Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

silvawander2016
from silvawander2016 More from this publisher
30.05.2021 Views

uma “leitura” da “leitura” anterior do mundo, antes da leitura da palavra.(2001, p. 20-21)Ao prefaciar essa obra, Antônio Joaquim Severino escreve: “E aprender aler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo,compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras,mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade” (FREIRE,2001, p. 8). Freire insiste na compreensão crítica da alfabetização, vista porele sob o ângulo da educação política, por entendê-la como um atoprofundamente político: “Inicialmente me parece interessante afirmar quesempre vi a alfabetização de adultos como um ato político e um ato deconhecimento, por isso mesmo, um ato criador” (2001, p. 19). Aalfabetização deve consistir em aprender a ler e a escrever o mundo, acompreender o texto e o contexto: “A leitura do mundo precede a leitura dapalavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidadeda leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente”(2001, p. 11). “Quando aprendemos a ler e a escrever, o importante éaprender também a pensar certo” (2001, p. 56).Carlos Rodrigues Brandão, em O que é método Paulo Freire, traz comoum exemplo o nome Benedito (estampado na capa do livro) como a primeirapalavra que aparece na proposta desenvolvida pelo Movimento de Educaçãode Base, em Goiás, em 1964, seguida de Jovelina, mata, fogo, sapato, casa,ou seja, todas palavras simples, com os fonemas em ordem direta – consoantemais vogal – e sem dificuldades maiores de construção, tiradas do universovocabular do povo, vindo depois outras palavras, já com maiores dificuldadesgráficas como enxada, chuva, roçado, bicicleta, trabalho, bezerro, safra,máquina, armazém, assinatura, produção, farinha e estrada. (2004, p. 54ss).Brandão também escreveu uma obra infantil sobre a história de Freire,História do menino que lia o mundo (2001), em que o assunto da leitura e daescrita da palavramundo é explicitado com o jogo das palavras semente(2005, p. 55ss). Tal obra é ampliada no seu livro Paulo Freire, o menino quelia o mundo: uma história de pessoas, de letras e palavras, “onde se podeaprender a construir e a jogar três jogos com palavras, inspirados nas ideiasdo menino que [...] inventou um jeito novo de se aprender a ler e a escrever”(2005, p. 10).Referências: BRANDÃO, Carlos Rodrigues. História do menino que lia o mundo. Veranópolis:

ITERRA, 2001; BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Método Paulo Freire. 25. reimp. São Paulo:Brasiliense, 2004; BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Paulo Freire, o menino que lia o mundo: umahistória de pessoas, de letras e palavras. São Paulo: Editora UNESP, 2005; FREIRE, Paulo. Aimportância do ato de ler: em três artigos que se completam. 42. ed. São Paulo: Cortez, 2001; FREIRE,Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987; GADOTTI, Moacir. PauloFreire: uma biobibliografia. São Paulo: Cortez, 1996, p. 31.

ITERRA, 2001; BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Método Paulo Freire. 25. reimp. São Paulo:

Brasiliense, 2004; BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Paulo Freire, o menino que lia o mundo: uma

história de pessoas, de letras e palavras. São Paulo: Editora UNESP, 2005; FREIRE, Paulo. A

importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 42. ed. São Paulo: Cortez, 2001; FREIRE,

Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987; GADOTTI, Moacir. Paulo

Freire: uma biobibliografia. São Paulo: Cortez, 1996, p. 31.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!