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Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

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do educador como condição inerente ao processo educativo. Assim, Freire

afirma a autoridade do educador, negando o autoritarismo (o objetivismo

mecanicista), que conduz a prática da educação Bancária; do mesmo modo,

nega o subjetivismo (o idealismo) e “as práticas espontaneístas,

irresponsavelmente licenciosas” (p. 107). A prática espontaneísta, que

“dilacera a espontaneidade”, fundamental no processo de formação, “não

podendo negar a necessária existência do conteúdo, o leva, porém, a perderse

num jamais justificável “faz-de-conta” padagógico” (p. 113).

Reafirmando a necessidade e o direito das classes populares superarem o

“saber de experiência feito, o senso comum, pelo conhecimento resultante de

procedimentos mais rigorosos de aproximação aos objetos cognoscíveis”, o

autor diz que o que não pode existir é “o desrespeito ao saber do senso

comum; o que não é possível é tentar superá-lo sem passar por ele” (FREIRE,

1992, p. 84).

Em À sombra desta mangueira (1995), Freire reafirma o movimento do

método, que se embasa na sua teoria do conhecimento, como sendo o que,

por meio da problematização, na qual o diálogo é absolutamente

fundamental, parte do contexto concreto/vivido para o contexto teórico. Esse

movimento exige, entre outros atributos, como a humildade e a diretividade,

a rigorosidade por parte do educador. É essa diretividade do processo

educativo que o faz afastar-se do autoritarismo e também do espontaneísmo,

vivenciando a concepção Libertadora de educação na relação entre educador

educando, conhecimento e prática transformadora.

Referências: FREIRE, Paulo. À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho d’Água, 1995;

FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. 13. ed. Rio de

Janeiro: Paz e Terra, 2006; FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 37. ed. Rio de Janeiro: Paz e

Terra, 2003; MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. In: Manuscritos econômico-filosóficos:

textos escolhidos. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1974.

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