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Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

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da emancipação social a partir dos oprimidos. Nesse sentido, a Pedagogia do

oprimido é uma obra coletiva. Não é mais um escrito só de Freire, mas um

pensamento que se corporifica no processo histórico dos povos oprimidos em

suas lutas de libertação. É uma pedagogia engajada nos processos de

emancipação social e, como tal, provoca reações e retaliações do status quo

vigente, pois

O sistema não teme o pobre que tem fome. Teme o pobre que sabe

pensar. O que mais favorece o neoliberalismo não é a miséria material

das massas, mas sua ignorância. Esta ignorância as conduz a esperarem a

solução do próprio sistema, consolidando sua condição de massa de

manobra. A função central da educação de teor reconstrutivo político é

desfazer a condição de massa de manobra, como bem queria Paulo

Freire. (Demo, 2001, p. 320)

A proposta de uma educação problematizadora converge para os desafios

concretos de construirmos caminhos alternativos para projetos inovadores em

educação. Numa perspectiva freiriana, as experiências educativas

comprometidas com a humanização revelam o potencial de trabalharmos com

uma Pedagogia da libertação a partir do diálogo crítico-problematizador. No

terceiro capítulo da Pedagogia do oprimido, Freire explicita a necessária

coerência entre teoria e prática e os fundamentos da verdadeira dialogicidade,

que deve fundamentar todo e qualquer projeto de educação que pretende

afirmar-se de modo coerentemente progressista/emancipatório. Na Pedagogia

da esperança, a relação intrínseca entre uma visão antropológica

humanizadora e uma postura epistemológica crítica é uma temática que Freire

coloca no centro de sua reflexão sobre a necessária atualização do

pensamento pedagógico da Educação humanizadora.

Uma educação em cuja prática o ensino dos conteúdos jamais se

dicotomize do ensino do pensar certo. De um pensar antidogmático, antisuperficial.

De um pensar crítico, proibindo a si mesmo, constantemente,

de cair na tentação do puro improviso. (Freire, 1994, p. 168)

Segundo Freire, a proposta de uma pedagogia humanista-libertadora

impulsiona a construção de uma cultura da libertação. A busca de gestar um

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