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Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

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Desta forma, o eu e o tu passam a ser, na dialética destas relações

constitutivas, dois tu que se fazem dois eu” (p. 196). Assim, falar de

intersubjetividade é falar da impossibilidade de pensar o ser fora das relações

com o outro. Pois,

Se o mundo é o mundo das consciências intersubjetivas, sua elaboração

forçosamente há de ser colaboração. O mundo comum mediatiza a

originária intersubjetivação das consciências: o auto-reconhecimento

plenifica-se no reconhecimento do outro; no isolamento, a consciência

modifica-se. A intersubjetividade, em que as consciências se enfrentam,

dialetizam-se, promovem-se, é a tessitura última do processo histórico de

humanização. Está nas origens da hominização e anuncia as exigências

últimas da humanização. [...] Em diálogo circular, intersubjetivando-se

mais e mais, vai assumindo, criticamente, o dinamismo de sua

subjetividade criadora. (p. 11-12)

Nessa perspectiva se assenta a compreensão da intersubjetividade pelo

princípio potencializador do diálogo mediatizador da comunicação, como

perspectiva prática de emancipação humana nas relações dos homens entre si

e com a natureza – uma práxis revolucionária, uma postura frente ao mundo.

Referências: BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 1986;

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 9. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981; FREIRE, Paulo.

Pedagogia da esperança: Um reencontro com a Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra,

1992; FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. São Paulo:

Paz e Terra, 1996.

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