Dicionario-Paulo-Freire-versao-1
comando da res-pública”. Ele mesmo afirma: “Devo ter sido o Secretário deEducação da cidade de São Paulo que menos poder pessoal teve, mas pude,por isso mesmo, trabalhar eficazmente e decidir com os outros” (FREIRE,1993, p. 75).Diante da política neoliberal praticada pelo Estado é enfático: “Não aceitocerta posição neoliberal que vendo perversidade em tudo que o Estado fazdefende uma privatização sui-generis da educação. Privatiza-se a educaçãomas o Estado a financia [...] nada deve ser feito, portanto, no sentido deajudar o Estado elitista a descartar-se de suas obrigações” (FREIRE, 1993, p.77 e 78). Em face da omissão criminosa do Estado diante do seu dever depromover a educação, ele convoca os movimentos populares à luta política:“Jamais deixá-lo em sossego, jamais eximi-lo de sua tarefa pedagógica,jamais permitir que suas classes dominantes durmam em paz” (FREIRE, 1993,p. 21).Reconhecendo a natureza de classe do Estado, nega a ideia de Estadocomo propriedade da classe dominante. Define como terreno de luta e deconfronto de forças e interesses em conflito, sem deixar de denunciar osimpedimentos impostos por ele à realização plena da educação libertadora,razão pela qual defende a revolução que, na sua compreensão, deve ter umcaráter pedagógico, o que chama de revolução cultural, que, por sua vez, nãose faz pelo ativismo, nem pelo discurso, exige uma “teoria da açãotransformadora” que contemple a plenitude da práxis, ressaltando opensamento de Lênin quando afirma que “sem teoria revolucionária nãopoder haver movimento revolucionário” (FREIRE, 2005, p. 46 e 142).Reconhecendo que a prática da educação libertadora exige poder político,afirma a possibilidade de realizá-la antes da revolução. Nesse casocompartilha das concepções de Gramsci de que a revolução não implicasomente a destruição positiva do Estado, mas a construção de um novo tipode Estado, que deve ser organizado antes da conquista do poder, ocasionandouma crise de hegemonia que ocorre quando da separação entre poder edireção. O novo poder “nasce na sociedade velha”, que, no processo desuperação, promove a mudança do poder, ensinando aos seus líderes odiálogo e o próprio poder (FREIRE, 2005, p. 155).Referências: FREIRE, Paulo. A educação na cidade. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2000a.; FREIRE,Paulo. Educação como prática de liberdade. 12 ed. Rio de Janeiro: Paz e Tera, 1981; FREIRE, Paulo.Educação e atualidade Brasileira. 2. ed. São Paulo: Cortez e Instituto Paulo Freire, 2002; FREIRE,Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. 2. ed. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1992; FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. 7.reimp. São Paulo: UNESP, 2000b; FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 44. ed. São Paulo: Paz eTerra, 2005; FREIRE, Paulo. Política e educação. São Paulo: Cortez, 1993; FREIRE, Paulo;GUIMARÃES, Sergio. Aprendendo com a própria história. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
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comando da res-pública”. Ele mesmo afirma: “Devo ter sido o Secretário de
Educação da cidade de São Paulo que menos poder pessoal teve, mas pude,
por isso mesmo, trabalhar eficazmente e decidir com os outros” (FREIRE,
1993, p. 75).
Diante da política neoliberal praticada pelo Estado é enfático: “Não aceito
certa posição neoliberal que vendo perversidade em tudo que o Estado faz
defende uma privatização sui-generis da educação. Privatiza-se a educação
mas o Estado a financia [...] nada deve ser feito, portanto, no sentido de
ajudar o Estado elitista a descartar-se de suas obrigações” (FREIRE, 1993, p.
77 e 78). Em face da omissão criminosa do Estado diante do seu dever de
promover a educação, ele convoca os movimentos populares à luta política:
“Jamais deixá-lo em sossego, jamais eximi-lo de sua tarefa pedagógica,
jamais permitir que suas classes dominantes durmam em paz” (FREIRE, 1993,
p. 21).
Reconhecendo a natureza de classe do Estado, nega a ideia de Estado
como propriedade da classe dominante. Define como terreno de luta e de
confronto de forças e interesses em conflito, sem deixar de denunciar os
impedimentos impostos por ele à realização plena da educação libertadora,
razão pela qual defende a revolução que, na sua compreensão, deve ter um
caráter pedagógico, o que chama de revolução cultural, que, por sua vez, não
se faz pelo ativismo, nem pelo discurso, exige uma “teoria da ação
transformadora” que contemple a plenitude da práxis, ressaltando o
pensamento de Lênin quando afirma que “sem teoria revolucionária não
poder haver movimento revolucionário” (FREIRE, 2005, p. 46 e 142).
Reconhecendo que a prática da educação libertadora exige poder político,
afirma a possibilidade de realizá-la antes da revolução. Nesse caso
compartilha das concepções de Gramsci de que a revolução não implica
somente a destruição positiva do Estado, mas a construção de um novo tipo
de Estado, que deve ser organizado antes da conquista do poder, ocasionando
uma crise de hegemonia que ocorre quando da separação entre poder e
direção. O novo poder “nasce na sociedade velha”, que, no processo de
superação, promove a mudança do poder, ensinando aos seus líderes o
diálogo e o próprio poder (FREIRE, 2005, p. 155).
Referências: FREIRE, Paulo. A educação na cidade. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2000a.; FREIRE,
Paulo. Educação como prática de liberdade. 12 ed. Rio de Janeiro: Paz e Tera, 1981; FREIRE, Paulo.
Educação e atualidade Brasileira. 2. ed. São Paulo: Cortez e Instituto Paulo Freire, 2002; FREIRE,
Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. 2. ed. Rio de Janeiro: