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Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

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história, em seu passado-presente-futuro, é mutável e fluida porque assumemse

como mutantes os sujeitos. Ou seja, “ao ver a identidade como uma

questão de tornar-se, aqueles que reivindicam a identidade” não se limitam,

não se fixam a ela e por ela com seus valores. Ao contrário, percebem que

seus valores se transformam, tornam-se capazes de “posicionar a si próprios e

de construir e transformar as identidades históricas, herdadas de um passado

comum” (2000, p. 28).

Freire, pautado por uma abordagem humanista de assunção da palavra,

afirma a identidade cultural e o respeito à ela como um imperativo ético que

se vincula à consciência de nosso inacabamento. Segundo ele, o educador que

não respeita a curiosidade, o gosto estético, a inquietude, a linguagem e a

rebeldia legítima de seus educandos, ironizando-os, assim como aquele

educador que se furta ao dever de propor limites à liberdade do aluno e ao

dever de ensinar, de se fazer presente na experiência formadora do educando,

“transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência”

(1998, p. 66).

Referências: FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 19. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993;

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 7. ed. São Paulo:

Paz e Terra, 1998; FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 30. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987;

SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis:

Vozes, 2000.

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