Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

silvawander2016
from silvawander2016 More from this publisher
30.05.2021 Views

verbalizada ou não, como procura de esclarecimento, como sinal de atençãoque sugere alerta” (FREIRE, 2001, p. 35).Referências: FREIRE, Paulo. Educação na cidade. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2006; FREIRE,Paulo. Extensão ou comunicação? 12. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002; FREIRE, Paulo.Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 20. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001;FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. 11. ed. SãoPaulo: Paz e Terra, 2003; FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 9. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1981; FREIRE, Paulo. Política e educação. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

LINGUAGEMCecília Irene OsowskiLinguagem para Paulo Freire é a expressão do conhecimento produzidopelo homem em sua relação sujeito (aquele que conhece) versus objeto(aquilo que é conhecido), servindo como forma de comunicação carregadapor relações de poder, pois as diferenças de linguagem ou idioma têm umfundamento político e ideológico, mesmo que nem sempre percebamos essepoder. Daí a importância do desenvolvimento de uma consciência transitivocrítica,pois a linguagem é manifestação do pensamento que tanto podeapresentar-se de forma ingênua quanto de forma crítica. Como a escolacontinua ainda “acalentada [...] pela sonoridade da palavra, pela memorizaçãodos trechos, pela desvinculação da realidade, pela tendência a reduzir osmeios de aprendizagem às formas meramente nocionais” (FREIRE, 1980, p.94-95), a ênfase é dada numa linguagem que se expressa através da palavraoca, de frases torneadas, de verbosidade em aulas que Paulo Freire chama dediscursivas. Como resultado, os alunos, adultos ou não, ficam aprisionadosnuma consciência ingênua que não lhes permite identificar, descrever,analisar e discutir em profundidade as condições alienantes de como a classeoprimida vive.Paulo Freire vê a “linguagem como algo comprometido, também, com asclasses sociais” (FREIRE, 1987, p. 176), o que permite entender e aceitar asdiferenças de sintaxe entre a linguagem dos trabalhadores, por exemplo,direta e simples como suas vidas e a dos professores em situação de ensino,manifestando-se através de volteios, circunlóquios, fazendo, como Freireafirma “a dança dos conceitos, o balé conceitual que aprendemos nauniversidade” (p.176). E nesse sentido, as palavras também carregam pesosdiferentes, pois “favela” pronunciada por alguém que mora nela tem maisdensidade, mais peso e mais força significativa do que essa mesma palavrapronunciada por quem apenas aprendeu-a de outras formas, mas distante dafavela enquanto sua moradia.Ao mesmo tempo, o problema não se resolve impedindo o professor deutilizar palavras conceitualmente elaboradas ou com densidadeepistemológica diferente daquelas que seus alunos usam. Isso aumentaria o

verbalizada ou não, como procura de esclarecimento, como sinal de atenção

que sugere alerta” (FREIRE, 2001, p. 35).

Referências: FREIRE, Paulo. Educação na cidade. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2006; FREIRE,

Paulo. Extensão ou comunicação? 12. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002; FREIRE, Paulo.

Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 20. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001;

FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. 11. ed. São

Paulo: Paz e Terra, 2003; FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 9. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,

1981; FREIRE, Paulo. Política e educação. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!