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Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

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e/ou temporais, como as que ocorrem no exílio, por exemplo (2000, p. 178).

Como Freire analisou na Pedagogia da esperança, o exílio é atuante em

termos de sua utilidade tática, como uma posição a ser considerada, entendida

e implementada de formas mais salientes, de modo a afetar uma historicidade

ressignificada, contribuindo para a humanização, e assim por diante (p. 25).

Assim, onde o equilíbrio cotidiano da vida no exílio se manifesta segundo

parâmetros espaciais e temporais (isto é, tempo e espaço), o exílio como

estado de espírito, com sua coletânea de componentes emocionais e

espirituais, precisa, ainda assim, ocorrer resolutamente dentro de uma

mentalidade crítica e ética, movida pela justiça social. Na medida em que a

análise das relações de poder causa a exclusão do diálogo através da

frequente “solidão terminal” da existência exílica contemporânea (1994),

com sua construção que perpassa esferas sociopolíticas e econômicas da

existência individual e comunitária, o ponto de vista exílico de Freire permite

uma “avaliação crítica da realidade” no paradigma pós-moderno (1998, p.

30). Nesse sentido, o exílio representa um meio de resistência produtivo e

realista.

Referências: FOUCAULT, M. The order of things: an archaeology of human sciences. New York:

Vintage, 1994; FREIRE, P. Pedagogy of hope. New York: Continuum, 1998; FREIRE, P. Pedagogy of

the oppressed. New York: Continuum, 2000.

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