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Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

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ESCOLA

Moacir Gadotti

Paulo Freire era um educador que sempre falava bem da escola, mesmo

quando criticava a escola conservadora e burocrática. Ele a concebia como

um espaço de relações sociais e humanas. Uma das contribuições originais de

Paulo Freire refere-se à importância da informalidade na aprendizagem: “Se

estivesse claro para nós que foi aprendendo que aprendemos ser possível

ensinar, teríamos entendido com facilidade a importância das experiências

informais nas ruas, nas praças, no trabalho nas salas de aula das escolas, nos

pátios dos recreios, em que variados gestos de alunos, de pessoal

administrativo, de pessoal docente se cruzam cheios de significação” (FREIRE,

p. 50).

Paulo Freire insistia que não é só na escola que a gente aprende. Como

instituição social, ela tem tanto contribuído para a manutenção quanto para a

transformação social. A escola, para Paulo Freire, não é só um lugar para

estudar, mas para se encontrar, conversar, confrontar-se com o outro, discutir,

fazer política. A escola não pode mudar tudo nem pode mudar a si mesma

sozinha. Ela está intimamente ligada à sociedade que a mantém. Ela é, ao

mesmo tempo, fator e produto da sociedade. Como instituição social, ela

depende da sociedade e para mudar-se depende também da relação que

mantém com outras escolas, com as famílias, com a sociedade, com a

população.

Paulo Freire nos fala em sua Pedagogia da autonomia da “boniteza de ser

gente” (1997, p. 67), da boniteza de ser professor: “Ensinar e aprender não

podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”. Ele chama a

atenção para a essencialidade do componente estético na formação do

educador. Uma estética que não é separada da ética. Ele fala da importância

da “boniteza” das escolas, da importância formadora dos espaços: “É incrível

que não imaginemos a significação do discurso ‘pronunciado’ na e pela

limpeza do chão, na boniteza das salas, na higiene dos sanitários, nas flores

que adornam. Há uma pedagogicidade indiscutível na materialidade do

espaço” (FREIRE, p. 50).

Paulo Freire foi um defensor da escola pública que é a escola da maioria,

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