Dicionario-Paulo-Freire-versao-1
que reconhecem a educação como lugar privilegiado da produção de sentidos.Por fim, cabem as palavras de agradecimento, limitadas às maisnecessárias:- Às autoras e aos autores, pessoas de muitos afazeres, que acreditaramno projeto. Entre estudo e escrita, são incontáveis as horas de trabalhoinvestidas neste Dicionário;Às colegas e amigas Cecília I. Osowski e Flávia C. Mädche, queacompanharam o nascimento e estruturação do Dicionário;- À Rita de Cássia Machado, Vanice Wentz e Josiete Schneider, bolsistasde iniciação científica, que executaram um sem-número de tarefas ao longodo projeto;- À Ana Maria Araújo Freire por gentilmente ceder o arquivo completo eatualizado das obras de Paulo Freire, bem como a foto da capa;- À Rejane Dias dos Santos, editora da Autêntica, pela visão e paixão comque abraçou o projeto deste Dicionário.Nota: Colaboraram os bolsistas Vítor Schütz (Unisinos), Diulli A. Lopes(FAPERGS), Daiane Almeida de Azevedo (CNPq), Dênis Wagner Machado(Unisinos), Mirele Alberton (CNPq) e Letícia da Silva (FAPERGS).1 O Fórum de estudos: leituras de Paulo Freire foi realizado pela primeira vez na Universidade do Vale do Rio dosSinos (UNISINOS), em 1999. Desde então as reuniões anuais foram sediadas por nove diferentes universidadesno Estado do Rio Grande do Sul, reunindo pesquisadores e educadores que têm as ideias e a prática de PauloFreire como referência.
PAULO FREIRE: UMA BREVECARTOGRAFIA INTELECTUALVIDA E OBRA: TEMPOS E LUGARES 2Danilo R. StreckEuclides RedinJaime José Zitkoski (Orgs.)Diante da experiência concreta da fome que atingia seu “corpoconsciente”, um nordestino, brasileiro, latino-americano, em plena década de30 no século passado – quando as principais potências mundiais investiamtodos seus esforços na produção de armas, invenção tecnológica e acúmulode riquezas com o objetivo de prepararem-se para aquela que viria a ser aguerra mais sangrenta, destrutiva e trágica de toda a história da humanidade –um menino, com apenas 11 anos de idade, se perguntava sobre o que elepoderia fazer para o mundo ser menos feio. Um mundo onde, por exemplo,ninguém mais precisasse sentir o estômago “mordendo a si próprio” por nãoter o que comer.Esse menino, crescendo e convivendo com as dificuldades do povonordestino, pelo esforço da família e sua dedicação exemplar aos estudos,ainda muito jovem formou-se em Direito, mas desistiu dessa profissão na“primeira causa” em que se constituiu advogado de defesa de um jovemdentista que estava, sob muita pressão, querendo “ganhar mais um tempo” nacondição de trabalhador para poder quitar sua dívida que contraíra na buscade montar seu próprio consultório dentário. Triste a abatido pelo contexto dainjustiça social desse caso e impotente diante da burocracia jurídica, o jovemadvogado decide ser um educador.Paulo Freire, ao tomar essa decisão, corajosa e desafiadora, estava selançando para um luta humanista e esperançosa por um mundo mais livre edecente para todos. Enquanto educador, sua obra foi sendo gestada junto
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PAULO FREIRE: UMA BREVE
CARTOGRAFIA INTELECTUAL
VIDA E OBRA: TEMPOS E LUGARES 2
Danilo R. Streck
Euclides Redin
Jaime José Zitkoski (Orgs.)
Diante da experiência concreta da fome que atingia seu “corpo
consciente”, um nordestino, brasileiro, latino-americano, em plena década de
30 no século passado – quando as principais potências mundiais investiam
todos seus esforços na produção de armas, invenção tecnológica e acúmulo
de riquezas com o objetivo de prepararem-se para aquela que viria a ser a
guerra mais sangrenta, destrutiva e trágica de toda a história da humanidade –
um menino, com apenas 11 anos de idade, se perguntava sobre o que ele
poderia fazer para o mundo ser menos feio. Um mundo onde, por exemplo,
ninguém mais precisasse sentir o estômago “mordendo a si próprio” por não
ter o que comer.
Esse menino, crescendo e convivendo com as dificuldades do povo
nordestino, pelo esforço da família e sua dedicação exemplar aos estudos,
ainda muito jovem formou-se em Direito, mas desistiu dessa profissão na
“primeira causa” em que se constituiu advogado de defesa de um jovem
dentista que estava, sob muita pressão, querendo “ganhar mais um tempo” na
condição de trabalhador para poder quitar sua dívida que contraíra na busca
de montar seu próprio consultório dentário. Triste a abatido pelo contexto da
injustiça social desse caso e impotente diante da burocracia jurídica, o jovem
advogado decide ser um educador.
Paulo Freire, ao tomar essa decisão, corajosa e desafiadora, estava se
lançando para um luta humanista e esperançosa por um mundo mais livre e
decente para todos. Enquanto educador, sua obra foi sendo gestada junto