Dicionario-Paulo-Freire-versao-1
“ao passo que Freire se orienta por um ponto de vista definitivamente social epolítico” (LIMA, 1984, p. 73). É nesse sentido que sua perspectiva se tornaúnica.Referências: BELTRAN, Luis Ramiro. La planificación de la comunicación para el desarrollorural en latinoamerica: un bosquejo histórico. Quito: CIESPAL, 1988. (Conferencia presentada en elSeminario “La comunicación agrícola en el desarrollo rural”. Caracas, 26 nov. 1979); FREIRE, Paulo.Educação como prática da liberdade. 19. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989; FREIRE, Paulo.Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1971; FREIRE, Paulo. Pedagogia daautonomia: Saberes necessários à prática educativa. 12. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999; FREIRE,Paulo. Pedagogia do oprimido. 24. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997; LIMA, Venício Artur de.Comunicação e cultura: as idéias de Paulo Freire. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.
FFAMÍLIALutgardes Costa FreireA família talvez seja uma das instituições mais antigas da vida no planeta.Os antropólogos e arquélogos já encontraram rastros dessa forma tão peculiarque, diga-se de passagem, não é privilégio do Homo sapiens. Desde muitocedo na vida do planeta, talvez até porque a família está intrinsecamenterelacionada à reprodução, enquanto seres vivos, a família existiu. O homempré-histórico, evidentemente, logo sentiu a necessidade de constituir uma“família”para poder ter mais potência e dominar as forças da natureza e,assim, milênios mais tarde criar o que para nós, seres humanos, nos é tãoprecioso: a cultura. Família está muito estreitamente relacionada com acultura, não existe família sem cultura, assim como não existe cultura semfamília.Diante dessas palavras introdutórias, me coloco o desafio de respondercomo filho: o que é família para Paulo Freire?Para responder a essa pergunta é preciso falar um pouco da própriafamília do meu pai: ele foi o caçula de uma família de quatro filhos (umamulher e três homens) e nasceu no dia 19 de setembro de 1921 em Recife,Pernambuco. Seu pai potiguar, sua mãe pernambucana, ele sargento doexército, ela bordadeira, educaram seus filhos, como ele próprio me disse egostava de dizer: “de uma maneira diferente”. Quando eu era criança, eu nãoentendia muito bem o que ele queria dizer com isso, mas com o tempo euentendi que ele teve uma educação “banhada” no amor e no diálogo. Odiálogo para os meus pais, Elza e Paulo Freire, era fundamental na família efora dela. Evidentemente, não existe diálogo sem liberdade, mas nuncalibertinagem. Meu pai considera o laissez faire educacional como desamor.Meus pais sempre souberam nos escutar em família, sempre respeitaram a
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FAMÍLIA
Lutgardes Costa Freire
A família talvez seja uma das instituições mais antigas da vida no planeta.
Os antropólogos e arquélogos já encontraram rastros dessa forma tão peculiar
que, diga-se de passagem, não é privilégio do Homo sapiens. Desde muito
cedo na vida do planeta, talvez até porque a família está intrinsecamente
relacionada à reprodução, enquanto seres vivos, a família existiu. O homem
pré-histórico, evidentemente, logo sentiu a necessidade de constituir uma
“família”para poder ter mais potência e dominar as forças da natureza e,
assim, milênios mais tarde criar o que para nós, seres humanos, nos é tão
precioso: a cultura. Família está muito estreitamente relacionada com a
cultura, não existe família sem cultura, assim como não existe cultura sem
família.
Diante dessas palavras introdutórias, me coloco o desafio de responder
como filho: o que é família para Paulo Freire?
Para responder a essa pergunta é preciso falar um pouco da própria
família do meu pai: ele foi o caçula de uma família de quatro filhos (uma
mulher e três homens) e nasceu no dia 19 de setembro de 1921 em Recife,
Pernambuco. Seu pai potiguar, sua mãe pernambucana, ele sargento do
exército, ela bordadeira, educaram seus filhos, como ele próprio me disse e
gostava de dizer: “de uma maneira diferente”. Quando eu era criança, eu não
entendia muito bem o que ele queria dizer com isso, mas com o tempo eu
entendi que ele teve uma educação “banhada” no amor e no diálogo. O
diálogo para os meus pais, Elza e Paulo Freire, era fundamental na família e
fora dela. Evidentemente, não existe diálogo sem liberdade, mas nunca
libertinagem. Meu pai considera o laissez faire educacional como desamor.
Meus pais sempre souberam nos escutar em família, sempre respeitaram a