Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

silvawander2016
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Paulo: Cortez, 1982; FREIRE, Paulo. Educação na cidade. 1. ed. São Paulo: Cortez, 1991; FREIRE,Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 1. ed. São Paulo: Paz e Terra,1996; FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. SãoPaulo: Paz e Terra, 1992; FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 1. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1970.

DIZER A SUA PALAVRAFabio da Purificação de BastosPara Freire (1970), dizer a palavra verdadeira é transformar o mundo. NaPedagogia do oprimido (1970) retoma essa problematização em torno doconceito dizer a palavra, aprofundando o tema abordado inicialmente emEducação como Prática da liberdade (1976b). Centra a área temática noconceito principal – diálogo –, afirmando ser a revelação existencial desse, apalavra. Palavra esta constituída por duas dimensões – ação e reflexão – detal forma solidárias, que interagem radicalmente formando o que denominade palavra verdadeira. Portanto, não há palavra verdadeira que não sejapráxis, em especial no âmbito da educação dialógica. Dito de outra forma,dizer a palavra no âmbito da escolarização requer docência investigativa, poisnecessita dos componentes prático e reflexivo. Logo, dizer a palavraverdadeira, como trabalho escolar, práxis socioeducativa, implica emtransformar o mundo. Isso não pode ser privilégio de alguns seres humanos,mas direito de todos. Contudo, ante a dificuldade em reconhecer a razão deser dos fatos que nos envolvem, cotidiana e concretamente, é natural, emboranão aceitável, que muitos de nós não estabeleçamos a relação entre não “tervoz”, não “dizer a palavra” e o sistema de exploração em que vivemos(FREIRE, 1976a). Além disso, ninguém pode dizer a palavra verdadeirasozinho, ou dizê-la para os outros, sendo necessário interagir dialogicamentecom os outros, mediatizados pelo mundo, para pronunciá-lo a todos de formacomunicativa.No contraponto dialógico, está a negação do direito de dizer a palavra,consequentemente ocultando o mundo e desumanizando-o, extendendo-o naforma de comunicados, opacizando seus significados libertadores (FREIRE,1971). Na cultura do silêncio, no âmbito da educação bancária, existir éapenas viver. O ser humano neste escopo cultural segue ordens de cima,comunicadas, ouve-se o dizer a palavra do outro apenas. Se pensar torna-sedifícil, dizer a palavra é essencialmente proibido nesse contexto silencioso eopressivo. Na perspectiva educacional dialógica, dizer a palavra significatomar para si o processo histórico-cultural. Dizer a palavra na esfera daconscientização não é repetir uma palavra qualquer, pois para Freire (1970)

Paulo: Cortez, 1982; FREIRE, Paulo. Educação na cidade. 1. ed. São Paulo: Cortez, 1991; FREIRE,

Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 1. ed. São Paulo: Paz e Terra,

1996; FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. São

Paulo: Paz e Terra, 1992; FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 1. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,

1970.

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