos oprimidos, nos espaços formais ou não
formais, assumam os pressupostos que permitem construir o caminho e o
jeito de fazer, buscando a máxima coerência possível entre a prática realizada
e a teoria que lhe confere sentido.
Os principais pressupostos para a recriação do método, conforme Freire
(1984, 1995, 2003), são: a) comunhão efetiva de quem trabalha junto do
povo, com o povo, o que requer a tomada de posição na luta de classes e a
firmeza na convicção da “vocação ontológica dos seres humanos para ser
mais”; b) ter clareza de que o trabalho popular emerge das contradições da
sociedade capitalista e deve se alicerçar nas “situações limites”, vivenciadas
pelo povo, que necessitam ser superadas; c) não enganar, não manipular, não
convencer, mas trabalhar na perspectiva da ampliação da leitura crítica de
mundo – conscientização –, que deve “preceder a leitura da palavra”,
reconhecendo o protagonismo dos sujeitos populares no processo de
construção dos “inéditos viáveis”, de sua libertação; d) reconhecer que
“ninguém se liberta sozinho”, daí a importância da organização popular ou da
“união para a libertação”; e) ter na relação prática-teoria – práxis – o eixo
dinamizador do trabalho popular; f) assumir a politicidade do ato educativo:
ação cultural para a libertação, ou seja, para a transformação; g) superar a
dicotomia entre formação técnico-científica e formação humanista, colocando
a tecnologia e a ciência a serviço da humanização; h) vivenciar o diálogo
como elemento construtor da comunhão entre os oprimidos e deles com quem
com eles trabalha e como ação dialógica que “tem por objetivo proporcionar
que os oprimidos, reconhecendo o porquê e o como de sua ‘aderência’,
exerçam o ato de sua adesão à práxis verdadeira de transformação da
realidade injusta” (FREIRE, 2003, p. 175).
A partir desses pressupostos, que alguns leitores de Freire entendem
como princípios, a proposição geral da metodologia de Paulo Freire, no
trabalho junto com os oprimidos, ganha a possibilidade de recriação em cada
realidade específica. A proposição, realizada e vivida por Freire, implica três
momentos centrais, que exigem rigorosidade e alegria: a leitura da realidade
(investigação), que deve ser codificada em Temas ou Palavras Geradoras; a
descodificação (oral e escrita), que requer a problematização para a
ampliação da compreensão crítica das “situações limites”; e a síntese cultural,