Dicionario-Paulo-Freire-versao-1
crianças e os jovens, está ficando cada vez mais padronizada e distanciada daestética da existência (REDIN, 2002). Podemos perceber essa dimensãoestética como possibilidade de permear, costurar as partes perdidas, negadasou esquecidas, do homem-práxis, homem-social, ao sujeito-poiésis, sujeitofelicidade,sujeito-memória, sujeito-experiência.Referências: REDIN, Marita Martins. Entrando pela janela: o encantamento do aluno pela escola.Porto Alegre: Mediação, 2002; DUARTE JR., João Francisco. O sentido dos sentidos - a educação (do)sensível. Curitiba, PR: Criar Edições, 2001; FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança - Um reencontrocom a Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1992; FREIRE, Paulo. Pedagogia daautonomia. Saberes necessários à prática educativa. 3. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999; FREIRE;HORTON. O caminho se faz caminhando. Conversas sobre educação e mudança social. 3. ed.Petrópolis: Vozes, 2005.
ÉTICASérgio Trombetta e Luis Carlos TrombettaFreire não publicou um livro que aborde de modo específico o tema daética. No entanto, todo seu pensamento é permeado por um permanente rigorético em defesa da dignidade humana. Sua opção humanista se manifestacom clareza na sua ética da libertação e da solidariedade que assume ocompromisso de lutar pela dignidade do oprimido, do excluído e pela justiçaglobal. É a partir da ética universal do ser que devemos pensar todas asrelações dos humanos entre si e destes com a natureza e com a vida.Enquanto espaço de formação humana, a educação é essencialmente umprocesso de conquista e desenvolvimento da dimensão ética. A razão últimade ser do processo educativo é possibilitar a emancipação pela mediação deuma reflexão crítica sem perder a vinculação com o ético. A educação jamaispode prescindir da formação ética. “Nunca me foi possível separar em doismomentos o ensino dos conteúdos da formação ética dos educandos” (FREIRE,1997, p. 106).Educadores e educandos não podem escapar à rigorosidade ética. Quandoa ética é concebida como uma reflexão crítica destinada a tematizar oscritérios que possibilitam superar o mal e conquistar a humanidade dohomem como ser livre, os vínculos entre educação e ética tornam-sefortíssimos a ponto de podermos dizer que educar é formar sujeitos éticostendo em vista a humanização do humano e das relações sociais. A educaçãoé na sua essência um encontro ético entre o eu e o outro. Sem ética éimpossível efetivar um projeto de educação libertador e humanizante.A globalização atual coloca uma série de desafios à educação de caráterhumanista, pois seu projeto de sociedade prioriza o lucro, o crescimentomaterial acima da vida, da justiça e da dignidade humana. A dimensão maisperversa do atual modelo de globalização, além do assustador aumento dapobreza e da exclusão, é o discurso que o legitima como o melhor dosmundos, o único caminho possível frente ao qual é impossível buscaralternativas. Fala-se da morte da História, do desaparecimento das utopias,das ideologias. “Me pergunto se a ética do mercado que prevalece hoje comares de vencedora imbatível nos discursos e na prática político-econômica
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ÉTICA
Sérgio Trombetta e Luis Carlos Trombetta
Freire não publicou um livro que aborde de modo específico o tema da
ética. No entanto, todo seu pensamento é permeado por um permanente rigor
ético em defesa da dignidade humana. Sua opção humanista se manifesta
com clareza na sua ética da libertação e da solidariedade que assume o
compromisso de lutar pela dignidade do oprimido, do excluído e pela justiça
global. É a partir da ética universal do ser que devemos pensar todas as
relações dos humanos entre si e destes com a natureza e com a vida.
Enquanto espaço de formação humana, a educação é essencialmente um
processo de conquista e desenvolvimento da dimensão ética. A razão última
de ser do processo educativo é possibilitar a emancipação pela mediação de
uma reflexão crítica sem perder a vinculação com o ético. A educação jamais
pode prescindir da formação ética. “Nunca me foi possível separar em dois
momentos o ensino dos conteúdos da formação ética dos educandos” (FREIRE,
1997, p. 106).
Educadores e educandos não podem escapar à rigorosidade ética. Quando
a ética é concebida como uma reflexão crítica destinada a tematizar os
critérios que possibilitam superar o mal e conquistar a humanidade do
homem como ser livre, os vínculos entre educação e ética tornam-se
fortíssimos a ponto de podermos dizer que educar é formar sujeitos éticos
tendo em vista a humanização do humano e das relações sociais. A educação
é na sua essência um encontro ético entre o eu e o outro. Sem ética é
impossível efetivar um projeto de educação libertador e humanizante.
A globalização atual coloca uma série de desafios à educação de caráter
humanista, pois seu projeto de sociedade prioriza o lucro, o crescimento
material acima da vida, da justiça e da dignidade humana. A dimensão mais
perversa do atual modelo de globalização, além do assustador aumento da
pobreza e da exclusão, é o discurso que o legitima como o melhor dos
mundos, o único caminho possível frente ao qual é impossível buscar
alternativas. Fala-se da morte da História, do desaparecimento das utopias,
das ideologias. “Me pergunto se a ética do mercado que prevalece hoje com
ares de vencedora imbatível nos discursos e na prática político-econômica