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Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

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G

GENTE/GENTIFICAÇÃO

Cleoni Fernandes

O uso dessa palavra e ou dessa expressão, traz uma marca semântica

muito forte do radical grego logus, palavra, expressão de, e que se contrapõe

ao sentido dado pelo Dicionário, que traz um sentido marcado pela

indeterminação da quantidade de pessoas. Freire produz um sentido caloroso

de humanidade, nucleado como ser humano, e que está ameaçado na sua

condição de ser gente.

Na contracapa interna do livro-testamento de Freire, Pedagogia da

autonomia: saberes necessários à prática educativa (1997), Ana Freire

explicita o sentido de gente na visão freiriana quando afirma que:

Quanto mais nos aprofundamos na leitura da pedagogia da Autonomia

mais percebemos que Paulo se fez texto! O seu bem querer pelos seres

humanos, a gentidade de seu eu pessoa/eu educador e a sua fé na

educação está vivamente presente, evidenciando ter sido ele um

apaixonado pelo mundo e pela VIDA.

Essa explicitação está ancorada na produção de sentido dado por Freire,

especialmente, na Pedagogia da autonomia (1997), que ganha força para

discutir o inacabamento do ser humano e a consciência desse inacabamento.

No livro Pedagogia do oprimido (1987), ele trazia, com a força da

palavra, a inquietude e os interrogantes que ainda permanecem como procura

de um processo de humanização, de valores que estavam/estão presentes no

reconhecimento da desumanização para além da visão ontológica, mas como

uma realidade histórica que perdura ainda hoje, ao dizer que:

Mais uma vez os homens, desafiados pela dramaticidade da hora atual, se

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