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Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

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São vários os intelectuais analisados por Gramsci no tocante à sua função

na sociedade italiana e sua evolução política, desde grandes intelectuais que

ajudam a modelar o clima cultural da época (Croce, Fortunato) ou que através

de sua produção artística deixam a sua marca no cenário da cultural italiana

(Pirandello) até intelectuais subalternos que operam em esferas de influência

restrita (padres, advogados, administradores, professores). Os educadores

desempenham um importante papel junto com outros trabalhadores. Os

escritos de Freire sobre o papel dos educadores numa educação libertadora

são pertinentes nesse sentido. O educador crítico, no sentido de Freire, é um

intelectual crítico que, dados seu preparo e sua competência, tem uma

autoridade que é aceita pelos participantes do contexto educacional, mas que

é suficientemente humilde e democrático para que essa autoridade não se

degenere em autoritarismo. O educador crítico toma posição e dirige o

processo de aprendizagem, despertando curiosidade epistemológica, mas

deve estar aberto para reaprender de seus educandos, que oferecem diferentes

perspectivas, muitas vezes derivadas de sua respectiva localização social, que

incidem sobre o objeto da coinvestigação. Nesse sentido, o intelectualeducador

dirige um processo de atividade intelectual caracterizado pela

reflexão sobre a ação (práxis), a obtenção de uma distância crítica do mundo

que se conhece, no qual a tarefa intelectual é compartilhada por cada um e

por todos – todos realizam a função de intelectuais, da mesma forma que a

função de professores e alunos, mesmo que em proporções distintas. Eles

aprendem e ensinam juntos e uns aos outros, num processo que sublinha a

dimensão coletiva da atividade de aprendizagem e da atividade intelectual.

Referências: Escobar, M., Fernandez, A.L.; Guevara-Niebla, G.; Freire, P. Paulo Freire on Higher

Education. A Dialogue at the National University of Mexico. Albany: SUNY Press, 1994; Freire, Paulo.

Pedagogy in process. The letters to Guinea Bissau. New York: Continuum, 1978; FREIRE, Paulo. The

Politics of Education. Massachusetts: Bergin & Garvey, 1985; Ives, P.. Language and Hegemony in

Gramsci. London: Pluto Press; Winnipeg: Fernwood Publishing, 2004.

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