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EDUCAÇÃO POPULAR

Conceição Paludo

A busca por condições dignas de vida e a possibilidade de afirmação de

identidades constitui uma das marcas da participação das classes populares

nos movimentos sociais da modernidade. Entre as Revoluções Liberais

Modernas, pode-se destacar a Revolução Francesa. Nela, houve grande

envolvimento de setores populares, na luta pela liberdade, fraternidade e

igualdade.

É nesse período histórico que iniciam as críticas radicais ao novo modo

de produção, poder político e visão social de mundo que emergiam e que é

fecundizada a luta dos movimentos reivindicatórios, de contestação, de

libertação e de busca pelo poder político do século XX. No bojo desses

processos, ideários e práticas de educação estiveram presentes e a discussão

do para que e qual a educação do/para o povo foi, de um lado, motivo de

acaloradas discussões pelos intelectuais, políticos, governantes, ativistas e

lideranças sociais e, de outro, presença nos movimentos sociais concretos.

Conectado e esse contexto mais amplo, o Brasil e também a América

Latina, entre os anos 1960 até meados de 1990, originaram ideias e propostas

em educação que se tornaram mundialmente conhecidas. No Brasil, nesses

anos, foi notável o desenvolvimento da concepção de educação popular.

Entretanto, sua teoria e prática, por aqui, iniciou nos anos de 1900, com as

experiências educativas dos anarquistas e, em menor escala, dos comunistas.

Para Brandão (2002), em que pesem os diferentes sentidos atribuídos à

expressão educação popular na atualidade, é inegável que ela, no Brasil e na

América Latina, existiu, existe e se firmou como uma das concepções de

educação das classes populares.

Paulo Freire é quem consegue, engajado nas lutas no Brasil dos anos

1960, fazer a leitura da realidade brasileira e latino-americana e iniciar o

processo de formulação de uma pedagogia que se nutre de diferentes

abordagens filosóficas (TORRES, 1981) e de práticas educativas populares

concretas que ocorriam em diferentes contextos e situações: da alfabetização

de adultos, passando pelas escolas, organização operária e lutas camponesas

por terra, estando presentes em processos revolucionários, como as marcantes

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